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No entendimento de Lakatos & Marconi (2001) o método é um conjunto de atividades sistemáticas e racionais que contribuem com o alcance de objetivos, delineando o caminho a ser trilhado, e possibilita a verificação de possíveis erros auxiliando na tomada de decisões do pesquisador.

Assim, a pesquisa desenvolvida fez o uso de uma abordagem qualitativa que segundo Moraes (2003, p. 191), o principal objetivo desse tipo de análise é “aprofundar a compreensão dos fenômenos que investiga a partir de uma análise rigorosa e criteriosa desse tipo de informação” onde a finalidade é a compreensão das informações.

Bogdan e Biklen (1982, apud LUDKE & ANDRÉ, 1986) salientam as cinco principais características da abordagem qualitativa:

1- Tem-se o ambiente natural (Universidade) como fonte de coleta de dados e o pesquisador é o principal instrumento.

2- Os dados coletados, predominantemente, são os descritivos. Isso quer dizer que, o material obtido na pesquisa é rico em descrições de situações e acontecimentos que ocorrem no ambiente, e frequentemente, utiliza-se de citações para subsidiar uma afirmação ou elucidar um ponto de vista.

3- Existe uma maior preocupação no processo do que no resultado. O interesse do pesquisador é verificar como o problema (no caso, o problema da pesquisa) é exposto diante das atividades propostas.

4- O valor que as pessoas dão as coisas e a sua vida são levados em conta pelo pesquisador, ou seja, a forma como as pessoas se comportam diante das questões são focos de estudo.

57 5- Tende a seguir uma análise indutiva dos dados e não há uma preocupação por parte do pesquisador de irem em busca de evidências que comprovem as hipóteses estabelecidas da pesquisa.

Sendo assim, esta pesquisa se caracteriza mais pela abordagem qualitativa, uma vez que foi executada em uma escola (ambiente natural), sendo a própria pesquisadora a professora nesta atividade que procederá à coleta dos dados.

Também fez parte constituinte desse trabalho a pesquisa bibliográfica e a pesquisa-ação.

De acordo com Gil (2008, p. 44) “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. A finalidade dessa pesquisa é permitir que o pesquisador tenha um amplo contato com o que já foi produzido na literatura especializada referente ao seu tema de estudo.

Como já mencionado, anteriormente, a pesquisa-ação também fez parte desse trabalho. Conforme Thiollent (1985 apud GIL, 2002, p. 55) a pesquisa-ação pode ser definida como:

“... um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo”. (THIOLLENT, 1985 apud GIL, 2002, p. 55)

Dessa forma, esse tipo de pesquisa exige uma estrutura de relação entre o pesquisador e os sujeitos envolvidos no estudo, objetiva-se, de forma intencional, compreender e definir a situação, com vistas a modificá-la.

No campo da educação, a pesquisa-ação deve ser entendida segundo Miranda e Resende (2006, p. 516) “na perspectiva das mediações constitutivas das relações postas entre sujeito e objeto, teoria e prática” é uma técnica que visa o desenvolvimento de professores e pesquisadores de modo que eles possam utilizar suas pesquisas para aprimorar seu ensino e, em decorrência, o aprendizado de seus alunos.

58 4.2.1 Instrumentos da Pesquisa

Na presente dissertação serão privilegiados como instrumento da pesquisa a observação e o questionário. Esses instrumentos mostram-se bastante úteis para a aquisição de informações acerca do que o pesquisador "sabe, crê ou espera, sente ou deseja, pretende fazer, faz ou fez, bem como a respeito de suas explicações ou razões para quaisquer das coisas precedentes" (SELLTIZ,1967 apud GIL, 2002, p. 115).

4.2.2 Sobre a observação

De acordo com Núñes (2015) a observação, como técnica de pesquisa, permite obter informações significativas no contexto “real” e procura refletir o fenômeno em estudo tal como ele é.

Para a aplicação da observação na referida pesquisa, decidimos pela observação participante direta, uma vez que o observador será o pesquisador. Nessa técnica segundo Laville e Dionne (1999) o observador se integra a um grupo para estudá-lo de forma aprofundada. É um processo extenso, pois para compreender a evolução do comportamento de pessoas e/ou de grupos é necessário que o pesquisador permaneça por um longo tempo no território pesquisado.

Os elementos observados foram norteados por meio da questão foco da nossa pesquisa. Assim, o que foi observado durante a aplicação da nossa proposta de ensino é o comportamento dos sujeitos da pesquisa, frente às informações apresentadas, e com isso analisar a eficácia (ou não) das sequências de ensino para a elaboração do Produto Educacional, bem como refletir sobre o procedimento adotado durante a pesquisa.

4.2.3 Sobre o questionário

Segundo Gil (2002) o questionário pode ser entendido como um conjunto de questões que são respondidas por escrito pelo pesquisado. Como vantagem, ainda segundo esse autor, apresenta a possibilidade de se alcançar um grande número de pessoas em relativamente pouco tempo, uma vez que é um meio rápido de obtenção de informações, além de não exigir treinamento de pessoal e pode garantir o anonimato do pesquisado. Pretende-se segmentar o questionário em duas partes; a saber:

59 A primeira foi identificar os conhecimentos prévios dos alunos, referentes a alguns tópicos de Astronomia, pois apesar de termos visto que a Ementa da Disciplina Astronomia Observacional não contempla assuntos concernentes a Exoplanetas, trata-se de um tema recente sobre o qual supõe-se que o aluno, por ter fácil acesso às notícias, já tenha alguma informação, senão sobre essa descoberta, mas provavelmente sobre qualquer outra relacionada a exoplanetas. Além disso, na ementa da disciplina constam conteúdos referentes ao Sistema Solar, distâncias no cosmos e comparação de distância no universo, o que pode servir de âncora para novas aprendizagens relacionadas ao tema, desde que o aluno tenha uma predisposição a aprender.

A segunda etapa aconteceu após realização da proposta para diagnosticar a solidez do aprendizado dos participantes do curso em relação aos conteúdos abordados28.

Segundo, alguns autores existem alguns pontos que devem ser esclarecidos pelos pesquisadores antes de iniciar a pesquisa, como: Informar ao participante a respeito dos objetivos da pesquisa e da natureza do trabalho; Esclarecer o motivo, pelo qual, foi selecionado; assegurar a identidade dos participantes; garantir que os dados serão utilizados somente para a investigação; Solicitar autorização para a utilização das informações colhidas; Esclarecer que o participante não é obrigado a responder todas as perguntas.

Todos esses cuidados foram tomados por nós durante a aplicação dos questionários. Os participantes receberam um termo de autorização que consta em Apêndice A.

4.2.4 Análise dos Dados

Após a coleta dos dados foi utilizado como técnica de análise das informações a análise de conteúdo, pois segundo (BARDIN, 1977, p. 9) favorece ao analista uma interpretação dos dados que “oscila entre os dois polos, do rigor da objetividade à fecundidade da subjetividade”.

A análise de conteúdo tem como finalidade a interpretação dos dados por meio de uma análise sistematizada das comunicações. No seu livro, Bardin (1977, p. 9) define

60 a análise de conteúdo como “um conjunto de instrumentos metodológicos cada vez mais sutis em constante aperfeiçoamento, que se aplicam a discursos (conteúdos e continentes) extremamente diversificados”. Ainda segundo o autor, podemos compreender a análise de conteúdo como sendo

[...] um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens (BARDIN,1977, p. 42)

Todavia, é imprescindível que o analista faça uma análise rigorosa e vá além de uma leitura superficial, de forma que possibilite a construção de novas compreensões e teorias a partir de um conjunto de informações sobre o caso estudado.

Para Bardin (1977) a organização da análise é muito relevante e inicia-se com a

pre-análise que tem como finalidade a organização sistemática dos documentos; a

segunda etapa é a exploração do material e “consiste nas operações de codificação, decomposição ou enumeração, em função de regras previamente formuladas” (Bardin, 1977, p. 101). Naturalmente, estes procedimentos dependem dos interesses do pesquisador e dos objetivos que o levam a realizar a pesquisa. Por fim o tratamento dos

resultados obtidos e interpretação proporcionada por meio da análise que propôs as

inferências e adiantou as interpretações dos objetivos previstos, ou em relação a outras descobertas inesperadas. Cada fase segue regras bastante específicas, podendo ser utilizado tanto em pesquisas quantitativas quanto em pesquisas qualitativas.

Assim, ao final da análise, apresentaremos as inferências que o estudo possibilitou, no sentido de colaborar para o avanço nas pesquisas sobre o Ensino de Astronomia e de Física no Ensino Médio.

5 SOBRE O PRODUTO EDUCACIONAL

Neste capítulo, discorreremos sobre o que é o produto educacional, como foi realizada a seleção de conteúdos que compõem as sequências de ensino que foram utilizadas durante o curso de extensão realizado no IFRN Campus Santa Cruz. Também apresentaremos a metodologia empregada nas sequências ancorada em três momentos

61 distintos: a problematização inicial, a organização do conhecimento e a aplicação do conhecimento (DELIZOICOV; ANGOTTI, 1991), e descreveremos como ocorreu a aplicação do curso de extensão, acompanhada da transcrição das discussões e avaliações das atividades realizadas.

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