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CAPÍTULO IV DA VALIDAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE PESQUISA, À

4.2 Modelo de Equações Estruturais

4.2.3 Modelo Estrutural:

O modelo estrutural avalia as inter-relações entre os construtos do modelo (variáveis latentes), baseado nas hipóteses levantadas pela pesquisa, indicando a magnitude dessa relação bem como a tendência e significância da mesma.

Esta seção trata da descrição dos resultados obtidos para o modelo estrutural proposto. A Tabela 28, descrita a seguir apresenta o modelo estrutural estimado, com os coeficientes e sua significância estimada através de simulações bootstrap.

Tabela 28: Modelo Estrutural Estimado.

Relação Coeficiente Estatística T P-valor

Compromisso->Cooperação 0,141 1,287 0,198 Compromisso->Desempenho Financeiro 0,272 1,689 0,091 Compromisso->Satisfação Econômica 0,139 0,885 0,376 Confiança->Cooperação 0,100 0,835 0,404 Confiança->Desempenho Financeiro 0,178 1,472 0,141 Confiança->Satisfação Econômica 0,269 1,731 0,083 Cooperação->Desempenho Financeiro 0,312 2,451 0,014 Cooperação->Satisfação Econômica 0,373 2,673 0,008 Dependência->Cooperação 0,034 0,397 0,691 Dependência->Desempenho Financeiro 0,021 0,171 0,864 Dependência->Satisfação Econômica -0,035 0,275 0,783 Poder Coercitivo->Cooperação 0,118 1,196 0,232

Poder Coercitivo->Desempenho Financeiro -0,196 1,987 0,047 Poder Coercitivo->Satisfação Econômica -0,148 1,162 0,245 Poder Não Coercitivo->Cooperação 0,418 3,377 0,001 Poder Não Coercitivo->Desempenho Financeiro -0,291 2,527 0,012 Poder Não Coercitivo->Satisfação Econômica -0,086 0,588 0,556 Fonte: Dados da pesquisa, resultados obtidos pelo software SmartPLS.

A partir da análise da Tabela 28 é possível observar que o poder coercitivo influência de forma significativa no desempenho financeiro, o poder não coercitivo influência de forma significativa na cooperação e no desempenho financeiro e a cooperação influência de forma significativa no desempenho financeiro e na satisfação econômica, de acordo com a probabilidade de significância obtida a partir do teste t de significância dos coeficientes, que apresentou valores menores que 0,05.

O poder coercitivo influencia negativamente o desempenho financeiro, no sentido de que quanto maior a nota atribuída ao poder, pior é o desempenho financeiro percebido pelos entrevistados (Coef = - 0,196).

Já o poder não coercitivo influência de forma significativa e direta a cooperação, no sentido de que quanto maior é o poder não coercitivo, maior é a cooperação (Coef. = 0,418). Por outro lado, o poder não coercitivo influência de forma significativa e inversa no desempenho financeiro, ou seja, segundo a percepção dos entrevistados, quanto maior é o poder não coercitivo, menor é o desempenho financeiro (Coef. = -0,291).

A cooperação influência de forma direta e significativa o desempenho financeiro e a na satisfação econômica, ou seja, na percepção dos entrevistados, quanto maior é a cooperação, maior é o desempenho financeiro e maior é a satisfação econômica.

A seguir são apresentadas as medidas de qualidade do modelo estimado, através da Tabela 29, que descreve a Variância Média Extraída (AVE), o coeficiente de determinação estimado para cada um dos construtos do modelo além da confiabilidade composta para cada um dos construtos.

Tabela 29: Medidas de Qualidade do Modelo Estrutural.

Construtos AVE R2 Conf. Composta

Compromisso 0,552 - 0,880 Confiança 0,689 - 0,939 Cooperação 0,593 0,355 0,910 Dependência 0,683 - 0,896 DesempenhoFinanceiro 0,898 0,298 0,972 PoderCoercitivo 0,692 - 0,900 PoderNãoCoercitivo 0,649 - 0,916 SatisfaçãoEconômica 0,607 0,334 0,902 Média 0,670 0,329 0,469

Fonte: Dados da pesquisa, resultados obtidos pelo software SmartPLS.

A validade convergente é avaliada através da variância média extraída (AVE) que é uma medida de qualidade do modelo de mensuração, mostrando quanto as variáveis manifestas explicam os construtos. Todos os construtos são explicados em níveis satisfatórios, acima de 0,5 indicando que mais de 50% da variabilidade destas características é explicada pelas suas respectivas questões manifestas.

Com relação à validade convergente não foram observados problemas tendo em vista que todos os itens utilizados para medir as variáveis latentes apresentam cargas fatoriais elevadas e significativas.

Para avaliar a confiabilidade das escalas do modelo estrutural, utilizou-se a confiabilidade composta, tendo em vista as críticas relacionadas ao uso do Alfa de Crombach quando se testa construtos dentro de um modelo estrutural (Brown, 2006; Vehkalahtin, Puntanen, Tarkkonen, 2006; Chin, 1998, p. 320). Assim, recomenda-se o uso da confiabilidade composta do construto, que também considera como aceitáveis níveis acima de 0,7. A partir da análise da Tabela 29 pode-se perceber que todos os construtos estudados apresentam confiabilidade satisfatória, com índices acima de 0,85.

A validade discriminante foi verificada pela comparação das cargas fatoriais de cada indicador com sua variável latente e com as outras variáveis latentes, verificando

que em geral esta é maior para a variável latente se comparada aos demais construtos, comprovando a validade discriminante do modelo estrutural.

A modelagem de equações estruturais PLS, que não otimiza a função global, diferentemente da modelagem em equações estruturais baseadas em covariâncias (Lisrel, por exemplo), não existindo, portanto, índices de validação global do modelo como o Qui-quadrado nos modelos Lisrel (Tenenhaus, Amato, Vinzi, 2004; Tenenhaus, Vinzi, Chatelin, Lauro, 2005).

Assim, Tenenhuaus, Amato e Vinzi (2004) propõem um índice de adequação do modelo (Goodness of Fit, GoF), que é média geométrica entre o R2 médio (adequação do modelo estrutural) e a AVE média (adequação do modelo de mensuração).

Para o modelo, o GoF foi de 0,469, sendo interpretado como se fosse um coeficiente de determinação (R2) geral, que considera tanto a adequação do modelo de mensuração, como a do modelo estrutural. Assim, o modelo global é capaz de explicar 47% das relações do modelo de mensuração e do modelo estrutural.

Este número pode parecer baixo, mas tendo em vista a complexidade das variáveis envolvidas e a significância do modelo este índice indica que o modelo obtido é satisfatório.

A partir da análise da Tabela 29 é possível entender a capacidade explicativa do modelo estrutural, através do coeficiente de determinação, R2. Com relação aos coeficientes de determinação, o modelo estrutural foi capaz de explicar 35,5% da variabilidade da Cooperação, 33% da variabilidade da satisfação econômica e 30% da variabilidade do desempenho financeiro.

A Tabela 30, descrita a seguir apresenta um resumo com a resposta às hipóteses levantadas pela pesquisa a partir dos resultados obtidos com o modelo de equações estruturais.

Tabela 30: Sumário dos Resultados Obtidos a Partir do Modelo de Equações Estruturais.

Hipótese Relação Avaliada Coef. P-valor Decisão

H1a A confiança está positivamente relacionada com a cooperação; 0,100 0,404 Rejeita H1b O compromisso está positivamente relacionado com a cooperação; 0,141 0,198 Rejeita H1c A dependência está positivamente relacionada com a cooperação; 0,034 0,691 Rejeita H1d O poder coercitivo está negativamente relacionado com a cooperação; 0,118 0,232 Rejeita H1e O poder não coercitivo está positivamente relacionado com a cooperação; 0,418 0,001 Não Rejeita H2 A cooperação está positivamente relacionada com o desempenho financeiro; 0,312 0,014 Não Rejeita H3 A cooperação está positivamente relacionada com a satisfação econômica; 0,373 0,008 Não Rejeita H4a A confiança está positivamente relacionada com o desempenho financeiro; 0,178 0,141 Rejeita H4b O compromisso está positivamente relacionado com o desempenho financeiro; 0,272 0,091 Rejeita H4c A dependência está positivamente relacionada com o desempenho financeiro; 0,021 0,864 Rejeita H4d O poder coercitivo está negativamente relacionado com o desempenho financeiro; -0,196 0,047 Não Rejeita H4e O poder não coercitivo está positivamente relacionado com o desempenho financeiro; -0,291 0,012 Não Rejeita H5a A confiança está positivamente relacionada com a satisfação econômica; 0,269 0,083 Rejeita H5b O compromisso está positivamente relacionado com a satisfação econômica; 0,139 0,376 Rejeita H5c A dependência está positivamente relacionada com a satisfação econômica; -0,035 0,783 Rejeita H5d O poder coercitivo está negativamente relacionado com a satisfação econômica; -0,148 0,245 Rejeita H5e O poder não coercitivo está positivamente relacionado com a satisfação econômica; -0,086 0,556 Rejeita

A partir da análise da Tabela 30 é possível concluir que dentre todas as hipóteses levantadas, as hipóteses H1e, H2, H3, H4d e H4e não foram rejeitadas.

Os resultados referentes a todas as hipóteses testadas, que se mostraram significativas ou não de acordo com as tabelas 25 e 27, estão resumidos no diagrama abaixo (Figura 13):

Figura 13: Resumo das relações do modelo estimado e dos resultados obtidos Desempenho Financeiro Satisfação Econômica H2 (p=0,014) H3 (p=0,008) Poder Coercitivo (d) Poder Não Coercitivo (e) Confiança (a) Compromisso (b) Dependência (c) Cooperação Práticas de Relacionamentos H4a (p=0,141) H4b (p=0,091) H4c (p=0,864) H4d (p=0,047) H4e (p=0,012) H1a (p=0,404) H1b (p=0,198) H1c (p=0,691) H1d (p=0,232) H1e (p=0,001) H5a (p=0,083) H5b (p=0,376) H5c (p=0,783) H5d (p=0,245) H5e (p=0,556)