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3. SISTEMA ROSA

3.4 Modelo de Dados ROSA

O modelo de dados ROSA foi gerado com a intenção de encontrar um modelo que melhor represente as instâncias geradas a partir do ROSA. Este está baseado na semântica do modelo RDF, e permite representar dado e metadado indistintamente, fornecendo suporte a esquemas e utilizando como linguagem padrão o XML. O RDF define como estrutura principal do seu modelo o conceito de declaração. Esta é a forma utilizada para definir associações entre recursos na Web, onde um recurso (qualquer objeto identificado por uma

URI- unified resource identification) é ligado a um outro recurso ou objeto através de um

predicado [Porto, Moura, Fernandez et al., 2003].

Desta forma, no modelo ROSA, associações são expressas através de predicados nos moldes do RDF. Estes relacionam LOs segundo uma semântica particular. A participação de LOs em predicados é capturada no Modelo de Dados através de declarações formando triplas

T(sujeito, predicado, <objeto>). Nas declarações, sujeito e objetos são objetos do tipo Recurso Complexo, sendo este uma unidade básica do Modelo de onde derivam as demais

estruturas: Objetos de Aprendizagem (LO) e Relacionamentos. LOs representam os objetos de interesse do Domínio de EAD, enquanto Relacionamentos provêem estruturas de composição para LOs. A FIG. 3.4 apresenta o modelo de dados ROSA.

Este modelo corresponde à última versão e sua descrição detalhada encontra-se em [Coutinho, 2004] e [Coutinho e Porto, 2004]. Como pode-se observar, ele está expresso num diagrama de classes UML. A classe Recurso Complexo provê uma representação comum para LOs e relacionamentos. A classe LO especializa a classe Recurso Complexo e possui os atributos: atributosLOM e CBN. O atributosLOM armazena o subconjunto de atributos do padrão IEEE-LOM adotado pelo ROSA, juntamente com um atributo que identifica unicamente o LO. O CBN (Contexto de Busca Navegacional) é um atributo que armazena as informações geradas pela busca navegacional. Essas informações correspondem a uma espécie de histórico da busca, contendo todos os caminhos pelos quais o LO foi encontrado. A classe LO é especializada em duas subclasses: LO Lógico e LO Físico. LO Lógico representa a parte conceitual do objeto de aprendizagem e a classe LO Físico representa a parte física do objeto de aprendizagem. Como visto ma seção 3.3, ambos LOs lógicos e físicos possuem um conjunto comum de atributos advindos do padrão IEEE-LOM, contudo, os atributos de cunho pedagógico são pertinentes apenas aos LOs lógicos, enquanto que os atributos técnicos (formato, tamanho, etc.) dizem a respeito apenas aos LOs físicos. Somente os LOs lógicos participam das associações semânticas.

A classe Relacionamento representa os predicados existentes no sistema. Suas instâncias são classificadas de acordo com um tipo de relacionamento (representado no modelo como

Tipo Relacionamento). Um Tipo Relacionamento define as propriedades de equivalência

comuns aos Relacionamentos daquele tipo. As propriedades de equivalência podem ser:

reflexiva, simétrica e transitiva.

A classe Coleção é especializada em classes que representam os possíveis tipos de coleções. Assim, Coleção é uma classe que representa a semântica dos tipos de coleções de forma genérica. As classes Sacola e Conjunto incluem atributos que identificam a cardinalidade mínima e máxima. Esses atributos introduzem restrições sobre as coleções, determinando o número máximo (cardinalidade máxima) e mínimo (cardinalidade mínima) de elementos que podem ser extraídos da coleção.

Uma associação parte sempre de um único LO (o sujeito) chegando (por meio de um predicado) a uma coleção de LOs (o objeto). Sendo assim, o sujeito da declaração ROSA será sempre uma instância da classe LO Lógico, enquanto o restante da declaração pode ser enxergado numa instância de Relacionamento Coleção. Essa instância está associada a uma instância da classe Relacionamento a qual representa o predicado da declaração ROSA, e de forma similar também está associada a uma instância de Coleção que representa o tipo de

Coleção Interna representando o objeto da declaração. A classe Coleção Interna, por sua vez, representa para o modelo ROSA uma estrutura básica, de maneira análoga à tupla para o

modelo relacional, com o objetivo de auxiliar na implementação da operação de junção entre LOs na álgebra ROSA, implementada pela máquina de execução de consultas ROSA [Coutinho, 2004], discutida na seção 4.3.2.3.2 .

É importante ressaltar que esta versão do modelo de dados ROSA é uma evolução do modelo inicialmente desenvolvido [Porto, Moura, Fernandez et al., 2003], que tinha como principal foco o processamento de suas triplas (sujeito, predicado, objeto). Sendo assim, alguns pontos abordados não estão presentes no ROSA implementado, a exemplo das diferenças semânticas impostas pelos tipos de coleções.

3.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este capítulo apresentou os pontos mais importantes a respeito do sistema ROSA, permitindo seu entendimento pelos leitores desta dissertação. Contudo, o sistema ROSA é muito mais extenso e complexo. Possui funcionalidades mais avançadas que abrangem toda a parte gerencial de dados, e vão desde a criação de mapas conceituais até a exportação dos mesmos.

Quanto a sua implementação, utiliza a tecnologia Servlet [Servlet] e faz uso da linguagem de programação JAVA [JAVA], com a qual implementa as regras de negócio, e das linguagens JSP [JSP], JavaScript [JavaScript ] e HTML [HTML].

Embora não possua um esquema conceitual, o ROSA faz uso do seu modelo de dados para garantir que as instâncias estejam sintaticamente corretas. Entretanto, este pode ser um ponto negativo na construção do ROSA - P2P, principalmente durante a integração de dados, onde esquemas conceituais devem ser utilizados para o entendimento sintático dos dados existentes nas diversas bases participantes. Esta questão será discutida em detalhes quando da definição da estratégia de integração de dados do ROSA - P2P.

Diversos trabalhos foram desenvolvidos com base no sistema ROSA. Estes permitem que o ROSA torne-se um sistema cada vez mais robusto, evoluindo em consonância com a tendência das tecnologias atuais, como é o caso do ROSA - P2P. Dentre estes, pode-se citar a representação e acesso aos LOs através de topic maps [Fernandez, 2004] e uma abordagem baseada em lógica para representação e busca de LOs [Costa, 2005].

O sistema ROSA encontra-se atualmente disponível para testes no seguinte endereço eletrônico: www.des.ime.eb/~Rosa.