• Nenhum resultado encontrado

6.1 CONCLUSÕES

A presente dissertação aborda a modelação hidrodinâmica de habitat de abrigos laterais para peixes, tendo como primeira fase a calibração do modelo numérico através da comparação de resultados com os obtidos numa instalação experimental no âmbito de uma dissertação de doutoramento na École Polythecnique Fédérale de Lausanne. O modelo aplicado foi o River2D, cujo funcionamento é brevemente explicado nesta dissertação.

Integrando curvas de preferência de habitat, foi possível comparar os resultados numéricos com os obtidos em ensaios experimentais, traduzidos em termos de taxa de presença dos peixes nos abrigos. Verificou-se uma boa correlação entre os resultados obtidos nos ensaios experimentais e nos modelos numéricos. Ainda assim, e tendo como referência as configurações testadas experimentalmente (configurações C), o habitat foi simulado para outras espécies, estágios de vida e períodos do ano, de forma a encontrar uma relação entre espécies.

As diferenças nas preferências de velocidade entre a espécie utilizada nos ensaios experimentais (truta juvenil) e as estabelecidas para o rio Lima poderão ajudar a explicar os resultados discordantes. Diversos autores referem a importância de desenvolver curvas de preferência de habitat do local em estudo, pois as necessidades de habitat dependem não só do estágio de vida mas também do tipo de rio. Vismara et al. (2001) encontrou diferenças entre curvas de preferência obtidas em regiões diferentes, o que vem reforçar a necessidade de utilização de curvas de preferência do local em estudo (Moyle et al., 1985; Orth, 1987), para o correcto dimensionamento dos abrigos laterais para peixes.

De facto, existem diferenças entre as preferências da truta do rio Lima e as estudadas por Vismara et al. (2001). Se para preferências em termos de velocidade das trutas juvenis os resultados são similares (i.e., maior VSI ocorre para velocidades baixas), o mesmo não acontece para as adultas. A truta do rio Lima aparenta suportar melhor as elevadas velocidades típicas de um rio montanhoso. Em termos de preferência, no que diz respeito às baixas profundidades de escoamento, os resultados entre curvas são semelhantes. Contudo, notam-se grandes discrepâncias para profundidades elevadas, o que pode ser causado pelas diferentes morfologias dos rios onde as curvas foram desenvolvidas. No caso da instalação experimental, as profundidades verificadas (0,24 a 0,27 m) não são favoráveis para as trutas adultas, no que resulta em valores mais baixos nas simulações de habitat (HHS). Isto explica a baixa disponibilidade de habitat para os adultos. Na Figura 6.1 podem ser observadas diferentes curvas de preferência de diferentes regiões, juntamente com as curvas de preferência da truta do rio Lima.

Figura 6.1- Curvas de preferência para as trutas (esquerda – juvenil, direita – adulta) (as curvas de preferência do rio Lima estão assinaladas a vermelho) (adaptado de Vismara et al., 2001)

Um elevado número de estudos de modelação de habitat sublinhou a necessidade de definir a adequabilidade de habitat baseada nos estágios de vida (e.g. Copp, 1992; Lamouroux et al., 1999). A utilização de habitat por parte dos peixes varia bastante entre espécies e seus estágios de vida. É sabido que os indivíduos de maiores dimensões (i.e., adultos) preferem habitats mais profundos com maiores correntes do que os pequenos da mesma espécie (Lamoroux et al., 1999). Assim, são necessários estudos adicionais com juvenis e adultos, para cobrir todo o ciclo de vida das espécies piscícolas.

Além disso, discrepâncias nas preferências de habitat observadas entre estágios de vida causam dificuldades em dimensionar um abrigo que abranja todo o ciclo de vida das espécies. De facto, a melhor configuração testada por Ribi (2011) para a truta adulta (C2) não é a mais adequada para a truta juvenil. Para ultrapassar esta situação, implantar dois ou mais abrigos com diferentes configurações, uns para juvenis e outros para adultos, pode ser a solução a considerar em alguns casos.

Sendo que pouco se sabe sobre a geometria dos abrigos laterais para peixes, depois de verificada a validade do modelo, foram criadas onze novas configurações para os abrigos - designadas de A a K, tendo como referência as testadas em instalação experimental, de forma a perceber que factores podem influenciar a eficiência dos abrigos. Foram criadas configurações que em alguns casos melhoram significativamente a disponibilidade de habitat no abrigo para uma determinada espécie e estágio de vida. Constatou-se, porém, que a mesma configuração pode ter resultados excelentes para uma determinada espécie e ser completamente irrelevante para outra.

Na Tabela 6.1 é feito um resumo das melhores configurações em termos de HHS para cada espécie, estágio de vida e época do ano considerada, e é apresentado também o incremento no valor de HHS relativamente à configuração C0 (sem qualquer obstáculo no abrigo).

Tabela 6.1 - Melhores configurações e ganhos de HHS em relação à configuração C0

Melhor configuração Ganho de HHS em relação à

configuração C0 Truta Inverno Primavera Juvenil C8/C11 0,01 Adulta K 0,08 Verão Outono Juvenil H 0,04 Adulta C11 0,03 Barbo Juvenil D 0,10 Adulto K 0,04

Como se pode observar na tabela anterior foram criadas configurações que superam os valores de HHS das configurações testadas em modelo físico em 4 dos 6 casos estudados.

No caso da truta, no período Inverno-Primavera, a truta juvenil (espécie testada em modelo físico) revelou melhores resultados para as configurações C8 e C11 (valores praticamente idênticos) onde a forma do obstáculo é a mesma, triangular, mudando apenas a orientação do vértice (para o interior do canal ou para o interior do abrigo). No mesmo período, mas no estágio adulto, a configuração K produziu um ganho de 0,08 em termos de HHS. A configuração K resulta da retirada de uma parede vertical da configuração C8.

No período Verão-Outono, no caso da truta juvenil, a melhor configuração acabou por ser a configuração H, com um ganho de 0,04 relativamente à configuração C0. A configuração H é semelhante à configuração C10, mas com um maior prolongamento do obstáculo para o interior do canal.

No caso do barbo apenas foram realizadas simulações para dois estágios de vida, juvenil e adulto, tendo sido obtidos os melhores resultados para a configuração D e K, com ganhos de 0,10 e 0,04, respectivamente.

Tal como já referido anteriormente, a mesma configuração pode produzir resultados bastante favoráveis para uma determinada espécie e estágio de vida e, noutro estágio de vida, ter valores de HHS muito baixos, em alguns casos traduzindo-se mesmo em perdas de HHS relativamente à configuração C0 (sem qualquer obstáculo no abrigo).

De forma a simular a aplicação destes abrigos, aplicaram-se os abrigos laterais ao rio Ocreza. Simulou-se o habitat para a espécie mais relevante neste rio, o barbo, e utilizando o mesmo tipo de abrigo para ambos os estágios de vida. Para determinar a disponibilidade de habitat no rio Ocreza foi utilizado o modelo Casimir Fish 2D. A utilização do mesmo tipo de abrigo para os diferentes estágios de vida revelou-se algo desapropriada, sendo que a colocação de todos os abrigos aproximadamente à mesma cota também se revelou incorrecta. No entanto, e apesar de para caudais elevados a disponibilidade de habitat nos abrigos ser quase nula, a WUA aumenta de uma forma geral ao longo do rio, conseguindo-se ganhos de cerca de 200 e 600 m2, respectivamente para o barbo juvenil e adulto, utilizando três abrigos com cerca de 24 m2.

6.2 RECOMENDAÇÕES

Presentemente pouco se conhece relativamente a abrigos laterais para peixes especialmente no que diz respeito à(s) configuração(ões) a adoptar. Assim, como recomendações para estudos futuros tem-se:

 Testar diferentes configurações para os abrigos laterais, bem como a sua geometria;  Estudar a influência de abrigos em diferentes margens, não só para a mesma espécie

e estágio de vida mas também para casos diferentes;

 Estudar a relação entre a existência de dois abrigos na mesma margem e a distância óptima entre eles, pois um abrigo afecta as condições de habitat a jusante. Se a jusante deste primeiro abrigo existir outro, importa perceber qual a disponibilidade de habitat do segundo abrigo;

 Estudar a colocação de abrigos a diferentes cotas num curso de água natural. A existência de abrigos a cotas diferentes (e para caudais diferentes) pode revelar-se benéfica;

 Estudar a utilização de um abrigo com profundidade variável na sua

 Estudar os padrões de escoamento decorrentes da morfologia do rio em estudo;  Criar condições, para os caudais mais frequentes, para que a velocidade de

preferência máxima possa coincidir com a profundidade de preferência máxima;  Utilizar, juntamente com os modelos hidrodinâmicos de habitat, um modelo físico;  Construir abrigo lateral para peixes e acompanhar a sua evolução e taxa de presença

em condições de hydropeaking de forma a validar os ensaios em instalação experimental e as simulações numéricas.

BIBLIOGRAFIA

Bain, M.B., Stevenson, N.J. 1999. Aquatic Habitat Assessment. American Fisheries Society. Bethesda. Maryland. 216 pp.

Berg, O.K., Arnekleiv, J.V., Lohrmann, A. 2006. The influence of hydroelectric power generation on the body composition of juvenile Atlantic salmon. River Research and Applications 22: 993-1008.

Boavida, I. 2012. Ecohydraulic modelling for river restoration in Mediterrean-type streams, Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa.

Boavida, I., Santos, J.M., Katopodis, C., Pinheiro, A.N., Ferreira, M.T. 2013. Uncertainty in predicting the fish-response to two-dimensional habitat modelling using field data. River Research and Applications, 29(9): 1164-1174.

Bovee, K.D. 1978. The incremental method of habitat potential for coolwater species with management implications. American Fisheries Society Special Publication 11, pp. 340-346. Bovee, K.D. 1982. A guide to stream habitat analysis using the instream flow incremental methodology, Instream Flow Information Paper 12. USDI Fish and Wildlife Service. Washington, 248 pp.

Bovee, K.D. 1996. Perspectives on two-dimensional river habitat models: the PHABSIM Experience. In: Leclerc, M., Capra, H., Valentin, S., Boudreault, A., Côté, Y., Eds. Ecohydraulics 2000 Proceedings of Second International Symposium on Habitat Hydraulics B. INRS-Eau & FQSA, IAHR/AIRH, pp. B149-B162.

Bruno, M.C., Siviglia, A. 2012. Assessing impacts of dam operations - interdisciplinary approaches for sustainable regulated river management. River Research and Applications 28: 675-677.

Carta Piscícola. www.cartapiscicola.org. Janeiro de 2014.

Clarke, K.D., Pratt, T.C., Randall, R.G., Scuton, D.A., Smokorowski, K.E. 2008. Validation of the flow management pathway: effects of altered flow on fish habitat and fishes downstream from a hydropower dam. Canadian Technical Report of Fisheries and Aquatic Sciences 2784.

Cortes, R., Ferreira, M.,; Santos, J., Godinho, F., Diogo, R., Albuquerque, A., Fernandes, F., Ribeiro, P., Oliveira, S., Lopes, L., Motta, A., Oliveira, D., Tavares, I., Saraiva, Z. 2000. Estudo Experimental para a definição do caudal ecológico do rio Lima. Vila Real, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Instituto Superior de Agronomia e Instituto de Conservação da Natureza.

Copp, G.H., 1992. Comparative microhabitat use of cyprinid larvae and juveniles in a lotic floodplain channel. Environmental Biologic of Fishes 33, 181–193.

Crowder, D.W., Diplas, P. 2000. Using two-dimensional hydrodynamic models at scales of ecological importance. Journal of Hydrology 230: 172-191. Gesist, D.R., Jones, J., Murray, C.J., Dauble, D.D. 2000. Suitability criteria analyzed at the spatial scale of red clusters improved estimates of fall Chinook salmon spawning habitat use in the Hanford Reach, Columbia River. Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences 57: 1636-1646.

EC. 2000. Council Directive for a legislative frame and actions for the water policy, 2000/60/EC, Official Journal of the EC 22/12/2000.

DGEG. 2013. Renováveis – Estatísticas rápidas. n.º 106.

Fausch, K.D., White, R.J., 1986. Competition among juveniles of coho salmon, brook trout, and brown trout in a laboratory stream, and implications for Great Lakes tributaries. Transactions of the American Fisheries Society. 115, 363–381.

Freeman, M.C., Bowen, Z.H., Crance, J.H., 1997. Transferability of habitat suitability criteria for fishes in warmwater streams. North American Journal of Fisheries Management 17, 20–31. Geist, D.R., Jones, J., Murray, C.J., Dauble, D.D. 2000. Suitability criteria analyzed at the spatial scale of red clusters improved estimates of fall Chinook salmon spawning habitat use in the Hanford Reach, Columbia River. Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences 57: 1636-1646.

Ghanem, A., Steffler, P., Hicks, F., Katopodis, C. 1996. Two dimensional hydraulic simulation of physical habitat conditions in flowing streams. Regulated Rivers: Resources and Management 12: 185-200. Harby, A., Noack, M. 2013. Rapid Flow Fluctuations and Impacts on Fish and the Aquatic Ecosystem. Ecohydraulics – an integrated approach. Wiley Blackwell.

Harby, A., Noack, M. 2013. Rapid Flow Fluctuations and Impacts on Fish and the Aquatic Ecossystem. Ecohydraulics – an integrated approach, Wiley Blackwell.

Jungwirth, M., Haidvogel, G., Moog, O., Muhar, S., Schmutz, S. 2003. Angewandte Fischökologie an Fliessgewässern, UTB Verlag Wien.

Junk, W.J., Bayley, P.B., Sparks, R.E. 1989. The flood pulse concept in river floodplain systems. Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Science, 106.: 110-127.

Knapp, R.A., Preisler, H.K.1999. Is it possible to predict habitat use by spawning salmonds? A test using California golden trout (Oncorhynchus mykiss aguabonita). Canadian Journal of Fish and Aquatic Sciences 56. 1576 – 1584.

Korman, J., Perrin, C.J., Lekstrum, T. 1994. A Guide for the Selection of Standard Methods for Quantifying Sportfish Habitat Capability and Suitability in Streams and Lakes of British Columbia. Report to B.C. Environment Fisheries Branch, Vancouver: British Columbia.

Kynard, B., Horgan, M., Kieffer, M. 2000. Habitat used by shortnose sturgeon in two Massachusetts rivers, with notes on estuarine Atlantic sturgeon: a hierarchical approach. Transactions of the American Fisheries Society 129: 487 – 503.

Lamouroux, N., Olivier, J.M., Persat, H., Pouilly, M., Souchon, Y., Statzner, B., 1999 Predicting community characteristics from habitat conditions: fluvial fish and hydraulics. Freshwater Biology 42, 275–299.

Leclerc, M., Boudreault, A., Bechara, J.A., Corfa, G. 1995. Two-dimensional hydrodynamic modeling: a neglected tool in the instream flow incremental methodology. Transactions of the American Fisheries Society 123: 645-662.

Liebig, H., Lim, P., Belaud, A. 1998. Influence of basic flow and hydropeaking duration on the drift of post-emergent fry of brown trout: experiments on a semi-natural stream. Bulettin Français de la Peche et de la Pisciculture (350-51): 337-347.

Matthews, W.J. 1998. Patterns in Freshwater Fish Ecology. Chapman and Hall. New York.

Meile, T. 2008. Influence of Macro-Roughness of Walls on Steady and Unsteady Flow in a Channel, École Polytechinque Fédérale de Lausanne.

Milhous, R.T., Updike, M.A., Schneider, D.M. 1989. Physical habitat simulation system reference manual – version II. U.S. Fish and Wildlife Service Biological Report 89(16): 403. Milhous, R.T. 1999. History, theory use and limitations of the physical habitat simulation system, Proceedings of the 3rd International Symposium on Ecohhydraulics, CD-ROM published by Utah State University Extension, Logan, Utah.

Moog, O. 1993. Quantification of daily peak hydropower effects on aquatic fauna and management do minimize environmental impacts. Regulated Rivers: Research & Management 8(1-2): 5-14.

Moyle, P.B., Baltz, D.M., 1985. Microhabitat use by an assemblage of California stream fishes: developing criteria for instream flow determinations. Transactions of the American Fisheries Society. 114, 695-704.

Nagrodski, A., Raby, G.D., Hasler, C.T., Taylor, M.K., Cooke, S.J. 2012. Fish stranding in freshwater systems: sources, consequences, and mitigation. Journal of Environmental Management 103: 133-141

Orth, D.J., 1987. Ecological considerations in the development and application of instream flow-habitat models. Regulated Rivers: Research and Management. 1, 171–181

REN 21. 2012. Renewables 2012 Global Status Report.

Ribi, J.-M., Steffen, K., Boillat, J.-L., Peter, A., Schleiss, A.J. 2009. Influence of geometry fish shelters in river banks on their attractiveness for fishes during hydropeaking, Proceedings of the 33rd Congress of IAHR, Vancouver, Canada, August 9-14, ISBN: 978-94-90365-01-1. pp. 6074-6081.

Ribi, J.-M., Boillat, J.-L., Peter, A., Schleiss, A.J. 2010. Fish behaviour during hydropeaking in a channel equipped with a lateral shelter. Proceedings of the 8th International Symposium on Ecohydraulics (ISE,2010), COEX, Seoul, Korea, September 12-16 2010, p.675-682.

Ribi, J.-M. 2011. Etude expérimentale de refuges à poissons aménagés dans les berges de rivières soumises aux éclusées hydroélectriques, École Polytechnique Fédérale de Lausanne. Rodi, W., Pavlovic, R.N., Srivatsa, S.K. 1981. Prediction of flow and polluant spreading in rivers. In Fisher, H.B. ed. Transport Models for Inland and Coastal Waters, Academic Press, New York, NY, p. 542.

Saltveit, S.J., Halleraker, J.H., Arnekleiv, J.V., Harby, A. 2001. Field experiments on stranding in juvenile Atlantic salmon (Salmo salar) and brown trout (Salmo trutta) during rapid flow decreases caused by hydropeaking. Regulated Rivers: Research & Management 17: 609-622.

Schneider, M., Noack, M., Gebler, T., Kopecki, I. 2010. Handbook for the Habitat Simulation Model Casimir – Module: Casimir-Fish Base Version. Institut für Wasserbau, Universität Stuttgart.

Schweizer, S.,Neuner, J., Ursin, M., Tscholl, H., Meyer, M. 2009. Trotz Ausbau der Kraftwerksleistung – deutlich geringere Pegelschwankungen inder Hasliaare.

Scruton, D.A., Pennell, C., Ollerhead, L.M.N., Alfredson, K., Stickler, M., Harby, A., Robertson, M., Clarke, K.D., LeDrew, L.J. 2008. A synopsis of 'hydropeaking' studies on the response of juvenile Atlantic salmon to experimental flow alteration. Hydrobiologia 609: 263-275

Stalnaker, C., Lamb, B. L., Henriksen, J., Bovee, K., Bartholow, J. 1995. The Instream Flow Incremental Methodology – A primer for IFIM, Biological Report 29, National Biological Service, US Department of the Interior, 45 pp.

Steffler, P. 2000. Software River2D. Two Dimensional Depth Averaged Finite Element Hydrodynamic Model. University of Alberta, Canada.

Steffler, P. 2002. Bed topography file editor. User's manual. University of Alberta, Canada.

Steffler, P., Blackburn, J. 2002. Two-dimensional depth averaged model of river hydrodynamics and fish habitat. Introduction to depth averaged modeling and user’s manual. Edmonton,

Tonina, D., Jorde, K. 2013. Hydraulic Modelling Approaches for Ecohydraulic Studies: 3D, 2D, 1D and Non-Numerical Models. Ecohydraulics – an integrated approach, Wiley Blackwell. Tuhtan, J.A., Noack, M., Wieprecht, S. 2012. Estimating stranding risk due to hydropeaking for juvenile european grayling considering river morphology. Journal of Civil Engineering 16: 197-206.

Vadas, R.I., Orth, D.J. 2001. Formulation of habitat suitability models for stream fish guilds: do the standart methods work? Transactions of the American Fisheries Society 130: 217 – 235. Valente, A.C. 1993. Biologia e Dinâmica das populações de truta de rio da bacia hidrográfica do Lima. Tese de Doutoramento. Faculdade de Ciências do Porto. Porto.

Vilizzi, L., Copp, G.H. 2005. An analysis of 0+ barbel (Barbus barbus) response to discharge fluctuations in a flume. River Research and Applications 21: 421-438.

Vismara R, Azzellino A, Bosi R, Crosa G, Gentili G. 2001. Habitat suitability curves for brown trout (Salmo truttafario L.) in the River Adda, Northern Italy: comparing univariate and multivariate approaches. Regulated Rivers: Research and Management 17: 37–50.

Waddle, T., Steffler, P. 2002. Mesh generation program for River 2D two dimensional depth averaged finite element. Introduction to mesh generation and user’s manual. U.S. Geological Survey

Documentos relacionados