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O Modelo de Aceitação da Tecnologia e outras teorias sobre a adopção de tecnologias

Theory) e o Cruzar do Abismo

Figura 20 – Categoria de adopção para a inovação de Moore e Rogers

2.7.2 O Modelo de Aceitação da Tecnologia e outras teorias sobre a adopção de tecnologias

A Teoria da Acção Reflectida (TRA – Theory of Reasoned Action) foi desenvolvida por Fishbein e Ajzen (1975). De acordo com o TRA, o desempenho de uma pessoa de um comportamento especifico é determinado pela sua Intenção Comportamental (Behavioral Intention). A Intenção Comportamental é determinada conjuntamente pela Atitude Face ao Comportamento (Attitude Toward Behavior) da pessoa e pela Norma Subjectiva (Subjective Norm) sobre o comportamento em questão (Figura 22) (Fishbein & Ajzen, 1975).

A Intenção Comportamental é uma medida da força da nossa intenção de realizar um comportamento específico. É definida como sentimentos positivos ou negativos de um indivíduo sobre a realização de um comportamento. A Norma Subjectiva refere-se à percepção da maioria das pessoas que são importantes para ela, achando que ela deve ou não realizar o comportamento em questão (Fishbein & Ajzen, 1975).

A Atitude Face ao Comportamento é determinada pelas suas crenças (Beliefs) sobre as consequências de executar o comportamento multiplicado pelas suas avaliações (Evaluations) dessas consequências. As Normas Subjectivas são determinadas pelas

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Crenças Normativas (Normative Beliefs) de um indivíduo e pela sua motivação para dar cumprimento (Motivation to Comply) às normas (Fishbein & Ajzen, 1975).

Figura 22 – Teoria da Acção Reflectida - TRA, adaptado de (Davis, et al., 1989)

Expandindo a Teoria da Acção Reflectida, Ajzen (1991) acrescentou a característica Comportamento Controlado Percebido (Perceived Behavorial Control). Esta teoria é designada por Teoria do Comportamento Planeado (TPB – Theory of Planned Behavior). O TRA foi criticado por omitir a importância dos factores sociais que na vida real poderiam ser um factor determinante para o comportamento individual (Ajzen, 1991). Os factores sociais significa todas as influências do meio envolvente do indivíduo, que podem influenciar o comportamento individual (Ajzen, 1991). Para superar a fraqueza da Teoria da Acção Reflectida, Ajzen (1991) propôs um factor adicional na determinação do comportamento individual (Figura 23), que é o Comportamento Controlado Percebido. O comportamento controlado percebido é uma percepção individual sobre a facilidade com que um comportamento específico é executado (Ajzen, 1991). O comportamento controlado percebido pode influenciar indirectamente o comportamento actual.

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Figura 23 – Teoria do Comportamento Planeado - TPB, adaptado de (Ajzen, 1991)

Um outro modelo é o Modelo de Aceitação da Tecnologia (TAM – Technology Acceptance Model), apresentado por (Davis, et al., 1989) (Figura 24). Este modelo sugere que a Intenção Comportamental de Uso (Behavioral Intention to Use) é influenciada pela Utilização Percebida (Perceived Usefulness) e pelas Atitudes Face ao Uso (Attitude Towards Use) .

A Utilização Percebida é definida como a percepção de um utilizador ao adoptar uma determinada tecnologia: se irá aumentar a eficiência do seu trabalho. (Davis, et al., 1989). Atitudes Face ao Uso define-se como avaliação positiva ou negativa de um utilizador ao operar com a tecnologia (Davis, et al., 1989).

As Atitudes Face ao Uso são influenciadas pela Facilidade de Utilização (Perceived Ease of Use) e pela utilização percebida. A Facilidade de Utilização é definida como a percepção dos utilizadores sobre o quanto é fácil de utilizar uma tecnologia específica (Davis, et al., 1989). Segundo o TAM, a Utilidade Percebida é influenciada também pela Facilidade de Utilização percebida, porque, quanto mais fácil é a utilização do sistema mais utilidade poderá o sistema ter (Davis, et al., 1989).

O TAM teoriza que as variáveis externas (por exemplo, as características do sistema, processo de desenvolvimento, formação), são mediadores da Utilização Percebida e da Facilidade de Utilização (Davis, et al., 1989).

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Figura 24 – Modelo de Aceitação da Tecnologia – TAM, adaptado de (Davis, et al., 1989)

Venkatesh e Davis (2000), apresentaram uma extensão ao Modelo de Aceitação da Tecnologia – TAM2 (Figura 25). Neste modelo, designado por TAM2 (Technology Acceptande Model II), são acrescentadas variáveis que permitem explicar a Utilidade Percebida e as Intenções de Uso (Intention to Use), através de duas novas características: Processos de Influência Social (Social Influence Processes) e Processos Instrumentais Cognitivos (Cognitive Instrumental Processes). (Venkatesh & Davis, 2000).

A Norma Subjectiva, consistente com a definição da teoria da acção reflectida (Davis, et al., 1989), refere-se à percepção da maioria das pessoas que são importantes para ele, achando que ele deve ou não realizar o comportamento em questão.

A Relevância para Trabalho (Job Relevance) refere-se à percepção de um indivíduo, tendo em consideração o grau em que a inovação é aplicável para o seu trabalho (Venkatesh & Davis, 2000).

A Qualidade dos Resultados (Output Results) refere-se à percepção de um indivíduo acerca da qualidade das tarefas do sistema (Venkatesh & Davis, 2000).

A Demonstrabilidade de Resultados (Result Demonstrability) é definida como o grau em que os benefícios e a utilidade de uma inovação são aparentemente apresentados ao potencial utilizador (Moore & Benbasat, 1991).

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A Imagem (Image) representa o grau em que a utilização de uma inovação melhora a imagem ou o status perante uma organização (Moore & Benbasat, 1991).

Por fim, a Voluntariedade (Voluntariness) que representa o grau em que a utilização de uma inovação é percebida como sendo voluntária (Moore & Benbasat, 1991).

Figura 25 – Extensão ao Modelo de Aceitação da Tecnologia – TAM2, adaptado de (Venkatesh & Davis, 2000)

Venkatesh et al. (2003) desenvolveram uma teoria derivada de 8 modelos sobre o processo de difusão de inovações (Figura 26). Esta, designada por Teoria Unificada de Aceitação e Utilização de Tecnologia (UTAUT - Unified Theory of Acceptance and Use of Technology), pressupõe que os factores Expectativa de Desempenho (Performance Expectancy), Expectativa de Esforço (Effort Expectancy) e Influência Social (Social Influence) influenciam a Intenção Comportamental de uma tecnologia e o factor Condições Facilitadores (Facilitating Conditions) e a Intenção Comportamental (Behavioral Intention) influenciam o Comportamento de Uso (Use Behavior). As variáveis Género (Gender), Idade (Age), Experiência (Experience) e Voluntariedade de Utilização (Voluntariness of Use) são mediadores de efeitos das variáveis anteriores (Venkatesh, et al., 2003).

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A Expectativa de Desempenho é definida como o grau em que um indivíduo acredita que a utilização do sistema irá ajudá-lo a alcançar ganhos de desempenho no trabalho (Venkatesh, et al., 2003).

A Expectativa de Esforço é definida como o grau de facilidade associada ao uso do sistema (Venkatesh, et al., 2003).

A Influência Social é definida como o grau em que um indivíduo percebe que outras pessoas importantes acreditam que ele ou ela deve usar o novo sistema (Venkatesh, et al., 2003).

As Condições Facilitadoras são definidas como o grau em que um indivíduo acredita que uma infra-estrutura organizacional e técnica existe para apoiar o uso do sistema (Venkatesh, et al., 2003).

Figura 26 – Teoria Unificada de Aceitação e Utilização de Tecnologia - UTAUT, adaptado de (Venkatesh, et al., 2003)

Um outro modelo, designado por as características percebidas de inovar (PCI - Perceived Characteristics of Innovating), desenvolvido por Moore e Benbasat (1991), estenderam o conjunto de características propostas por Rogers (2003). As características

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de inovação introduzidas por Moore e Benbasat (1991) consistem em oito precedentes que permitem prever a intenção de adopção da tecnologia (Moore & Benbasat, 1991). Como já foi referido, Rogers (2003) identificou cinco características para qualquer decisão de adopção: Vantagem Relativa (Relative Advantage); Compatibilidade (Compatibility); Testabilidade (Trialability); Observabilidade (Observability) e Complexidade (Complexity).

O modelo das características percebidas de inovar utiliza três características do modelo de Rogers: Vantagem Relativa, Compatibilidade e Testabilidade. Moore e Benbasat (1991) substituíram a característica Complexidade por Facilidade de Uso, em que a Facilidade de Uso significa o grau em que uma inovação é fácil de aprender e de utilizar (Moore & Benbasat, 1991). As características Visibilidade e Demonstrabilidade dos Resultados substituíram a variável Observabilidade (Plouffe, et al., 2001). A Visibilidade é o grau em que uma inovação é visível durante a sua difusão perante uma comunidade (Plouffe, et al., 2001). A Demonstrabilidade dos Resultados é definida como o grau em que os benefícios e a utilidade de uma inovação é aparentemente apresentada ao potencial adoptante. Moore e Benbasat (1991) definiram, ainda, mais duas características: a Imagem e a Voluntariedade. A Imagem representa o grau em que uma utilização de uma inovação melhora a imagem ou o status perante uma organização (Moore & Benbasat, 1991). Por fim, a voluntariedade, que representa o grau em que a utilização de uma inovação é percebida como sendo voluntária (Moore & Benbasat, 1991). Com isto, o modelo PCI incorpora 8 características: Vantagem Relativa, Facilidade de Uso, Compatibilidade, Testabilidade, Visibilidade, Imagem, Demonstrabilidade dos Resultados e Voluntariedade (Fishbein & Ajzen, 1975).

A tabela seguinte (Tabela 6) lista as teorias de adopção de tecnologias referidas anteriormente:

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Tabela 5 – Quadro resumo das teorias de adopção de tecnologias

Nome Designação em Inglês Referência

Teoria da Difusão da Inovação DOI – Diffusion of Innovation Theory (Rogers, 2003)

Teoria da Acção Reflectida TRA – Theory of Reasoned Action) (Fishbein & Ajzen, 1975)

Teoria do Comportamento Planeado TPB – Theory of Planned Behavior (Ajzen, 1991)

Modelo de Aceitação da Tecnologia TAM – Technology Acceptance Model (Davis, et al., 1989)

Extensão ao Modelo de Aceitação da Tecnologia

TAM2 - Technology Acceptande Model II (Venkatesh & Davis, 2000)

Teoria Unificada de Aceitação e Utilização de Tecnologia

UTAUT - Unified Theory of Acceptance and Use of Technology

(Venkatesh, et al., 2003)

2.8. Sumário

Neste capítulo foram apresentados os ambientes associados à aprendizagem, tais como: Ambientes Naturais de Ensino, Ambientes Colaborativos, Ambientes Tecnológicos, Ambientes Tecnológicos Colaborativos e Ambientes Tecnológicos Móveis.

Ainda neste capítulo foram descritas várias teorias sobre a adopção de tecnologias, tais como: Teoria da Acção Reflectida, Teoria do Comportamento Planeado, Modelo de Aceitação da Tecnologia, Extensão ao Modelo de Aceitação da Tecnologia e, Teoria Unificada de Aceitação e Utilização de Tecnologia, dando especial atenção à Teoria da Difusão da Inovação de Rogers.

CAPÍTULO III - FERRAMENTAS COLABORATIVAS ONLINE: DA ANÁLISE DE