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5. O CASO PRÁTICO LUANDA TOWERS

5.5. CONTROLO DE MATERAIS, EQUIPAMENTOS E MÃO-DE-OBRA

5.5.1. A NÁLISE DE MATERIAIS

O processo de satisfação de necessidades de materiais é possivelmente o mais vasto e complexo de entre os três processos de aquisição de recursos. Verifica-se em larga maioria a necessidade de recurso à importação, torna-se num processo longo e exibe a necessidade de se proceder ao controlo das várias etapas de importação, tal como anteriormente referido. A análise de importações representa uma das atividades fulcrais na realização de obras em Angola. Atendendo ao facto que grande parte dos materiais são de importação, o controlo sistemático ao processo revela-se de extrema importância. É fundamental um processo de controlo definido de modo a garantir que os materiais requeridos são importados cumprindo os diversos prazos parcelares (adjudicação, expedição e desalfandegamento), conduzindo ao cumprimento dos prazos finais de entrega necessários.

Este processo dá seguimento ao plano de necessidades de materiais e monitoriza o processo de importação desde a emissão da nota de encomenda até à receção do material em obra. O mesmo é conseguido mormente à custa da elaboração de um mapa de controlo de importações (Tabela 32 e Tabela 33).

Analisando o mapa de controlo de importações, verifica-se que o mesmo se divide em seis campos fundamentais: − Requisição; − Adjudicação; − Encomenda; − Receção em Estaleiro; − Despacho; − Destino.

As principais etapas, a controlar, no processo de importação são:

− Emissão de nota de encomenda (perfeitamente identificado o tipo de material, quantidades, prazo de entrega, valor de transporte, meio de transporte necessário); − Adjudicação do material (realização por parte da central de compras onde são confirmados a possibilidade de adjudicação do material pelo valor estipulado e prazos requeridos);

− Transporte do material (do lugar de emissão até Luanda onde todo o processo de transporte deverá ser monitorizado pela equipa logística e pelo diretor de obra);

− Transporte do material para base logística (no caso da Casais ECV);

− Transporte do material para a obra.

Todas as etapas do processo têm de ser acompanhadas, registando-se em mapa de importações as datas de necessidades, datas de adjudicação, datas de entrega em estaleiro central de Braga, datas de atracagem no porto de Angola e data de chegada a estaleiro em Viana.

É ainda de salientar que no mapa de importações são associados os respetivos códigos de materiais, fundamentais no lançamento dos custos desses mesmos materiais à obra em causa. Tal como já referido em capítulos anteriores, na Casais Angola a utilização de um software de controlo logístico (SAP) permite a compilação de toda a informação relativa à entrada, saída e movimentação de materiais e equipamentos afetos à empresa. Assim, todo este processo deverá ser integrado espelhando o mapa de importações toda a informação necessária ao cruzamento de dados numa análise sistémica ao processo logístico.

Atualmente, dada a complexidade dos sistemas logísticos e de transportes, a exigência das obras e a diversidade de materiais a importar, só com sistemas logísticos integrados, bem organizados e diariamente monitorizados é possível alcançar a garantia de cumprimento de prazos que o mercado impõe.

De modo a ter uma ideia da logística necessária para importação e sendo que ao momento da elaboração deste relatório cerca de 70% da importação para a torre 1 estava realizada, poderemos referir que o material importado para esta torre contará com a utilização de cerca de 300 contentores no processo de importação.

Anote-se que uma parte significativa das importações é realizada por subempreiteiros integrais, não estando contabilizada acima. Vejam-se por exemplo as carpintarias, cujo processo de importação ficou a cargo da CarpinAngola.

Para além do controlo do processo de importação, existe também o controlo ao processo de compras locais, o qual ainda que menos extenso tem de ser objeto de controlo também.

Tabela 32 - Mapa de Controlo de Importações (1/2)

Tabela 33 - Mapa de Controlo de Importações (2/2) Adjudicação Código

SAP Descrição material ou equipamento Quant. Un. Meio entrega Data Requisição Data Necessária de Entrega

Fornecedor Data de Adjudicação Data entrega Data previsivel no destino 10024471 Fornecimento de Cinca Branco 5500,

30x30 Natural 1803,6 M2 Marítima 14-01-2014 14-07-2014 CASA PEIXOTO, SA 28-01-2014 31-01-2014 22-03-2014 10094086

Fornecimento de sanita suspensa

CETUS 48 da Sanindusa, na cor branca 132 UN Marítima 21-01-2014 15-05-2014 SOCIMORCASAL,

SA 14-02-2014 28-02-2014 19-04-2014 10099536 Fornecimento de Soleiras em Granito Branco Real 1,55mx0,21m 1 UN Marítima 11-02-2014 05-06-2014 TRANSGRANITOS, LDA 12-02-2014 14-02-2014 05-04-2014 10051751 Fornecimento de cimento cola Weber

Col Flex M - Cinza 91 UN Marítima 21-02-2014 21-06-2014

Montael-Materiais

de Construção e R 24-02-2014 25-03-2014 14-05-2014 Fornecimento de Portas CF da NINZ RAL

9010 Modelo UNIVER CF90 c/ 2,00x0,90m (DIREITA) equipada com:

36 UN Marítima 12-04-2014 03-08-2014

Requisição Datas encomenda

Recepção estaleiro Data previsível recepção Despachante / transitário Data de Embarque Data prevista de

desalfandegamento Data atracagem Data entrega 30-01-2014 DHL 17-02-2014 29-03-2014 06-02-2014 20-03-2014 28-02-2014 DHL 17-03-2014 26-04-2014 05-04-2014 15-04-2014 13-02-2014 PINTO BASTO 24-02-2014 05-04-2014 19-03-2014 27-03-2014 25-03-2014 DHL 28-03-2014 07-05-2014 Despacho Destino

Sendo Angola um país em franco desenvolvimento, o recurso a compras locais é cada vez mais uma realidade, verificando-se que este tipo de compras ganha cada vez mais relevância com o passar do tempo.

A principal razão desta mudança é devida, maioritariamente, à instalação de cada vez mais representantes de materiais ou equipamentos em Angola. Dado que o risco de investimento no país é cada vez menor verificam-se que cada vez mais fornecedores e investidores o procuram para instalarem os seus negócios.

Com uma maior oferta atualmente, é normal verificar que a discrepância de preços entre um mesmo produto comprado localmente ou importado é cada vez menor, conduzindo por vezes à compra local.

O processo de compra local passa pela emissão de uma nota de encomenda de materiais com destino ao departamento de compras locais no qual se descreve com exatidão qual o material a adquirir, qual o preço disponível para compra e qual a data de necessidade de entrega ou plano de entregas.

Uma vez na posse da nota de encomenda ou requisição de materiais, cabe ao departamento de compras locais proceder à sua procura e adjudicação no mercado local, informando o diretor de obra acerca da adjudicação, preço de compra e expectativa de entrega.

É no entanto necessário monitorizar o processo de modo a estabelecer prioridades geradas muitas vezes por alterações de circunstâncias imprevisíveis. A existência de um mapa de compras locais (Tabela 34), que descreve quais os materiais adjudicados, pendentes ou entregues é fundamental para controlo do processo. Deverá entender-se aqui como materiais pendentes todos os materiais que, ou ainda não foram alvo de adjudicação, estando ainda em fase de consulta, ou que ainda que já adjudicados não foram entregues no seu todo ou em parte.