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III.1. Descrição de Sondagens

Procurando reconhecer diferentes gerações de preenchimentos minerais realizou-se uma descrição detalhada (essencialmente orientada para estruturas frágeis e respectivos preenchimentos minerais) dos testemunhos das sondagens executadas pela EDM (Empresa de Desenvolvimento Mineiro, SA) durante o período entre Julho de 2017 e Julho de 2018. O trabalho foi desenvolvido entre 19 de Junho e 10 de Julho de 2018, no armazém da EDM localizado em Alagoa, em Góis. Somente 5 das 7 sondagens foram descritas (EG1701, EG1702, EG1703, EG1704, EG1805), visto que apenas essas se encontravam finalizadas no período em que a tarefa foi realizada.

III.2. Amostragem

A amostragem dos testemunhos de sondagem estudados7 procurou garantir a representatividade de todas

as gerações de preenchimentos minerais identificadas, relações de corte entre estruturas e outros aspectos particulares. Contudo, face à escassez de intersecções com estruturas filonianas, foram ainda amostrados 10 exemplares provenientes de uma colecção da mina de Escádia Grande arquivada no IST (sob responsabilidade do Prof. Manuel Francisco); estas amostras constituem-se como referências para o reconhecimento de características mineralógicas e texturais dos filões explorados no sistema em estudo. Subsequentemente produziram-se lâminas delgadas polidas de todas as amostras (Tabela III.1).

III.3. Levantamento Estrutural de Galerias

O levantamento estrutural incidiu essencialmente nos pisos 835 e 855, os únicos patamares actualmente acessíveis da mina de Escádia Grande. O trabalho foi desenvolvido no período compreendido entre 10 e 13 de Julho de 2018 e, subsequentemente, nos dias 17 e 18 de Outubro de 2018. A cartografia realizada por Carvalho (1988b), à escala de 1:100, foi utilizada como suporte, sendo especialmente útil em zonas com grandes capas de escorrência que dificultam sobremaneira a observação. Realizaram-se medições sistemáticas de estruturas frágeis, nomeadamente das que se relacionam directamente com os corpos filonianos potencialmente mineralizados. A totalidade do trabalho desenvolvido ao nível das galerias contou com o precioso auxílio da Drª Daniela Lobarinhas.

Nº de amostras Referência das amostras Nº de lâminas polidas

EG1701 2 EG-02; EG-13 2

EG1702 4 EG-01; EG-07; EG-08; EG-09 4

EG1703 8 EG-03; EG-06; EG-10; EG-11;

EG-19; EG-20; EG-21; EG-22 12

EG1704 2 EG-04; EG-23 3

EG1805 7 EG-05; EG-12; EG-14; EG-15;

EG-16; EG-17; EG-18 7

EG1807 1 EG-24 2 10 EG_REF1; EG_REF2; EG_REF3; EG_REF4; EG_REF5; EG_REF6; EG_REF7; EG_REF8; EG_REF9; EG_REF10 10 34 40 Te ste m u n h o s d e S o n d a g e m IST

Tabela III.1 – Amostras colhidas a partir de testemunhos de sondagem e do arquivo do IST, com respectivas referências e

III. Metodologias

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Terminado o trabalho de campo e de classificação de sondagens, todas as etapas subsequentes foram desenvolvidas nas instalações do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências de Lisboa.

III.4. Processamento Laboratorial

Após o registo fotográfico de todas as amostras, procedeu-se à produção de taliscas8, seleccionando

cuidadosamente secções-chave. O corte das amostras foi realizado com serra diamantada, obtendo-se taliscas com dimensão adequada para serem coladas em placas de vidro despolido (4.7x2.7 mm). Depois de colar a superfície de interesse na superfície de vidro, as taliscas foram novamente cortadas (garantindo uma espessura próxima 0.5 mm) e, finalmente, desgastadas e polidas até atingir 30 μm de espessura. Para as 34 amostras colhidas, produziram-se 40 lâminas polidas. Por vezes, texturas complexas envolvendo minerais com durezas contrastantes impediram a obtenção do polimento ideal.

III.5. Análise Petrográfica

Esta fase do trabalho incluiu a caracterização microscópica em luz transmitida e reflectida, pormenorizada e individual de todas as lâminas polidas produzidas, e decorreu no período entre Setembro de 2018 e Janeiro de 2019. O estudo petrográfico incidiu essencialmente na organização cronológica de preenchimentos hidrotermais, dando especial atenção aos arranjos microestruturais denunciadores da deformação acomodada pelos agregados de quartzo, e na identificação de fases acessórias, detalhando preenchimentos e arranjos texturais correlacionáveis com o evento mineralizante.

III.6. Química Mineral

O estudo de química mineral foi realizado com auxílio do equipamento JEOL JXA 8200 (microssonda electrónica). Este modelo inclui um espectrómetro de dispersão de energia (EDS), quatro espectrómetros de dispersão de comprimento de onda (WDS), um detector de electrões secundários, um detector de electrões retrofundidos e seis cristais analisadores (2LIF, LIFH, 2PET, PETH, TAP, LDE2). Das 40 lâminas, seleccionaram-se 12 representativas de todas as gerações de preenchimentos minerais para análises pontuais de química mineral. As lâminas foram cobertas com uma fina camada de carbono (20 nm) e as análises pontuais foram realizadas sob as seguintes condições analíticas: diâmetro de feixe (5 μm), corrente de emissão de 2.5 × 108 A, potencial de aceleração igual a 15 kV e 20 s como tempo de

contagem. Esta etapa procurou investigar a variação composicional das diferentes fases minerais constituintes dos diferentes preenchimentos, atribuindo particular destaque às gerações associadas ao evento mineralizante principal. Os padrões analíticos utilizados e os limites de detecção (de cada geração para todas as fases minerais) constam dos Anexos 4 e 5, respectivamente.

III.7. Litogeoquímica

Esta componente do trabalho teve como objectivo investigar a possibilidade de discriminar domínios potencialmente mineralizados através de associações geoquímicas específicas. Para tal utilizou-se o banco de dados de litogeoquímica coligido pela EDM ao longo do período entre Maio e Agosto de 2018, o qual inclui 298 amostras de testemunhos de sondagem.

III.8. Projecção Espacial

A projecção espacial das estruturas frágeis foi realizada à escala dos pisos 835 e 855, com o auxílio do

software “Target”, com vista a compreender o arranjo estrutural envolvido no controlo da mineralização.

A projecção espacial de teores em diversos elementos foi executada para a galeria do piso 8559, através

da ferramenta “ArcGis”, de modo a perceber qual a correlação espacial entre teores mais elevados e estruturas frágeis potencialmente mineralizadas.

8 Este procedimento não foi aplicado para as amostras provenientes do IST, visto que apenas foram amostradas taliscas dos

exemplares disponíveis.

9 Banco de dados de litogeoquímica resulta de uma campanha de amostragem (em canal) realizada nas galerias e acessos dos

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