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Trata-se de um estudo documental, no qual será baseado na análise das provas produzidas pelos agricultores, na qualidade de segurados especiais, buscando-se avaliar, primeiramente, de forma objetiva e, posteriormente, com critérios mais subjetivos, a que valor os magistrados do Juizado Especial Federal do Ceará tem dado a essas provas ao proferir as sentenças em primeiro grau.

O intuito, a princípio, é verificar se existe um padrão nos casos de concessão de benefícios de aposentadoria por idade. É importante deixa claro que não se tem a pretensão de criar um método exato de concessão, uma vez que a subjetividade é de suma importância na análise dos casos concretos, por isso, a análise posterior de aspectos mais subjetivos das sentenças.

4.2.1 Local e período de pesquisa

O estudo foi realizado junto ao escritório de advocacia “OMP Advocacia Previdenciária”, durante um período de estágio de 01 de janeiro de 2013 até 01 de maio de 2014, acompanhando diariamente as sentenças proferidas em processos patrocinados por esse escritório durante esse período e avaliando os registros de processos anteriores a esse período.

4.2.2 A base de dados

A amostragem de dados foi extraída de processos de concessões de benefícios no Juizado Especial Federal do Ceará, cujos autores eram agricultores na condição de segurados especiais.

Visando a restringir o tema e delimitando o objeto de estudo, foram analisados apenas sentenças em primeiro grau de processos referentes a concessões de benefícios de aposentadoria por idade, uma vez que a comprovação do efetivo exercício do trabalho rural necessita de um período maior, em razão da carência exigida, podendo ser avaliado um tempo maior.

Os processos foram visualizados no dia 15 de maio de 2014, por meio do Sistema Creta, disponibilizado no site da Justiça Federal do Ceará. As informações mais gerais dos processos aqui estudados se encontram disponíveis de forma acessível a todos também no endereço http://www.jfce.jus.br/, na aba de busca processual.

4.2.3 O protocolo do estudo

No que concerne à base de dados, foram analisados 30 (trinta) processos. Esses foram divididos em 02 (dois) grupos, para que fossem analisados de forma individual e posteriormente em conjunto. A visualização dos dados obtidos se encontra disponível nas tabelas do Apêndice A e Apêndice B.

O Grupo 01 (Apêndice A) integra os processos de concessão de benefícios de aposentadoria por idade rural que haviam sido julgados procedentes em 1º Grau. Nesse grupo, foram analisados 10 (dez) processos.

O Grupo 02 (Apêndice B) integra os processos de concessão de benefícios de aposentadoria por idade rural que haviam sido julgados improcedentes em 1º Grau. Nesse grupo, foram analisados 20 (vinte) processos.

No que concerne ao quantitativo de processos analisados, deve-se mencionar que a quantidade maior do Grupo 02 se deve a maior proporção de processos com julgamentos improcedente em relação a processos com julgamentos procedentes.

A escolha desses processos seguiu os seguintes parâmetros qualitativos:

a) No grupo 01 (processos julgados procedentes), seus processos foram escolhidos de forma aleatória, dentre aqueles processos que já haviam transitado em julgado e com sentenças de primeiro grau proferidas entre o dia 01/01/2013 até o dia 01/05/2014. b) No grupo 02 (processos julgados improcedentes), os processos foram também

escolhidos de forma aleatória dentre os processos com sentenças proferidas entre 01/01/2013 até 01/05/2014.

Tal fato decorre da necessidade de buscar uma amostragem mais ampla, permitindo avaliar processos de diferentes varas federais, diferentes juízes, em diferentes períodos.

É importante se mencionar a dificuldade de se encontrar processos que tenham sido julgados procedentes, uma vez que a maior parte dos processos analisados que concediam os benefícios aos segurados especiais provinham de homologações de acordo, o que não serviriam ao presente estudo, uma vez que se busca avaliar os valores dos juízes diante das provas trazidas.

4.2.4 Da análise dos dados

A partir do estabelecimento dos grupos, buscou-se avaliar as sentenças por meio de 02 (dois) critérios: objetivos e subjetivos, dividindo a pesquisa em dois momentos.

No que concerne aos critérios objetivos, primeiramente, foi avaliado o Grupo 01, os quais continham julgamentos favoráveis. Nesse grupo, foram avaliados dois critérios objetivos nas sentenças: a) o número total de documentos que comprovam o exercício da atividade rural, os quais foram considerados pelos juízes nas sentenças e; b) o período de exercício da atividade que esses documentos cobriram, verificando se preencheram o tempo necessário de comprovação da atividade para a concessão do benefício requerido. Tais dados constam na planilha constante no Apêndice A.

Em um segundo momento, aplicou-se a mesma sistemática para o Grupo 02, buscando- se contabilizar os mesmos critérios e comparar os números obtidos com os parâmetros definidos no Grupo 01, fazendo um paralelo entre as sentenças favoráveis do Grupo 01 e as sentenças desfavoráveis no Grupo 02, em relação a tais critérios objetivos. Os dados colhidos do Grupo 02 constam na planilha disposta no Apêndice B deste trabalho.

A partir dos dados colhidos, em um segundo momento, buscou-se analisar as sentenças subjetivamente, englobando os dois grupos, permitindo que fosse feito um paralelo entre as decisões. Deu-se ênfase no papel do juiz na prolação das decisões, buscando compreender se efetivamente os Magistrados do Juizado Especial Federal do Ceará tem prolatado decisões homogêneas, que possuam um critério semelhante, bem como discutir alguns aspectos importantes nas concessões dos benefícios aqui tratados, mostrando suas semelhanças e suas divergências. Por último, tentou-se verificar até que ponto o livre convencimento vem sendo utilizado por esses julgadores.

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