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Proc Penal I 9 fev

Vinícius Diniz Monteiro de Barros vinicius_dmb@hotmail.com NÃO COMPRAR OS LIVROS DE: Ghilherme Nucci

Capez

Fernanda Costa Filho. COMPRAR

Eugênio Pacceli de Oliveira. Lummen Juris edição de 2008 pra cá é bom. Curso de Processo Penal. Aurí Lopes Jr. Processo Penal e sua conformidade constitucional.

(RE) FORMA DO PROCESSO PENAL - Flaviane de Magalhães Barros. Pegar o 1ro capítulo. Capa vermelha segunda edição.

Ghilherme Nucci - Tribunal do Juri. Tópicos que estudaremos.

- Teoria Geral do Processo com contornos democráticos. - Inquérito policial.

Processo Penal I 12 fev

MODELO CONSTITUCIONAL DE PROCESSO. - Contraditório.

- Ampla Argumentação.

- Fundamentação das Decisões. - Terceiro Imparcial.

Tipologia Penal

Art. 5to. XXXV, XLIX, LIII a LXVI, LXVIII, LXXIV, LXVIII, CR.

O processo penal foi adaptdo, quase a forceps, a partir do processo civil. Veremos que determinados conceitos terão significados diferentes dos estudados no processo civil. Veremos que a teoria do PC não serve para o PP.

No âmbito do direito Civil:

Prescrição : é a perda da pretensão, que nasce da violação do direito subjetivo, pela inércia de seu titular somados ao decurso de tempo.

Decadência: é a perda do próprio direito, porém não subjetivo e sim potestativo. No âmbito do processo penal esses conceitos são adaptados:

Decadência é um fenômeno que ocorre apenas nas ações penais privadas = só podem ser intentadas pela vítima ou ofendido e não pelo MP, pois visam resguardar a privacidade da vítima.

A lei delega à vítima insturar ou não o processo penal. Ex. Estupro. Crimes contra a honra. Crimes sexuais.

A decadência ocorre se a vítima 6 meses após saber quem é o autor não intentar ação penal privada. 1

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Isso não guarda nenhuma compatibilidade com a decadência no PC. Modelo Civilista.

Direito Potestativo - Sujeição (ação constitutiva) Direito Subjetivo - Dever (ação condenatória).

Para o modelo penalista isso não funciona pois na decadência a sujeição inicial do réu não existe. Livro: A lide e o Conteúdo do Processo Penal. Jacinto Nelson de Miranda Coutinho.

O Modelo Constitucional de Processo é uma concepção teórica de 4 autores. Quem falou primeiro disso foi : Andolina e Vignera.

Cogitaram um modelo de processo a partir da Onda Constitucionalista. Eles identificaram no texto Constitucional italiano princípios do processo penal.

Fazzalari

Diz que processo não é relação jurídica como dizia Bulow.

Procedimento é gênero e processo é espécie. Podemos ter pocedimento com ou sem processo. Processo é procedimento em contraditório, então, processo é espécie do gênero procedimento. Não trabalharemos processo como relação jurídica, como quer o Dinamarco.

Habermas

O contraditório, destacado por Fazzalari, é a porta de entrada para que o cidadão influencie na construção do direito.

Só há direito legítimo se eu contribuir para a criação desse direito. Só há direito legítimo se eu for autor e destinatário da norma.

Há um Modelo Constitucional de Processo que se aplica a toda tipologia de processo. O processo penal é uma tipologia, o administrativo é outra tipologia, o trabalhista, o tributário, o legislativo, ou seja e de todos os ramos do processo atendem a um modelo básico.

Nesse modelo básico, para falarmos que lidamos com processo e não com procedimento, devem estar previstas 4 tipos de garantias principiológicas previstas na CR. São 4 as garantias porque, habermasmente falando, são elas que permitem que a população construa os conteúdos do direito.

Etudaremos em PP II, os procedimentos ordinário, sumário, mas não interessa o que o CPP preveja. Ele tem que observar as 4 garantias principiológicas pois são garantias constitucionais.

GARANTIAS PRINCIPIOLÓGICAS QUE INTEGRAM UMA BASE UNÍSSONA: a) Contraditório,

b) Ampla Argumentação,

c) Fundamentação das decisões, d) Terceiro imparcial.

E também a tipologia penal prevista nos artigos da Constituição mencionados acima (.Art. 5to. XXXV, XLIX, LIII a LXVI, LXVIII, LXXIV, LXVIII, CR)

As tipologias, todas, obedecem ao modelo constitucional de processo. Os procedimentos que estudaremos no CPP, como o inquérito policial, ou seja, qualquer procedimento segue o modelo constitucional de processo.

a) CONTRADITÓRIO.

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Contraditório não é o que o prof. Dinamarco fala. Não é o dizer e contradizer. Não é a dicotomia do escutar para falar, do ser notificado para ter a oportunidade de falar.

Contraditório é o espaço normativo procedimentalizado em que se exerce a ampla argumentação. A parte tem 15 dias para recorrer. Isso é um espaço normativo.

Contraditório e ampla argumentação garantem a isonomia.

Contraditório não é briga, não é discussão de advogado não. É um espaço constitucional. O contraditório engloba :

Princípio da Influência: o exercente do contraditório tem de influir nas decisões que será construida.

Princípio da não surpresa: a parte “a” alega A, a parte “b” alega B e o juiz decide C. Tira um argumento da

cartola.

b) AMPLA ARGUMENTAÇÃO

A ampla argumentação desenvolvida em contraditório é que vai formatar fornecer as razões da decisão. Vai formatar as decisões.

c) FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES

É obtida pela ampla argumentação em contraditório. d) TERCEIRO IMPARCIAL

A imparcialidade não é um dom nato. Não podemos tirar a humanidade do homem. Ele é imparcial se ele colhe a fundamentação das decisões através da ampla argumentação e do contraditório.

Proc penal I 16 fev

PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL.

Vamos estudar os princíos do processo penal, porém, certamente, não numa vertene instrumentalista do processo, ou seja, não estudaremos o princípio da oficialidade por exemplo.

A visão instrumentalista do processo propõe que os princípios constitucionais devem ser ponderados como se pudessem ser ponderados, colocando aqui um pouco mais de princípio, alí um pouco menos, um pouco de proporcionalidade qui, uma certa quantidade de razoabilidade alí, joga uma pitada de racionalidade e pronto, vence-se o caso concreto. Daqui a pouco estaremos condenando o indivíduo sem sentença penal condenatória transitada em julgado.

A ponderação de princípios não pode ser feita sem um fundamento científico teórico só pode nos levar à perplexidade, porque essa ponderação de princípios feita na mente do julgador nada mais é do que adaptação darwiniana do positivismo jurídico. É o positivismo adaptado aos princípios constitucionais, incrustrado na mente dos operadores do direito, juizes e promotores. Vem uma Constituição como a nossa, cheia de princípios, cheia de pontos de apoio do pensamento humano para a implementação da democracia e encontra esse positivismo jurídico que só quer reforçar o poder de alguns setores sociais, como o judiciário, o MP, a OAB.

A proposta do modelo constitucional de processo é que o destinatário da da decisão possa se reconhecer simultaneamente como seu autor.

Não existe um direito à liberdade pronto, legado pela história. Ele é conquistado toda hora. O direito à liberdade, à igualdade, à vida, à saúde é conquistado no dia a dia das formas processuais.

Quando relativisamos, relevamos, aplicamos princípio da roazoabilidade, da proporcionalidade, não há democracia e sim aristocraciada toga.

Carl Smith é o teórico do nazismo. Travou batalhas teórica com Hans Kelsen a respeito de quem seria o guardião da constituição. Kelsen dizia que deveria ser uma Corte Constitucional, ou seja, um grupo de

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magistrados, alguns seres escolhidos que fariam parte da aristocracia da toga, e Karl Smith dizia que deveria ser o Fuhher, o lider, o guia, aquele que nos momentos de crise podia dizer quando a Constituição podia ou não ser aplicada e deu no que deu (nazismo). Hitler cumulou as funções de chefe de governo e de Estado e construiu o nazismo. Governou sob a Constituição de Weimar.

Constitucionalismo sozinho não resolve. Temos que trabalhar processo junto com constitucionalismo. Mas não processo como instrumento da jurisdição, não como uma técnica por meio da qual os juizes manipulam o seu saber decisório e proferem uma decisão justa. Devemos tratar processo como modelo constitucional que veicula a participação do cidadão na criação da decisão.

TIPOLOGIA PENAL DO MODELO CONSTITUCIONAL DO PROCESSO Art. 5to.

XXXIV- direito de petição, de certidões

São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;

XXXV - Inafastabilidade da Jurisdição,

A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

XXXVII - Princípio do Juizo Natural. natural é o juizo constitucional, no sentido de previsto na Constituição. Não haverá juízo ou tribunal de exceção;

XXXVIII - É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens; c) multa;

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos; XLVII - não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do artigo 84, XIX; b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados; d) de banimento;

e) cruéis;

LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

LIV - Princípio do devido processo legal.

Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

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LV - Princípio do contraditório e ampla defesa.

Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

LVI – São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

LVII - Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;

LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;

LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado

de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;

LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

§ 1o As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

§ 2o Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

§ 3o Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

§ 4o O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

proc penal I 19 fev

LVI - são inadmitidas no processo as provas obtidas por meios ilícitos. (meio, elemento, instrumento de prova)

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PROVA: é um instituto jurídico complexo. É um juizo construido conclusivamente sob o modelo constitucional

do processo. Juizo exercido fundamentadamente no modelo constitucional de processo.

MEIO DE PROVA: são formas de raciocínio, organizações do pensamento técnico (perícia, documento,

testemunha

INSTRUMENTO DE PROVA: laudo pericial, documento, termo de oitiva das testemunhas. ELEMENTO DE PROVA: é o elemento sobre o qual recai o juizo.

INQUÉRITO POLICIAL. Aportes Iniciais:

É possível salvar o inquérito pela hermenêutica constitucional. Inquérito é procedimento.

Deve haver Contraditório e ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes. Mas quais recursos. Recurso é direito fundamental.

O inquérto serve para instruir o ministério público para indiciar o autor e oferecer a denúncia. No inquérito adquire-se as provas da materialidade e os indícios de autoria. Daí o MP indicia o réu. ProcPenal I 23 fev

A Fase Pré – Processual: A Investigação Criminal.

A persecução penal é um dever do Estado e a Lei defere a determinados órgãos de segurança pública a competência para investigação da existência dos crimes comuns e da respectiva autoria. É a chamada polícia judiciária e também, a investigação pode ser feita por outras autoridades conforme artigo 4º, CPP. A fase de investigação tem natureza administrativa e é realizada anteriormente à provocação da jurisdição penal. Por isso é uma fase pré-processual.

A investigação criminal é um procedimento que tende ao completo esclarecimento do caso penal, destinado à formação da opinio delicti, ou seja, do convencimento do responsável pela acusação.

O juiz deve permanecer alheio à esta fase, no que diz respeito à qualidade da prova em curso, somente intervindo para tutelar violações ou ameaça de lesões a direitos e garantias individuais, quando, então, exercerá atos de natureza jurisdicional.

O inquérito não é absolutamente indispensável à propositura da ação penal, podendo a acusação formar o seu convencimento a partir de outros elementos probatórios, como é o caso das peças de informações que é o nome dado a a qualquer conjunto indiciário resultante de atividades desenvolvidas fora do inquérito policial, no caso, por particulares.

Antes de examinarmos o inquérito policial, examinaremos a necessidade, ou não, do contraditório e da ampla defesa no âmbito do inquérito policial.

A instauração de investigação criminal já implica uma afetação no âmbito do espaço da cidadania plena do investigado (isto é, na constituição de sua dignidade pessoal e de sua reputação social, além do evidente transtorno na sua tranqüilidade).

Alterações trazidas na Lei 11609/08, instituindo a possibilidade de o acusado indicar assistente técnico para apreciação da perícia oficial, permitindo-lhe, inclusive, a apresentação de pareceres e esclarecimentos orais, não significam o estabelecimento do contraditório na fase de investigação. Isso acontece porque o próprio CPP, artigo 159, 4º, esclarece que o assistente somente ingressa a partir de sua admissão, pelo juiz, e após elaboração do laudo oficial,e que a sua participação se dará no curso do processo judicial, parágrafo 5º,. Não há previsão, portanto, de acompanhamento da perícia oficial, o que implicaria a produção da respectiva prova em contraditório.

Para a lei futura, não vemos maiores inconvenientes na proposta, incluindo o acompanhamento da perícia oficial, desde que seja ressalvado o sigilo para determinadas questões, incluídas as medidas cautelares, como pode ocorrer com a representação da autoridade policial ou do MP para fins de decretação de prisões cautelares e provisórias, de autorização para buscas e apreensões, e , enfim, de quaisquer medidas que

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tragam a marca da urgência e que, por isso mesmo, poderão ser inviabilizadas se franqueado o seu conhecimento ao interessado na sua ineficácia.

De se ver que o contraditório, na fase de investigação, pode até se revelar muito útil, na medida em que muitas ações penais poderiam ser evitadas pela intervenção da defesa, com a apresentação e/ou indicação de material probatório suficiente a afirmar o juízo de valor emanado da autoridade policial ou do MP por ocasião da instauração da investigação. Em relação às provas periciais, então, reiteramos que o contraditório já deveria ser realizado. E o quanto antes, particularmente para aquelas hipóteses em que o objeto da perícia (corpo de delito) corra o risco de perecimento no tempo ou da alteração substancial de suas características mais relevantes. Por que não a participação da defesa, desde logo, na elaboração do laudo técnico?

A lei 11690/08 que modificou a redação do art.159, 4º e 5º do CPP, não determina a participação do assistente técnico na fase de investigação policial, com já aqui, linhas atrás, deixamos assentados. Prevê apenas a atuação do assistente no curso do processo judicial.

Inquérito Policial

O inquérito policial, atividade específica da polícia civil, no âmbito estadual, e da Polícia Federal, no âmbito da Justiça federal, tem por objetivo a apuração das infrações penais e de sua autoria (art. 4º, CPP).

Tratando-se de ação penal pública, o inquérito policial deve ser instaurado de ofício pela autoridade policial (delegado de polícia, estadual ou federal), a partir do conhecimento da existência do cometimento do fato delituoso. A notitia criminis pode ser oferecida por qualquer pessoa do povo e, obviamente, pode ter início a partir do próprio conhecimento pessoal do fato pela autoridade policial )art. 5º, par 30, CPP).

Existe a impossibilidade de instauração de persecução criminal, leia-se inquérito policial ou procedimento investigatório, com base unicamente em notitia criminis apócrifa, salvo quando o documento em questão tiver sido produzido pelo acusado, ou constituir o próprio corpo de delito.

Se, cuidar-se de ação pública condicionada à manifestação do interessado, ou, ainda requisição do Ministro da Justiça, o inquérito policial somente poderá ser instaurado a partir de requerimento ou requisição do respectivo interessado.

No caso de ação penal privada, cuja legitimação para instauração pertence ao particular, ou legitimado (art. 5º, prg 5º, CPP).

O CPP permite à autoridade policial a recusa de instauração de inquérito quando o requerimento do ofendido ou seu representante não apresentar conjunto indiciário mínimo à abertura das investigações, ou quando o fato não ostentar contornos de criminalidade. Em tais hipóteses, caberá recurso ao órgão competente na estruturação administrativa da polícia. Tal impugnação pode ser contornada, pois a notícia do crime e o pedido de providências podem ser encaminhados pelo interessado (qualquer pessoa do povo, na ação penal pública; ofendido ou seu representante legal, na ação pública condicionada e na ação privada) diretamente ao MP. E isso, porque, tratando-se de requisição do MP, a autoridade policial está obrigada à adoção das providências requisitadas.

O artigo 50, II do CPP autoriza o próprio juiz a requisitar inquérito policial. Contudo, semelhante dispositivo somente tem pertinência com a ordem jurídica anterior à CR. Hoje, com a afirmação da privatividade da ação penal pública para o MP, pensamos ser absolutamente inadmissível a requisição de inquérito policial pela autoridade judiciária.. tendo chegado ao seu conhecimento a possível existência de fato delituoso, o juiz deve encaminhar as peças ao órgão do MP, com disposto no art. 40 CPP.

Nos termos do artigo 4º prg único do CPP, a competência da polícia judiciária não excluirá a competência de autoridades administrativas. Assim, os órgãos e as entidades da Administração Pública, direta e indireta, poderão exercer função investigatória, quando prevista em lei, devendo encaminhar o procedimento ao MP quando constatarem a prática de ilícitos que também possam ser caracterizados como infrações penais. Procedimento

O inquérito policial tem prazo certo para conclusão das investigações. - Em dez dias quando preso o indiciado e 30 dias quando solto.

- Na Justiça Federal é de 15 dias quando preso o acusado. Podendo ser prorrogado por mais 15 dias e 30 se solto.

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- Nos crimes de tóxicos o prazo é de 30 dias se preso e 90 dias se solto o acusado, podendo ser duplicado pelo juiz mediante representação da autoridade policial, sempre justificado.

INQUÉRITO POLICIAL - NOÇÕES INICIAIS.

A prova é um juizo que precisa ser submetido ao modelo constitucional de processo.

LVII - Estado de inocência. Não é uma presunção. Há um estado, assim como o estado de solteiro ou casado.

Enquanto não houver uma sentença penal condenatória transitada em julgado o inocente goza desse estado. LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação penal pública se não ajuizada no prazo legal..

Ação Penal Pública - Os crimes em regra, são processados mediante AP Pública, manejada pelo Ministério

Público. Ele é o titular.

Se o Código Penal nada diz os crimes são processados por AP Pública.

Ação Penal Privada - Em determinados crimes o processo é muito tormentoso para a vítima. O legislador

deixa que o ofendido processe o indivíduo. Essas são as AP Privadas. Em vez do MP é o ofendido. Na falta do ofendido o CADI (cônjuge, ascendente, descendente e irmão). Ex. Crime de estupro, a apuração o legislador entrega pr a vítima.

Ação Penal Popular - AP Popular. Ex. Lei 4898/1965 - qq indivíduo pode intentar.

ver artigo do professor: acusação pública no marco do processo democrático e da jurisdição compartilhada. LX - Princípio da publicidade.

Sigilo e democracia não combinam.

L (legalidade), I (impessoalidade) M (moralidade), P (publicidade), E (eficiência) da Administração Pública. O segredo de justiça diz respeito à publicidade ampla. Para consultar, estudar podemos acessar.

Essa publicidade não é oponível ao advogado das partes e às próprias partes.

LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária

LXIII - assegurado ao preso a assistência da família e do advogado. Aqui funciona o princípio da publicidade. o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado.

Em casos de intimidade e interesse social o exigirem. LXXIV - é o fundamento da Defensoria Pública.

O Estado prestará assistência integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos. A Defensoria Pública pratica assistência jurídica ou judiciária?

A lei 1060/1950 regulamenta a assistência judiciária.

Assistência judiciária engloba isenção de custas, de honorários advocatícios da parte contrária quando se é sucumbente, isenção de perícias.

Quem concede assistência judiciária é o juiz mediante mera declaração de pobreza.

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Assistência Jurídica é outra coisa. Ela é mais ampla porque ela engloba a prestação de serviço do profissional bacharel em direito. A Defensoria Pública não faz concorrência com a advocacia justamente porque ela atua em situações numeros clausus, fechada, em que o cidadão comprova a necessidade. Para ele ser assistido pela defensoria pública não basta declaração de pobreza, como acontece no judiciário; lá ele passa por um processo administrativo de aferição de renda, quando ele apresenta contracheques, gastos extraordinários que ele tem e, a defensoria pública, como é uma instituição funcionalmente independente, ou seja não submetida ao MP, ela fixa os parâmetros da sua atuação pelo conselho superior. O cidadão tem que demonstrar que sua renda não é superior ao limite de isenção do Imposto de Renda (R$1.499,00). Isso é para defensoria pública da união.

Por isso não há que se falar em concorrência. O cidadão que recorre à defensoria pública não tem condições de pagar um advogado. A União tem 481 defensores. Existem 130 milhões de pessoas que potencialmente podem utilizar a defensoria pública e praticamente 70 milhões de pessoas que potencialmente podem utilizar a advocacia particular.

PP I 26 fev processo civil e sociedade civil está no virtua jus da puc.

INQUÉRITO POLICIAL (fase pré processual)

Éum procedimento cuja metodologia está na Constituição.

No relatório, feito pela polícia civil são indicados e demonstrados indícios de autoria do crime: Esse relatório é enviado para O MP.

A função do Inquérito Policial é convencer o MP para iniciar o processo penal, propriamente dito, pela denúncia.

PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO NO MODELO CONSTITUCIONAL DE PROCESSO. - Função : Instruir "OPINIO DELICTI" do MP. Opinião sobre o crime.

DISPENSABILIDADE:

Art 4º. A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.

Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.

O IP é dispensável para instruir o MP em alguns casos, com por ex. Crimes tributários, CPI, estes podem fazer a vez da polícia civil e instruir o MP para a denúncia.

Inconstitucionalidade - art 12 CPP.

Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.

INSTAURAÇÃO - depende do tipo de crime

1) Ação Penal Pública Incondicionada. (99% dos crimes).

O MP, delegado pode instaurar de ofício esta ação através de uma portaria

a) Ex-oficio art. 5to, I, pr 3ro, CPP) – mediante notícia crime de qualquer membro do povo. Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:

I – de ofício;

§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.

b) Requisição M Justiça (art 5to, II, CPP).

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II – mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

c) Requisição MP (art 5to II, CPP) é ordem do Juiz ou MP.

II – mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

d) Requerimento (art 5to II e pr 1ro CPP). Se for negado entra-se com recurso administrativo.

II – mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível: a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;

b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;

c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. O ofendido vítima, por exemplo, de furto pode oferecer a notitia criminis.

- CADI - na ausência do ofendido é o cônjuge, ascendente, descendente e irmão podem também oferecer a noticia criminis.

2) Ação Penal Pública Condicionada a representação (art 5to, 4to, CPP). É um plus sobre a notícia criminis.

§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.

Há a notítia criminis e depois vem a representação. É feito pelo próprio ofendido ou o CADI e é feito na própria delegacia. Quando a vítima é o presidente, algumas autoridades. Pelo M justiça. É Ministro de Estado.

3) Ação Penal Privada (art. 5to pr 5to, e 19, CPP) (queixa). É uma exceção. Exclusiva, privativa.

§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.

Quem inicia é o próprio ofendido através da queixa. Crimes de estupro, é a própria pessoa que presta a queixa.

Quem processa o sujeito é a própria vítima e não o MP.

Terminada a investigação, é entregue o inquérito para a pessoa ou para o juiz prevento.

O MP fala depois do ofendido e atua como custus legis, como fiscal da lei. Ele não pode assumir a ação no caso de desistência da vítima.

PRAZOS DE CONCLUSÃO do IP: Art 10, CPP.

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de dez dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de trinta dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará os autos ao juiz competente. § 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.

§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.

- Indiciado preso: 10 dias

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- Indiciado solto: 30 dias Art 66, lei 5010/66

IP no âmbito Federal. Quando se tratar de crimes federais: 15 dias pr réu preso e 30 pr réu solto. Aceita prorrogação

- Indiciado preso: 15 dias - Indiciado solto: 30 dias. Art 51, lei 11343/06

Lei de tóxicos. 30 dias se o indiciado estiver preso e 90 se solto. Esses prazos podem ser duplicados. Isso representa aumento de prisão provisória sem condenação. A lei está desarmando o princípio do estado de inocência.

O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.

- Indiciado preso: 30 dias. - Indiciado solto: 90 dias. PP I 2 mar

O IP serve para convencimento do MP.

O estupro não é mais de ação penal privada é de Ação Penal Pública Condicionada a Representação. A Injúria é de Ação Penal Privada.

O IP pode ser iniciado também mediante PRISÃO EM FLAGRANTE que é uma espécie de prisão provisória. APFD = Auto de Prisão em Flagrante Delito abre o IP.

FUNÇÕES DA AUTORIDADE POLICIAL

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:

I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais;

II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; II – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; IV – ouvir o ofendido;

V – ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo II do Título VII, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura; VI – proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;

VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; VIII – ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;

IX – averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.

Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:

I – fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos; II – realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;

II – cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias; IV – representar acerca da prisão preventiva.

REQUERIMENTO DE DILIGÊNCIAS PELO OFENDIDO - art 14 CPP.

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Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

DEVOLUÇÃO DO IP À POLÍCIA

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de dez dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou

estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de trinta dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.

art 10, 3ro, fato de difícil elucidação e indiciado solto, autoridade requer ao juiz devolução dos autos, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.

Arte 16 CPP - MP não poderá requerer a devolução do IP à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.

Requerer porque antigamente o gerente da investigação era o juiz. No novo CPP esse artigo foi excluído. Acabou o vai e volta. Agora é entre o delegado de polícia e o MP.

Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para

novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. INCONSTITUCIONALIDADES:

Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.

art 5to, LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

art 5to, LXIII, – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

art 136, 3ro, IV;

§ 3o Na vigência do estado de defesa: IV – é vedada a incomunicabilidade do preso.

139 CR88. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no artigo 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:

I – obrigação de permanência em localidade determinada;

II – detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;

III – restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;

IV – suspensão da liberdade de reunião; V – busca e apreensão em domicílio;

VI – intervenção nas empresas de serviços públicos; VII – requisição de bens.

Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.

art 7mo, III, VI, "c", XIII, XIV, XV e XVI da lei 8906/94 (EOAB) Art. 7o São direitos do advogado:

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III – comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis;

VI – ingressar livremente:

c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado; XIII – examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de cópias, podendo tomar apontamentos;

XIV – examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos; XV – ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na repartição competente, ou retira-los pelos prazos legais;

XVI – retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de dez dias; A Prisão em Flagrante -

Art. 8o Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro. Art. 301 CPP – Da Prisão em Flagrante.

Novas Diligências e Devolução do IP

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de dez dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de trinta dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.

Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.

Atribuições da Polícia

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:

I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais;

II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; II – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; IV – ouvir o ofendido;

V – ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo II do Título VII, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura; VI – proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;

VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; VIII – ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;

IX – averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.

a) Reprodução Simulada x Direito ao silêncio não incriminador.

Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.

b) Função / Ação

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Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:

I – fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos; II – realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;

II – cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias; IV – representar acerca da prisão preventiva.

Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

c) A Menoridade

Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial. Características Gerais:

a) Formalidade

Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.

b) Escrituração c) Oficialidade

Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. Incomunicabilidade do Preso (?).

Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.

Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado do juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, II, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei no 4.215, de 27 de abril de 1963).

Novas Investigações

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.

PP I 12 mar

INQUÉRITO POLICIAL - ARQUIVAMENTO. ARQUIVAMENTO DO IP

Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.

Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.

Despacho ou Decisão? Coisa Julgada formal / material. Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação civil:

I – o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação;

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O despacho de arquivamento gera coisa julgada formal pois permite reabertura se houverem fatos novos. Gera coisa julgada material sepultando o arquivamento pois não houve elementos do crime.

A autoridade policial não faz o arquivamento, ou seja, ela homologa o arquivamento em juizo. Terceiro Imparcial.

Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.

O CPP confere atribuições ao juiz, atribuições essas que conflitam com o princípio do terceiro imparcial. O arquivamento se dá quando o MP, ao invés de redigir a denúncia, redige um arquivamento requerendo ao juiz tal ato. "Requeiro o Arquivamento....".

O juiz pode falar sim ou não.

Esse pedido viola o sistema acusatório, pois quem é titular da denúncia é o MP e portanto não faz sentido pedir ao juiz. Se o juiz discordar do arquivamento ele estará sendo parcial pois se ele acha que não deve arquivar é porque o juiz já fez um “juízo” de valor, ou seja, julgou. Isso demonstra um sistema inquisitório.

ESPÉCIES DE ARQUIVAMENTO:

a) Arquivamento Direto : MP diz que quer arquivar pois o fato não é crime. b) Arquivamento Indireto (competência). É uma questão de competência.

MP avalia inquérito e conclui que o juizo é incompetente para fazer o arquivamento e comunica a este juizo que fará o arquivamento em outro juizo.

Aquele juizo revida pois quer arquivar o inquérito e permite que seja um arquivamento indireto em outro juizo. Previsto art 28.

Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.

c) Arquivamento Implícito - Ação Penal Privada. (art 41 CPP) (Fatos)

Só se aplica na Ação Penal Privada, onde vigora o princípio da disponibilidade da ação privada.

O arquivamento implícito é fenômeno processual penal que ocorre quando o titular da ação penal privada deixa de incluir na denúncia algum dos acusados. Há divergência na doutrina sobre o assunto. Uma parte, minoritária, afirma que, tendo ocorrido pedido tácito de arquivamento, ele se consuma quando o juiz não se pronuncia com relação aos fatos omitidos na peça de acusação.

Cabe ressaltar que há doutrinas que afirmam que também há arquivamento implícito quando ocorre omissão de algum fato investigado, sem expressa manifestação ou justificação acerca do procedimento.

Assim sendo, percebe-se que há dois possíveis aspectos: o objetivo, quanto aos fatos; e o subjetivo, quanto aos sujeitos.

PP I 16 mar

AÇÃO PENAL PÚBLICA.

a) Ação Penal Pública Popular.

Prevista na lei de crimes de responsabilidade (art 14, lei 1079/50). Veremos responsabilidade e competência.

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A competência no âmbito penal começa com a cisão entre crime de responsabilidade e crime comum. Em direito penal aprendemos já o crime comum em oposição ao crime próprio, crime comum em oposição a crime especial, e agora veremos crime comum em oposição ao crime de responsabilidade para efeitos de conseqüências.

Não tem nada a ver com a diferença no direito penal de crime comum para crime especial, por exemplo, o crime de estupro sendo comum e o crime de compra de voto sendo um crime especial sendo julgado pelo tribunal eleitoral. Ou, o crime comum, sendo aquele praticado por qualquer indivíduo e o crime próprio sendo aquele praticado por determinadas pessoal, por exemplo o infanticídio.

Vamos aprender em competência que o crime comum depende de fixação de competência e se opõe ao crime de responsabilidade que é manejada por ação penal pública popular. Qualquer um do povo pode denunciar.

b) Ação Penal Pública Incondicionada (Art 27, par 2do, 26 e 27 CPP, art 129, I CR88).

È a regra geral do CP e o MP é o titular privativo da ação penal pública incondicionada.

c) Ação Penal Pública Condicionada à Representação / Requisição (MJ). (APPCR)

- MJ requisita ao MP ajuizar ação.

Art 145 caput - dos crimes contra a honra (calúnia, difamação e injúria).

Art. 145. Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do artigo 140, § 2o, da violência resulta lesão corporal.

Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código (Delitos contra a honra do presidente, ou chefe de estado estrangeiro), e mediante

representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140

deste Código (injúria sobre raça, cor, etnia, religião, origem, idoso, portador de deficiência). O MJ não é o titular da ação; ele apenas dá o início para que o MP processe o infrator.

A requisição é do Ministro da Justiça e a representação é do ofendido ou o CADI (nessa ordem), na falta do ofendido.

O artigo 145 é do CP, que se refere à queixa. Porém temos que entender que QUEIXA É O NOME DA

PETIÇÃO INICIAL DA AÇÃO PENAL PRIVADA. Raramente acharemos crimes cuja ação penal é a privada.

Alerta importante !!!!!!!!!!! (MJ=requisição; Cidadão=representação e o MP=denúnica)

Vimos no Inquérito Policial que quando o MJ requisitava instauração de Inquérito policial, o delegado de polícia não podia negar pois existe uma relação de hierarquia. O MJ é o chefe da Polícia Federal e o Secretário de Defesa Social é o chefe da Polícia Civil.

Mas, não existe hierarquia entre o MJ e o MP pois este é um órgão autônomo. E nesse caso o MP, por falta de hierarquia, não está obrigado fazer a petição inicial da ação penal, nos crimes contra a honra do Presidente da República.

Temos que perceber que, no âmbito do Inquérito Policial, a requisição é uma ordem e no âmbito da Ação Penal Pública condicionada à requisição/representação, a requisição não é ordem .

Para melhor compreensão, temos que entender que a Ação Penal Pública Condicionada é um meio termo entre a Ação Penal Pública Incondicionada e a Ação Penal Privada porque na Ação Penal Privada compete a apenas ao ofendido decidir se vai processar ou não, e só a ele.

Na ação penal pública incondicionada compete apenas ao MP. Ele não pede benção pra ninguém, e mesmo que a vítima não queira.

E, a Ação Penal Pública Condicionada à Representação, como ato complexo que é, pois depende da vontade do sujeito ofendido, que é a regra, ou a requisição do MJ, no caso de crimes contra a honra do Presidente da República ou Chefe de Estado Estrangeiro. A manifestação de vontade de um desses dois faz com que o MP apresente a denúncia ao judiciário.

E aí sim. Juntando a vontade do ofendido com a vontade do MP é deflagrada a Ação Penal Pública Condicionada. Portanto, sem a autorização do ofendido, o MP não pode deflagrá-la.

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Caso haja recusa do MP, o MJ não pode apresentar a queixa.

E, caso o MP receba a requisição do MJ, ou a representação do ofendido, ele, o MP não tem discricionariedade para decidir se denuncia ou não, pois a Ação Penal Pública é regida por dois princípios: o da Indisponibilidade e o da Obrigatoriedade e vislumbrando materialidade e indícios de autoria ele inicia a ação penal.

Quando o MP entende que não tem indícios de autoria ou materialidade ele requer o arquivamento do inquérito junto ao juízo.

Terminado o IP, o delegado já relatou os autos do IP e envia os autos para o MP Quando o MP recebe o inquérito policial ele tem 3 alternativas a escolher, pode:

a) pedir novas diligências para comprovar materialidade ou indícios de autoria, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.

b) requisitar arquivamento, e se o juiz discordar, ele, o juiz pode mandar para o PGR e este pode oferecer a denúncia, designar outro órgão do MP para oferecê-la, ou insistirá na requisição de arquivamento e só aí, então, o juiz estará obrigado a atender. Há a possibilidade de recurso na lei do MP, em que o ofendido pode levar ao conhecimento das câmaras do MP Federal.

c) fazer a denúncia.

A representação:

Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia. Ou seja, se o MP já ofereceu a denúncia, a representação é irretratável.

O MP Deflagra o procedimento ajuízando a demanda. Depois disso a vítima não pode mais se retratar. Ou seja, antes do MP deflagrar a denúncia, o ofendido ainda pode se arrepender.

Existem algumas interlocuções entre a Ação Penal Pública e a Ação Penal Privada. Uma das interlocuções diz respeito à essa figura da representação porque o instituto da decadência se aplica tanto às ações penais públicas condicionadas à representação quanto às ações penais privadas, mas não se aplica à Ação Penal Pública Incondicionada.

Retratação

a) Depois de oferecida a denúncia pelo MP.

Art 25 CPP = a representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia pelo MP. Art 38 CPP = decai a representação se não exercida em 6 meses da ciência da autoria

b) Retratação da representação antes de oferecida a denúncia:

A representação pode ser oferecida no prazo de 6 meses contados da data em que o ofendido fica sabendo quem é o autor do fato.

- No primeiro mês o ofendido fica sabendo quem é autor do fato. - No segundo mês ele oferece a representação.

- No terceiro mês se retrata da representação.

b1) Retratação da Retratação da Representação.

De acordo com o modelo constitucional de processo e com a doutrina e jurisprudência majoritárias, pode haver nova representação após retratação, desde que no bojo do prazo de 6 meses.

Apenas os garantistas interpretam que:

Quando há a retratação da representação incide imediatamente a figura do art 107, 4to, CP que se realizada a representação, não pode mais o ofendido se retratar porque extingue-se o direito (decadência) e e, por consequência, a punibilidade.

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c) Após 6 meses se o ofendido não efetuar a representação: Aqui ocorre a decadência.

Art. 38. Salvo disposição em contrário (da própria lei), o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa (AP Privada) ou de representação (APPCR), se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do artigo 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.

Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou representação, dentro do mesmo prazo, nos casos dos artigos 24, parágrafo único, e 31.

Aqui vale tanto para a ação penal privada (queixa) e também na Ação penal Pública condicionada a representação (representante ou ofendido).

O ofendido fica sabendo quem é o autor através da denúncia ou queixa, conforme artigo 41 CPP.

Art. 107. Extingue-se a punibilidade: quando a punibilidade é extinta há uma decisão de mérito e o sujeito não vai ser apenado.

IV – pela prescrição, decadência ou perempção;

Aqui o autor é suposto, pois quando for instaurado o processo é que será constatada a sua culpabilidade. # CADI (art 24, par 1ro) cônjuge, ascendente, descendente, irmão.

# Representação (art 25 CPP). # Decadência (art 107, IV, CP).

DENÚNCIA X QUEIXA SUBSIDIÁRIA (art 5to, LIX, CRBB, art 30 CPP)

art 5to LIX CR – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; Nos crimes de APPCR, se o MP não apresentar a denúncia no prazo legal, o ofendido pode apresentar a queixa.

Art. 30.CPP - Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada. a) Se o réu estiver preso, o MP tem 5 dias para ofertara denúncia. Se o MP não ofertar a denúncia, o réu tem de ser solto

b) Se o réu estiver solto, o MP tem 15 dias para ofertar a denúncia, se o MP não ofertar a denúncia, nada acontece com a punibilidade e abre-se espaço para ajuizamento da ação penal privada subsidiária da pública.

c) se o indiciado estiver preso, o MP pode devolver o Inquérito policial para o delegado, porém tem de soltar o indiciado. Pois se o MP entende que não há prova da materialidade e indício de autoria tem de soltar o indiciado. A prisão preventiva exige materialidade e indícios de autoria, da mesma forma que para oferecer a denúncia. Se o MP entende que não há motivo para oferecer a denúncia, também não há motivo para manter o indiciado preso.

AÇÃO PENAL PRIVADA. (mediante queixa) (APPrivada) – Crimes de Dano e contra Honra.

a) Propriamente dita – Ofendido e CADI podem manejar.

b) Exclusiva – só o ofendido pode manejar. Caso do contraente de casamento enganado. c) Subsidiária da Pública – se MP não apresentar a denúncia, o ofendido apresenta. DECADÊNCIA (art 38, caput e par único, CPP) (art 107, IV, CP)

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Aqui vigora o PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE (contrário da indisponibilidade na APPública) e da

OPORTUNIDADE (contrário da obrigatoriedade na APPública)

PP I 19 mar

O réu, na fase investigatória, que é o inquérito, ele pode ser preso por dois motivos: prisão em flagrante ou prisão temporária.

O MP pode dispensar o Inquérito Policial caso o ofendido traga documentos suficientes para indiciar a outra parte.

Na representação ou na queixa é necessário um advogado?

A representação não é ato de postulação em juízo e não precisa de advogado, no caso de representação nas APPCR e APPrivada feitas ao MP.

Mas pode ser feito por advogado no caso do ofendido estar impossibilitado de fazê-lo pessoalmente, se viajando, por exemplo, ou em qualquer situação que seja necessário do ponto de vista pessoal, mas com poderes especiais.

A representação por não ser ato de postulação em juízo não precisa necessariamente ser praticado por um advogado. Para ofertar a queixa crime, na ação penal privada, por ser ato que pede a condenação de alguém perante o juízo, é necessário que seja feito por um advogado e ainda com poderes especiais.

Contra o menor de idade não corre prazo decadencial e nem prescricional. Como, então, funciona a questão da representação nas APPCR e da queixa na APPrivada, em relação ao menor de idade?

Até os 18 anos quem tem a prerrogativa de oferecer a representação ou a queixa será o seu representante legal. Art. 34. Se o ofendido for menor de vinte e um e maior de dezoito anos, o direito de queixa poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal.

O prazo decadencial começa a contar de quando? A partir do conhecimento de quem foi o autor do fato. Mas digamos que um crime foi praticado contra um menor e durante sua menoridade seu representante nada fez. A partir do momento que ele completar 18 anos nasce para ele o direito de ação, se souber quem é o autor do fato.

AÇÃO PENAL PÚBLICA

Na última aula tratamos da questão da obrigatoriedade e da indisponibilidade da APP contra os princípios da oportunidade e da disponibilidade da APPrivada.

Princípio Divisibilidade da APP e Indivisibilidade da APPrivada

Hoje trabalharemos com a divisibilidade da APP e a indivisibilidade da APPrivada. Esses princípios são apreendidos da somatória dos artigos 48, 49, 51 do CPP.

Princípio da Indivisibilidade da APPrivada.

Significa que se um delito que é perseguido por uma APPrivada e tem mais de um autor ou mais de um partícipe, o indivíduo que apresenta a queixa crime tem de levar a juízo todos eles. O juiz tem de decidir a pena em relação a todos eles e o que for decidido em relação a um aproveita aos demais.

Crime de APPrivada cometido por mais de um indivíduo obriga o ofendido a oferecer a queixa contra todos e se não o fizer é como se não tivesse oferecido contra nenhum. Isso é decorrente do princípio da INDIVISIBILIDADE DA APPrivada.

Princípio da Divisibilidade da Ação Penal Pública.

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A APPública é sempre DIVISÍVEL. Isto é, no curso do processo, após a fase de instrução, pode ser que surja outro partícipe ou mesmo outro fato criminoso, e aí o MP (sem recorrer à polícia) pode incluir esse indivíduo na persecução penal por meio de dois institutos que estudaremos em Processo Penal II, que são Mutatio Liberius e Mutatios in Pejus. O ofendido, depois de oferecida a denúncia não pode mais suplementar informações; tudo correrá por conta do MP.

Isso não é possível na ação penal privada em razão do princípio da FUNGIBILIDADE DA APPrivada em que tem que se processar todo mundo junto, porque se isso não acontecer, é como se não tiver processado ninguém.

Princípio da Fungibilidade da APPrivada.

A Ação Penal Privada é fungível porque se o ofendido não oferecer queixa contra todos os envolvidos, significará que não ofereceu queixa contra nenhum deles.

Princípios da Obrigatoriedade e Indisponibilidade da APPública. (art 42, CPP)

O princípio da obrigatoriedade diz que o MP tem a obrigação de oferecer a denúncia havendo indícios de autoria e materialidade demonstrados no Inquérito Policial.

Exceção:

Há casos em que, mesmo havendo indícios de autoria e materialidade, o MP não oferece a denúncia.

O professor Paccelli chama o princípio da obrigatoriedade de princípio da DISCRICIONARIEDADE

REGRADA porque na lei 9099, dos juizados especiais criou institutos despenalizadores e descarceirizadores

que interferem na aplicação da pena e interferem até no início do processo.

Então, em alguns casos não se pode falar da obrigatoriedade de o MP iniciar a persecução penal conforme os institutos que veremos abaixo:

A lei 9099, então mitigou o princípio da obrigatoriedade, chamado pelo professo Paccelli de princípio da Discricionariedade Regrada, usando princípios despenalizadores e descarcerizadores.

a) Composição Civil dos Danos – Art 74.

Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.

Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação.

Então, quando se trata de lesões leves, é feita a composição civil dos danos e isso representa renúncia ao direito de queixa na APPrivada ou representação na APP.

O professor Paccelli entende que, pelo fato do MP não poder encaminhar a denúncia, pela renúncia criada pela composição civil das parte, este instituto representa uma exceção ao princípio da obrigatoriedade. O ofendido não apresenta a representação na APPCR e nem a queixa da APPrivada e faz uma composição civil dos danos como o ofensor acarretando renúncia a tais direitos. A renúncia mitiga o princípio da obrigatoriedade da APPública, relativo à parte.

- aplicado a crimes de menor potencial ofensivo com pena máxima de 2 anos. - este instituto é despenalizador.

Crime de dano, APprivada, se acontece a renúncia não acontece a denúncia. - por ser um acordo, se for descumprido tem que ser cobrado na vara cível.

- aplicado à APPCR e à APPrivada, porque aqui o MP não se manifestará em razão da composição civil dos danos..

(21)

b) Transação Penal – Art 76 –

Art. 76. Havendo representação (crimes de APPCR) ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento (portanto temos materialidade e indícios de autoria), o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.

O MP transaciona com o réu a aplicaçã ode pena mais leve, sendo exceção ao princípio da obrigatoriedade. - aplicado a crimes de menor potencial ofensivo com pena máxima de 2 anos.

- Este instituto é descarceirizador. - Aqui há indícios de autoria.

- A transação penal não se aplica a APPrivada, na qual não há participação do MP. - Se for descumprido o MP denuncia.

- Aqui usa-se a limitação de final de semana, perda de bens, prestação de serviços à comunidade.

c) Suspensão Condicional do Processo – Art 89

Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada (prevista em abstrato) for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).

- Aplicado à APPCR.

- aqui, o critério é pena mínima, diferente dos institutos anteriores. - a pena mínima é de 1 ano.

- pena cominada é a pena abstrata, diferente de pena aplicada.

- O MP, ao oferecer a denúncia, poderá pedir a suspensão condicional do processo. - Se for descumprida segue o curso do processo principal.

- o MP oferta a denúncia, mas junto com ela oferta também a suspensão condicional do processo. A parte aceita a suspensão e o juiz recebe a denúncia mas, imediatamente a suspende. Uma das condições da suspensão condicional do processo é que o autor do delito cumpra uma pena restritiva de direitos.

A regra é a OBRIGATORIEDADE do MP oferecer a denúncia.

A Exceção é quando se trata de crimes de menor potencial ofensivo, o MP poderá valer-se da Transação Penal e da Suspensão Condicional do Processo. A composição Civil dos Danos acontece à margem do MP, entre o ofensor e o ofendido e isso importa em renúncia de representação ou de queixa.

Estes institutos não são discricionariedade do MP como abordado pelo professor Paccelli, e também não são faculdades do MP oferecer tais institutos; o acusado tem direito subjetivo de obtê-los.

Uma vez proposta a ação ela tem de ir até uma decisão terminativa.

Divisibilidade - APPública é sempre divisível. Os novos fatos e novos indivíduos são incluídos separadamente. Diferente da APPrivada que se não forem envolvidos todos juntos é como se não tivesse envolvido nenhum.

Ação Penal Privada.

É um ato de postulação em juízo pois busca-se a condenação do réu, portanto precisa de um advogado. art 34 - se o ofendido for menor de 21 e maior de 18, o direito de queixa pode ser exercido por ele ou por seu representante legal. A partir do conhecimento do fato.

(22)

Oportunidade / Disponibilidade

Indivisibilidade: apreendido (art 48, 49 renúncia x perdão 51 bilateral - art 55 e 58 CPP). Mais de um autor ou mais de um partícipe a pena tem que ser pr todos eles . Um aproveita o outro. Injúria cometida por mais de um obriga o indivíduo a oferecer a queixa contra todos. Isso decorre da indivisibilidade a APprivada.

tácitos ou expressos (art 57, CPP)

a renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de prova. Perempção (art 60, CPP).

Art 107, IV e V, CP. - Extinção da Punibilidade. PP I 26 mar

AÇÃO PENAL PRIVADA.

É regida pelo princípio da indivisibilidade (ou apresenta queixa contra todos ou contra ninguém) e pela disponibilidade (Perdão ou Renúncia).

INDIVISIBILIDADE E SUAS CONSEQUÊNCIAS.

QUEIXA E MP (relação entre o MP e a queixa). Querelante é quem apresenta a queixa. Na APPública, o MP tem o papel principal e o ofendido pode se habilitar como assistente. Na APPrivada, o ofendido é o protagonista e o MP fica em segundo plano.

- Art 45 CPP. - MP pode aditar a queixa. Emendar a petição da queixa só na APPrivada subsidiária da Pública.

Privativa ou propriamente dita - ofendido e CADI manejam a APPrivada. Personalíssima - só o ofendido maneja a APPrivada.

Subsidiária da Pública - é a garantia constitucional que na inércia do MP nasce para o ofendido o direito de apresentar a denúncia no lugar do MP.

- Art 48 CPP - MP velará pela indivisibilidade da APPrivada.

Queixa contra um dos agentes obriga o processo contra todos = princípio da Indivisibildade. Pensemos em dois canos:

Um que se chama APPública = O MP pode abrir a torneira deste. Outro que se chama APPrivada = o ofendido abre a torneira.

A APPrivada subsidiária da pública é o fato do ofendido ser autorizado a abrir a torneira da APPública. Mas o MP pode rejeitar essa queixa, substituir a parte. Mas é uma APPública.

APPrivada é uma garantia do cidadão. O MP não pode suplementar a atividade da vítima e se houver renúncia ou perdão pela vítima a algum dos autores do fato isso se extende a todos e o MP não pode fazer nada.

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE:

É uma questão de mérito preliminar e gera coisa julgada material. A prescrição, a decadência, a perempção gera, extinção da punibilidade.

(23)

a) RENÚNCIA (unilateral) - Art 49 CPP -. Arts. 55, 58, 59 CPP - tácitas ou expressas (art 57). Renúncia é abrir mão do direito antes de exercê-lo. Sequer exerce o direito.

Desistência é abrir mão do direito depois de exercê-lo. É um ato unilateral. Aproveita a todos.

b) PERDÃO (bilateral) - Art. 51. É a faceta penal da desistência.

O perdão conferido a um dos querelados sem que produza todavia efeitos em relação ao que recusar. É um ato bilateral.

Iniciada demanda contra três, se perdoou um os outros dois se aproveitam do perdão e são consultados. Se um não aceitar o perdão segue o processo contra esse um.

Aproveita apenas a quem aceitar o perdão.

Concedido o perdão o réu tem de aceitar em 3 dias e o seu silencio importará aceitação

art. 58. Não é inconstitucional, pois o silêncio, aqui, não pode ser interpretado contra o réu mas a favor e para melhorar a sua condição. É como as cláusulas pétreas, ou seja, para melhorar, podem ser modificadas. Declaração expressa nos autos = perdão endoprocessual. O juiz abre vista para o querelado para ver se eles aceitam.

art 59 - O perdão pode ser tb fora dos autos, por declaração e juntada aos autos

Portanto é um perdão endo ou exoprocessual para não confundir com o instituto perdão judicial. Há o perdão e a renúncia tácita ou expressa.

Art 57 - escreve e assina que aceita = expresso.

Decorre dos atos do querelante e isso é meio de prova = tácito.

PEREMPÇÃO - art. 60

É a conduta desidiosa e repetida (com recorrentes desistências) do querelante. Aplica-se exclusivamente às APPrivadas.

No Processo civil, o indivíduo perde a possiblidade de alegar em demanda mas tem o direito de alegar em defesa.

No PP a perempção gera impossibilidade total do assunto ser reapreciado, mesmo para defesa. - querelante deixar de movimentar o processo por 30 dias.

advém da Renúncia e do Perdão. Art 107, IV e V === Art 61, CPP

Extinção da punibilidade === Declarável de Ofício.

COMPETÊNCIA

"RATIONE MUNERIS" (Foro privilegiado em razão da função) (PERSONAE) ET "RATIONE MATERIAE" Incide no princípio do juizo natural (CRFB).

- Noções Elementares

Juízo Natural (art 5to. XXXVII e LIII, CRFB)

LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

Referências

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