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NBR15.575: Edifícios habitacionais de até cinco pavimentos Desempenho

2.4 Legislação Brasileira em Eficiência Energética e Instrumentos

2.4.2 NBR15.575: Edifícios habitacionais de até cinco pavimentos Desempenho

Esta Norma estabelece parâmetros para o estabelecimento de resultados de um dado sistema na sua fase de utilização delimitada a partir do estabelecimento da sua vida útil4, e não somente ao longo do processo de concepção e elaboração desse sistema. Ou seja, a ênfase é no resultado final que, independente do percurso que foi seguido, dado sistema deve apresentar níveis consideráveis de desempenho pré estabelecidos pela Norma (ABNT, 2008).

A sua aplicação é para edifícios habitacionais de até cinco pavimentos, independente dos materiais e sistemas construtivos empregados. Entretanto, alguns requisitos são também aplicados a edificações com mais de cinco pavimentos. Estes

4

Vida útil é o período de tempo que o edifício (ou seus sistemas) mantém o desempenho esperado, quando submetido às atividades de manutenção predefinidas em projeto (ABNT, 2008)

sistemas podem ser avaliados de forma isolada ou de forma integrada para um ou mais sistemas específicos. É composta pelas seguintes partes:

•Parte 1: Requisitos gerais

•Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais •Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos internos

•Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas •Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas

•Parte 6: Requisitos para os sistemas hidrossanitários

O estabelecimento dos requisitos e critérios se dá a partir das exigências dos usuários quanto a segurança, habitabilidade e sustentabilidade. Os requisitos e critérios estão distribuídos segundo o Desempenho estrutural; Segurança contra incêndio, Segurança no uso e na operação; Estanqueidade; Desempenho Acústico; Desempenho Lumínico; Durabilidade e Manutenbilidade; Saúde, higiene e qualidade do ar; Funcionalidade e Acessibilidade; e Conforto tátil e antropodinâmico (ABNT, 2008). Para efetivação desta pesquisa, aplica-se a exigência do usuário quanto ao Desempenho Térmico, que será abordada no item a seguir.

Quanto à classificação, essa se dá em função de padrões mínimos de segurança, saúde, higiene e economia. Apresenta três níveis de desempenho: Mínimo (M), Intermediário (I) e Superior (S). Para todos os diversos sistemas são estabelecidos níveis mínimos de desempenho (M) a serem cumpridos, e para outros os demais níveis.

Ressalta-se que entre os anos de 2008 e 2013 esta Norma passou por processo de revisão, sendo em 2013 publicada nova versão e entrada em vigor. Entretanto, para este trabalho considerou-se a versão de 2008, pois, no período de realização das avaliações deste trabalho esta versão prevalecia.

2.4.2.1 Parâmetros de Desempenho Térmico

A exigência da Norma em relação ao desempenho térmico é dada segundo a localização da edificação e sua correspondente zona bioclimática, definida segundo a NBR 15.220-3 (ABNT, 2008).

Conforme a ABNT (2008), são três os procedimentos possíveis de se utilizar na avaliação de desempenho:

Procedimento 1 – Simplificado (normativo): verificação do atendimento aos requisitos e critérios para fachadas e coberturas, estabelecidos nas NBR 15.575-4 (ABNT, 2008) e NBR 15.575-5 (ABNT, 2008), para os sistemas de vedação e para os sistemas de cobertura, respectivamente;

Procedimento 2 – Simulação: verificação do atendimento aos requisitos e critérios estabelecidos nesta NBR 15.575-1 (ABNT, 2008), por meio de simulação computacional do desempenho térmico do edifício;

Procedimento 3 – Medição: verificação do atendimento aos requisitos e

critérios estabelecidos na NBR 15.575-1 (ABNT, 2008), por meio da realização de medições em edificações ou protótipos construídos.

Estes procedimentos se organizam conforme exemplo da Figura 9 a seguir. Para este trabalho, emprega-se o Procedimento 1 – Simplificado Normativo, que é descrito em seguida.

Figura 9 – Fluxograma dos Procedimentos de avaliação de desempenho térmico Fonte: Adaptado de, NBR 15.575-1 (ABNT, 2008).

 Requisito – Adequação de paredes externas (ABNT, 2008).

As paredes devem apresentar transmitância e capacidade térmica para proporcionar um nível mínimo de acordo com a zona bioclimática que se insere.

O critério estabelece níveis máximos admissíveis de transmitância térmica, conforme a Tabela 4, a seguir.

Tabela 4 – Transmitância Térmica (U) W/m²K

Zonas 1 e 2 Zonas 3 a 8 U ≤ 2,5 a≤ 0,6 U ≤ 3,7 >0,6 U ≤ 2,5 a

α é absortância à radiação solar da superfície externa da cobertura Fonte: Adaptado de, NBR 15.575 ABNT (2008).

O critério para capacidade térmica estabelece valores mínimos admissíveis para as paredes externas, conforme Tabela 5 a seguir:

Tabela 5 – Capacidade Térmica (CT) KJ/m²K

Zonas 1 a 7 Zona 8

≥ 130 Sem exigência

Fonte: Adaptado de, NB5 15.575 ABNT (2008).

Tanto para transmitância quanto para capacidade térmica, há apenas o nível mínimo (M), através do cumprimento do critério.

 Requisito – Abertura para ventilação (ABNT, 2008).

Apresentar aberturas nas fachadas das habitações, com dimensões adequadas à conferir ventilação interna nos ambientes de permanência prolongada.

No critério são estabelecidos valores mínimos aceitos para dimensão das aberturas para ventilação.

Tabela 6 – Aberturas para Ventilação (A) % da Área do Piso

Zonas 1 a 6 Aberturas médias Zona 7 Aberturas pequenas Zonas 7 e 8a Aberturas grandes A ≥ 8 A ≥ 5 A ≥ 15

Fonte: Adaptado de, NB5 15.575 ABNT (2008).

Nas zonas bioclimáticas de 1 a 6 as áreas de ventilação devem ser passíveis de vedação durante o período frio.

Tanto para transmitância quanto para capacidade térmica, o único nível para aceitação é o mínimo (M), através do cumprimento do critério.

 Requisito – Sombreamento das aberturas em paredes externas dos dormitórios (ABNT, 2008).

As aberturas externas dos dormitórios devem ser passíveis de controle da entrada de luz e calor.

O critério para sombreamento das aberturas define que estas devem possuir dispositivos para sombreamento, externos ao vidro, de forma a permitir o controle do sombreamento, ventilação e iluminação pelo usuário.

O único nível para aceitação é o mínimo (M), através do cumprimento do critério e premissas de projeto.

 Requisito – Isolação térmica da cobertura (ABNT, 2008).

Com relação à transmitância térmica e absortância, as coberturas devem apresentar propriedades apropriadas à zona bioclimática correspondente.

O critério para transmitância térmica determina valores máximos, conforme a Tabela 7.

Tabela 7 – Transmitância Térmica (U) W/m²K

Zonas 1 e 2 Zonas 3 a 6 Zonas 7 e 8a

U ≤ 2,3 αb ≤ 0,6 U ≤ 2,3 αb > 0,6 U ≤ 1,5 αb ≤ 0,4 U ≤ 2,3 FV αb > 0,4 U ≤ 1,5 FV a

Na zona bioclimática 8 também estão atendidas coberturas com componentes de telhas cerâmicas, mesmo que a cobertura não apresente forro

b

α é absortância à radiação solar da superfície externa da cobertura Fonte: Adaptado de, NB5 15.575 ABNT (2008).

A premissa de projeto é que em todas as zonas bioclimáticas, com exceção da zona 7, recomenda-se que elementos com capacidade térmica maior ou igual a 150 Kj (m²k) não sejam empregados sem isolamento térmico ou sombreamento.

O nível para aceitação é o mínimo (M), através do cumprimento do critério e premissas de projeto.

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