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Monitorando a rede: MRTG, Nagios e Zabb

No documento Tecnologias de Redes sem Fio (páginas 186-188)

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SNMP resolve apenas parte do problema.

1 Protocolo não defi ne como informações são mostradas ao administrador. MRTG:

1 Plota gráfi cos de séries temporais de dados disponíveis via SNMP. 1 Disponibiliza gráfi cos na forma de página web.

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Nagios e Zabbix:

1 Plataformas para monitoramento de redes e sistemas computacionais em geral. 1 Capazes de monitorar serviços específi cos e gerar alertas.

Utilidade nas redes sem fi o:

1 Encontrar gargalos e problemas de capacidade. 1 Monitorar saúde do hardware dos dispositivos.

1 Realizar medidas ativas periódicas e até monitorar uso espectral.

O SNMP fornece as bases necessárias para o monitoramento do funcionamento de uma rede. No entanto, o protocolo resolve apenas parte do problema: como obter as informações sobre o estado dos elementos da rede (e, eventualmente, como mudar confi gurações). Uma segunda etapa, o armazenamento e exibição dos dados coletados, é uma questão totalmente ortogonal ao SNMP. São necessárias, portanto, outras ferramentas que atuem nessa área. Há uma grande gama de softwares de gerência com esse tipo de capacidade, incluindo várias alternativas comerciais. No entanto, seguindo o foco desse curso em ferramentas gratuitas, e, idealmente, abertas, três soluções se destacam: o MRTG, o Nagios e o Zabbix. O MRTG (do inglês Multi Router Traffi c Grapher) é um software originalmente criado com o objetivo de monitorar o volume de tráfego em enlaces de roteadores de uma rede. Através de um arquivo de confi guração, o administrador da rede instrui o MRTG a acessar o agente SNMP de um ou mais roteadores, buscando periodicamente o valor de determinadas variá- veis (especifi cadas pelo administrador através do seu OID). Os valores coletados são arma- zenados localmente (i.e., no computador que roda o software do MRTG) e usados para gerar gráfi cos de séries temporais, mostrando a evolução da variável monitorada. Além dos gráfi cos em si, o MRTG também gera uma página HTML para exibi-los. Essa funcionalidade permite que os dados de monitoramento sejam facilmente acessíveis através de um servidor web. A fi gura 9.1 mostra um exemplo de gráfi co gerado pelo MRTG para o monitoramento do volume de tráfego, tanto de entrada, quanto de saída, de um enlace.

Embora o MRTG tenha sido originalmente proposto para o monitoramento do volume de tráfego em enlaces de roteadores, ele é genérico o sufi ciente para monitorar qualquer informação numérica disponível via SNMP. De fato, os desenvolvedores do MRTG fornecem plug-ins que permitem, inclusive, a coleta e monitoramento de dados de outras fontes, como bases de dados SQL e estatísticas sobre regras de fi rewall.

Outro ponto positivo do MRTG é a sua alta portabilidade. O software é escrito em Perl, uma linguagem interpretada com suporte em vários Sistemas Operacionais e plataformas diferentes. Em versões mais recentes, o MRTG pode utilizar o rrdtool, uma ferramenta para armazenar dados em uma estrutura de dados do tipo round-robin, como base para dados coletados da rede. A adoção do rrdtool aumenta a escalabilidade do MRTG, viabilizando seu uso mesmo em redes de grandes dimensões.

Figura 9.1 Exemplo de gráfi co gerado pelo MRTG para o monitoramento de uma rede. Em particular, esse gráfi co mostra a evolução da quantidade de banda utilizada em um enlace como função da hora do dia para um período de aproximadamente 30 horas. O gráfi co mostra tanto a informação de upload (área verde), quanto de download (linha azul) do enlace.

Te cn ol og ia s d e R ed es s em F io

Embora seja uma ferramenta bastante útil para o monitoramento de uma rede, o MRTG é relativamente simples, tendo como única funcionalidade básica a exibição de séries históricas dos valores monitorados. O Nagios (do acrônimo recursivo “Nagios Ain’t Gonna Insist On Sainthood”) e o Zabbix, por outro lado, são plataformas complexas para o monitoramento tanto da rede, como de sistemas e infraestruturas computacionais em geral.

Assim como o MRTG, Nagios e Zabbix são capazes de monitorar e exibir gráfi cos da evolução temporal do valor de variáveis exportadas pelo SNMP. No entanto, as capacidades de moni- toramento dessas ferramentas se estendem também a outros protocolos e sistemas. Por exemplo, ambas são capazes de monitorar o funcionamento de serviços específi cos, como e-mail (POP3 e SMTP), web (HTTP) e shell remoto (SSH), entre outros. Elas também podem monitorar recursos de hardware, como espaço disponível em partições, carga do processador e temperatura do sistema.

Uma funcionalidade particularmente interessante é a de geração de alertas. O Nagios e o Zabbix podem ser confi gurados para gerar alertas quando algum problema é detectado (como a queda de algum dos serviços monitorados). Os sistemas também geram alertas quando o problema é resolvido (e.g., quando o sistema que havia caído volta a funcionar). Além das funcionalidades básicas, o Nagios conta com uma vasta biblioteca de plug-ins que permitem a execução de tarefas mais específi cas. A API para o desenvolvimento de novos plug-ins é bem documentada, permitindo a implementação de novas funcionalidades ainda mais específi cas.

Tanto o MRTG, quanto o Nagios e o Zabbix, são ferramentas genéricas adequadas ao monitoramento de qualquer tipo de rede. No contexto específi co da gerência de redes sem fi o, essas ferramentas permitem, por exemplo, o monitoramento da quantidade de tráfego escoado por cada um dos pontos de acesso e do uplink conectando a rede Wi-Fi ao restante da internet. O tráfego que passa por outros elementos do sistema de distribuição, como switches, por exemplo, também pode ser monitorado.

Isso permite a detecção de gargalos e potenciais problemas de capacidade da rede. Nagios e Zabbix também podem ser utilizados para monitorar parâmetros relativos ao bom funciona- mento do hardware dos pontos de acesso. Isso pode mostrar, por exemplo, que o processador de algum ponto de acesso está sofrendo superaquecimento. Através de plug-ins específi cos, o Nagios pode realizar medidas ativas de banda disponível e até um monitoramento do uso espectral nos arredores dos pontos de acesso da rede.

No documento Tecnologias de Redes sem Fio (páginas 186-188)