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Este trabalho utilizou métodos de avaliação pós-ocupação juntamente com a abordagem perceptiva e cognitiva para a obtenção de informações que serão importantes para o resultado final. Além de fazer uso da abordagem multimétodos no estudo Pessoa-Ambiente.

Para a pesquisa física, o resultado obtido se deu através de informações passadas pelos usuários que levaram a caracterizar a Área Verde Dom Constantino Lüers por meio dos conceitos utilizados por Kevin Lynch para a definição de ambientes na imagem da cidade.

Apoiado por mapas e desenhos explicativos, o estudo está constituído por pesquisa histórica, análise do contexto, levantamento da situação existente, observação de usos, identificação de conflitos entre projeto e uso e, quando foi necessário, elaboração de diretrizes para projetos futuros. Procurando o bem-estar do usuário e em sua própria análise da Área Verde (através de questionários, entrevistas, grupos focais, etc.) para que assim, além de obtidas as informações relevantes sobre o projeto da área e suas características técnicas, foram fornecidas informações referentes a maneira que ambiente construído pode beneficiar ou dificultar na representação de um espaço público para sociedade.

Tendo como base a metodologia usada por Sun Alex (2006) para a caracterização de praças, foram utilizadas as seguintes etapas de estudos: primeiramente terá uma análise da Área Verde de forma geral tendo como base a avaliação dos critérios, a) Contexto – Análise global do contexto em que o parque se encontra atualmente; b) Tecido urbano – Avaliação do comportamento do ambiente construído na imagem da cidade; c) Entorno – Caracterização do entorno e a influência disto na utilização do objeto de estudo. Em seguida foram utilizados os estudos de toda a Área Verde como um processo mais aprofundado na 5ª quadra. a) Situação atual e de usos – análise de como o espaço se encontra e os tipos de usos que podem ser feitos no ambiente de acordo com o projeto; b) Não conformidades – análise de aspectos que não condizem com o ambiente em questão, como equipamentos quebrados, falta de acessibilidade, etc; c) Fotografias do uso; d) Não conformidades – Análise de aspectos que não condizem com a proposta inicial e uso ou

com o projeto; e) Fotografias de não conformidades; f) Alternativas – Possibilidades de intervenção para que haja um uso efetivo do ambiente.

Nesta etapa houve a utilização de um check-list (ANEXO I) adaptado de Gomes et al. (2012) por a autora deste artigo para adequação à proposta estudada envolvendo os equipamentos dos espaços analisados.

Dessa forma, este trabalho foi desenvolvido nas seguintes etapas:

Visita Guiada com um usuário chave. Isso serviu para uma avaliação mais crítica de como a praça está sendo usada na visão de alguém que passe bastante tempo no local, neste caso, um guarda municipal;

A criação de um check-list envolvendo os aspectos físicos se fez necessária para avaliar a qualidade do espaço como patologias construtivas, conforto ambiental dentre outros aspectos que comprometem a percepção dos usuários (MORAES; SARMENTO; ORNSTEIN, 2011). Tratou-se de uma visita guiada e, ao mesmo tempo, da marcação em um check-list verificando a presença de patologias construtivas e outros aspectos importantes que influenciam nas atitudes dos usuários.

O Levantamento Físico das áreas estudadas para posterior análise dos aspectos urbanísticos como caracterização no tecido urbano e verificação do entorno. Esse levantamento foi feito com a busca de materiais no setor de geoprocessamento na prefeitura da cidade e posterior análise do local para a comprovação de que os levantamentos se encontravam as built.

Mapeamento do uso do espaço para identificar os percursos e os serviços mais utilizados, assim como os equipamentos instalados no ambiente. Os métodos de observação se deram pelas observações propriamente ditas com anotações diárias nos

três turnos, manhã, tarde e noite, das atividades desenvolvidas pelos usuários e por registros fotográficos observando seus comportamentos e atitudes.

A partir deste método, foram feitas anotações diárias do comportamento dos usuários, como a contagem de número de pessoas em espaços relevantes previamente selecionados e o mapeamento comportamental dos mesmos.

Durante a observação, fotos foram feitas para uma análise posterior com observações em certos detalhes que não puderam ser percebidos no momento da observação presencial. Os registros foram feitos de forma discreta para não constranger ou inibir o comportamento dos usuários. A posterior análise de desenhos, croquis e fotos do ambiente estudado, disponibilizou informações e uma análise visual que colabora nos levantamentos técnicos e comportamentais de qualquer ambiente construído, podendo ou não ser utilizada de forma combinada com questionários, entrevistas, dentre outros.

A elaboração dos instrumentos de coleta de dados dos usuários se deu a partir das observações, plantas de situação do ambiente estudado e dos registros fotográficos. Os instrumentos usados foram:

Entrevistas – Um dos métodos usado por Kevin Lynch no livro A Imagem da Cidade, consiste na comparação entre as fotos (reconhecimento fotográfico) e os resultados verbais. Ele traça dois estudos. O primeiro é o reconhecimento generalizado do lugar, o que geraria um mapa de análise de campo e um breve relatório. O segundo são as entrevistas onde ele pede para que os usuários façam uma análise dos aspectos visuais fortes do lugar e identifiquem os pontos críticos. Também utilizaria de desenhos feitos pelos usuários. Por fim, o material é sintetizado em uma série de mapas e relatos que fornecem a imagem pública.

As individuais são meios úteis de conseguir informações específicas e detalhadas, além de um profundo entendimento de problemas particulares. Elas propiciam uma exploração mais detalhada dos problemas vivenciados pelos usuários (GUIDE TO POST OCCUPANCY EVALUATION, 2007).

As entrevistas foram importantes para reconhecer os aspectos que baseiam a formação do sentido de satisfação dos usuários que passam por experiências no lugar com características tão diversas (MONTEIRO, 1994). Elas foram de grande importância para a obtenção de respostas qualitativas para a caracterização da Área Verde Dom Constantino Lüers por parte dos usuários. Mostraram uma visão mais crítica e detalhada de como o ambiente é visto e está sendo usado por eles. Foram aplicadas face a face a vinte pessoas e, os usuários que se dispuseram a realizá-las, num período médio de dez minutos, responderam de bom grado e ressaltaram suas opiniões quanto a importância do trabalho realizado.

Questionários – O objetivo foi verificar como os usuários do ambiente o percebem, o utilizam e qual o ponto de vista têm em relação a ele. Na APO, a aplicação do questionário quanto pesquisa exploratória verifica, em relação aos usuários entrevistados, os seguintes tópicos: Atributos (o que as pessoas são, como – sexo, idade, classe social, nível de instrução), Atitudes (preferências e sentimentos das pessoas em relação a alguma coisa), Comportamento (hábitos, o que as pessoas rotineiramente fazem ou pretendem fazer) e Crenças (o que as pessoas consideram verdadeiro ou falso em relação a um determinado assunto).

Eles por serem são mais utilizados podem ser não estruturados ou estruturados. Os não estruturados são, na verdade, entrevistas livres, que servirão de roteiro para o levantamento de hipóteses que serão testadas no levantamento quantitativo e que já foram abordadas nas Entrevistas.

Os estruturados são mais fáceis de aplicar e conseguir respostas, pois possibilitam a quantificação por meio de escalas de valores. Podem ser aplicados na forma de entrevista face a face ou por autopreenchimento supervisionado. Estes questionários garantem o anonimato dos respondentes e minimizam prováveis interpretações inadequadas por parte do entrevistador.

Segundo o Guideto Post OccupancyEvaluation (2007), o questionário é um meio de conseguir informações de um grande número de pessoas. É possível conseguir informações quantitativas dos usuários finais e permite fazer comparações entre as partes do ambiente avaliadas.

Os questionários foram aplicados parte face a face, totalizando vinte pessoas e parte por questionário virtual, dez pessoas, os dois se mostraram eficientes ao propósito de obter respostas quantitativas. Os questionários, depois da aplicação do pré-teste, ficaram de fácil entendimento e com a ajuda da internet para a aplicação dos mesmos pôde-se atingir um número maior de usuários, já que na aplicação face a face alguns usuários se recusavam a respondê-los.

Os questionários, antes de serem aplicados na população amostral representativa de usuários do ambiente construído, foram testados em um pequeno número de pessoas, visando garantir a confiabilidade dos resultados. O pré-teste é a base do questionário definitivo e é construído a partir dos objetivos da APO, entrevistas com pessoas chave e as observações do avaliador no decorrer das visitas exploratórias (ORSTEIN, 1992). A partir dele o questionário final foi aperfeiçoado com a criação de novas perguntas ou o melhoramento de perguntas já existentes com o intuito de eliminar as dúvidas que surgiram nas mesmas por parte dos usuários.

Com o levantamento dos dados realizado, partiu-se para a tabulação e análise dos mesmos. Com os resultados das observações foram criados mapas de uso da área estudada, as análises foram feitas a partir da maneira que as pessoas utilizavam as várias quadras da Área Verde. Já os resultados dos check-lists foram quantificados em uma tabela de checagem para, em seguida, gerar uma listagem quantitativa dos equipamentos presentes assim como suas condições de uso. Já as entrevistas foram tabuladas a partir da interpretação textual das respostas dos respondentes e utilizadas para uma avaliação da satisfação dos usuários, com isto foi possível entender como as pessoas que utilizam a área estudada e a compreende, suas opiniões sobre os aspectos físicos dos ambientes utilizados e os pontos positivos e negativos para a população.

Quanto aos questionários, estes foram tabulados e como resultado, criadas tabelas para a avaliação, por parte dos usuários, quantitativa dos aspectos físicos do objeto de estudo e também para uma análise da satisfação das pessoas que utilizam esse ambiente.

5. ESTUDO DE CASO: AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO

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