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MODELO NEURAL TREINADO A PARTIR DA PROPOSTA PARA EXPRESSAR A INCERTEZA DA INFERÊNCIA

R constante universal dos gases; [J.K 1 mol 1 ];

6 ESTUDO DE CASO

6.4 MODELO NEURAL TREINADO A PARTIR DA PROPOSTA PARA EXPRESSAR A INCERTEZA DA INFERÊNCIA

Pode-se dizer que, quando se dispõe de um conjunto de treinamen- to bem selecionado, a utilização do MMC para propagar as distribui- ções, no treinamento e no uso do modelo neural, se mostra metrologi- camente mais adequada que o método bootstrap no que concerne ex- pressar a I-If. Isso ocorre porque a propagação das distribuições é capaz de considerar IM do conjunto de treinamento e também durante o uso do modelo neural. No entanto, quando se dispõe de poucos dados para a aprendizagem das RNA, ou quando esses dados não são bem seleciona- dos, o conjunto de treinamento pode ser incompleto.

O erro gerado por essa incompletude é considerado pelo método

as distribuições, apresentado no item 5.3 e aplicado no item 6.3 deste estudo de caso, não realiza essa reamostragem. Para contornar esse pro- blema foi proposto no item 5.4 um método capaz de considerar, além das incertezas dos dados de medições, também a incompletude do con- junto de treinamento através da reamostragem bootstrap. Assim, espera- se que todas as fontes de erros, que podem ser significativas em proces- sos metrológicos que fazem uso de RNA, sejam consideradas na avalia- ção da I-If, como exemplificado pela tabela 19 para este estudo de caso.

TABELA 19: FONTES DE ERROS CONSIDERADAS ATRAVÉS PROPOSTA APRESENTADA PARA EXPRESSAR A INCERTEZA DA INFERÊNCIA DO MODELO NEURAL

erro aleatório erro sistemático não compensado dados de medições

treinamento da RNA capacidade elevação

(mbar/s) considera considera

potência elétrica

(W) considera considera

temperatura do

compressor (OC) considera considera

capacidade de

refrigeração (W) considera considera

uso da RNA

capacidade elevação

(mbar/s) considera considera

potência elétrica

(W) considera considera

temperatura do

compressor (OC) considera considera

aprendizagem

processo de otimização considera não se aplica incompletude dos dados

de treinamento não se aplica considera

Este item manteve as mesmas condições apresentadas anterior- mente nos itens 6.2 e 6.3. Assim, foram utilizados os mesmos 49 com- pressores tidos como base de conhecimento no processo de treinamento. Foi treinado um comitê com 1000 RNA a partir do método proposto, foram realizadas 1000 SMMCU e os valores obtidos para I-If foram apresentados para um nível de confiança de 95%. Os resultados encon- trados para os 12 compressores de teste são apresentados pela tabela 20

e a figura 32 compara, de modo gráfico, os resultados obtidos em labo- ratório com as inferências obtidas na linha de produção.

TABELA 20: RESPOSTA DO MODELO NEURAL TREINADO A PARTIR DO MÉTODO PROPOSTO PARA ESTIMAR A INCERTEZA DA INFERÊNCIA

compressor

comitê 1000 RNA

(W)

I-If (W) I-If % difer. %

1 197 ±11 ±5,7 +0,8 2 202 ±12 ±6,2 +3,2 3 197,1 ±8,0 ±4,1 -0,3 4 201 ±14 ±7,2 +2,1 5 239 ±14 ±5,7 -0,1 6 234 ±14 ±5,8 -3,3 7 233 ±12 ±5,2 +0,9 8 237 ±13 ±5,4 +1,5 9 234 ±12 ±5,2 +1,1 10 233 ±17 ±7,6 +0,2 11 273 ±21 ±7,7 -0,5 12 278 ±26 ±9,4 +0,9

FIGURA 32: COMPARATIVO ENTRE OS RESULTADOS DE LABORATÓRIO E LINHA DE PRODUÇÃO

As indicações encontradas para a capacidade de refrigeração fo- ram similares as obtidas anteriormente para os métodos bootstrap e MMC, diferenciando essencialmente nos valores encontrados para a I-If. Para o método proposto, os valores para a incerteza foram maiores que nos método anteriores, o que já era esperado, dado que ele é uma com- binação de ambos os métodos (bootstrap e MMC para propagação das distribuições) e considera assim uma quantidade maior de fontes de erros que podem afetar o resultado do modelo neural.

Os dados do lote de compressores também foram reprocessados u- tilizando o modelo neural treinado neste item. Os valores de inferência podem ser observados através da tabela 21 e da figura 3336.

TABELA 21: COMPARATIVO ENTRE O RESULTADO DO TEL E OBTIDO ATRAVÉS DA INFERÊNCIA

Comparativo dos resultados da capacidade de refrigeração para o lote média dos resultados do

lote de TEL (W) 235,7

média dos resultados do

comitê com 103 RNA (W) 233,6 difer.

% -0,9

IC % ±3,6 I-If % ±6,5

desvio padrão % 0,9 desvio padrão % 2,2

FIGURA 33: GRÁFICO DOS RESULTADOS DAS INFERÊNCIAS DAS CAPACIDADES DE REFRIGERAÇÃO PARA O LOTE

Comparando-se os resultados obtidos neste item, com aqueles a- presentados nos itens 6.2 e 6.3, os valores para a inferência foram muito semelhantes, diferenciando-se de modo mais significativos nos valores encontrados para a I-If. Até este ponto do estudo de caso, foram obtidos

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No gráfico a linha central representa a média do TEL e as linhas paralelas representam a dispersão para essa média através de 3 desvios padrões para mais e para menos.

resultados semelhantes inclusive para o problema dos compressores ensaiados com temperaturas abaixo dos 35oC.

Por fim, esta análise mostrou os resultados da aplicação da propos- ta apresentada no item 5.4 no contexto deste estudo de caso. A partir dela pode-se concluir que o modelo neural obtido foi capaz de apresen- tar resultados médios muito próximos daqueles apresentados pelo méto- do bootstrap, o que possibilita dizer que, em relação à indicação da inferência, a proposta é tão válida quanto esse tradicional método. Em relação aos valores obtidos para a I-If, a proposta apresentou valores maiores que os IC obtidos pelo método bootstrap. Porém, esses valores de incerteza para a inferência podem ser tidos como metrologicamente mais confiáveis, pois, consideram a IM de todas as medições envolvidas no processo de inferência, o que os métodos encontrados na literatura para estimar IC em RNA não fazem. No entanto, como apresentado, o modelo não pode ser utilizado para estimar o valor da capacidade de refrigeração em 100% das peças produzidas. Nesse sentido dois cami- nhos são válidos: um excluir compressores com temperaturas abaixo de 35oC, dado que poucas são as peças ensaiadas nessas temperaturas, o que ainda assim já seria considerado um ganho expressivo quando com- parado ao atual meio de controle da qualidade; outro seria compensar os efeitos oriundos da variação da temperatura dos ensaio na linha e bus- car, então, alcançar ensaios em 100% das peças produzidas. Este último caminho é apresentado no item a seguir.

6.5 MODELO NEURAL ARTIFICIAL CONSIDERANDO AS