• Nenhum resultado encontrado

Monte Carlo seq ¨uencial e paralelo para equac¸˜oes diferenciais parciais hiperb´olicas

No documento XXII SEMANA ACADÊMICA DA MATEMÁTICA (páginas 113-116)

Pedro Pablo Durand Lazo1

1Colegiado do Curso de Matem´atica - Centro de Ciˆencias Exatas e Tecnol´ogicas da Universidade Estadual do Oeste do Paran´a

Caixa Postal 711 - 85819-110 - Cascavel - PR - Brasil

ppdurandlazo@gmail.com

Resumo. O estudo tem como objetivo fundamentar, formular e implementar compu-tacionalmente m´etodos Monte Carlo de resoluc¸˜ao de equac¸˜oes diferenciais parciais de tipo hiperb´olico. Nesta primeira parte, realiza-se a implemac¸˜ao computacional da forma seq¨uencial e se delinham as bases para a implementac¸˜ao computacional da forma paralela.

Palavras Chaves. Monte Carlo, Sequencial, Paralelo, Equac¸˜ao hiperb´olica.

Introduc¸˜ao

A construc¸˜ao de m´etodos Monte Carlo para equac¸˜oes diferenciais parciais hiperb´olicas n˜ao ´e uma tarefa f´acil, como observa Michael Mascagni [3]. Observa que, para o caso hiperb´olico, s´o em casos muito especiais tais como a equac¸˜ao de Burger e a equac¸˜ao do tel´egrafo foram resolvidos por m´etodos Monte Carlo. Neste trabalho, a partir da representac¸˜ao probabil´ıstica dada por Robert C. Dalang [1], desenvolvemos a forma seq¨uencial Monte Carlo para a equac¸˜ao da onda.

1. A equac¸˜ao do telegrafista

Um m´etodo Monte Carlo, em tanto simulac¸˜ao estat´ıstica, requer a construc¸˜ao de um mo-delo probabil´ıstico do sistema correspondente. ´E conhecido o fato que para o caso de sistemas determin´ısticos, o uso de uma analogia probabil´ıstica se faz necess´aria. Um exemplo classico desta construc¸˜ao ´e a desenvolvida por Marc Kac para a equac¸˜ao do telegrafista: ∂2u ∂t2 + 2a∂u ∂t = c 22u ∂x2 (1)

com condic¸˜oes iniciais:

u(x, 0) = f (x), ∂u

A equac¸˜ao do telegrafista cont´em em diferentes casos limites tanto a equac¸˜ao da onda como a do calor: • Equac¸˜ao da onda: a → 0 • Equac¸˜ao do calor: a, c → ∞,2a c21 D

Para a = 0 e em dimens˜ao 1 a soluc¸˜ao exata ´e dada por: u(t, x) = f (x + ct) + f (x − ct)

2 (3)

Se consideramos a como a probabilidade por unidade de tempo de um processo Poisson, ent˜ao

N (t) = n´umero de eventos at´e t tem a distruibuic¸˜ao

P {N (t) = k} = exp(at)(at)

k

k!

Em qualquer dimens˜ao, uma soluc¸˜ao exata para a equac¸˜ao de onda pode ser trans-formada numa soluc¸˜ao da equac¸˜ao do telegrafista substituindo t na equac¸˜ao de onda pelo tempo randomizadoRt 0(−1)N (τ )dτ e calculando a m´edia. u(t, x) = 1 2E  f  x + Z t 0 c(−1)N (τ ) + 1 2E  f  x − Z t 0 c(−1)N (τ ) (4) Esta ´e a base do m´etodo Monte Carlo para a equac¸˜ao do telegrafista.

2. Outras equac¸˜oes de tipo hiperb´olico

Uma larga classe de equac¸˜oes diferenciais parciais lineares da forma

Lu(t, x) = V (t, x)u(t, x) (5)

podem ser representadas, usando suas func¸˜oes de Green, na forma integral. u(t, x) = w(t, x) + Z t 0 ds Z IRd

S(s, dy)V (t − s, x − y)u(t − s, x − y). (6) De maneira particular a equac¸˜ao da onda em IRdpara d ≤ 3 tomando

L = 2 ∂t21 24 e S(t, dy) = 1 21{|y|<t}dy se d = 1 1 t2−|y|21{|y|<t}dy se d = 2 σ(2)t (dy) 4πt se d = 3

onde σt(2)denota a ´area da superf´ıcie sobre ∂B(0, t). Para os trˆes valores de d, S(t, IRd) = t. As condic¸˜oes iniciais s˜ao

u(0, x) = f0(x)

∂tu(0, x) = f1(x) com f0, f1 : IRd 7→ IR. Neste caso,

w(t, x) =

onde ∗ denota convoluc¸˜ao. Procura-se para esta equac¸˜ao integral, cuja soluc¸˜ao ´e soluc¸˜ao da equac¸˜ao diferencial parcial determin´ıstica correspondente, uma representac¸˜ao proba-bil´ıstica. Um processo de construc¸˜ao desta representac¸˜ao fundamenta um m´etodo Monte Carlo e permite derivar seus algoritmos correspondentes.

Sob as seguintes hip´oteses acerca do n´ucleo S(t, dy):

(a) Para todo t > 0, S(t, dy) ´e uma medida com signo em IRdtal que supt∈[0,T ]|S(t, dy)| < ∞ para todo T > 0

(b) Existe um processo mensur´avel ( ˜Xt, t > 0) tal que para cada t > 0: P [− ˜Xt∈ dx] = |S(t,IR|S(t,dx)|d)| prova-se que [1] u(t, x) = etEx w(t − τN (t), XτN (t)) N (t) Y i=1 h S(τi− τi−1, IRd)V (t − τi, Xτi)i (7)

´e soluc¸˜ao de (6). Para o caso da equac¸˜ao da onda, objeto de interesse para nosso prop´osito, toma-se ˜Xt = tΘ onde Θ0 ´e escolhido segundo a probabildade uniforme sobre ∂B(0, 1).

3. Soluc¸˜ao da equac¸˜ao da onda com termo potencial segundo Monte Carlo

De forma geral, a soluc¸˜ao Monte Carlo de uma equac¸˜ao segue os seguintes passos:

• Estabelecimento das equac¸˜oes que descrevem um problema matem´atico ou f´ısico. Podendo tomar em conta as condic¸˜oes inicias ou de limite.

• Representac¸˜ao probabil´ıstica da equac¸˜ao ou da soluc¸˜ao. Aqui encontram-se as maiores dificuldades. Esta etapa ´e essencial no processo e determina sua forma Monte Carlo.

• Construc¸˜ao dos algoritmos.

• Implementac¸˜ao computacional dos algoritmos.

Coonsideraremos, com fins ilustrativos, o caso d = 1. Assim, o problema fica da seguinte forma: ∂2u(t, x) ∂t21 2 ∂2u(t, x) ∂x2 − = V (t, x)u(t, x) (8) u(0, x) = f0(x) ∂tu(0, x) = f1(x) (9) Na forma integral: u(t, x) = w(t, x) + Z t 0 Z IR 1

21{|y|<s}V (t − s, x − y)u(t − s, x − y)dyds. (10) w(t, x) =

∂t(S(t) ∗ f0)(x) + (S(t) ∗ f1)(x) (11)

Fazendo as subtituic¸˜oes correspondentes, tem-se que a soluc¸˜ao ´e dada por: u(t, x) = etEx w(t − τN (t), XτN (t)) N (t) Y i=1 [(τi− τi−1)V (t − τi, Xτi)] (12)

Observe-se que Xt d´a natureza probabil´ıstica e o m´etodo Monte Carlo dever´a gerar a vari´avel aleat´oria para incorpor´a-la na express˜ao. Consegue-se assim a forma seq¨uencial corespondente.

4. Implementac¸˜ao paralela

Como observam Y. Li e M. Mascagni [2], as aplicac¸˜oes Monte Carlo s˜ao computacional-mente intensas mas naturalcomputacional-mente paralelas. Consequentecomputacional-mente, elas podem ser efetiva-mente executados usando algum modelo de processamento concorrente.

1. Em MCMs pode assinar cada amostra estat´ıstica independente a um processador independente com essencialmente nenhuma comunicac¸˜ao do interprocessador.f 2. Com sistemas espaciais, os subdom´ınios espaciais (decomposic¸˜ao do dom´ınio)

podem ser usados, mas esquemas impl´ıcitos e circunstˆancias globais exigir˜ao uma comunicac¸˜ao consider´avel.

3. Em alguns casos soluc¸˜oes sobre o tempo s˜ao desejadas e a soluc¸˜ao iterativa da trajet´oria inteira do tempo (m´etodos da continuac¸˜ao) pode ser distribu´ıda respeito dos pontos do tempo.

A implementac¸˜ao paralela requer uma an´alise dos ´ultimos desenvolvimentos te´oricos acerca do tema. Entre as diversas alternativas encontramos o Fast Multipole Method de Rokhlin-Greengard que poderia adaptar-se.

Referˆencias

[1] Robert C. Dalang et all. A feynman-kac-type formula for the deterministic and stochastic wave equations and other p.d.e.’s.

[2] Yaohang Li and Michael Mascagni. Analysis of large-scale grid-based monte carlo appli-cations. Department of Computer Science and School of Computational Science and Information Technology Florida State University.

[3] Michael Mascagni. Monte carlo methods for partial differential equations: An overview. Home Page: http : //www.cs.f su.edu/˜mascagni.

No documento XXII SEMANA ACADÊMICA DA MATEMÁTICA (páginas 113-116)