• Nenhum resultado encontrado

Necessidades energéticas

No documento Licenciado em Ciências da Engenharia Civil (páginas 128-133)

7 Apresentação e discussão dos resultados de simulação numérica – EnergyPlus

7.3 Necessidades energéticas

De seguida serão apresentadas as necessidades energéticas de aquecimento e de arrefecimento, obtidas através das simulações realizadas.

Os resultados obtidos foram divididos consoante a espessura da argamassa aplicada nas fachadas do edifício. O caso inicial, solução base, será apresentado em conjunto com todos os resultados, de maneira a facilitar a comparação entre as soluções de melhoria e o caso inicial.

7.3.1 Necessidades de aquecimento – Soluções de melhorias com 4 cm de

espessura

Na figura 7.10 estão representadas as necessidades energéticas de aquecimento para a solução base e para cada uma das soluções de melhoria, com uma espessura de reboco de 4 cm, bem como a poupança de energia que cada uma provoca.

Observando os resultados obtidos, verificamos que estes estão de acordo com as perdas energéticas apresentadas, na medida em que as soluções que apresentam um maior valor de perdas energéticas são aquelas que apresentam um valor mais elevado de necessidades energéticas de aquecimento.

Analisando os resultados obtidos verifica-se que o aumento da dosagem de pellets de madeira na argamassa provoca uma diminuição nas necessidades energéticas do edifício. As necessidades seguem uma progressão, mais ou menos constante e é possível obter uma poupança de 22 %, aplicando a argamassa com maior dosagem de pellets (P23), somente na zona corrente e pontes

térmicas do edifício.

Os resultados mostram também, que uma intervenção com recurso a pellets de madeira apenas na cobertura se traduz bastante efetiva, havendo uma redução de 24 % da energia.

No entanto, como era esperado os melhores resultados são obtidos quando os três elementos principais são intervencionados (ZC + PTP + Cobertura), obtendo uma redução de 45 % nas necessidades energéticas.

102

7.3.2 Necessidades de arrefecimento – Soluções de melhoria com 4 cm de

espessura

Na figura 7.11 apresentam-se os resultados às necessidades energéticas de arrefecimento.

Observando os resultados obtidos verifica-se, de um modo geral, um aumento das necessidades para todas a soluções, sendo este aumento maior para as soluções com dosagem mais elevada de pellets de madeira (excetuando a solução em que apenas a cobertura é intervencionada).

No entanto este aumento não é muito significativo (atingindo um máximo de cerca de 9%), não constituindo um motivo para a inviabilidade das soluções, visto que as reduções nas necessidades energéticas de aquecimento, compensam estes aumentos.

7.3.3 Necessidades de aquecimento – Melhorias com 6 cm de espessura

Na figura 7.12 apresentam-se os resultados referentes aos resultados obtidos para as necessidades energéticas de aquecimento, para as melhorias com 6 cm de espessura.

Os resultados apresentam a mesma tendência que os resultados com 4 cm de espessura, no entanto com valores mais reduzidos.

Figura 7.12 - Necessidades energéticas de aquecimento - Espessuras a 6 cm Figura 7.11 - Necessidades energéticas de arrefecimento - Espessuras a 4 cm

Neste conjunto de soluções destaca-se a melhoria com aplicação de argamassa P23 na cobertura, zona

corrente e pontes térmicas, que atinge uma poupança de energia de 51 %.

É de referir também a semelhança entre a solução com pellets a 23 %, aplicados na zona corrente e pontes térmicas, e a solução composta, apresentando apenas uma diferença de 3%. Isto indica que a solução composta poderá ser uma substituição viável à outra solução, não provocando grandes diferenças a nível energético.

7.3.4 Necessidades energéticas de arrefecimento – soluções de melhoria com 6cm

de espessura

Na figura 7.13 apresentam-se os resultados referentes aos resultados obtidos para as necessidades energéticas de arrefecimento, para as melhorias com 6 cm de espessura.

Tal como para as soluções de melhoria com espessuras de 4 cm, para estas soluções verifica-se um aumento crescente nas necessidades de arrefecimento. Apesar de este aumento ser mais acentuado (atingindo um máximo de 12 %), este não se sobrepõe às necessidades de aquecimento obtidas, sendo bastante inferior.

Estes acréscimos devem-se essencialmente à diminuição das perdas térmicas, provocando uma maior necessidade energética para arrefecer o edifício durante o Verão. A sua influência será maior quanto mais eficiente for a solução de melhoria adotada, e portanto, os acréscimos serão mais acentuados para as soluções de com 8 cm de espessura.

104

7.3.5 Necessidades energéticas de aquecimento – soluções de melhoria com 8 cm

de espessura

Na figura 7.14 apresentam-se os resultados obtidos para as soluções com 8 cm de espessura.

Este grupo de melhorias são os que apresentam os melhores resultados em termos de necessidades de aquecimento, apresentando valores bastante significativos em termos de poupança de energia. Tal como para as soluções anteriormente referidas, a solução de melhoria com a aplicação de pellets na cobertura e nas paredes exteriores, apresenta valores muito superiores de poupança de energia do que as outras soluções, atingindo o valor de 55 %.

A segunda melhoria mais eficiente apresenta (aplicação de argamassa P23 nas paredes exteriores)

uma poupança de 32 %, constituindo uma diferença de 23 % para a melhoria mais efetiva, o que mostra a larga diferença entre as duas.

Comparando os resultados obtidos com as soluções com 6 cm de espessura, as diferenças também se mostram consideráveis. De um modo geral ocorre um aumento de 4 % de poupança adicionando mais 2 cm de reboco, o que constitui resultados satisfatórios.

7.3.6 Necessidades energéticas de arrefecimento – soluções de melhoria com 8 cm de espessura

Na figura 7.15 apresentam-se as necessidades energéticas de arrefecimento para as melhorias com espessura de 8 cm. Tal como esperado, os valores nas necessidades de arrefecimento são mais elevados para as soluções de melhoria com 8 cm de espessura.

Estes resultados mostram que este tipo de melhorias com recurso a pellets de madeira são muito efectivas a nivel de reduções das necessidades de aquecimento, mas no entanto provocam um aumento nas necessidades de arrefecimento. Na verdade este fénomeno constitui uma situação

comum para soluções construtivas com uma espesurra de isolamento térmico significativa, aplicadas ao clima Português.

Na realidade, o aumento do isolamento térmico só irá provocar uma redução nas perdas térmicas, o que irá provocar uma consequente diminuição nas necessidades energéticas de aquecimento. No Verão, a situação é diferente, as grandes temperaturas a que o interior dos edificios está sujeito, provêm da grande quantidade de ganhos térmicos provocados pela radiação solar, sendo que o aumento da espessura de isolamento térmico não melhora estas condições, muito pelo contrário, piora ligeiramente. De modo a minimizar as necessidades de arrefecimento devem ser adotadas outras estratégias passivas, sendo uma das mais comuns, o sombreamento. Isto pode ser garantido através da inclusão de palas horizontais nos vãos,plantação de árvores de folha caduca nas imediações do edificio, entre outras. Estas soluções provocam o sombreamento na fachada do edificio, diminuindo assim a radiação solar incidente, o que provoca uma redução nos ganhos energéticos e das necessidades de arrefecimento. No entanto esta problemática não está no âmbito deste trabalho, visto que as necessidades de arrefecimento não se consideram gravosas.

No documento Licenciado em Ciências da Engenharia Civil (páginas 128-133)