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NADA MAIS É DO QUE MAIS UMA MEDIDA CAUTELAR.

No documento ProcPenalITodaMatéria (páginas 59-62)

Juri X outro órgão de jurisdição = Jur

NADA MAIS É DO QUE MAIS UMA MEDIDA CAUTELAR.

Na redação do atual CPC (sem a modificação da lei 12.406/2011) a liberdade provisória é prevista no artigo 310, único. O parágrafo único foi uma revolução quando inserido em 1971, portanto na ditadura, pois diz que: “se não estivessem presentes os requisitos da preventiva, o juiz tinha que conceder ao réu a liberdade provisória”.

Até hoje, os manuais costumam fazer uma dicotomia, ou seja, ou o sujeito está numa prisão preventiva ou está com liberdade provisória. Ou seja:

A interpretação antiga do parágrafo único do artigo 310 era: Liberdade provisória X Prisão Preventiva. Ou seja, a liberdade provisória num extremo e a prisão preventiva no outro extremo, sem nada no meio.

Hoje, isso nos parece inadequado porque a liberdade provisória é a colocação do sujeito em liberdade com a exigência cautelar de que ele compareça a todos os atos do processo. Sabemos que a Constituição garante o direito ao silencio não incriminador, então, na verdade, nem comparecer ele precisa.

Portanto, a Liberdade Provisória é um instituto cautelar que mantém o sujeito livre com uma condição que é a de ele comparecer a todos os atos do processo.

Agora, a lei 12.403 traz a liberdade provisória no artigo 321 que está bem mais elaborado porque na redação anterior não havia previsão das providências cautelares intermediárias previstas no artigo 319, que tem aquela questão de entregar o passaporte, manter distância de determinada pessoa. Estas são medidas

cautelares intermediárias entre a prisão preventiva e a liberdade absoluta. Agora, o 321 fala que a

liberdade provisória pode ser concedida impondo-se ao réu qualquer das medidas cautelares. Antes o que o réu podia fazer era apenas participar de todos os atos processuais. Agora, lhe é concedida a liberdade provisória mas ele tem de manter distância da vítima, por exemplo, ou concedo-lhe a liberdade provisória e você entrega o seu passaporte.

Linha das medidas cautelares do processo penal:

Em um extremo temos a liberdade, que é a regra constitucional. No outro extremo temos a exceção mais extrema que é o sujeito responder preso preventivamente. Preso preventivamente porque o flagrante só tem uma função que é a de impedir que o fato aparentemente ilícito gere todos os seus efeitos. Esta prisão não pode perdurar. A prisão temporária, por sua vez, tem prazo certo que é de 5 dias prorrogáveis por mais 5 e nos casso de crimes hediondos 30 dias, por mais 30. Se o sujeito estiver preso temporariamente e o MP oferecer a denúncia, ele não pode permanecer preso temporariamente. Então, nesse caso, o MP pede a conversão da prisão temporária em preventiva. É por isso que na linha das medidas cautelares, temos no outro extremo a prisão preventiva.

Agora, a lei 12.403 traz uma série de medidas cautelares intermediárias, onde o sujeito, mediante o contraditório, é proibido de se aproximar da agredida, entregar o passaporte, prisão domiciliar, proibição de freqüentar determinados lugares, etc.

O sujeito responde em O sujeito responde Liberdade Provisória (cautelar) preso

Liberdade <---I---I---I---I---> Preventivamente

Total manter dis- entregar prisão proibido de (cautelar) tância o passa- domiciliar freqüentar certos

porte. lugares

Aqui, estamos falando de medidas cautelares pessoais, porque o processo penal nos apresenta medidas cautelares reais, que constituem efeitos da condenação, ressarcir o erário pelo crime. Por exemplo, o sujeito é condenado à uma pena privativa de liberdade, mas com efeito direto da condenação, ele é condenado também a ressarcir o prejuízo gerado pelo crime. Que são o seqüestro (constrição cautelar de bens específicos), o arresto (constrição cautelar de uma universalidade de bens) e a hipoteca legal (que é um direito real de garantia sobre coisa alheia, dada pelo registro) e também, perder os bens produto do crime. O objetivo dessas medidas cautelares foi trazer para a fase processual, isto é, antes da sentença penal condenatória, todos os institutos do cumprimento da pena para evitar situações como a do sujeito ter de ficar numa situação mais grave sendo que ele ainda não foi condenado do que aquela que ele teria quando fosse condenado. Por exemplo, ele seria condenado à uma pena de dois anos começando em regime aberto. Então, como se mantém o sujeito preso preventivamente numa penitenciária, se, caso condenado, fatalmente não irá pra lá? Ele, durante o processo, fica numa situação mais grave do que quando condenado. Isso é um absurdo. É por isso que vieram essas reformas, trazendo para o âmbito cautelar todas essas circunstâncias mais leves do cumprimento da pena. Não foi para gerar impunidade como diz o senso comum. Portanto, a Liberdade Provisória está nessa linha, entre a liberdade absoluta e a prisão provisória. Ela possui duas espécies: Sem fiança e com Fiança.

Quando agente coloca mais um requisito cautelar na liberdade provisória, estamos mais perto da liberdade absoluta ou da prisão preventiva?

A Liberdade Provisória com fiança está mais perto da liberdade absoluta ou da prisão preventiva? Mais perto da prisão preventiva pois se exige mais para o indivíduo se manter solto.

A liberdade Provisória sem fiança está mais perto da liberdade absoluta ou da prisão preventiva? Mais perto da liberdade absoluta.

A fiança estava morta porque, antes, ela cabia para delitos com pena máxima de dois anos que são delitos de menor potencial ofensivo e neles não há prisão em flagrante.

A liberdade provisória passou a ser a regra, independentemente do pagamento de fiança porque a Constituição estabeleceu a regra da liberdade. Então, bastava que o sujeito não cumprisse os requisitos da preventiva, que ele tinha de ser solto.

O instituto da fiança estava inaplicado, praticamente, porque, ou o juiz mantinha o sujeito preso, porque ele cumpria os requisitos da preventiva, ou ele concedia a liberdade provisória exigindo que o sujeito comparecesse a todos os atos do processo.

Mas, agora, não há mais limitação de pena para o cabimento da fiança. Há limitação de pena para o referimento à fiança pelo delegado de polícia. O juiz deverá conceder a fiança, quando solicitada, em 48 horas..

"Regra" = art 321 CPP

Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no 319 e observados os critérios do 282. A liberdade constitucional é a regra.

A liberdade provisória com ou sem fiança é uma medida cautelar. A fiança é medida cautelar.

Espécies de Liberdade Provisória:

a) Sem Fiança b) Com fiança

A regra da Liberdade Provisória é sem fiança:

Porém, nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes do 327 e 328 e às outras medidas cautelares. "impondo, se for o caso".

(situação econômica, art 350 CPP).

Só o juiz pode dizer, no caso concreto, se estão ou não previstos os requisitos da liberdade provisória. O legislador não pode dizer, antes do juiz, que em tais crimes não cabe liberdade provisória porque se assim o fizer estará estabelecendo o princípio da presunção de culpabilidade. Se por exemplo, o MP resolve nos denunciar por tráfico de drogas, só porque estamos respondendo processo e temos certeza da nossa inocência temos de permanecer presos? Só porque o legislador restabeleceu o princípio da presunção de culpabilidade. Aí, depois de 300 dias, chegam à conclusão de que realmente somos inocentes e vão nos pedir desculpas?

A fiança não pode ser aplicada aos crimes inafiançáveis como de Tortura, tráfico de drogas e terrorismo e também aos hediondos e equiparados, incluídos o genocídio, conforme descrito na CRFB.

Nesses crimes acima, dinheiro não conta para a concessão da fiança.

Porém, o legislador, ao ressuscitar a fiança está dizendo que, agora, dinheiro conta, menos para os crimes acima.

Para os crimes inafiançáveis, a concessão de liberdade provisória com a aplicação de outras medidas cautelares, porém sem fiança, partindo do princípio da presunção de inocência. Não estando presentes os requisitos da preventiva.

A constituição, diante da Linha das medidas cautelares do processo penal, disse que a medida cautelar de nome fiança não se aplica aos crimes de inafiançáveis, porém o sujeito que pratica tais crimes pode conseguir a liberdade provisória, caso não estejam presentes os requisitos da prisão preventiva, através de outras medidas cautelares, como descrito no artigo 321.

“Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no 319 e observados os critérios do 282.” Ou seja:

Se não estiverem presentes os requisitos da prisão preventiva, a primeira coisa que o juiz tem de fazer é conceder a liberdade provisória. Aí ele vai ver o que se aplica ao sujeito em termos de medida cautelar. Pode ser que não se aplique nada, ou seja, recolhimento de passaporte, mantê-lo longe da família, etc., ele estará livre porque a regra é a liberdade.

FIANÇA:

Concessão:

- Delegado de Polícia (art 322 CPP). Se a pena máxima abstrata não for superior a 4 anos.

Art. 322 – A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 anos.

- Juiz (art 322, único e 325 CPP).

O juiz deverá conceder a fiança, quando solicitada, em 48 horas

Limites (art 325 CPP).

1 a 10 SM para infrações cuja PPL máxima não for superior a 4 anos.

10 a 200 SM quando o máximo da PPL for superior a 4 anos. E, dependendo da situação econômica do réu, a fiança pode ser:

- dispensada, reduzida até o máximo de 2/3 ou aumentada em 1000 vezes..

Tempo (art 334 CPP).

A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória. Destino (art 336 e 337)

Pagamento das custas, da indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa.

O valor será restituído, caso seja absolvido o acusado ou declarada extinta ação pena, atualizado, sem desconto.

"Quebra" ou Quebramento” (art 341, 342, 324).

Perda (art 344, 345, 346CPP).

No documento ProcPenalITodaMatéria (páginas 59-62)

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