5.2. ANÁLISE DOS RESULTADOS DE ACORDO COM OS OBJETIVOS
5.2.2. Modernidade organizacional
Com relação à modernidade organizacional, o objetivo específico formulado é
identificar o grau de importância das práticas de modernidade organizacional, adotadas pelas
empresas reconhecidas pelo Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP), através
do Prêmio Qualidade RS (18ª edição – ano 2013 e 19ª edição – ano 2014).
Tabela 12 – Análise descritiva das questões que avaliam as práticas de modernidade organizacional, no geral Práticas de Modernidade Organizacional Mínimo Máximo Medidas descritivas Média Desvio Padrão Questão 34: a empresa encoraja a iniciativa e
responsabilidade individual 0 10 6,58 2,262
Questão 35: a empresa estimula que as pessoas estejam em contínuo processo de aprendizagem, no
seu dia adia de trabalho 1 10 7,05 2,156
Questão 36: a empresa estimula ideias novas e
criativas 0 10 6,48 2,760
Questão 37: a empresa estimula que as pessoas
realizem suas atividades, buscando se superar 0 10 6,66 2,371
Questão 38: os processos de tomada de decisão são
participativos e transparentes 0 10 5,98 2,403
Questão 39: a empresa favorece a autonomia para
tomar decisões 1 10 6,14 2,544
Questão 40: a empresa conta com sistemas de gestão participativos que estimulam a iniciativa e ação das pessoas
1 10 6,45 2,312
Questão 41: a estratégia, missão, os objetivos e as
metas da empresa são claramente definidos 0 10 7,65 1,878
Questão 42: de modo geral, os empregados sabem o que devem fazer para colaborar com os objetivos da
empresa 0 10 7,09 2,304
Questão 43: as políticas e práticas da empresa estimulam que as pessoas estejam sempre bem
informadas e atualizadas 0 10 7,21 2,012
Questão 44: a empresa é fortemente orientada para
resultados 1 10 7,24 2,070
Fonte: Dados da pesquisa, saída do SPSS.
A partir da análise descritiva das questões que avaliam a modernidade
organizacional, no geral, verifica-se que a maior média é apresentada na questão 41: a
estratégia, missão, os objetivos e as metas da empresa são claramente definidos. Apresenta
7,65 pontos de um total de 10. Em seguida, vem a questão 44: a empresa é fortemente
orientada para resultados, com 7,24 pontos de média. A questão 43: as políticas e práticas da
empresa estimulam que as pessoas estejam sempre bem-informadas e atualizadas, apresenta
uma média de 7,21. A pergunta de número 42: de modo geral, os empregados sabem o que
devem fazer para colaborar com os objetivos da empresa, está com média de 7,09 e, por fim, a
questão 35: a empresa estimula que as pessoas estejam em contínuo processo de
aprendizagem, no seu dia a dia de trabalho, aparece com 7,05 pontos de média.
Assim, é possível identificar as práticas de modernidade organizacional com maior
destaque nesta análise, por ordem decrescente:
–
estratégia, missão, objetivos e metas da empresa claramente definidos;
–empresa fortemente orientada para resultados;
–
políticas e práticas da empresa estimulam que as pessoas estejam sempre bem-
informadas e atualizadas;
–
empregados sabem o que devem fazer para colaborar com os objetivos da empresa;
–
empresa estimula que as pessoas estejam em contínuo processo de aprendizagem.
Eboli (1996) descreve os indicadores de modernidade, que caracterizam a sociedade
moderna, consubstanciados nas dimensões cultural, política, social, administrativa, econômica
e tecnológica das organizações. A dimensão social trata do encorajamento da integração
social; do estímulo à participação das pessoas nos processos organizacionais; do
favorecimento das pessoas que se mantêm informadas e que atingem seus objetivos materiais
e psicológicos.
De acordo com Eboli (1996), a modernidade organizacional é impulsionada por
fatores (1) que valorizem a iniciativa, a responsabilidade e a liberdade; (2) que estimulem um
clima interno que favorece mudanças, inovação e aprendizagem; (3) que conduzam a um
regime democrático e a um processo decisório descentralizado; (4) que estimulem a
autonomia, a iniciativa de ação e de decisão; (5) que encorajem a interação social e a
participação das pessoas nos processos organizacionais; (6) que favoreçam um nível de
informação de tal forma que as pessoas atinjam seus objetivos materiais ou psicológicos; (7)
que conduzam à formulação clara da missão, dos objetivos, das estratégias e metas
organizacionais; (8) que induzam à adoção de tecnologias, políticas e práticas que promovam
a tomada de risco, a criatividade, a eficácia e o desempenho das pessoas; (9) que instiguem à
subordinação dos objetivos econômicos aos objetivos sociais e princípios éticos; (10) que
induzam ao uso da tecnologia, para favorecer a interação entre pessoas e áreas, bem como a
integração de tecnologias avançadas com a criatividade das pessoas.
Deste modo, para responder às características da sociedade moderna, as organizações
devem ser ágeis, enxutas e suas atividades devem ser realizadas por pessoas que tenham
amplo conhecimento do negócio e possuam habilidades, responsabilidades e autonomia para
tomar decisões, em situações e ambientes, cada vez mais complexos. (KILIMIK;
SANT’ANNA, 2006).
Sant’Anna (2002) desenvolveu um quadro com indicadores para medição do Grau de
Modernidade Organizacional, na qual constam, entre outros: práticas de modernidade
organizacional ressaltadas nesta etapa do estudo: (a) estratégia, missão, objetivos e metas da
organização são claramente definidos; (b) os empregados sabem o que devem fazer para
colaborar com os objetivos da organização; (c) políticas e práticas da organização estimulam
que as pessoas estejam sempre bem-informadas e atualizadas; (d) políticas e práticas de
recursos humanos estimulam as pessoas a se preocuparem com a aprendizagem contínua; (e)
organização é fortemente orientada para resultados.
Assim, Sant’Anna (2002) estruturou um modelo de Modernidade Organizacional, de
modo a conjugar uma possibilidade de melhoria de práticas de gestão, baseado nos fatores
denominados modernidade administrativa e das práticas de gestão de pessoas, modernidade
política e modernidade cultural. A modernidade administrativa e das práticas de gestão de
pessoas refere-se a um conjunto de medidas, que permitem visualizar o comprometimento da
organização com a melhoria contínua, buscando o equilíbrio entre recursos quantitativos,
inovação tecnológica e recursos humanos.
Na Tabela 13 é apresentado o grau de importância de cada uma das dimensões
referentes às práticas de modernidade organizacional.
Tabela 13 – Grau de importância de cada uma das dimensões referentes às práticas de modernidade organizacional
(continua) Praticas de Modernidade Organizacional Média Rank
Questão 34: a empresa encoraja a iniciativa e responsabilidade
individual 6,58 7º
Questão 35: a empresa estimula que as pessoas estejam em
contínuo processo de aprendizagem, no seu dia a dia de trabalho 7,05 5º
Questão 36: a empresa estimula ideias novas e criativas 6,48 8º
Questão 37: a empresa estimula que as pessoas realizem suas
atividades, buscando se superar 6,66 6º
Questão 38: os processos de tomada de decisão são participativos
(conclusão) Questão 39: a empresa favorece a autonomia para tomar decisões 6,14 10º
Questão 40: a empresa conta com sistemas de gestão
participativos que estimulam a iniciativa e ação das pessoas 6,45 9º Questão 41: a estratégia, missão, os objetivos e as metas da
empresa são claramente definidos 7,65 1º
Questão 42: de modo geral, os empregados sabem o que devem
fazer para colaborar com os objetivos da empresa 7,09 4º
Questão 43: as políticas e práticas da empresa estimulam que as
pessoas estejam sempre bem-informadas e atualizadas 7,21 3º
Questão 44: a empresa é fortemente orientada para resultados 7,24 2º Fonte: Dados da pesquisa, saída do SPSS.
Na tabela 14, está apresentado o Índice de Modernidade Organizacional encontrado
para o conjunto da amostra.
Tabela 14 – Índice de modernidade organizacional encontrado para o conjunto da amostra Variável Mínimo Máximo Medidas descritivas Média Desvio Padrão Modernidade
Organizacional 5,98 7,65 6,78 0,51
Fonte: Dados da pesquisa, saída do SPSS.