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A NÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS PARA AS TRUTAS .1 Considerações gerais

4 A NÁLISE DE NOVAS CONFIGURAÇÕES PARA OS ABRIGOS LATERAIS

4.3 A NÁLISE DE RESULTADOS

4.3.2 A NÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS PARA AS TRUTAS .1 Considerações gerais

As configurações que revelaram melhores resultados para esta espécie foram as configurações A, B, H, J e K. Embora cada configuração tenha tido melhores resultados em diferentes estágios ou estações do ano, as configurações A e B revelaram-se as melhores para um maior número de casos, tendo obtido os maiores valores de HHS para as trutas juvenis no período Inverno-Primavera e para as adultas no período Verão-Outono. A configuração B teve ainda o valor mais elevado de HHS considerando a truta adulta no período Inverno-Primavera.

1. Configuração A

A configuração A (Figura 4.11), baseada na configuração C8, é caracterizada por ter o vértice mais a jusante do triângulo ligeiramente deslocado para o interior do canal, comparativamente com o vértice mais a montante.

Figura 4.11 - Configuração A

A disposição de um dos vértices para o interior do canal leva a que se crie zonas com maiores velocidades na margem esquerda do canal. A distribuição de velocidades de escoamento na configuração A pode ser observada na Figura 4.12.

Figura 4.12 - Distribuição de velocidades de escoamento (m/s) na configuração A

Inverno-Primavera

Nesta configuração obteve-se um valor de HHS de 0,52 para as trutas juvenis no período Inverno-Primavera.

No caso das trutas juvenis, os valores de preferência mais elevados verificam-se para velocidades na ordem dos 0,30 e 1,00 m/s. Sendo as velocidades na zona do canal relativamente próximas dos 1,00 m/s, e juntando ao facto de as profundidades serem baixas e

No interior do abrigo também existem zonas de velocidade ainda mais favorável do que no canal, mas revela-se uma menor distribuição de CSI pois as profundidades são menos favoráveis às trutas juvenis. Os valores mais baixos de CSI dentro do abrigo são bastante afectados pelo VSI que decresce, recaíndo assim na profundidade a responsabilidade pelos valores de CSI existentes. As distribuições de VSI e de CSI para este caso podem ser observadas na Figura 4.13 e na Figura 4.14.

Figura 4.13 - Distribuição de VSI na configuração A - Truta Juvenil (Inverno-Primavera)

Figura 4.14 - Distribuição de CSI na configuração A - Truta Juvenil (Inverno-Primavera)

Verão-Outono

Para esta época do ano, a configuração A obteve um dos melhores resultados para a truta adulta, com um valor de HHS de 0,40.

Comparativamente com o período Inverno-Primavera as trutas adultas têm preferência por velocidades mais baixas, na ordem dos 0,30 m/s. Estas velocidades ocorrem em maior parte na zona interior do abrigo, uma zona com menor área quando comparada com a restante. Em termos de preferência de profundidade as trutas adultas neste período continuam a ter a sua

preferência máxima para dois valores distintos, 0,90 e 0,20 m, para valores de HSI de 1,0 e 0,9, respectivamente. Desta forma, é esperada uma maior ocorrência de valores de CSI elevados no interior do abrigo devido à existência de baixas velocidades. Fora do abrigo, nomeadamente na margem esquerda do canal, as velocidades já não são tão favoráveis, recaindo na profundidade a maior influência exercida no CSI. As distribuições de VSI e de CSI para este caso podem ser observadas na Figura 4.15 e na Figura 4.16.

Figura 4.15 - Distribuição de VSI na configuração A - Truta Adulta (Verão-Outono)

Figura 4.16 - Distribuição de CSI na configuração A - Truta Adulta (Verão-Outono)

2. Configuração B

A configuração B (Figura 4.17) é bastante semelhante à configuração A. Caracteriza-se pelo vértice a jusante do triângulo estar mais para dentro do canal quando comparado com a situação anteiror (Configuração A). A distribuição de velocidades para esta configuração é idêntica à anterior configuração e pode ser observada na Figura 4.18.

Figura 4.17 - Configuração B

Figura 4.18 - Distribuição de velocidades de escoamento (m/s) na configuração B

Inverno-Primavera

Esta configuração obteve bons resultados de HHS tanto no caso das trutas juvenis como das adultas, sendo os seus valores, respectivamente, 0,52 e 0,30.

Sendo as distribuições de velocidades de escoamento e a profundidade semelhantes às verificadas na configuração A, seria expectável que os resultados de VSI e de CSI para a truta juvenil fossem idênticos, como se pode observar na Figura 4.19 e na Figura 4.20.

Figura 4.19 - Distribuição de VSI na configuração B - Truta Juvenil (Inverno-Primavera)

Figura 4.20 - Distribuição de CSI na configuração B - Truta Juvenil (Inverno-Primavera)

No caso das trutas adultas, os valores de CSI diminuem de uma forma geral, em grande parte devido às baixas profundidades existentes. A distribuição de CSI neste caso é fortemente influenciada pelas profundidades pouco favoráveis existentes na zona, apesar de as velocidades serem favoráveis, especialmente na margem esquerda do canal. De referir também que na zona do abrigo os valores de CSI aumentam, sendo que desta vez são os valores elevados de profundidade a compensar as velocidades ligeiramente menos favoráveis verificadas nessa zona. No entanto, chegou-se a um valor de HHS igual ao da configuração A. As distribuições de VSI e de CSI para as trutas adultas são apresentadas na Figura 4.21 e na Figura 4.22.

Figura 4.21 - Distribuição de VSI na configuração B - Truta Adulta (Inverno-Primavera)

Figura 4.22 - Distribuição de CSI na configuração B - Truta Adulta (Inverno-Primavera)

Verão-Outono

Neste período, esta configuração obteve bons resultados para as trutas adultas com um valor de HHS de 0,40, igual ao da configuração A. Este resultado é expectável dada a semelhança entre as duas configurações, levando a distribuições de velocidades, profundidades e valores de CSI muito semelhantes.

As distribuições de VSI e de CSI para as trutas adultas neste período são apresentadas na Figura 4.23 e na Figura 4.24.

Figura 4.23 - Distribuição de VSI na configuração B - Truta Adulta (Verão-Outono)

Figura 4.24 - Distribuição de CSI na configuração B - Truta Adulta (Verão-Outono)

3. Configuração H

A configuração H (Figura 4.25) obteve o melhor resultado para as trutas juvenis no Verão-Outono, com um valor de HHS de 0,40. Esta configuração é baseada na configuração C10, tendo como única diferença o prolongamento do obstáculo do abrigo na direcção do canal em cerca de 0,10 m.

Figura 4.25 - Configuração H

Relativamente à distribuição de velocidades (Figura 4.26) na área analisada, observa-se mais uma vez que o prolongamento do obstáculo para o interior do canal faz com que se verifiquem velocidades mais elevadas na margem oposta ao abrigo, sendo a distribuição deste parâmetro na zona do canal semelhante à das configurações já analisadas. No interior do abrigo, e desta vez com mais área disponível, há uma área maior com velocidades próximas de zero.

Figura 4.26 - Distribuição de velocidades de escoamento (m/s) na configuração H

Na Figura 4.26 pode observar-se que a zona de velocidades mais elevadas, na margem esquerda do canal, tem valores de CSI muito baixos para as trutas juvenis, como seria de esperar devido à pouca adequabilidade de valores de velocidade registada. Os maiores valores de CSI são observados maioritariamente no interior do abrigo, em zonas onde a velocidade ronda os 0,40 m/s, valor próximo da preferência máxima. Ainda no interior do abrigo, onde a velocidade do escoamento é próxima de zero, a velocidade acaba por não ter grande influência nos valores de CSI sendo a profundidade o factor com maior influência. As distribuições de VSI e de CSI para este caso podem ser observadas na Figura 4.27 e na Figura 4.28.

Figura 4.27 - Distribuição de VSI na configuração H - Truta Juvenil (Verão-Outono)

Figura 4.28 - Distribuição de CSI na configuração H - Truta Juvenil (Verão-Outono)

4. Configuração J

A configuração J (Figura 4.29) segue o mesmo princípio da configuração H, sendo que desta vez o prolongamento do obstáculo é feito na vertical para o interior do canal, também com uma extensão de 0,10 m. Esta configuração obteve resultados idênticos à configuração H, também para a truta juvenil no período Verão-Outono, com um valor de HHS de 0,39.

Figura 4.29 - Configuração J

A distribuição de velocidades do escoamento (Figura 4.30) não apresenta grandes mudanças relativamente à configuração H, visto que a alteração feita no prolongamento do obstáculo não teve grande influência na mesma.

Figura 4.30 - Distribuição de velocidades de escoamento (m/s) na configuração J

Sendo a distribuição de velocidades semelhante à da configuração H, seria de esperar que as distribuições de VSI e de CSI praticamente não sofressem alterações, como se pode observar na Figura 4.31 e na Figura 4.32.

Figura 4.31 - Distribuição de VSI na configuração J - Truta Juvenil (Verão-Outono)

Figura 4.32 - Distribuição de CSI na configuração J - Truta Juvenil (Verão-Outono)

5. Configuração K

A configuração K (Figura 4.33) tem também como base a configuração C8, mas desta vez com uma diferente abordagem; um aumento de área passível de ser utilizada pelos peixes dentro do abrigo, retirando um dos lados ao triângulo.

Figura 4.33 - Configuração K

Com a retirada de um dos lados ao triângulo é criada uma zona de menores velocidades de escoamento no interior do abrigo (Figura 4.34), sendo predominante no abrigo uma velocidade de escoamento com valores entre 0 e 0,20 m/s. Esta configuração revelou-se a melhor em termos de HHS para as trutas adultas no período Inverno-Primavera, com um valor de 0,35 para o índice HHS.

Comparando a distribuição de velocidades desta configuração com a segunda melhor para esta espécie e período do ano (configuração B), podemos concluir que as velocidades fora do abrigo são semelhantes, recaindo as maiores diferenças na zona interior do abrigo. Apesar de as velocidades baixas não serem as mais favoráveis para as trutas adultas, o aumento de WUA e de área molhada faz com que o quociente entre estas duas grandezas seja maior, obtendo-se assim um valor maior de HHS.

Figura 4.34 - Distribuição de velocidades de escoamento (m/s) na configuração K

Observando a distribuição de CSI na configuração K para a truta adulta no período Inverno-Primavera (Figura 4.36) pode-se observar que a zona central do triângulo agora utilizável tem valores baixos de CSI. Conclui-se assim que apesar de não se ganhar muito VSI (Figura 4.35)

nem CSI em relação à configuração B, ganha-se sobretudo área disponível para ser utilizada pelas trutas. Apesar de a contribuição em termos de CSI não ser muito relevante, o aumento de área faz a diferença no que diz respeito ao valor de HHS. Mais uma vez, tal como na distribuição de velocidades, fora da zona do abrigo a distribuição de CSI é idêntica à da configuração B.

Figura 4.35 - Distribuição de VSI na configuração K - Truta Adulta (Inverno-Primavera)

Figura 4.36 - Distribuição de CSI na configuração K - Truta Adulta (Inverno-Primavera)

4.3.2.2 Conclusões

Como conclusões da análise dos resultados obtidos para as trutas podem ser referidas:

 Os resultados das simulações numéricas estão de acordo com as conclusões apresentadas por Ribi (2011), especialmente no que diz respeito à truta juvenil no período Inverno-Primavera;

 As configurações A e B são bastante semelhantes à configuração C8, diferindo apenas no prolongamento do obstáculo para o interior do canal;

 Mesmo nos estágios onde estas duas configurações não foram as melhores (truta adulta no Inverno-Primavera no caso da configuração A, e truta juvenil no Verão-Outono em ambas) os valores de HHS estão muito próximos dos valores mais elevados para qualquer alternativa;

 O prolongamento do obstáculo para o interior do canal tem um impacto positivo nos valores de HHS.

4.3.3 A

NÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS PARA OS BARBOS

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