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O número de assaltos às instituições bancárias, assim como o risco dos trabalhadores, segue uma tendência de crescimento verificada em todo o país, haja vista o espaço ocupado por esse tipo de ocorrência nos meios de comunicação dos diversos sindicatos e páginas eletrônicas dedicadas aos bancários:

As agências bancárias do interior do Estado estão se transformando em verdadeiras zonas de perigo, com o aumento dos assaltos praticados por quadrilhas fortemente armadas e violentas. Somente esta semana três agências foram assaltadas no interior. Anteontem foi a vez dos habitantes de Encruzilhada passarem momentos de pânico em mais uma tentativa de assalto à banco. (Jornal dos Bancários- 07/04/2006)

O gráfico 3.1 apresenta a distribuição temporal da taxa calculada entre freqüência de Roubos a Bancos e número de Empregados em Instituições Financeiras, no Estado da Bahia, no período compreendido entre 1990 a 2006, com os dados obtidos através do DIEESE e da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia:

Gráfico 3.1 Taxa de roubos a banco no estado da Bahia de 1990 a 2006

O risco de roubo do trabalhador bancário diminui de 1990 (1.73) para 1993 (0.7), após o que vem crescendo progressivamente, atingindo seu ápice em 1999, quando a taxa era de 6.24 assaltos para cada mil trabalhadores bancários, sofrendo queda até 2001, a partir do que volta a crescer, chegando em 2002 a 3.9 assaltos /1000 funcionários, caindo em seguida, chegando a 1 assalto por mil bancários no ano de 2006.

1,73 1,6 0,99 0,7 1,1 1,4 4,03 4,95 5,1 6,24 5,33 3,24 3,92 3,83 2,94 1,72 1 0 1 2 3 4 5 6 7 Taxa/1000 Trabalhadores

e Sergipe de um banco estatal, no período de 2001 a 2005:

Gráfico 3.2 Número de assaltos de 2001 a 2005 em um banco estatal da Bahia e Sergipe:

Percebe-se que a freqüência de roubos duplicou do ano de 2001 (20 eventos) para 2002 (41 eventos), mantendo-se constante até 2004, quando, em 2005, caiu para 25 por ano, sendo essa queda atribuída à ação de uma Força-Tarefa, anti-assalto e seqüestro, realizada em parceria com diversas instituições públicas de segurança, visando coibir essas ocorrências.

21 41 40 40 25 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 2001 2002 2003 2004 2005

Se verificarmos as taxas de assalto e seqüestro por agências, no gráfico 3.3, cujo risco duplicou do período compreendido entre 2001 (54/mil agências) e 2002 (105/mil agências), mantendo-se constante até 2004, quando caiu para 64/mil agências em 2005:

Gráfico 3.3 Taxa de assalto e seqüestro por agência no estado da Bahia de 2001 a 2005

Essas informações contribuem para visualizar de a evolução dos assaltos à instituição bancária do Estado da Bahia e constituem um banco de dados, que é alimentado continuamente e auxilia na construção do conhecimento sobre o tema.

Os dados obtidos através dos atendimentos realizados no serviço de assistência às vítimas de assalto e seqüestro vêm sendo condensados ano a ano, desde que o mesmo foi criado em 2000, e permite conhecer melhor a evolução desses eventos na população bancária.

0 20 40 60 80 100 120 2001 2002 2003 2004 2005

taxa por mil agências Fonte: FEBRABAN e Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia

que até então não contavam com nenhum tipo de acompanhamento estruturado e específico para essa questão.

Foram registrados 168 eventos, entre assaltos e seqüestros, sendo que 124 agências foram alvo e, dentre elas, 32 tiveram mais de uma ocorrência.

Gráfico 3.4 Número de vítimas de roubo a banco atendidas de 2000 a 2005

Observa-se uma ascensão no número de pessoas assistidas de 2000 (54 pessoas) a 2002 (497 pessoas), e em 2003 começa uma tendência decrescente (435), 2004 (206) que se mantém até 2005 (162).

Essa redução provavelmente se deve a mudança no registro dos atendimentos, que envolvia todas as categorias, como trabalhadores terceirizados e clientes e passou a ser centrado nos bancários e familiares.

0 100 200 300 400 500 600 2000 2001 2002 2003 2004 2005

No gráfico 3.5 observa-se a distribuição de todas as categorias assistidas no período de 2000 a 2005.

Gráfico 3.5 Distribuição da população assistida de 2000 a 2005

A maior parte dos assistidos nesse período ( 82 % ) é constituída por funcionários do banco e familiares destes, público alvo do programa, sendo que 73% é composta de funcionários do banco, e 9% constituída por familiares do bancários.

Dos 18 % restantes, 13% são os atendimentos a funcionários de outras categorias que prestam serviços ao banco (terceirizados) e os outros 5% são dirigidos a cliente e outras pessoas presentes no local do evento, que demandem atendimento.

73%

9%

13% 5%

Funcionários Familiares terceirizados Outros

4. CARACTERIZAÇÃO DOS ASSALTANTES DE BANCO

4.1 MOTIVAÇÃO¹:

A aquisição do dinheiro em espécie surge como o principal motivo para a realização dos assaltos a bancos.

Delson, 28 anos, que realizou um assalto a banco, conta como foi o convite para participar de um, em uma cidade de interior:

Meu primo me chamou pra levar ele num lugar, deixar ele e depois pegar. Não vou dizer que eu não sabia o que era, eu sabia. Ele me disse que ia ser uns 500 mil pra mim, então isso encheu meu olho. Ele me ligou: disse: tem uma parada aí, uma parada boa, vai ser uns 500 pra você. Só a minha parte? Já pensou?

O dinheiro de uma agência pode estar localizado nos setores de atendimento ao público, como os caixas, máquinas de auto-atendimento e no cofre, que concentra o montante de onde são retiradas quantias que suprem as necessidades diárias do banco.

Os grupos de criminosos mais organizados e especializados adotam como alvo principal o montante dos cofres, cujo valor é levantado previamente, e ainda podem levar quantias menores presentes nos caixas, enquanto os que possuem baixo nível de organização e planejamento podem obter dinheiro das baterias dos caixas, e retirar pertences de clientes e trabalhadores.

O dinheiro é um bem que possui algumas características, que o torna atraente para os assaltantes. Uma delas é a possibilidade de ser utilizado, circular livremente, e não deixar vestígios que possibilite identificar a localização dos assaltantes, exceto em um caso que será comentado mais adiante.

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