• Nenhum resultado encontrado

Mortalidade acumulada

No documento Alevinagem, recria e engorda de pirarucu. (páginas 61-65)

O que é larva, alevino e juvenil?

Ficha 3: Mortalidade acumulada

• Número do lote

• Número de alevinos coletados na nuvem (INICIAIS do lote) • Data da entrada no laboratório • Número de animais mortos por

dia/hora/causa

Tamanho do

peixe (cm) peixe (g)Peso do Densidade (g/L) Alevinos por saco

10 13 65 40 12 18 70 31 14 22 75 27 16 27 80 24 18 40 90 18 20 50 100 16

*Para sacos fechados com 8 litros de água e 24 litros de oxigênio. Fonte: Halverson (2013). Tamanho do peixe (cm) Peso do peixe (g) Densidade (g/L) Alevinos por caixa de 700 L 10 13 25 1.167 12 18 25 972 14 22 30 875 16 27 30 777 18 40 40 700 20 50 40 560

*Caixa de transporte com capacidade de 1.000 L, mas com apenas 700 L de água, liberando espaço para a respiração dos animais. Não é necessário oxigenação ou aeração.

Fonte: Halverson (2013).

Antes do transporte, é aconselhável que os animais sejam mantidos em jejum por pelo menos 24 horas, quando tiverem até 12 cm, e de 36 horas para animais maiores, com o objetivo de esvaziarem o trato digestório, o que acarretará em menor liberação de resíduos na água, e, consequentemente, manutenção de uma melhor qualidade da água de transporte (URBINATI; CARNEIRO, 2004). Os animais devem ser manejados e acondicionados para o transporte preferencialmente nos horários de temperatura amena, diminuindo o estresse, que já é alto em uma condição de transporte (BRANDÃO et al., 2008). A forma mais frequente para transportar o pirarucu é em caixas de transporte. O uso de sacos para o transporte é pouco frequente e só ocorre quando os animais são comercializados pequenos – até 15 cm (REBELATTO JUNIOR et al., 2015).

A densidade utilizada no transporte varia de acordo com o tipo de estrutura utilizada, o tempo de transporte e o tamanho dos animais (Tabelas 4 e 5). O uso de sal na água de transporte é um procedimento comum em piscicultura, mas efeitos positivos de sua adição na água de transporte para minimizar o estresse não foram confirmados para o pirarucu (BRANDÃO et al., 2008), contudo o sal tem outras funções, como estimular a produção de muco, que é perdido durante a manipulação e manejo, e reduzir a carga de ectoparasitos.

2.7.2 Tamanho do alevino

O pirarucu é frequentemente comercializado com tamanho entre 10 e 20 cm. Considerando que o preço do alevino é calculado em função do comprimento do mesmo, é necessário alinhar o interesse do ofertante, que tende a querer vender animais maiores para obter maior rendimento econômico, e o interesse do comprador, que busca uma relação custo-benefício no momento da compra.

De modo geral, os alevinos já estão treinados a se alimentar de ração comercial com cerca de 10 cm, logo, a partir deste tamanho, eles já estão aptos para a comercialização. Porém, animais com este tamanho são frágeis e, dependendo do ambiente no qual serão povoados, podem estar mais expostos a predadores e problemas sanitários, principalmente em propriedades que não possuem viveiros que podem ser completamente esvaziados para a realização do procedimento de desinfecção e estrutura para recria com proteção, como telas antipássaros. Por isso, para cada condição, é interessante uma negociação entre o produtor e comprador, considerando principalmente a estrutura que o comprador terá disponível para receber os alevinos e o tempo de experiência com a produção da espécie. Dessa forma, em algumas ocasiões é realmente mais vantajoso para o comprador adquirir animais maiores, pois pode resultar em menor perda por mortalidade.

Tabela 4. Densidade utilizada para o transporte de alevinos em

sacos plásticos*

Tabela 5. Densidade utilizada para o transporte de alevinos em

61 2.7.3 Preço do alevino

O preço do pirarucu no mercado apresenta uma variação, principalmente influenciada pela oferta e demanda. O valor geralmente praticado para o pirarucu é de R$ 1,00 para cada centímetro de comprimento do animal (MUÑOZ et al., 2015), mas esse valor pode variar de R$ 1,00 a R$ 1,50 por centímetro, dependendo da disponibilidade e época do ano (safra e entressafra) (MUÑOZ et al., 2015; REBELATTO JÚNIOR et al., 2015). Como a reprodução ainda ocorre de forma natural, a produção de alevinos não é uniforme a cada ano, o que também influencia o preço praticado pelos produtores.

O preço dos alevinos vem se mantendo a R$ 1,00 o centímetro desde registros de 2005 (Tabela 6). Isso demonstra que o preço do pirarucu no mercado não está sendo influenciado pelo real custo de produção, pois, se assim estivesse, veríamos essa variação ao longo do tempo. Esse é um ponto preocupante, uma vez que os gastos com alevinos correspondem a 25% do custo operacional efetivo para recria e engorda da espécie, enquanto que para peixes como o tambaqui, os alevinos correspondem a 5,5% do custo, para os pintados, 12,43% e, para a tilápia, 8,5% (MUÑOZ et al., 2015; PEDROZA FILHO et al., 2016).

Dessa forma, é interessante uma avaliação dos componentes de custo para a produção do alevino (Figura 45), de forma que o preço praticado seja justo e não impacte negativamente na viabilização econômica da atividade, como vem ocorrendo (PEDROZA-FILHO et al., 2016).

Ano alevino (R$/cm)Preço do Referência

2005 1,00 Pereira Filho e Roubach (2005) 2007 1,00 (2007); Ono Crescêncio (2007) 2008 1,00 Halverson (2008) 2015 1,00 Muñoz et al. (2015); Rebelatto Junior et al. (2015)

Tabela 6. Preço do alevino de pirarucu praticado nos últimos anos.

Figura 45. Principais componentes do custo de produção que devem ser considerados para cálculo do

preço do alevino de pirarucu.

Formação e reposição do plantel; alimentação de matrizes e alevinos

Infraestrutura (viveiros/barragens, laboratórios) e depreciação

Mão de obra

Adubos, fertilizantes, utensílios (puçás, redes e baldes) Preço do

2.8 Treinamento de mão de obra

Conforme já mencionado anteriormente, o sucesso do treinamento alimentar está intimamente ligado com a disponibilidade e qualidade da mão de obra responsável por conduzi-lo. Em pisciculturas familiares, esses atributos podem ser garantidos pela possibilidade de maior envolvimento e dedicação dos diversos membros da família no empreendimento. Seja a mão de obra contratada ou familiar, é importante que reúna qualidades como aptidão, dedicação, paciência e responsabilidade para lidar com peixes durante uma fase (alevinagem) e processo (treinamento alimentar) bastante delicados.

Os funcionários devem, preferencialmente, ter tido experiência prévia com alevinagem e sua capacitação deve incluir o acompanhamento por uma pessoa experiente, que já conheça o protocolo de alevinagem e treinamento alimentar estabelecido na propriedade. Finalizada a fase de alevinagem, que geralmente ocorre apenas no período de chuvas, esses funcionários podem ser destinados ou reconduzidos para outras tarefas da propriedade.

No caso de mão de obra familiar, o trabalho pode ser dividido entre os familiares, garantindo o cumprimento das altas frequências de alimentação e cuidados indicados para essa fase. Se bem conduzida, a alevinagem de pirarucu pode ser bastante lucrativa para esses empreendimentos, já que hoje a demanda é alta em relação à oferta de alevinos no mercado, garantindo preços elevados de comercialização.

A produção do pirarucu pode ser desenvolvida em diferentes arranjos produtivos. O sistema monofásico é aquele no qual se acondiciona os alevinos na estrutura de cultivo e os mesmos permanecem nesta estrutura por todo período produtivo, sem manejos posteriores de repicagem e/ou classificação. O sistema bifásico é dividido em duas fases, recria e engorda, com a possibilidade de repicagem e classificação dos animais por tamanho entre as fases, sendo o mais praticado por produtores de pirarucu com a finalidade de aumentar a eficiência produtiva. Ainda pouco comum, mas também uma possibilidade, é o cultivo trifásico, com a distribuição do cultivo em três fases (Figura 46). Os sistemas bifásico e trifásico permitem maior otimização da infraestrutura de cultivo, já que utilizam viveiros menores para a fase de recria, permitindo menor investimento com telas de proteção antipássaros, menor gasto com insumos de preparação dos viveiros e maior uniformização do lote devido ao maior adensamento em cada fase e pela possibilidade de classificação dos peixes entre elas.

No documento Alevinagem, recria e engorda de pirarucu. (páginas 61-65)