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online. As competências foram agrupadas em duas linhas: concepção do processo de ensino aprendizagem online centrada na dimensão tecnológica e concepção do processo de ensino aprendizagem online centrada na construção do conhecimento, as quais serão descritas na seção 3.2.

3.2. Esquematização das Competências do Professor no Processo

de Aprendizagem Online

Na concepção centrada na dimensão tecnológica, Mauri e Onrubia (2010) aborda as competências segundo três diferentes esquemas: o primeiro destaca as possibilidades globais que a tecnologia oferece, a segunda, às novas possibilidades de acesso à informação que a tecnologia proporciona e a terceira, as possibilidades de elaboração dos novos materiais que a tecnologia permite. O esquema desenhado por Mauri e Onrubia (2010) é alinhado com os padrões de competência em TIC para professores proposto pela UNESCO (2009).

Quanto às possibilidades globais que a tecnologia oferece, algumas competências necessárias para o professor em ambientes colaborativos virtuais:

• Valorizar a integração das tecnologias da informação e comunicação (TIC) na educação e ensinar seu uso em nível instrumental;

• Ter conhecimento e capacidade para usar ferramentas tecnológicas na sua prática profissional;

• Conhecimento das implicações e consequências das TIC na vida cotidiana das pessoas e entendimento dos riscos potenciais de exclusão social devido as diferenças de acesso e de uso desigual dessas tecnologias. Quanto às novas possibilidades de acesso à informação que a tecnologia proporciona, há a necessidade de desenvolver as seguintes competências profissionais:

• Competências relacionadas com a obtenção de informação, utilizando o acesso à informação multimídia e hipermídia oferecidas e facilitadas pelas TICs:

o Buscar e consultar informações novas adaptadas às necessidades de aprendizagem dos aprendizes;

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• Competências relacionadas a ensinar o aprendiz a informar-se, com o

intuito de dominar as seguintes tarefas:

o Explorar as possibilidades oferecidas pelas TICs para ter acesso a aprendizagem;

o Selecionar a informação discriminando o importante do trivial; o Tirar conclusões e inferir consequências da informação buscada; o Explorar diversas linguagens, multimídia e hipermídia.

o Usar diferentes bases de informação para maximizar a satisfação das necessidades dos aprendizes;

o Gerenciar, armazenar e apresentar a informação de forma organizada e contextualizada.

Quanto às possibilidades de elaboração dos novos materiais que a tecnologia permite destaca-se o desenvolvimento das seguintes competências:

• Procurar eficazmente materiais e recursos diferentes entre os que já existem, focando no contexto metodológico ou pedagógico em que é usado; • Projetar materiais com TICs.

• Integrar os materiais no projeto de um curso virtual ou currículo a ser implantado nos ambientes colaborativos de aprendizagem;

• Favorecer a revisão dos conteúdos curriculares;

Na concepção centrada na construção do conhecimento, Mauri e Onrubia (2010) dividem as competências em três categorias, na primeira o professor oferece ao aprendiz instrumentos de acesso ao meio, desenvolvimento do processo de construção e de exploração de múltiplas representações ou perspectivas, favorecendo assim, sua imersão em um contexto favorável para o aprendizado. As seguintes competências são destacadas:

• Elaboração de conteúdos e tarefas que promovam uma atividade construtiva individual do aprendiz, adequada para que ele se aproprie do que foi ensinado.

• Projetar métodos de assessoria aos aprendizes, centrados em pedidos de apoio por parte deles.

• Planejar o envolvimento e o acesso do aprendiz, garantindo a continuidade do envolvimento no processo de aprendizagem.

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• Facilitar para o aprendiz o acesso, o uso, a exploração e a compreensão de

formatos de hipertexto e hipermídia.

• Facilitar ao aprendiz a exploração das representações iniciais do conteúdo de aprendizagem.

• Promover o uso de ferramentas colaborativas de consulta e assessoria. Na segunda categoria, o professor é visto como um orientador ou tutor e o seu papel consiste em acompanhar o processo de aprendizagem do aprendiz, mantendo diferentes graus de envolvimento no processo e cedendo o controle ao aprendiz. Entre as competências do professor destacam-se:

• Projetar atividades e tarefas de ensino de modo que sirvam para instruir uma aprendizagem estratégica e autorregulada;

• Comunicar-se de maneira eficaz para promover uma aprendizagem estratégica e autorregulada;

• Utilizar as ferramentas tecnológicas de maneira adequada e dirigidas ao acompanhamento do aprendiz, especialmente ferramentas colaborativas, facilitando a comunicação entre professor e aprendizes e entre os aprendizes.

Na terceira categoria, as competências dos professores estão relacionadas com a perspectiva da aprendizagem como um processo social e colaborativo, entendida como resultado de uma relação interativa entre professor, aprendizes e conteúdo. O papel do professor moderador envolve as seguintes competências:

• Mudar do papel de orador para o papel de consultor ou guia; • Elaborar perguntas mais do que prover respostas;

• Proporcionar assistência, auxílio e orientação aos aprendizes, incentivando- os na gestão e autorregulação da própria aprendizagem;

• Valorizar a formação dos aprendizes ao longo da vida como agentes ativos e construtivos e desenvolver o trabalho cooperativo;

• Desenvolver suas tarefas fazendo parte de uma equipe colaborativa de profissionais.

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3.3. Percepção e Mediação em Ambientes Colaborativos Virtuais de

Aprendizagem

Em um ACVA, quando membros de um grupo desconhecem o que seus colegas estão fazendo, ou não sabem onde suas atividades se encaixam no trabalho como um todo, nem qual é a situação deste trabalho, tem-se um problema que caracteriza a falta de contexto. O fornecimento deste contexto aos membros de um grupo é chamado de percepção, que permite a cada usuário coordenar e estruturar seu trabalho, pois possibilita-o perceber e compreender no que os demais estão trabalhando (SPÓSITO et al., 2008).

A mediação pode ser compreendida como a ação de intervenção no aprendizado do sujeito, seja presencial ou online. Essa ação de mediação é concretizada essencialmente pelo professor, por meio de signos e de instrumentos auxiliares, que conduzirão aprendizes e professores na prática educativa.

Segundo a esquematização proposta por Mauri e Onrubia (2010), enquanto a concepção tecnológica sugere o perfil e as competências do professor relacionadas com o suporte tecnológico do curso online, objetivando aproveitar os recursos tecnológicos em favor do acesso à informação e da elaboração de materiais, a concepção centrada na construção do conhecimento aborda o perfil do professor segundo o conceito de presença docente, abordando as competências de percepção e mediação social e cognitiva da aprendizagem colaborativa.

A mediação de grupos de aprendizagem online requer que o professor esteja atento ao comportamento dos aprendizes. A comunicação, seja para estabelecer a empatia através do diálogo aberto, seja para promover o engajamento através do incentivo à colaboração ou para orientar o percurso do aprendiz visando a aprendizagem, deve ser adequada às necessidades específicas dos aprendizes (KAMPFF et al., 2008).

Um professor mediador, que oriente e promova debates que dinamizem as trocas sociais, influencia de forma significativa a percepção dos aprendizes (BELLONI, 2008). Ainda segundo Belloni (2008), os problemas gerados pela distância geográfica podem ser superados com a utilização de ferramentas de comunicação eficientes que facilitem a colaboração entre o professor e os aprendizes.

Objetivando a presença docente, é fundamental acompanhar cada aprendiz, identificando suas necessidades e oferecendo auxílio personalizado. A presença docente no contexto da aprendizagem online no que tange a mediação de grupos de aprendizagem, com pouco ou nenhum contato face a face, requer um alto grau de

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