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I I.5- Concepções dos alunos em temas curriculares de Geologia

B- Actividades práticas que exigem conhecimentos do campo magnético terrestre

7- Modelo de análise utilizado

Atendendo a que os dados recolhidos correspondem a respostas elaboradas pelos alunos a perguntas abertas e apenas a duas questões de escolha múltipla, seleccionou- se a técnica de análise de conteúdo proposta por Erickson (1979, 1980). Este modelo teórico foi considerado o mais adequado para a identificação das concepções alternativas dos alunos sobre o tema em estudo. porque consiste na construção de inventários conceptuais e de categorias de resposta,

A identificação das ideias comuns que terão estado na base da explicitação das respostas dadas obedece a um critério que pode ser descrito em quatro fases:

? leitura cuidadosa da totalidade das respostas, visando uma primeira identificação dos segmentos de informação;

? selecção dos segmentos de informação que constituem tentativas de resposta; ? listagem dos segmentos seleccionados utilizando, tanto quanto possível, uma linguagem próxima da utilizada pelos alunos;

? construção das categorias ou tipos de resposta (CR) por um processo inferencial.

A construção das categorias de resposta é um processo indutivo que tem como base os dados extraídos das respostas obtidas pelo instrumento de recolha de dados, não correspondendo, portanto, a respostas únicas, mas sim a uma interpretação das ideias dos inquiridos.

Descreve-se, de seguida, os procedimentos adoptados na aplicação desta técnica, para cada uma das questões abertas que compunham o questionário.

Iniciou-se a análise de conteúdo pela organização das respostas dos alunos em grupos designados por categorias de resposta (CR), de acordo com a ideia que elas transmitiam. A distribuição dos dados em CR implicou uma leitura cuidada das respostas e foi realizada de acordo com a hipótese de trabalho, o objectivo da questão e a ideia que se supunha ser a aceite pelo aluno para explicar o fenómeno descrito na questão. Por vezes, a especificidade das respostas implicou a construção de sub-categorias para distinguir respostas muito próximas.

Para cada questão e para cada CR, ou sub-categoria, utilizou-se sempre o mesmo procedimento, o mesmo critério de codificação, para que houvesse coerência na aplicação da técnica de análise de dados.

subjacentes, foram elaborados, para cada CR, os respectivos descritivos das categorias que incluem extractos, considerados relevantes, das respostas dos alunos. Os questionários foram codificados da seguinte forma: A.#, “A” de aluno e o # representa o número sequencial do questionário. Assim, os resultados obtidos correspondem à classificação das ideias dos alunos, sobre o tema em estudo, inferidas das suas respostas ao questionário. Para exemplificar este procedimento apresenta-se uma das categorias de resposta elaborada para a questão 1.1 da questão A:

CR1 – Local pretendido

Dentre as respostas incluídas nesta CR transcrevem-se as seguintes que servem de exemplo: Informa onde nós estamos (A.42);

A bússola serve de ajuda para nos guiar em várias direcções (A.291);

Estas respostas apresentam uma visão muito vaga do tipo de informação fornecido pela agulha magnética porque não especificam o local para onde esta se direcciona e parecem admitir que a consulta da bússola permite, de um modo directo, localizar o local onde nos encontramos ou o local para onde pretendemos ir.

Em todas as respostas incluídas nesta CR os alunos parecem ter a ideia de que a agulha magnética constitui um instrumento de orientação de fácil consulta porque indica o local procurado pelo utilizador, não sendo necessário elaborar qualquer inferência.

A ordem pela qual são apresentadas as CR é aleatória e portanto não traduz qualquer afastamento ou aproximação à resposta cientificamente correcta.

É frequente encontrar, em questões diferentes, as mesmas respostas, ou seja, há CR que se repetem em cada uma das questões. Indicam-se, em seguida, a sua designação e os critérios utilizados na sua construção:

? outras, incluem-se as respostas que traduzem ideias isoladas;

? não resposta, incluem-se as situações em que não houve qualquer tipo de resposta;

? “não sei”, incluem respostas em que os alunos manifestam desconhecer o assunto ou respondem “não sei”;

? não fundamentadas, incluem respostas em que os alunos manifestam uma opinião mas não apresentam qualquer justificação ou fazem-no de modo a não ser possível integrar em nenhuma das CR.

A aplicação da técnica de análise termina com a análise das diferentes CR construídas, para cada uma das questões, assim como os respectivos descritivos. Em seguida,

inferiram-se as ideias dos alunos que lhes permitiram apresentar as explicações incluídas em cada uma das CR e para cada uma das questões.

As diferentes CR construídas para cada questão e a sua descrição, bem como a análise efectuada para cada questão e a análise geral dos resultados para cada um dos sub- temas abordados, são apresentadas no capítulo 4.

De referir, ainda, que a validação do processo de construção das CR e da análise dos resultados obtidos foi feita por um investigador em Didáctica da Geologia.

Capítulo 4

1- Introdução

Neste capítulo apresentam-se e discutem-se as categorias de respostas (CR) construídas e os resultados obtidos, após aplicação da técnica de análise, proposta por Erickson (1979,1980), para as respostas dos alunos às questões abertas contidas no questionário. Indicam-se ainda, para cada uma das questões, o grupo a que pertence, a resposta considerada cientificamente correcta, a hipótese de trabalho subjacente e a categoria de resposta diagnosticada.

São apresentados, em cada CR, extractos das respostas dadas pelos alunos e uma descrição, o mais próximo possível da realidade, do conteúdo das respostas incluídas em cada categoria.

O resultado da análise de cada uma das questões é apresentado sob a forma de uma Tabela seguida por um resumo das principais ideias diagnosticadas.

No final do capítulo faz-se referência às principais concepções alternativas identificadas.