• Nenhum resultado encontrado

2.3. Tipos de Turismo

2.4.2. Noções Básicas da Oferta Turística

A oferta turística é o conjunto de bens e serviços existentes num determinado destino. Difíceis de delimitar estes fazem parte do turismo de cada região. Na oferta turística contam- se os alojamentos, os restaurantes, os recursos humanos e naturais, as atividades recreativas, os serviços prestados, as facilidades e os serviços criados para os turistas. «De modo genérico (…) o conjunto de todas as facilidades, de bens e serviços adquiridos ou utilizados pelos visitantes (…) e ainda os elementos naturais ou culturais que concorrem para a sua deslocação». A oferta turística são também todos os bens e serviços feitos para os residentes, mas que são utilizados pelos turistas, devendo excluir da oferta o consumo dos residentes (Cunha, 2001: 175).

A diferença entre a oferta e a oferta turística dependerá da sua utilização. O autor dá o exemplo de um restaurante num destino turístico. Se esse restaurante não for usado pelos turistas, mas sim por locais, ele não deverá ser visto como oferta turística, mas sim como fazendo parte da oferta no destino turístico (Cunha, 2001: 176).

Segundo Cunha, a oferta turística diferencia-se da oferta de qualquer outra atividade pelas seguintes caraterísticas: os seus bens não podem ser acumulados, por exemplo, um hotel tem duzentos quartos para vender hoje, se vender apenas cem, amanhã não poderá vender trezentos quartos; o seu consumo é condicionado pela presença do cliente, voltando ao exemplo do hotel, se o turista não estiver no hotel em questão ele não poderá usufruir dos seus serviços nem bens; existe uma simultaneidade entre a produção e o consumo. Um quarto de hotel em Lisboa não pode ser «consumido» no Porto; a oferta turística é imóvel e não há possibilidade de deslocar a oferta turística para outra região; o produto turístico é compósito e intangível; há uma complementaridade entre os produtos turísticos em que a falta de um afetará os outros, por exemplo, uma estadia num hotel engloba pelo menos uma deslocação; os produtos turísticos são «imateriais apenas podendo ser observados e experimentados no ato do consumo, não podendo ser testado, nem observados, a não ser por fotografia, antes da decisão da compra» (Cunha, 2001: 177-178).

48 2.5. O Turismo Fora de Portugal

Antes de mais, serve o presente subcapítulo de contextualização social, político e económico na Europa e arredores. Neste subcapítulo é realçado os aspetos exteriores a Portugal e que afetam o turismo do país.

A melhoria da situação económica europeia provoca o aumento das viagens dentro e fora do continente. Estamos a falar da crise e fim da austeridade. Olhando para o contexto da crise na Europa e em Portugal, apesar das caraterísticas do país (clima, paisagens, geografia) e de todas as suas atrações (gastronomia ou eventos culturais), o final da crise 2011-2014 representa um papel fundamental para o aumento da presença de turistas em Portugal. A austeridade, durante as épocas da crise, contem os cidadãos. Com o seu fim, a melhoria da economia dos cidadãos europeus aconteceu e estes puderam «abrir os cordões à bolsa» voltando a fazer mais viagens. Deste modo, o final da crise representa um papel importante no aumento das viagens dentro da Europa (Bugge, 2018).

Além da crise financeira outros problemas afetaram o turismo. Ataques sangrentos nas cidades europeias, como atentados terroristas, altos níveis de violência, instabilidade política, assim como conflitos armados no Norte de África e médio-oriente, acompanhado por fortes movimentos de refugiados, afetaram o turismo nesses locais e redirecionam os fluxos turísticos para outros países (Bugge, 2018).

No mapa da Uppsala Conflict Data Program entre 2014 e 2017 é possível observar os principais pontos de conflitos no mundo (ver figura 42 nos anexos). Os maiores e mais recentes conflitos têm palco ao redor do continente europeu (Braun, 2018).

Estes conflitos são complexos onde participam potências regionais e mundiais. A participação de atores externos nestes conflitos e os seus complexos cenários geopolíticos dificultam as negociações e um consenso de paz (Braun, 2018).

Deste modo, não só a crise económica, mas também os conflitos armados, a violência dos atentados e a instabilidade política alteram os fluxos turísticos. Portugal ao apresentar- se como um destino europeu com boa relação qualidade preço abaixo dos países vizinhos, juntamente com as suas caraterísticas e atrações, vê o seu turismo aumentar.

49 2.6. O Turismo Dentro de Portugal

O turismo em Portugal tem vindo a crescer ano após ano. O aumento mais considerável é notado após a crise de 2011-2014. Gloria Guevara, presidente da WTTC, disse em março de 2018 que Portugal era um dos cinco países mais visitados da Europa (Bugge, 2018).

A quantidade de novos hotéis e os voos frequentes de companhias low-cost para Portugal facilitam a vinda de grandes números de turistas. Os preços praticados em Portugal, abaixo dos que os do resto da Europa, aliado ao seu nível de qualidade, tornam o país num destino competitivo (Bugge, 2018).

Desde 2002 que os números do turismo vêm a subir gradualmente. Avaliando o turismo feito em Portugal através do indicador das dormidas, entre 2002 e 2016, houve um aumento de quase 20 milhões de dormidas. À exceção dos anos 2003, 2008 e 2009, o aumento das dormidas tem sido uma constante. Como é habitual, o número de dormidas por parte de cidadãos estrangeiros tem sido superior à dos portugueses, mantendo-se sempre acima dos 20 milhões. As dormidas dos portugueses mantiveram-se sempre acima dos 10 milhões. (Ver tabela 7 nos anexos).

Categorizando as dormidas por tipologias, os hotéis são a escolha número um dos visitantes. Em segundo lugar estão os hotéis-apartamento, de seguida os apartamentos turísticos, os aldeamentos turísticos e em quinto as pousadas. (Ver tabela 8 nos anexos).

A maioria dos visitantes estrangeiros são os Europeus. Temos os mercados da Alemanha, Espanha, França, Holanda e do Reino Unido como os cinco principais mercados emissores para Portugal, segundo os dados recolhidos pelo INE entre 2004 e 2016. Tabela 9 nos anexos.

O setor do turismo viu a procura turística e o seu consumo alcançarem os 13,7% do PIB em 2017. «Estima-se que, em 2017, o valor acrescentado bruto gerado pelo turismo (VABGT) gerado pelo turismo tenha crescido 13,6% em termos nominais, atingindo 7,5% do valor acrescentado bruto (VAB) da economia nacional.» Hoje, o turismo é o principal setor exportador da economia representando 19,4% das exportações globais e 55,1% das exportações de serviços. O setor gerou, em 2016, 9,44% do total do emprego interno (Turismo de Portugal, 2018a).

50 Em 2018, a nível de prémios nacionais e internacionais temos a campanha Can’t Skip Portugal, do Turismo de Portugal, que venceu prémios como: Prémio Criatividade - Setor Turismo e Lazer, Melhor Campanha Vídeo Digital e Campanha do Ano, galardoada pela Sapo na 18 ª edição dos Prémios Sapo. Ainda a nível internacional, Portugal recebeu pela segunda vez consecutiva o prémio: Melhor Destino Turístico do Mundo (World’s Leading Destination) e o Turismo de Portugal como: Melhor Organismo Oficial de Turismo do Mundo (World's Leading Tourist Board), também pela segunda vez consecutiva (Turismo de Portugal, 2018b, 2018c).

Só em 2018, Portugal arrecadou 14 prémios mundiais da World Travel Awards e 21 prémios dos mais de cinquenta que são atribuídos à Europa (World Travel Awards, 2018).

Conclui-se assim este capítulo com esta referência aos eventos dentro e fora de Portugal. Mas quais serão os efeitos em concreto do aumento da presença de turistas em Lisboa? Procura-se, no próximo capítulo, ter uma noção mais clara e exata para esta causa- efeito.

51

3. A Comunicação Digital e o Efeito do Turismo em Lisboa

52

3. A Comunicação Digital e o Efeito do Turismo em Lisboa

Os grandes conteúdos a abordar neste capítulo são: a comunicação turística no meio digital, aqueles que mais se fazem sentir no ambiente digital: subculturas digitais influentes e alguns dados sobre a conjuntura atual do turismo em Lisboa.