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Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino Capítulo II Da Educação Básica Seção III Do Ensino Fundamental.

Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos,

gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante18:

Inciso II – a compreensão do ambiente natural19 e social, do sistema

político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

Ainda no âmbito federal, temos três referências à Educação Ambiental, sendo, a primeira, a Lei n.º 9.795 de 27 de abril de 1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA); em segundo, o Decreto 4281 de 25 de junho de 2002, que regulamente a

18 Conforme redação dada pela lei n.º 11.724, de 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ Ato2004-2006/2006/Lei/L11274.htm#art3>. Acesso em: 28 out. 2008.

19Como dissemos, nossa interpretação a esta menção, se refere ao espaço físico-geográfico (natural ou não), em que se insere o aluno

citada Lei 9.795/99; e em terceiro lugar, o Programa Nacional de Educação Ambiental – ProNEA.

Na Lei 9.795/99 (BRASIL, 1999), encontramos estabelecidas em seus artigos iniciais a concepção de Educação Ambiental assumida e a indicação de sua inserção tanto nos processos formais como nos não formais, em todos os níveis e modalidades de ensino.

Art. 1º. Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos

quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

Art. 2º. A educação ambiental é um componente essencial e permanente da

educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal.

No Art. 9º da referida lei, vê-se a especificação da Educação Ambiental no que diz respeito à educação escolar, em especial no que concorre às questões do currículo escolar, bem como às modalidades de educação básica, educação superior, educação especial, educação profissional e educação de jovens e adultos (BRASIL, 1999).

Já no Art. 10º, a observância de que a Educação Ambiental “será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal” (BRASIL, 1999), dá o tom da discussão em nível nacional.

Destacamos o Art. 13º por estabelecer como Educação Ambiental não-formal as “ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais”, tendo, no parágrafo único, a referência de que o poder público “em níveis federal, estadual e municipal” deverá incentivar:

Inciso I – a difusão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, em

espaços nobres, de programas e campanhas educativas, e de informações acerca de temas relacionados ao meio ambiente;

Inciso II – a ampla participação da escola, da universidade e de

organizações não-governamentais na formulação e execução de programas e atividades vinculadas à educação ambiental não-formal;

Inciso III – a participação de empresas públicas e privadas no

desenvolvimento de programas de educação ambiental em parceria com a escola, a universidade e as organizações não-governamentais; (BRASIL, 199920).

20 Para reflexão, vale mencionar que o penúltimo artigo da Lei 9.795/99, de 27 de abril de 1999, o de número 20, define que a mesma seria regulamentada pelo Poder Executivo no prazo de 90 (noventa) dias. De fato, isso aconteceu, porém em 25 de junho de 2002, bem mais do que 90 dias depois.

O Decreto 4.281/02, assinado em 25 de junho de 2002 a fim de regulamentar a lei 9.795/99, define sua aplicação, estabelecendo a criação do órgão gestor (como prevê a referida lei). Prescreve, em seu Art. 1º:

A Política Nacional de Educação Ambiental será executada pelos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA, pelas instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino, pelos órgãos públicos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, envolvendo entidades não governamentais, entidades de classe, meios de comunicação e demais segmentos da sociedade (BRASIL, 2002).

No presente decreto, destacamos o Art. 5º (BRASIL, 2002), que recomenda, na “inclusão da Educação Ambiental em todos os níveis e modalidades de ensino” os “Parâmetros Curriculares Nacionais e as Diretrizes Curriculares Nacionais” como referência, observando-se:

I – a integração da educação ambiental às disciplinas de modo transversal,

contínuo e permanente; e

II – a adequação dos programas já vigentes de formação continuada de

educadores.

Ainda no Art. 6º, que se refere às deliberações sobre o cumprimento do que está contido no decreto, temos a referência de que deverão ser “criados, mantidos e implementados, sem prejuízo de outras ações”, programas de Educação Ambiental integrados “a todos os níveis e modalidades de ensino” (BRASIL, 2002, Art.6º, Inciso I).

Destacados a lei e o decreto que estabelecem a Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA, passemos agora à apresentação do Programa Nacional de Educação Ambiental – ProNEA (BRASIL, 2005).

Cabe ressaltar que o ProNEA é resultado de um trabalho coletivo, realizado entre setembro e outubro de 2004, com mais de 800 educadores ambientais de 22 unidades federativas, em parceria com as Comissões Interinstitucionais Estaduais de Educação Ambiental (CIEAs) e as Redes de Educação Ambiental, que se tornou uma “oportunidade de mobilização social entre educadores ambientais” (BRASIL, 2005, p.15).

O ProNEA representa “um programa de âmbito nacional”, cuja competência de implementação não se restringe ao poder público federal, “ao contrário, todos os segmentos sociais e esferas de governo são co-responsáveis pela sua aplicação, execução, monitoramente e avaliação” (BRASIL, 2005, p.15).

Como “eixo orientador” da proposta educativa frente à temática ambiental, numa “perspectiva da sustentabilidade ambiental na construção de um país de todos”, indica que

(...) Suas ações destinam-se a assegurar, no âmbito educativo, a interação e a integração equilibradas das múltiplas dimensões da sustentabilidade ambiental – ecológica, social, ética, cultural, espacial e política – ao desenvolvimento do país, buscando o envolvimento e a participação social na proteção, recuperação e melhoria das condições ambientais e de qualidade de vida (BRASIL, 2005, p.33).

O ProNEA representa a proposta de um “constante exercício de transversalidade”, oportunizando a internalização, por meio de “espaços de interlocução bilateral e múltipla”, a Educação Ambiental em todas as instâncias da sociedade: governo, entidades privadas, terceiro setor etc., além de “estimular o diálogo interdisciplinar” entre as políticas públicas, nos diferentes setores (BRASIL, 2005, p.33).

Encontramos no ProNEA o princípio de que a Educação Ambiental é um dos “instrumentos fundamentais da gestão ambiental21”, tendo o presente programa, um “importante papel na orientação de agentes públicos e privados, para a reflexão, a construção e a implementação de políticas públicas que possibilitem solucionar questões estruturais, almejando a sustentabilidade socioambiental” (BRASIL, 2005, p.34).

Dentro os objetivos do ProNEA (BRASIL, 2005, p.39-41), destacamos:

Promover processos de educação ambiental voltados para valores humanistas, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências que contribuam para a participação cidadã na construção de sociedades sustentáveis.

Fomentar a transversalidade por meio da internalização e difusão da dimensão ambiental nos projetos, governamentais e não-governamentais, de desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida.

Promover a incorporação da educação ambiental na formulação e execução de atividades passíveis de licenciamento ambiental.

Promover a educação ambiental integrada aos programas de conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente, bem como àqueles voltados à prevenção de riscos e danos ambientais e tecnológicos.

21 Esta concepção vem de 1991, e está contida no que a Comissão Interministerial para a preparação da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92), considerou como sendo um dos instrumentos da política ambiental brasileira (BRASIL, 2005, p.23).

Entre outras percepções, temos a de que, em essência, os objetivos do ProNEA, na forma como estão postos, identificam a pluralidade do tema e a necessidade de que as informações sejam tratadas num contexto global, sendo o espaço coletivo o melhor para discussão dos temas ambientais.

Passemos do nível federal ao estadual com à Constituição do Estado de São Paulo (SÃO PAULO, 1989), haja vista as particularidades da pesquisa. Para tanto, destacamos, na Constituição do Estado, as ocorrências que se referem ao âmbito da presente pesquisa, buscando a correlação com o que foi extraído do texto da Constituição Federal.

Título VI. Da Ordem Econômica. Capítulo IV. Do Meio Ambiente, dos