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4.1 – Configuração da relação de consumo

Relação de consumo é a relação existente entre o consumidor e o fornecedor na compra e venda de um produto ou na prestação de um serviço. O Código de Defesa do Consumidor ampara as relações de consumo e sua abrangência está ligada às relações negociais, das quais participam, necessariamente, o consumidor e o fornecedor, fazendo transações de produtos e serviços, exceto os serviços gratuitos e os trabalhistas.

As relações de consumo são relações jurídicas, que ensejam finalidades diversas, sejam econômicas, morais, sociais, religiosos, estéticos, artísticos, utilitários ou outros, que possam garantir um bem estar social adequado a todos.

O reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo reflete a principal razão de toda proteção e defesa do consumidor, que é a parte vulnerável nas relções de consumo. 45

A hipossufuciência é uma das características do consumidor, mas não pode ser confundida com vulnerabilidade. De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, todos os consumidores são vulneráveis, mas nem todos são hipossuficientes.

Conforme cita o ilustre doutrinador SÍLVIO DE SALVO VENOSA:

Em sede de relações de consumo também não se admite na doutrina, como regra geral e segundo corrente majoritária, a culpa concorrente do consumidor. Sustenta – se que onde não há culpa, em princípio, não pode haver concorrência dela. Sempre que um produto é lançado no mercado, há um risco por infortúnios que o fabricante leva na conta dos riscos do negócio. 46

E conclui da seguinte forma:

O fato exclusivo de terceiro, por outro lado, impede que se conclua pela existência de nexo causal. Se houver culpa concorrente, persiste, em princípio, sua obrigação. Muitos entendem que, na prática, é muito difícil que se reconheça culpa concorrente da vítima, tendo em vista o dever de segurança que é inerente a todo produto posto no mercado. 47

45

DENSA, Roberta. Op. Cit. p.24

46

VENOSA, Sílvio de Salvo. Op. Cit. p.241

47

Os objetivos da Política Nacional de Relações de Consumo propostos pela legislação estão em seu art. 4º e são os seguintes:

• Atendimento das necessidades dos consumidores;

• Respeito à dignidade, saúde e segurança dos consumidores; • Melhoria de qualidade da vida dos consumidores; e

• Transparência e harmonia das relações de consumo.

4.2 – Objeto da relação de consumo

O objeto da relação de consumo é o alvo da negociação entre o fornecedor, que fornece tal objeto, e do consumidor, quem adquire o mesmo.

Neste momento há uma divisão entre dois tipos distintos de objeto de relação de

consumo. Do mesmo modo, a legislação se preocupou em conceituar ambos, sendo a divisão feita em produtos e serviços.

4.2.1 – Conceito de produto

“Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial” (art. 3º, § 1º do Código de Defesa do Consumidor). Então, define-se produto por qualquer coisa adquirida no mercado de consumo, seja um bem móvel ou imóvel, ou até mesmo um semovente. 48

Nesta definição não cabe restrição, pois não importa distinguir se o produto é natural ou industrial, se é original ou transformado, qualquer bem adquirido numa relação de consumo é denominado produto. Importante destacar que será considerado produto o bem que for colocado no mercado de consumo por um ente que possa ser considerado como fornecedor, pois, se caso não for assim, mesmo que o bem tenha valor comercial, não será considerado produto para fins de consumo.

Conforme RIZZATO NUNES explica,

O conceito de produto é universal os dias atuais e está estreitamente ligado à idéia do bem, resultado da produção no mercado de consumo das sociedades capitalistas contemporâneas. É vantajoso seu uso, pois o conceito passa a

48

valer o meio jurídico e já era usado por todos os demais agentes do mercado.49

Em resumo, qualquer bem corpóreo ou incorpóreo passível de apropriação que tenha valor econômico, destinado a satisfazer uma necessidade do consumidor, é considerado produto nos termos do Código de Defesa do Consumidor.

4.2.2. – Conceito de serviço

O segundo parágrafo do Art. 3° do Código de Defesa do Consumidor, dispõe:

Art. 3°. (...) §2°: Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

De acordo co o Código de Defesa do Consumidor, serviço é toda atividade desenvolvida em favor do consumidor no mercado de consumo. Neta definição se enquadra o prestador de serviço, pessoa física conhecida como profissional liberal e também o trabalhador autônomo.

No que diz respeito a remuneração, esta deve ser entendida e maneira mais abrangente. A remuneração pode ser feita direta ou indiretamente pelo consumidor. Muitas vezes o serviço é oferecido gratuitamente ao consumidor, mas o custo está embutido em outros pagamentos efetuados, como por exemplo, a aquisição de rádio para automóveis, onde a instalação é gratuita. Nestes casos há incidência do Código de Defesa do Consumidor, pois a remuneração pelo serviço foi indireta.

O serviço deverá ser remunerado, mas, se for prestado gratuitamente não será considerado relação de consumo para efeitos do Código de Defesa do Consumidor. Da mesma forma, se o serviço for prestado em decorrência de relação trabalhista, também não será caracterizado na lei consumerista, pois o código excluiu a abrangência destas relações. 50

49

NUNES, Rizzato. Direito do consumidor. 2. Ed. São Paulo: Saraiva, 2006

50

4.3 – Princípios da relação de consumo

4.3.1 – Princípio da boa – fé objetiva

O princípio da boa – fé é um dos critérios mais importantes do Código de Defesa do Consumidor. O que se espera por esse princípio é que os contratantes mantenham uma conduta ética comportamental, sendo honestos, leais e com probidade durante as fases pré- contratual, contratual e pós-contratual. 51

É de suma importância não confundir boa-fé objetiva com boa-fé subjetiva. A primeira não está ligada ao ânimo interior das pessoas envolvidas na relação, além de ser a boa-fé de que trata a lei consumerista. Esta cumpre também uma função de controle, na medida em que se limita o exercício dos direitos subjetivos das partes envolvidas na relação jurídica, de tal caso a evitar o abuso de direito em todas as fases da relação jurídica.

O princípio da boa-fé objetiva é adotado pelo novo Código Civil no que diz respeito as cláusulas gerais nos negócios jurídicos e nas relações contratuais. Este princípio é de suma importância, tanto que hoje ele permeia todas as relações de negócio, mesmo aquelas que se encontrem fora do âmbito do Código de Defesa do Consumidor.

Segundo NEHEMIAS DOMINGOS DE MELO:

Este princípio está expresso no CDC no capítulo da Política Nacional de Relações de Consumo (art. 4, III), e no capítulo que disciplina a proteção contratual, especialmente quando se tratadas cláusulas contratuais consideradas abusivas (art. 51, IV).52

As regras da boa-fé objetiva não se aplicam somente aos fornecedores, mas também aos consumidores. Faz a união entre as partes, evitando que a proteção concedida pelo Código de Defesa do Consumidor ao consumidor não sirva como escudo para que, agindo ao contrário do princípio da boa fé objetiva, eles não busquem a reparação de danos cujo tiveram participação decisiva na produção dos mesmos.

51

Ibid. p.50

52

4.3.2 – Princípio da transparência/informação

Está escrito no Código de Defesa do Consumidor que a Política Nacional das Relações de Consumo tem como objetivo atender as necessidades dos consumidores, respeitando sua dignidade, saúde e segurança, além de proteger seus interesses econômicos, melhorar a qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo (art. 4°, caput).

Transparência, neste caso significa informação clara e objetiva sobre o produto a ser vendido, sobre o contrato a ser firmado, significa lealdade e respeito nas relações de consumo existentes entre consumidor e fornecedor, mesmo na fase pré - contratual. 53

Pelo princípio da transparência, é assegurado ao consumidor a plena ciência da exata extensão das obrigações assumidas perante o fornecedor. Assim, o fornecedor deverá transmitir efetivamente ao consumidor todas as informações indispensáveis à decisão de consumir ou não o produto e/ou serviço, de maneira clara, correta e objetiva.

Assim, o fornecedor deverá transmitir efetivamente ao consumidor todas as informações indispensáveis à decisão de consumir ou não o produto ou serviço, de maneira clara, correta e precisa.

É direito básico de o consumidor ter informações claras, precisas e de forma em geral sobre produtos e serviços que estão disponibilizados no mercado de consumo.

O dever de informar está exposto no Código de Defesa do Consumidor. O código prevê diversas hipóteses de obrigatoriedade de informação, tal qual pode ser veiculada por qualquer meio de comunicação, de tal maneira em que pode - se dizer que a informação, enquanto é direta ao consumidor, não se restringe à comunicação escrita, podendo ser também verbal e até mesmo gestual.

Nehemias Domingos de Melo leciona que: “a regra geral adotada pelo Código, no

que di respeito às informações vinculadas ao produto, reúne-se ao “prometeu, cumpriu”. 54

Assim, a transparência, co maior clareza e verdade a respeito de qualquer produto ou serviço, serão alcançadas apenas se houver troca de informações entre o fornecedor e o consumidor na fase pré – contratual, de tal maneira que se pode concluir ser o dever de informar é um reflexo do princípio de transparência.

53

Ibid. p.52

54

4.3.3 – Princípio da vulnerabilidade

O princípio da vulnerabilidade encontra-se previsto no art.4º, I, do Código de Defesa do Consumidor. Vulnerabilidade é o princípio pelo qual o sistema jurídico reconhece a qualidade do consumidor, que é o lado mais fraco na relação de consumo.

Em outras palavras, o Código de Defesa do Consumidor existe pela razão óbvia da vulnerabilidade do consumidor, que está sempre em desvantagem em relação ao fornecedor. Em razão desta vulnerabilidade, o Código de Defesa do Consumidor consagrou uma nova concepção de contrato, onde a situação econômica e jurídica das partes que o integram terão um conceito social, deixando a autonomia da vontade de ser mais seu único elemento.

A vulnerabilidade técnica decorre do fato de o consumidor não possuir conhecimentos específicos sobre os produtos e/ou serviços que está adquirindo, ficando sujeito aos imperativos do mercado, tendo como único aparato a confiança na boa-fé da outra parte. Já a vulnerabilidade jurídica manifesta-se na avaliação das dificuldades que o consumidor enfrenta na luta para a defesa de seus direitos, quer na esfera administrativa ou judicial.

Ainda em razão dessa vulnerabilidade, o Estado passou a intervir no mercado de consumo, regulando preços que eram de certa forma abusivos e vedando cláusulas excessivas. O restabelecimento nas relações de consumo se buscou através de novas regras.

4.3.4 – Princípio da segurança

O dever de segurança não é absoluto, pois no Código de Defesa do Consumidor não há alguma proibição em relação a colocação no mercado de produtos potencialmente perigosos. Na verdade, este dever ancora – se na idéia de defeito.

Quando o Código de Defesa do Consumidor define a conceituação de produto ou serviço defeituoso, explicam serem aqueles que não oferecem a segurança que legitimamente se espera, considerados as circunstâncias de fornecimento, o uso e os riscos esperados, e a época da colocação em circulação ou fornecimento.

De fato é verdade, pois diversos produtos naturalmente perigosos estão à disposição do consumidor no mercado de consumo, e são imprescindíveis aos seres humanos. Se o consumidor for devidamente informado sobre a nocividade do produto e ainda sim utilizá-lo,

de forma inadequada, não poderá após o uso indevido, responsabilizar o fornecedor, pois estará configurada culpa exclusiva da vítima. 55

Dessa forma, o dever se segurança está implícito em toda e qualquer relação de consumo. E, por esse motivo que a jurisprudência pátria vem reconhecendo alguns acidentes de consumo, com em shoppings, acarretando indenização em face do dever de segurança. 56

4.4 – Aplicação do dano moral nas relações de consumo

O dano moral nas relações de consumo é cabível sempre que houver um ilícito que gere dano, ou até mesmo somente o dano na relação entre consumidor e fornecedor é que configura - se indenização por dano moral na relação de consumo.

Conforme já citado anteriormente, consumidor é a parte vulnerável das relações de consumo, e por tal motivo deve ser protegido quando contratar um serviço ou realizar qualquer tipo de negócio contrário a sua vontade. O fornecedor é a parte, que abastece o mercado de consumo com produtos ou serviços de forma habitual e visando lucro.

O Código de Defesa do Consumidor regula diversas áreas de atuação, dando tratamento diferenciado às relações de consumo, tendo em vista a vulnerabilidade dos consumidores frente aos fornecedores.

Um dos aspectos do Código de Defesa do Consumidor é a indenização por danos causados a outrem, ou seja, danos causados ao consumidor pelo fornecedor. A indenização nas relações de consumo pode ter origem contratual ou extracontratual.

O dano moral nas relações de consumo é ocasionado pela ofensa a um direito, bem ou interesse de um indivíduo, que possua reflexo nos direitos de personalidade, ou seja, à honra, saúde, integridade psíquica e que causa dor, tristeza, vexame, entre outros. A doutrina vem sustentando a idéia de que o ressarcimento por danos morais possui um caráter punitivo ao causador do dano.

Uma das mais importantes normas contidas no Código de Defesa do Consumidor foi a da reparabilidade de danos morais advindos de relações de consumo (CDC, art. 6, VI). Tal

55

MELO, Nehemias Domingos de. Op. Cit. p.56

56

orientação, expressa também na Constituição Federal, representa firme posição da sociedade em defender valores íntimos e da honra.

É no Código do Consumidor que está previsto o ressarcimento de danos morais decorrentes da dor, angústia, sofrimento, constrangimento, por bens e serviços fornecidos de forma abusiva ou de forma defeituosa. A partir destes argumentos, surge a idéia de que o conceito de indenização de dano moral se justifica por duas razões: o caráter punitivo, para não passar impune o ato ilícito cometido e para não haver novas abusividades; e o caráter

compensatório para que a vítima receba uma quantia pela ofensa que sofreu.

Veremos alguns casos que podem caracterizar dano moral nas relações de consumo: • Bloqueio ou desconto de proventos;

• Dívida quitada e o nome do consumidor permanece inscrito no cadastro restritivo ao crédito;

• Acordo – a vítima paga a 1ª parcela e seu nome não é excluído do cadastro negativo; • Inscrição indevida no cadastro negativo por dívida que não foi feita pelo lesado; • Erro médico;

• Furto, assalto e acidentes nas dependências de estabelecimento comercial; • Cobranças abusivas;

• Cartão de crédito. Deito ou cheque bloqueado sem aviso prévio;

• Pedido negado de autorização para internação ou tratamento, em caso de plano de saúde;

• Espera em fila de banco por longo período; • Extravio de bagagem.

É crescente a quantidade reclamações e de condenações por dano moral em ações movidas por consumidores. Para fundamentar os pedidos de indenização por dano moral, o consumidor se baseia em prejuízos psíquicos e morais causados por frustrações de consumo, seqüelas de acidentes com produtos perigosos, overbookings, atendimento deficiente e inclusão em listas negras de instituições financeiras. O consumidor precisa apenas comprovar o dano e o nexo de causalidade, já que a responsabilidade é objetiva, prescindindo do elemento culpa.

ROBERTA DENSA estabelece que:

O arbitramento deve operar – se com moderação, proporcionalmente ao grau de culpa, à gravidade da lesão, e deve servir também como medida educativa

e desestimuladora de reincidências, obedecendo sempre aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade. 57

Pode-se dizer que o dano moral na relação de consumo foi dividido em três momentos. No primeiro instante, não era possível obter ressarcimento por dano moral sobre o argumento de ele ser inestimável, sendo considerado imoral estabelecer indenização para a dor moral. Já no segundo momento, passou a ser admitido o ressarcimento à vítima por dano moral. Entretanto, o ressarcimento somente era aceito em casos autônomos, ou seja, não cumulado ao dano patrimonial, afirmando que este absorvia o dano moral.

Existem algumas situações que geram de imediato a necessidade de reparação, ou seja, basta sua comprovação, como a violação de um direito subjetivo, por exemplo, a inserção do nome do consumidor de maneira totalmente indevida nos órgãos de proteção ao crédito (SPC e/ou Serasa), entre outras situações em que basta sua ocorrência para gerar o dever de indenizar, situações estas que não se pode presumir o dano causado à esfera íntima do consumidor exige sua demonstração.

Por conseguinte, a partir do princípio em que a Constituição Federal de 1988 passou a vigorar, tornou-se indiscutível a cumulabilidade do dano moral com o dano patrimonial, sendo reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça, ao formular a Sumula 37, onde diz que são cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral, oriundos do mesmo fato. 58

Deve-se atentar para o fato de que o legislador introduziu entre os direitos básicos do consumidor não só o ressarcimento de seus prejuízos (materiais ou morais), mas também assegurou proteção no que diz respeito à vida, à saúde e à segurança, em harmonia com o princípio do respeito à dignidade humana, inserido em nossa Carta Magna.

Registrou também a formas pelas quais o consumidor possa defender sua honra, proibindo cobranças vexatórias, assegurou a possibilidade de repetição de indébito em casos de cobrança indevida ou excessiva, entre outros.

Conforme cita Nehemias Domingos de Melo:

Ademais, a fim de proteger de maneira mais ampla possível o consumidor, faculta-lhe o Código o manejo de todas as ações judiciais que possa proporciona-lhe a adequada e efetiva tutela, o amplo acesso aos órgãos judiciários e administrativos, com isenção de taxas e custas, além de prever a facilitação do direito de defesa, inclusive com a inversão do ônus da prova seu favor, quando lhe for verossímil a alegação. 59

57

DENSA, Roberta. Op. Cit. p.49

58

FILHO, Sérgio Cavalieri. Op. Cit. p.81

59

Desta forma, a proteção ao consumidor em relação à reparação de danos morais é mais abrangente do que está previsto no Código Civil ou em outras leis, pois o Código de Defesa do Consumidor é a legislação que melhor sistematizou a responsabilidade civil por danos morais nas relações de consumo.

CONCLUSÃO

Sempre que uma pessoa for colocada em uma situação humilhante, vexatória ou degradante, afrontando assim à sua moral, poderá exigir indenização pelos danos morais que foram causados. Os danos morais dever ser indenizados quando há no íntimo do consumidor sentimentos de ofensa à honra, ao afeto, à liberdade, à profissão, ao respeito, à psique, à saúde, ao nome, ao crédito, ao bem estar e à vida, sem quaisquer necessidades da ocorrência de prejuízo econômico.

Nas relações de consumo há muitas formas de abusos praticados por fornecedores de produtos e serviços, gerando danos morais. Os danos ocasionados ao íntimo do consumidor, quando lesado em seu direito torna ainda maior a dor e a tristeza, ocasionando dissabores na vida cotidiana podem resultar em grandes sentimentos de amarguras e tristezas.

O direito garante aos consumidores, por intermédio do Código de Defesa do Consumidor, justa reparação por todos os danos sofridos, quer seja patrimonial ou moral. O desenvolvimento mercadológico, o avanço de comunicações e a globalização, tornaram ao certo o mercado de consumo mais amplas e abrangentes, aos quais viabilizaram ainda mais fragilidade nas relações de consumo.

A indenização por dano moral não constitui apenas uma reparação pelo dano sofrido, mas sim um caráter compensatório e punitivo - pedagógico ao agente que causou lesão a vítima.

O Código de Defesa do Consumidor foi concebido dentro dessa filosofia. Seu caráter é inter disciplinar, pois se diz que criou um microssistema jurídico. Nele há normas de direito civil, direito comercial, direito administrativo, direito processual, direito penal. Seus princípios abraçam o direito privado e o direito público, formando um terceiro gênero que a doutrina denomina direito social.

Portanto, o justo direito de indenização por danos morais nas relações de consumo devem merecer tratamento adequado, resguardando sobremaneira a dignidade da pessoa humana e a segurança jurídica das relações de consumo.

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