• Nenhum resultado encontrado

A começar pelo conceito da mobilidade em si, temos que:

“Habilidade de movimentar-se, em decorrência de condições físicas e econômicas. (…) A mobilidade é um atributo associado às pessoas e aos bens, corresponde às diferentes respostas dadas por indivíduos e agentes econômicos às suas necessidades de deslocamento, consideradas as dimensões do espaço urbano e a complexidade das atividades nele desenvolvidas.” (VASCONCELOS, Eduardo A., 1996, apud MCIDADES, 2007)(p. 19).

Já o conceito da Mobilidade Urbana:

“É um atributo das cidades e se refere à facilidade de deslocamentos de pessoas e bens no espaço urbano. Tais deslocamentos são feitos através de veículos, vias e toda a infra-estrutura (vias, calçadas, etc.) que possibilitam esse ir e vir cotidiano. (...) É o resultado da interação entre os deslocamentos de pessoas e bens com a cidade. (...)” (MCIDADES, 2007) (p.19).

Enquanto isso, a Sustentabilidade, adequada no conceito de mobilidade urbana, dá-se por:

“A sustentabilidade, para a mobilidade urbana, é uma extensão do conceito utilizado na área ambiental, dada pela “capacidade de fazer as viagens

necessárias para a realização de seus direitos básicos de cidadão, com o menor gasto de energia possível e menor impacto no meio ambiente, tornando-a ecologicamente sustentável”.” (BOARETO, 2003 apud MCIDADES, 2007)(p. 19).

Atualmente, na discussão social sobre aspectos ambientais e de sustentabilidade, a questão dos transportes vem sendo alvo de destaque. Diversos tratados, convenções e declarações internacionais, como a Agenda 21, a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, as Conferências das nações Unidas sobre Assentamentos Humanos (UN-Habitat), entre outros, vêm cobrando enfoque em alternativas menos poluentes e mais sustentáveis neste setor para que se cause menos impactos ambientais associados à mobilidade urbana, para que haja mais investimentos com esses objetivos. Assim discute Miranda (2010, apud MCIDADES, 2015):

Mesmo que os conceitos e formas de avaliação sobre o desenvolvimento sustentável das cidades sejam imprecisos e ainda requeiram muita discussão, sua aplicação à mobilidade urbana tem ganhado força, assumindo, como objetivo final, que todas as pessoas tenham acesso a bens e serviços de maneira eficiente, fazendo-o da forma menos impactante possível ao meio ambiente.(p. 95)

Desta forma, o fator sustentabilidade tende a adicionar novas perspectivas na área da mobilidade, transformando a forma como esta trabalha com a realidade e a realização de seus objetivos, adotando critérios antes desconsiderados. Assim como é mostrado na tabela a seguir:

Tabela 1 – Diferenças entre a Mobilidade Sustentável e a Gestão Tradicional

Aspectos Mobilidade – VisãoTradicional Mobilidade Sustentável –Visão Atual

Definição/Atribuições de

um sistema de transporte Viabilizar o fluxo deveículos motorizados.

Deve assegurar, junto com o planejamento do uso do solo, o acesso a bens e serviços eficientemente a todos, com diversidade modal e protegendo o meio ambiente e a saúde humana.

Modelos

considerados/priorizados

Principalmente os modos motorizados, vistos como melhores porque mais rápidos.

Todos os modos, com atenção especial aos não motorizados. Cada modo cumpre uma função na cidade.

Indicadores comuns VKT,Volume/Capacidade. Também: consumo de espaço viário,emissões de poluentes (eficiência

energética).

Benefícios ao consumidor

considerados Maximizar(motorizados). viagens

Maximizar possibilidade de escolha modal, tendo em vista a eficiência energética.

Consideração do uso do solo

Indutor de uma ocupação do solo dispersa, usos do solo separados, pensamento geralmente dissociado do planejamento de uso do solo.

Pensamento integrado, indutor de adensamento populacional e compacidade, usos mistos.

Estratégias de melhorias favorecidas

Melhoria de vias e aumento da oferta de estacionamento.

Diversificação da oferta modal e ampliação de modos mais eficientes no uso do espaço urbano.

Fonte: MCIDADES (2007).

5.2.1 Índice de Mobilidade Urbana Sustentável

O IMUS foi criado a fim de auxiliar o diagnóstico e o aprimoramento dinâmico e interativo da mobilidade na sociedade, com uma maneira fácil de visualizar a situação dessa característica nos municípios.

A autora deste índice, Dr.ª Marcela Costa (2008), em uma série de Workshops pelas regiões brasileiras e por outros países, conversando com diversos gestores, inclusive de grandes centros brasileiros, dos maiores investimentos em estrutura de mobilidade, e com autores e pesquisadores internacionais do tema, estipulou, com um longo estudo, o método, caracterizando e esclarecendo cada um de seus fatores de acordo com a disposição dos pontos mais importantes na questão universal da mobilidade urbana sustentável.

O índice é composto por nove domínios, subdivididos em 37 temas, e, estes, em 87 indicadores. O resultado do índice é um valor entre zero e um, adimensional. Os valores dos temas e indicadores também são dados na mesma escala.

Com a discussão e consulta de especialistas, cada um destes indicadores teve um peso ponderado em relação ao valor final do indicador, de acordo com os níveis de importância observados na visão destes temas pelo Brasil e pelo mundo.

Finalmente, o IMUS foi desenvolvido de forma a se constituir em uma ferramenta bastante simples e de fácil aplicação pelas Prefeituras Municipais, não exigindo nenhum sistema computacional robusto nem conhecimentos matemáticos mais complexos para sua aplicação. (COSTA, 2007, pág. 12).

5.2.2 Outros Projetos do IMUS em Sinop-MT

Neste contexto, é importante destacar que para outros domínios do IMUS, foram empreendidos anteriormente a este trabalho, outros projetos de pesquisa utilizando esta metodologia de Costa para analisar fatores diferentes da mobilidade urbana em Sinop-MT sob a ótica da sustentabilidade, dentro da instituição UNEMAT. São eles:

Índice de Mobilidade Urbana Sustentável (IMUS) Para Os Sistemas de Transporte Urbano em Sinop-MT (2014), de Cristiano Roberto Nilsson Soares;

Índice de Mobilidade Urbana Sustentável (IMUS) Para O Domínio Planejamento Integrado em Sinop-MT (2015), de Paulo Ferreira;

Índice de Mobilidade Urbana Sustentável (IMUS) Para A Infraestrutura de Transportes, Tráfego E Circulação Urbana Em Sinop-MT (2014), de Waniel Aparecido Félix Coutinho;

Índice de Mobilidade Urbana Sustentável (IMUS) Para Os Aspectos Ambientais E Modos Não-Motorizados Em Sinop-MT (2014), de Lucas João Boter Ferraz ;

Documentos relacionados