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Com relação à economia, o município destaca-se em áreas estatísticas e análises em razão da gama de atividades que desenvolve, pois lidera, no Rio Grande do Norte, a produção animal e vegetal, segundo dados do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor – IDEC.

De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, em 1996, o Produto Interno Bruto - PIB era estimado em R$ 393,46 milhões, dos quais 10,6% correspondia às atividades baseadas na agricultura e na pecuária, 30,0% à indústria e 59,3% ao comércio e setor de serviços. O PIB per capita era de

10 Censo 2000 - Fonte IBGE - Escritório Regional

R$ 1.911,66. Em 2002, conforme estimativas do IBGE, o PIB havia evoluído para R$ 1,107 bilhão e o PIB per capita para R$ 5.036,0011.

Mossoró sempre teve um papel significativo para o crescimento do Estado. A economia que, no início dos anos de 30, era formada pela extração do sal e da colheita do algodão, “passou a se caracterizar especificamente a partir de meados dos anos 80, pela produção e exportação de frutas tropicais, a extração de sal e a exploração do petróleo [...]”(LIMA, 1999, p.59).

A economia baseada no tripé sal, petróleo e fruticultura irrigada transformou Mossoró em maior produtora de sal do estado do Rio Grande do Norte. O Estado é o maior produtor e distribuidor de sal, respondendo por 95% do sal consumido no Brasil. Desse total, 55% saem por meio do Porto-Ilha. Os estados do Ceará, Rio de Janeiro e Piauí respondem pelos 5% restantes. Aristotelina P. B. Rocha(2004, p. 87) destaca que “diante desses percentuais, podemos afirmar que o sal é um produto estratégico para a economia do Estado. Não existe nenhum estado Brasileiro que tenha essa hegemonia aglutinadora, em relação ao sal”.

Em 2000, foram exportadas através do Porto Ilha de Areia Branca, 746.078 toneladas de sal. Deste total, 441.939 toneladas foram para a Nigéria, 245.939 toneladas para os Estados Unidos da América–EUA , e as 58.200 toneladas restantes foram para Venezuela, Uruguai e Bélgica.O Sal grosso a granel é, em geral, transportado por via marítima (navio). No ano 2000, foram embarcadas

através do Porto-Ilha 2.481,106 toneladas. Quanto ao sal beneficiado (moído, refinado, peneirado) é escoado através do transporte rodoviário12.

O sal foi um dos primeiros produtos a ser explorado comercialmente no Rio Grande do Norte. A exploração normal e extensiva das salinas data de 1802, contudo, as jazidas espontâneas na região já eram conhecidas desde o início da colonização. Os municípios do Rio Grande do Norte, produtores de sal são os seguintes: Galinhos, Guamaré, Macau, Caraúbas, Areia Branca, Grossos e Mossoró. Mossoró é a grande responsável por esses números da economia salineira norte riograndese. A sua localização estratégica responde por essa afirmação. Apesar de está entre os municípios produtores de sal, Mossoró não está localizada no litoral.

11-FONTE – www.prefeiturademossoró.com.br 12 – FONTE – www.prefeiturademossoró.com.br

Entretanto, o clima predominante é o semi-árido quente, com temperatura oscilando entre 24o e 35o centígrados, que dura a maior parte do ano. O ar apresenta baixo teor de umidade, elevada evaporação, apresentando uma média de 2.850mm.

As precipitações ocorrem ao redor de 450mm anuais e a evaporação líquida é de 2.400, sendo que a intensidade de irradiação solar varia entre 120 e 320 horas/mês, com ventos que apresentam velocidade média entre 3,8 e 4,4m/s. Aliado a isso, tem ainda um solo impermeável, o que assegura condições ideais para a cristalização e colheita do sal, com um grau de pureza que atinge até 98o Baumé (www.prefeiturademossoró.com.br).

As salinas de Mossoró estão situadas na várzea estuarina dos rios Mossoró e do Carmo. Essa várzea é inundada pelas águas do mar e pelas águas das enchentes dos rios, que quando cessam as chuvas formam salinas naturais, onde o relevo é plano e baixo, estreitando-se para o litoral, onde a água do mar chega a alcançar até 35 Km do litoral. Essa série de fenômenos naturais é que faz com que Mossoró possa figurar entre os municípios produtores de sal do Rio Grande do Norte13.

Outra questão pertinente reside no fato de que a cidade é cortada pela Br- 304 responsável por um intenso tráfego de caminhões oriundos de todas as regiões

do Brasil. Todos os dias cerca de 300 caminhões passam por Mossoró, facilitando a venda do sal para outros estados. Rocha (2004, p.84) destaca que

é comum a grande quantidade de caminhões provenientes de Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e outros Estados. Esses caminhoneiros adquirem o sal para revender ao longo do seu retorno, já que é um produto de fácil comercialização ou para atender encomenda de Industrias.

Vale salientar que esse fator foi decisivo para que os empreendimentos de moagem e de refino do sal transferissem suas sedes do bairro Alto da Conceição para a BR-304. Além desses fatores, é pertinente destacar que a BR-304 corta o estado no sentido leste-oeste, indo de Natal até a divisa com o estado com o Ceará.

13-FONTE – www.prefeiturademossoró.com.br

Ora essa localização privilegiada faz com que a cidade contribua com 33% da produção do Rio Grande do Norte e 27% da produção nacional. A tabela abaixo nos fornece uma visão mais ampla e pertinente dessa questão.

Como podemos ver, a indústria do sal em Mossoró contribui para a geração de emprego e renda na cidade. Rocha (2004, p 94) enfatiza que “existem na cidade de Mossoró 45 empresas de moagem e seis refinarias. Ambas moem e/ou refinam sal não só originado de Mossoró, mas também dos demais Municípios Salineiros do Estado“. Todas essas questões levantadas ratificam o quanto a indústria salineira é importante para o desenvolvimento econômico da cidade, tornando-se também uma referência quando se fala na história de Mossoró.

Foto 02 (Salina em Areia Branca) Maior produtor de sal do país

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