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CAPÍTULO 2: RESULTADOS

2.1. Metodologias de Análise de Dados

Começou-se por comparar os grupos de estudantes de direito e medicina da Universidade de Lisboa, relativamente às caraterísticas de base principais e às escalas e dimensões em estudo, a nível descritivo (anexo 2). Construíram-se tabelas de cruzamento com frequências absolutas e percentagens por coluna para as variáveis qualitativas. Para as variáveis quantitativas apurou-se por grupo, estatísticas descritivas como a média, desvio-padrão, mediana, quartis, mínimo, máximo e N válido. Construíram-se

histogramas e diagramas de caixa e bigodes, para facilitar a visualização dos resultados (anexo 3). Embora cada grupo apresente apenas perto de 40 alunos, o presente capítulo será debatido essencialmente em termos de percentagens e de valores médios para mais facilmente comparar ambos os grupos.

Seguidamente, aplicaram-se testes de qui-quadrado de homogeneidade ou testes exatos de Fisher, de modo a analisar se os grupos de alunos de direito e medicina são homogéneos relativamente às diversas variáveis qualitativas em estudo (caraterísticas de base e escalas, subescalas ou dimensões recodificadas em classes). Complementarmente, calcularam-se os respetivos resíduos ajustados e estatísticas Phi, V de Cramer e coeficiente de contingência (anexo 4).

De modo a identificar diferenças estatisticamente significativas entre ambos os grupos para variáveis quantitativas (escalas, subescalas ou dimensões), aplicaram-se testes t de diferenças de valores médios para amostras independentes ou, caso não se verificassem as condições de aplicabilidade desses testes t (normalidade das variáveis quantitativas em cada grupo e homogeneidade de variâncias entre grupos), testes não- paramétricos de Mann-Withney (anexo 5). Complementarmente, analisaram-se os intervalos de confiança (a 95% de confiança) sobre a média e a mediana ou sobre a diferença de médias ou medianas (anexo 5), de modo a verificar se indicam o mesmo tipo de resultados que os identificados com os testes t e/ou Mann-Withney.

Separadamente para cada grupo, analisaram-se ainda as correlações entre escalas e dimensões, aplicando-se coeficientes de correlação de Pearson e/ou de Spearman, conforme o mais adequado, de acordo com os testes de normalidade aplicados (anexos 6 e 7).

A presente investigação tomou como valores de correlação de referência o valor de 0.6 por se tratar de uma amostra pequena. Contudo são analisados alguns casos que apresentaram valores de correlação a 1% ou 5% (teste bilateral) com coeficiente de correlação superior ou igual a 0.5 mas inferior a 0.6 / inferior ou igual a -0.5 mas superior a -0.6. Tal acontece dado o caráter exploratório da investigação, que justifica a consideração de valores de correlação mais baixos e, essencialmente, por se apresentarem como resultados que podem ser importantes para as conclusões do estudo e para a realização de estudos futuros.

Finalmente, aplicaram-se modelos de moderação estimados, separadamente para cada grupo, de modo a identificar o efeito da interação entre variáveis. Foram testados vários modelos em cada grupo, contudo, apenas serão debatidas as implicações de um dos modelos analisados, por ser o único onde foram identificados outputs mais relevantes para as conclusões do estudo. Tomou-se a variável moderadora recodificada em categorias e construiu-se gráficos de dispersão entre a variável dependente e a variável independente, separadamente para cada grupo de indivíduos. Os pontos do gráfico são identificados pela categoria da variável moderadora, tendo sido estimadas retas de ajustamento por cada categoria.

Os outputs gerados considerados mais importantes encontram-se em anexo, sendo selecionados alguns dos mais pertinentes e construídas algumas tabelas e gráficos de resumo da informação, expostos nos subcapítulos que se seguem.

Importa neste contexto prévio à descrição dos resultados obtidos na comparação sobre as escalas e correspondentes fatores/ dimensões/subdimensões, adiante detalhados na secção dos resultados obtidos sobre a amostra global e sobre cada um dos grupos de estudantes, referir algumas considerações sobre determinadas opções metodológicas:

TAS-20

Os resultados obtidos nas análises à TAS-20 são apresentados sob a forma de uma escala total (TAS-20 TOT) e três dimensões/fatores (F1-DIF; F2-DDF; F3-EOT).

Criou-se uma escala recodificada a partir dos valores obtidos no estudo de validação portuguesa. Foram criadas categorias a partir desses valores, tendo-se criado para a escala total as categorias: Alexitímico, Intermédio, e Não Alexitímico; e para cada dimensão/fator as categorias: Preservação do fator; Intermédio; e Prejuízo do fator.

BVAQ

Os resultados obtidos nas análises ao BVAQ são expressos sob a forma de uma escala total (BVAQ TOT), duas dimensões/componentes (componente cognitiva e

componente afetiva) e cinco subdimensões- três para a componente cognitiva (V; I; A) e duas para a componente afetiva (E; F).

Criou-se uma escala recodificada a partir dos valores obtidos no estudo de validação portuguesa. A partir desses valores de referência foram criadas três categorias para ambas as componentes/dimensões (cognitiva e afetiva): Preservação da dimensão; Intermédio; e Prejuízo da dimensão. Foram igualmente criadas categorias para cada subdimensão: Preservação da subdimensão; Intermédio; e Prejuízo da subdimensão. Foram ainda criadas três categorias para a escala total: Alexitímico; Intermédio; e Não Alexitímico.

PSS-10

Os resultados obtidos nas análises à PSS-10 são expressos sob a forma de uma escala global (PSS-10), não existindo dimensões/fatores.

Recodificou-se a escala global em duas categorias, obtidas de modo diferente para o género masculino e para o género feminino, com base no valor de corte estabelecido para a população portuguesa no estudo das propriedades psicométricas da escala: Perceção de stress normal; e Perceção de stress patológica.

IRI

Os resultados obtidos nas análises ao IRI são expressos sob a forma de uma escala global (IRI TOT), duas dimensões (dimensão cognitiva da empatia e dimensão afetiva da empatia) e quatro subdimensões- uma para a dimensão cognitiva (Tomada de Perspetiva) e três para a dimensão afetiva (Desconforto Pessoal, Fantasia e Preocupação Empática).

Criou-se uma escala recodificada a partir dos valores obtidos no estudo de validação portuguesa. A partir desses valores de referência foram criadas duas categorias para a escala total: valores menores ou iguais que a mediana (indiciativas de níveis de empatia mais baixos) e valores maiores que a mediana (indiciativas de níveis de empatia mais elevados). Para ambas as dimensões (cognitiva e afetiva) foram igualmente criadas as mesmas categorias: valores menores ou iguais que a mediana (indiciativas de maior prejuízo da dimensão) e valores maiores que a mediana (indiciativas de maior preservação da dimensão).

POMS

Os resultados obtidos nas análises ao POMS são expressos sob a forma de uma escala global (POMS TOT) e por seis dimensões (D; T; V; H; C; F). Existe ainda uma dimensão independente adicional- EDT.

Recodificou-se a escala a partir dos valores obtidos no estudo de validação portuguesa, obtidos de modo diferente para o género masculino e para o género feminino. A partir desses valores de referência foram criadas três categorias para a escala global: Humor Positivo; Intermédio; e Humor Negativo.

HADS

Os resultados obtidos nas análises à HADS são expressos sob a forma de duas dimensões (HADS A- Ansiedade; HADS D-Depressão).

Criou-se uma escala recodificada a partir dos valores obtidos no estudo de validação portuguesa. A partir desses valores de referência foram criadas duas categorias para cada dimensão: Presença de Caso; e Ausência de Caso.