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2.4 Síntese da logística do transporte de açúcar para exportação no Estado de São Paulo

2.4.1 Modal Rodoviário

O modal de transporte rodoviário é o mais utilizado para a exportação de açúcar do Estado de São Paulo. De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT (2012), as rodovias paulistas são consideras como ótimas e boas.

Há importantes rodovias no Estado de São Paulo para o escoamento das exportações de açúcar, com destaque paras as rodovias: Anhanguera (SP-330), a rodovia dos Bandeirantes (SP-348) e a rodovia Fernão Dias (BR-381), a rodovia Castelo Branco (SP-280). Também é importante destacar as Rodovias Anchieta (SP 150) e a rodovia Imigrantes (SP 160) que é a principal ligação entre o interior paulista ao Porto de Santos. A Figura 7 ilustra as principais rodovias do Estado de São Paulo, destacando as principais rotas utilizadas para a movimentação de açúcar.

Figura 7 - Principais rodovias do Estado de São Paulo, com destaque para as rotas de movimentação de açúcar para exportação

Fonte: SETCESP (2013)

Segundo Setten (2010), entre os motivos pelo maior uso das rodovias, destaca-se a relação existente entre os preços do transporte rodoviário e ferroviário. As concessionárias ferroviárias se baseiam nos fretes rodoviários para determinar seu preço, fazendo com que a diferença técnica (diferença entre o valor cobrado no modal ferroviário em comparação ao preço do modal rodoviário, que em geral corresponde a 30%, se reduza para 10%), o que acarreta preços não competitivos, sobretudo para os pequenos grupos produtores que detêm baixo poder de negociação. Outros fatores apontados pelo autor são: o elevado custo de investimentos em vagões e terminais de transbordo, os tipos de contratos, a flexibilidade do modal rodoviário e a concorrência do transporte com outras commodities.

Quando se considera o transporte de açúcar rodoviário é necessário entender como é realizado o transporte da carga, as características dos veículos de transportes, os agentes envolvidos na comercialização e o tipo de contrato do mercado de fretes.

Em relação ao tipo de embalagem utilizada para o transporte do açúcar os principais utilizados são:

• Saca solta: Refere-se à saca com capacidade de 50 kg, que atualmente é pouca usada para o mercado externo, uma vez que necessita de grande mão-de-obra para a carga e a descarga;

Big Bag: Tem capacidade para 1.200 kg de açúcar, sendo utilizado sobretudo para

demandas específicas de indústrias. Atualmente esse tipo de embalagem vem perdendo espaço no mercado;

• Granel: É a modalidade mais utilizada para o mercado externo, devido à sua maior eficiência e agilidade no processo de carga e descarga, uma vez que se trata de carga solta. Em geral, é o frete mais caro se comparado aos dois anteriores.

Outro fator importante quando se considera a precificação do mercado de fretes rodoviários do açúcar é o tipo de equipamento de transporte utilizado para o escoamento da carga. Os dois principais veículos de transporte no escoamento do açúcar para exportação são:

• Graneleiro: São caminhões com capacidade, em geral, de 28 toneladas. São caracterizados por não possuírem caçamba móvel, sendo assim necessário o uso de tombadores para efetuar sua descarga nos portos de destino. Há atualmente graneleiros com capacidade de 40 e 60 toneladas, denominados respectivamente de bitrens e rodotrens.

• Basculantes: São caminhões com a mesma especificação dos graneleiros, entretanto possuem um sistema hidráulico, o qual permite a movimentação da caçamba, agilizando assim a descarga nos portos de destino. Há no mercado caminhões basculantes com capacidade de 36,5 toneladas e 48 toneladas.

A Figura 8 ilustra os equipamentos de transportes utilizados para movimentação rodoviária do açúcar.

Figura 8 - Equipamentos de transporte rodoviário do açúcar

Fonte: ESALQ-LOG (2013)

De acordo com a classificação do ESALQ-LOG (2013), os principais agentes responsáveis pela oferta dos serviços de transportes no mercado de fretes rodoviários do açúcar são:

• Autônomos: São pessoas físicas proprietárias do próprio caminhão que prestam serviços para as tradings e para as usinas. Atualmente, o mais comum é a prestação de serviços dos autônomos via empresas captadoras;

• Captadoras: Geralmente não possuem equipamentos de transporte próprios, sendo sua prestação de serviços a usinas e tradings através de contratação de motoristas autônomos. Assim, as captadoras fazem intermediação entre os demandantes de serviços de transporte e os ofertantes, sendo sua remuneração precificada através desses serviços prestados.

• Mistas: São empresas que possuem frota própria. Entretanto, na época de pico da safra, contratam autônomos via empresas captadoras. Geralmente possuem poucos veículos.

• Frotistas: São empresas que detêm equipamentos de transporte. No geral, são grandes empresas, representando a categoria mais demandada no ramo de

transporte do mercado de açúcar, operando normalmente com contratos de longo prazo, garantindo assim segurança e qualidade nos serviços prestados.

Os principais demandantes dos serviços de transporte no mercado de açúcar são:

• Usinas independentes: São responsáveis pela própria comercialização da sua produção.

Grupos de comercialização: São formados por grandes grupos (incluindo tradings) ou cooperativas, com o intuito de facilitar a comercialização de seus produtos (maior competitividade, poder de barganha etc.).

Considerando o processo de negociação entre ofertantes e demandantes do serviço de transportes, as duas principais modalidades presentes no mercado são:

• Contratos: Normalmente seus valores são fixos durante toda a safra. Atualmente, é o tipo de modalidade predominante no mercado, uma vez que garante uma

segurança para ambas as partes envolvidas no processo de negociação do mercado de fretes de açúcar.

Spot: São acordos realizados no momento da movimentação, podendo assim sofrer

influência dos mais diversos fatores de mercado. Geralmente tem grande influência dos agentes captadores que intermediam a negociação entre os autônomos e os demandantes de serviços de transporte.