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A Lei Complementar nº. 87/96 foi incorporada à legislação do Estado do Ceará pela Lei nº. 12.670, de 27 de dezembro de 1996, publicada no diário oficial do estado em 30 de dezembro de 1996, onde ficou estabelecida a não-incidência das operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, inclusive produtos primários e produtos industrializados semielaborados, ou serviços; o direito de creditar-se do ICMS referente a entrada destinada ao seu consumo ou ao ativo permanente; e a manutenção do crédito relativo a entrada de mercadoria no estabelecimento ou a prestação de serviços a ele efetuadas, quando as saídas tenham como destino o exterior.

Art. 4º O ICMS não incide sobre: ...

II - operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, inclusive produtos primários e produtos industrializados semi-elaborados, ou serviços;

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Art. 49. Para a compensação a que se refere o Artigo 46, é assegurado ao sujeito passivo o direito de creditar-se do ICMS anteriormente cobrado em operações de que tenha resultado a entrada de mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento, inclusive a destinada ao seu consumo ou ao Ativo Permanente, ou

Venda de insumos com crédito de icms Exportador Venda para o exterior sem débito de ICMS (1º benefício) Mantém o crédito de ICMS dos produtos exportados (2º benfício) Compensa o crédito de ICMS na venda para o mercado interno Negocia o crédito de ICMS com outras empresas

o recebimento de serviços de transporte interestadual e intermunicipal ou de comunicação.

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Art. 53. É vedado o crédito relativo a mercadoria entrada no estabelecimento ou a prestação de serviços a ele efetuada:

I - para integração ou consumo em processo de industrialização ou produção rural, quando a saída do produto resultante não for tributada ou estiver isenta do ICMS, exceto as saídas para o exterior;

II - para comercialização ou prestação de serviço, quando a saída ou a prestação subseqüente não forem tributadas ou estiverem isentas do ICMS, exceto as destinadas ao exterior;

Vale ressaltar que esse benefício existia anteriormente, mas era restrito apenas aos produtos industrializados, com fulcro no inciso II, do Artigo 3º da Lei nº. 11.530, de 27 de janeiro de 1989, publicado no Diário Oficial do Estado em 27 de janeiro de 1989.

Art. 3º O imposto não incide sobre operação:

I - que destine ao exterior produtos industrializados, excluídos os semi- elaborados, assim considerados nos termos dos parágrafos 2º e 3º;

A alteração feita pela Lei Kandir impactou negativamente a arrecadação do Estado do Ceará, pois estendeu a não-incidência do ICMS a todas as operações e prestações que destinem mercadorias ao exterior, inclusive produtos primários e industrializados semi- elaborados, ou serviços.

O direito de manter o crédito, quando as mercadorias se destinam ao exterior, afeta também a arrecadação, porque as empresas têm o direito de transferir os seus créditos, conforme estabelece a Lei nº. 12.670, de 27 de dezembro de 1996, no artigo 55 e seus incisos, disciplinando como se deve proceder às transferências de crédito:

Art. 55. Os saldos credores acumulados, a partir de 16 de setembro de 1996, por estabelecimentos que realizem operações e prestações de exportação para o exterior, podem ser, na proporção que essas saídas representem do total das saídas realizadas por estabelecimento:

I - imputados pelo sujeito passivo a qualquer outro estabelecimento de sua propriedade neste Estado;

II - havendo ainda saldo remanescente, transferidos pelo sujeito passivo a outros contribuintes deste Estado, mediante prévia manifestação do Fisco, conforme dispuser o regulamento.

Para o exportador que teve as vendas desoneradas do ICMS, estão configuradas duas possibilidades de benefícios: caso ele venda para o mercado interno, ele pode aproveitar esse crédito para compensar o débito dessas vendas conforme está determinado no inciso I; e o segundo, previsto no inciso II supra, quando o exportador negocia esses créditos para outras empresas, que os vão aproveitar para abater do seu montante de ICMS a recolher;

repercutindo dessa forma na arrecadação. A Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará controla o benefício destacado no inciso I mediante as ações fiscais que são planejadas. No tocante ao inciso II, pela análise de processos que as empresas protocolizam pleiteando a transferência para terceiros.

No caso da transferência do saldo credor acumulado de ICMS para outra empresa de um mesmo proprietário, a empresa que está transferindo o crédito terá que informar ao órgão de sua circunscrição fiscal até o ultimo dia do mês subsequente ao da transferência. Com relação à transferência a outro contribuinte, a empresa terá que apresentar requerimento à Secretaria da Fazenda que, após análise dos documentos de aquisição que geraram o saldo credor, emitirá parecer autorizando a transferência, sendo esta vedada sem o referido parecer (BASTOS, 2005).

As solicitações de transferência do saldo de seus créditos para outras empresas, grafadas no inciso II, são recepcionadas pela Secretaria da Fazenda, na Célula de Gestão Fiscal da Substituição Tributária e Comércio Exterior (CESUT). Anteriormente, até 2001, a apreciação desses pleitos dos contribuintes era feita pelas Células de Execução da Administração Tributária – CEXAT, de acordo com a região em que eles estavam domiciliados, mas estas análises de forma descentralizada e sem uniformização dos procedimentos estavam causando prejuízos ao erário, porque os servidores não tinham o devido preparo técnico e havia carência de instrumentos legais que normatizassem essas auditorias de verificação da legitimidade dos créditos de ICMS. Em razão desse status quo, a SEFAZ resolveu delegar para a CESUT a competência para analisar esses processos e formou uma equipe especializada de auditores fiscais.

A CESUT analisa a legitimidade dos créditos, por meio de ação fiscal designada para um auditor fiscal da Receita Estadual, que vai efetuar um levantamento fiscal para conferir se os documentos são idôneos e se as operações de exportação realmente ocorreram. Depois dessa análise minuciosa, o auditor vai emitir uma informação fiscal, destacando o valor cabível, para ser encaminhado para Coordenação da Administração Tributária (CATRI), que elabora parecer permitindo que deva ser assinado pelo secretário da Fazenda.

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