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Metodologias/Estratégias de Ensino: uma análise teórico-metodológica

3. CONTEÚDOS DE ENSINO

3.1 Metodologias/Estratégias de Ensino: uma análise teórico-metodológica

O trabalho com educação escolar é considerado como sendo um sistema de instrução e ensino com intenção de ser chegar a um fim ou finalidade, através de práticas sistematizadas e organizadas, objetivando a assimilação de conhecimentos e experiências acumuladas. Para tanto esse trabalho deve ser desenvolvido adotando metodologias específicas.

Consideramos as metodologias como o estudo dos métodos, os passos a serem seguidos para se chegar a um determinado fim, ou seja, a explicação desses passos para se desenvolver o processo de ensino aprendizagem. O docente por sua vez é o articulador, nesse processo ele direciona a aprendizagem de forma organizada, deixando de lado o autoritarismo que perdurou durante muito tempo nas escolas.

Hoje o professor é mediador de conhecimentos e para tanto ele deve organizar seu trabalho adotando metodologias de ensino inovadoras, com o intuito de fazer com que o discente aprenda os conteúdos que lhes foram repassados, atribuindo-lhes significados para sua vida. Segundo os PCNs:

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Desde as primeiras etapas da escolaridade, o ensino da Geografia pode e deve ter como objetivo mostrar ao aluno que cidadania é também o sentimento de pertencer a uma realidade na qual as relações entre a

sociedade e a natureza formam um todo integrado — constantemente em

transformação — do qual ele faz parte e, portanto, precisa conhecer e sentir- se como membro participante, afetivamente ligado, responsável e comprometido historicamente. (BRASIL, 2007, P. 76).

O professor dos anos iniciais, portanto, deve repensar a sua prática e aperfeiçoá-la nessa perspectiva, utilizando metodologias que permitam o aluno pensar, assim vamos ao encontro do que relata Cavalcanti (2013, p.144), quando discute sobre o significado dos conhecimentos.

O que se quer alcançar e a capacidade de o aluno conseguir dar significado aos conhecimentos, construindo o seu entendimento e se apropriando das ferramentas intelectuais que lhe permitam entender o mundo da vida em que está vivendo.

Dessa forma, deve-se levar o aluno a questionar sua própria realidade buscando alternativas para melhorar o seu meio. Só assim eles poderão desenvolver a capacidade de identificar, pensar e interrogar sobre diferentes aspectos da realidade, e posteriormente vão compreendendo a relação sociedade-natureza.

Segundo o PCN de Geografia:

Essas práticas envolvem procedimentos de problematização, observação, registro, descrição, documentação, representação e pesquisa dos fenômenos sociais, culturais ou naturais que compõem a paisagem e o espaço geográfico, na busca e formulação de hipóteses e explicações das relações, permanências e transformações que aí se encontram em interação. (BRASIL, 2007, P. 77).

Portanto esses procedimentos devem ser oportunizados através das metodologias de ensino adotadas, que devem oportunizar que o aluno construa

35 conceitos geográficos a partir da sua própria realidade, seja através de observações in loco ou de análise de vídeos ou imagens.

Nesse contexto, quando interrogamos o professor 2 sobre sua prática ao trabalhar os conteúdos de geografia, o mesmo respondeu que:

Adota metodologias que levem o aluno observar a sua realidade segundo o mesmo: por se tratar de um conteúdo que pode facilmente ser relacionado com o dia a dia das crianças, busco trabalhar com observações pelo bairro, rodas de conversas, vídeos, exposições de mapas e imagens. (sic).

A fala do professor retrata o que nos fala o PCN de Geografia (2007, P. 77) “a paisagem local, o espaço vivido pelos alunos deve ser o objeto de estudo ao longo dos dois primeiros ciclos”. Ou seja, o aluno deve aprender as primeiras noções de geografia observando aspectos da sua realidade.

Ainda segundo o PCN de Geografia:

Na escola, assim, fotos comuns, fotos aéreas, filmes, gravuras e vídeos também podem ser utilizados como fontes de informação e de leitura do espaço e da paisagem. É preciso que o professor analise as imagens na sua totalidade e procure contextualizá-las em seu processo de produção: por

quem foram feitas, quando, com que finalidade, etc. (BRASIL, 2007, P. 78).

O contexto novamente em foco, pois mesmo se tratando de imagens que não são da realidade do aluno o professor poderá levá-lo a viajar no tempo e sentir-se pertencente àquele local, buscar as origens da sua existência através das imagens.

O professor 4 relatou que procura utilizar metodologias de acordo com os recursos que tem acesso, e que os alunos também. O mesmo acredita que a disciplina Geografia precisa de recursos, de dados atualizados, pois é uma matéria bastante difícil em certos assuntos para o entendimento do nosso aluno. Talvez seja necessário

36 até uma reformulação nos próprios conteúdos ministrados. Essa é uma preocupação presente nos PCNs de geografia:

No que se refere ao ensino fundamental, é importante considerar quais são as categorias da Geografia mais adequadas para os alunos em relação à sua faixa etária, ao momento da escolaridade em que se encontram e às capacidades que se espera que eles desenvolvam. Embora o espaço geográfico deva ser o objeto central de estudo, as categorias paisagem, território e lugar devem também ser abordadas, principalmente nos ciclos iniciais, quando se mostram mais acessíveis aos alunos, tendo em vista suas características cognitivas e afetivas. (BRASIL, 2007, P. 75).

Dessa forma os conteúdos e metodologias abordadas devem ser pensados e repensados considerando o contexto do aluno, que é um ser em desenvolvimento, oportunizando meios para que o discente compreenda a Geografia. Com relação às estratégias metodológicas, o trabalho com mapas é um dos que podem trabalhar os conteúdos em sala de aula. Sobre isso professor 1 diz que:

Inicia esse trabalho com imagens da realidade do aluno, através da observação e desenho do seu quarto, da casa, da própria sala de aula, dessa forma o aluno vai adquirindo as primeiras noções cartográficas. (Sic).

Essas noções diferem em parte do PCN de Geografia ao salientar que:

As formas mais usuais de se trabalhar com a linguagem cartográfica na escola são por meio de situações nas quais os alunos têm de colorir mapas, copiá-los, escrever os nomes de rios ou cidades, memorizar as informações neles representadas. Mas esse tratamento não garante que eles construam os conhecimentos necessários, tanto para ler mapas como para representar o espaço geográfico. (...) A escola deve criar oportunidades para que os alunos construam conhecimentos sobre essa linguagem nos dois sentidos:

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como pessoas que representam e codificam o espaço e como leitores das informações expressas por ela. (BRASIL, 2007, p. 79).

Dessa forma, o trabalho cartográfico utilizando mapas deve ser introduzido na escola, através de sequências didáticas criadas a partir de livros de literatura infantil, que despertem o interesse pela observação e criação de desenhos que façam parte das vivências desse aluno, de modo que aguce o interesse e a criatividade de representar a sua própria realidade. Posteriormente pode-se partir para as descrições mais complexas.

O professor 1 está utilizando metodologias que fazem com que os alunos criem seus próprios símbolos e construam seu próprio conhecimento, essa sim é uma das formas corretas de oportunizar as crianças codificarem e decodificarem os seus espaços.

Já o professor 5 procura trabalhar os conteúdos de geografias a partir da leitura de textos bases, relacionando os assuntos tratados nos livros didáticos com a vida do aluno, demonstrando na prática como certos assuntos podem fazer parte da vida dos mesmos, isso sempre que possível.

Esse professor 5 está realizando um trabalho adotando metodologias interdisciplinares, partindo de um tema ou assunto gerador para se chegar a um fim. Segundo o PCN de geografia:

Geografia, ao pretender o estudo dos lugares, suas paisagens e território, tem buscado um trabalho interdisciplinar, lançando mão de outras fontes de informação. Mesmo na escola, a relação da Geografia com a Literatura, por exemplo, tem sido redescoberta, proporcionando um trabalho que provoca interesse e curiosidade sobre a leitura do espaço e da paisagem. É possível aprender Geografia desde os primeiros ciclos do ensino fundamental pela leitura de autores brasileiros consagrados — Jorge Amado, Érico Veríssimo,

Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, entre outros — cujas obras retratam

diferentes paisagens do Brasil, em seus aspectos sociais, culturais e naturais. Também as produções musicais, a fotografia e até mesmo o cinema são

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fontes que podem ser utilizadas por professores e alunos para obter informações, comparar, perguntar e inspirar-se para interpretar as paisagens e construir conhecimentos sobre o espaço geográfico. (BRASIL, 2007, p.78).

Seguindo essa linha de pensamento, salienta-se que a disciplina geografia esta interligada com outras áreas do conhecimento e não pode ser transmitida isoladamente, pois não podemos estudar o espaço sem fazer a análise das pessoas que lá vivem seu percurso histórico, sua identidade cultural, entre outros aspectos.

Nessa perspectiva o trabalho com os conteúdos da geografia vai ser tornar prazeroso e abarcar outras áreas do conhecimento, interligando assuntos que antes eram tratados de forma isolada e fragmentada. O trabalho com texto é importante mesmo para alunos em processo de alfabetização, desde as leituras deleites até mesmo propor que os alunos registrem por escrito, individual ou coletivamente, as observações realizadas. Dessa forma o aluno vai realizando seus primeiros registros através da linguagem escrita.

4. CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM E

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