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A ludicidade é uma experiência interna, dando ênfase as dimensões da

emoção, mental e física, sendo assim ela envolve uma conexão entre o externo que nada mais é o objetivo com o seu interno que é a subjetividade, trazendo uma relevância significativa para todas as fases da vida, em especial na Educação Infantil. Conforme dizia Giovanina Gomes de Freitas Olivier (2013, p.23-24) “... As crianças sejam e vivam como criança, é ocupar-se do presente, porque o futuro dele decorre...reconhecer o lúdico é redescobrir a linguagem dos nossos desejos e

conferir-lhes o mesmo lugar que tem a linguagem da razão...”

Na Educação Infantil, há varias atividades lúdicas que são elaboradas com o objetivo de desenvolver o conhecimento e as habitantes necessárias para o

desenvolvimento infantil. Segundo Piaget, a criança já nasce com as pré-condições neurológicas do conhecimento, mas as condições de fato se dão através de

atividades que ele denomina jogos ( de exercício, simbólicos e de regras, conforme as idades). Entende-se que quando são consideradas e respeitadas as emoções por parte dos educandos as atividades se tornam mais prazerosas. A ludicidade vai muito além do brincar, ela aprende e desenvolve grandes habitantes com as experiências adquiridas e vivenciadas através do brincar.

Os iniciadores dos atuais modelos e meios do desenvolvimento que existe até hoje foram por partes dos Índios, os negros e os portugueses, havendo assim no Brasil nos últimos séculos uma grande mistura de povos e raças, cada uma com sua crença, cultura e educação. Com sua grande variação Cultural o Brasil se tornou um país mais rico em relação a sua maneira de desenvolvimento da ludicidade , se torna muito incerto afirmar exatamente qual foi sua origem pois todas agregaram de forma totalmente positiva .

Os índios traziam a ludicidade para seus filhos através da caça, pesca e da dança uma grandiosa aprendizagem. Os brinquedos eram construídos por materiais retirados da própria natureza e eram confeccionados por seus filhos, eles aprendiam de uma maneira leve e lúdica a sobreviver. Os negros também trouxeram de uma forma muito parecida com a dos Índios, onde as crianças criavam seus próprios brinquedos, caçavam e pescavam.

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Já os filhos dos portugueses não tinham o conhecimento do que era a

ludicidade para sobrevivência quando vieram para o Brasil, eles tinham a ludicidade como forma de lazer, diversão e desenvolvimento intelectual. Eram totalmente diferentes os seus costumes com os costumes trazidos pelos índios e pelos negros quando chegaram ao Brasil. Pois, seus filhos já tinham uma realidade de vida literalmente diferente.

Ao longo do tempo a maneira de brincar, as brincadeiras, tempo, espaço e os objetivos de brincar foram se transformando. No século XV, eram muito comum os jogos e as brincadeiras entre crianças e os adultos, não havia diferença onde todos brincavam e se divertiam juntos. Quando surgiram as primeiras bonecas elas eram feitas de porcelanas e não eram destinadas apenas para meninas, nessa época era normal se ver um menino brincando de boneca, isso significava que quando se tornassem adulto seriam um bom pai.

O aprimoramento nos brinquedos avançaram , lá por volta do século XIX, tornando assim maiores e deixando de ser pequeno e discreto. Segundo Benjamim, talvez só nesse momento o brinquedo separa- se do adulto e da criança. Benjamim (1984) fala sobre o uso dos brinquedos e materiais que é feito por parte das

crianças, diferente dos adultos:

Nada é mais adequada a criança do que irmanar em suas construções os materiais mais heterogêneos-pedras, madeiras, papel. Por outro lado, ninguém é mais sóbrio em relação aos materiais do que as crianças: um simples pedacinho de madeira, uma pinha ou uma pedrinha reúne em sua solidez, no monolitismo de sua matéria, uma exuberância das mais diferentes figuras (Benjamim, 1984, p.69).

Houve uma grande emancipação do brinquedo e, transformações com o novo uso de novos materiais, formas e tamanho, se tornando assim não mais um enfeite e sim um objeto interativo entre as crianças, entre a imaginação e sua realidade.

Através do uso do brinquedo a criança desenvolve a sua imaginação sem se

preocupar com o amanhã, Trazendo para o seu mundo junto a ludicidade tudo aquilo que mais almeja.

Segundo Kishimoto (2008, p.187),

“ O jogo é uma atividade lúdica estruturada por suas regras implícitas ou explícitas e relaciona-se diretamente com o brinquedo e com a brincadeira.

O brinquedo refere-se ao objeto que dá suporte a brincadeira. É mediante o uso de brinquedos que a criança dá asas à imaginação. Já a brincadeira é

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considerada como a ação lúdica da criança na busca da concretização das regras do jogo”.

Os jogos são considerados atividades lúdicas por serem estruturas por regras diversas, sejam elas claras ou não. O jogo é muito usado em atividades escolares, por ser algo que atraí a atenção da criança, são utilizados brinquedos para o

desenvolvimento dessas atividades para que a criança possa usar a sua criatividade e a imaginação e ao brincar ela estará trazendo e se aprimorando de um imenso conhecimento significativo.

Os jogos e o brincar levam a criança a uma proposta de ação, isso faz com que ela aprenda a se socializar com outras crianças porque de fato essa ação aproxima de uma maneira sadia as crianças, vale a pena lembrar que desde que toda ação seja supervisionada por um adulto, a brincadeira pode ocorrer tanto no espaço

escolar quanto no espaço familiar, toda ação do brincar deve ser proporcionada para a criança de maneira leve e segura.

O brincar é considerada uma atividade livre, e é uma atividade que proporciona momentos bons, saudável e criativo. A ludicidade deveria estar presente na vida de todo ser humano, desde que ela seja colocada em prática de forma espontânea e criativa, por ser algo tão importante na vida de uma pessoa, a criança aprende melhor se em casa ela tiver o apoio dos pais ao desenvolve-las e na escola o suporte do professor.

Segundo, Vygotsky (1988,p.114). “ O brinquedo cria na criança uma forma de desejos. Ensina-a a desejar, relacionando seus desejos a um “ eu” fictício, ao seu papel no jogo e suas regras. Dessa maneira, as maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade”. Portanto, Vygotsky (1988,p.141) também afirma a contribuição das regras do jogo.

Através dos jogos de papéis por meio da brincadeira, por meio do brinquedo a criança desenvolve nas brincadeiras as primeiras relações de sociedade, ela

interpreta o mundo adulto por meio das brincadeiras e dos brinquedos, ou seja, as crianças ao realizar as brincadeiras , o contato e a interação com os brinquedos, ela cria papéis sociais se colocando como sujeito social e são nessas relações que ela vivência no cotidiano o que ela vê a sua volta.

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A relação com o brinquedo que a criança tem e com a brincadeira é que elas desenvolvem os seus primeiros papéis sociais, vivenciando tudo que ocorre em torno dela e é lá na relação da brincadeira com os colegas que vivência tudo o que chamamos de jogos de papéis, papéis sociais aonde ela reproduz o mundo dos adultos. É nesse momento que é reproduzido todos os aspectos da sua realidade social e desta maneira se formando como ser humano de uma sociedade.

O brinquedo desenvolve na criança um interesse maior de criar momentos imaginários que elas vivência no seu dia-a-dia como se fossem momentos de sua realidade, a criança tem poder cognitivo muito amplo e criativo, desde que seja desenvolvida. O quão importante é o brinquedo n vida de uma criança, isso faz com que ela se desenvolva por completo, ou seja, ela se desenvolve integralmente através do momento lúdico.

Segundo, Moyles, 2006, p.45).

“ No mundo todo, de modo geral, “os pais aceitam o fato de que as crianças brincam, mas poucos realmente acreditam que essa é a maneira pela qual seus filhos aprendem”, e assim, o que se tem visto são os pais utilizando uma linguagem que desvaloriza o brincar das crianças. Quando o pai diz, “ vá brincar”, o que ele espera é que a criança vá realizar uma atividade autônoma que lhe dê prazer, e as crianças, sem dúvidas, interpretam essa sugestão como uma oportunidade de sair do caminho do adulto nos momentos em que eles estão fazendo alguma coisa mais importante”.

Sendo assim, o que muitos pais não saibam mas a brincadeira vai muito além de uma mera recreação, elas são uma forma que as crianças tem de se

comunicarem com elas mesmas e com o mundo ao seu redor, a brincadeira portanto é uma parte fundamental da aprendizagem e do desenvolvimento da criança, pois esse é o momento que ela exercita todos os seus direitos estabelece contato com os campos de experiência como protagonista do seu desenvolvimento.

O lúdico ajuda a criança a organizar os seus sentimentos e emoções, a

ludicidade faz parte do mundo infantil, brincar independente do tempo, do local e do objeto estimula a criança a recriar e a usar a sua imaginação tornando esses

momentos em espaços escolar atrativos e de grande aprendizado, desenhos, quebra-cabeça, contação de histórias entre outros, ou seja, são várias as possibilidades de brincadeiras que encantam e divertem as crianças.

Segundo, winnicott, ( 1982, p.163),

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“ A criança pode vivenciar e controlar a sua agressividade, angústias, adquirindo experiência do mundo adulto quando representa papéis etc. O brincar também fornece uma organização para a iniciação de relação emocionais e assim propicia o desenvolvimento de contatos sociais e com isso vai ajuda- ló a elaborar e controlar sua emoções.

Ao brincar a criança aprende a lidar com emoções, elas fazem representações do mundo adulto, um exemplo muito frequente de uma brincadeira é brincar de ser professor e a outra é de ser pai e mãe, a criança representa exatamente tudo aquilo que ela já vivenciou ou que esta ao seu redor. Ao brincar de professor, ela age da mesma maneira que o seu professor, isso também acontece com a brincadeira de pai e mãe.

Portanto, toda brincadeira se torna importante na vida de uma criança, quando esta sendo realizado uma atividade com os colegas que é formada por regras ela aprende a seguir todas as regras que existe no nosso cotidiano. O ganhar e perder também é de extrema importância, porque faz com que a criança aprenda que nem tudo na vida é ganhar, ela aprende a lidar com seus sentimentos ao se frustar a criança também aprende.

Nesse primeiro capítulo foi abordado o momento lúdico na Educação Infantil, dando ênfase na importância da ludicidade através do brincar, do jogo e do

brinquedo. Como a criança aprende e se desenvolve através da brincadeira, no próximo capítulo será abordado as fases do desenvolvimento infantil e como acontece o desenvolvimento integral.

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