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No primeiro capítulo argumentei que a existência da “Comunidade Ufológica Brasileira” – entendida menos como um grupo e mais como um processo de formação – depende de uma constante atividade levada a cabo pelo Editor da Revista UFO e pela sua equipe. Em certo sentido, todos os seus movimentos intencionam fazer passar os discos voadores, os ufólogos, os contatados e outros dispositivos pelos congressos que realiza. Tenho mostrado que para Ademar Gevaerd poder falar em nome da “Ufologia” na qualidade um porta voz – de um spokesman – , foi preciso entrar em relações diplomáticas com financiadores, com a mídia, com aqueles virtualmente interessados no tema e com os demais ufólogos brasileiros.

Desta feita, a descrição do congresso outrora apresentada preferiu gravitar em torno dos “quefazeres terrestres” e apenas de passagem endereçou temas talvez tomados como sendo de maior gravidade pelos ufólogos, quais sejam: aqueles que se prolongam além da Terra, mas que contém um potencial para torná-la outra. Eu me refiro aos saberes extraterrestres, aos traços de suas ações, às suas diferentes raças e aos seus modos de engajamento com os humanos.

Desejo observar que estes temas, quando apareceram na primeira parte do capítulo, o fizeram articulados na narração da teoria de uma ufóloga sobre as abduções extraterrestres, na fala de uma contatada sobre a sua “própria experiência”, ou nas aproximações teóricas sobre o tema das visitas de dormitório pelos pesquisadores argentinos.

Além do mais, todas as vezes que eles se insinuaram neste texto, estavam mediados por comentários sobre a dimensão política implícita na prática ufológica, sobre as modalidades de apresentação das palestras mais ou menos vigentes e sobre os processo de representação pública ora articulados pelos ufólogos.

É importante mencionar que se o texto têm tomado o mencionado curso, isto é, aquele que opta antes por dialogar com os temas ufológicos mobilizados em situações pragmáticas, do que se demorar em uma espécie de cartografia cosmológica destes pesquisadores, isto se deve a uma opção deste trabalho. Isto é, em larga medida, optei por apresentar os temas ora citados a partir da articulação que deles fazem os ufólogos em suas falas, do que propriamente por uma seção separada da tese que fosse dedicada à tentativa de delinear supostas o seu maquinário mítico. Em última análise é este o motivo para se encontrar neste trabalho poucos trechos nos quais deixo-me descolar da vida mundana da ufologia, do seu "baixo mundo", para me haver com os problemas que a questão extraterrestre possa evocar. Se estes aparecerão nas próximas páginas, não serão em outros locais além daqueles nos quais os ufólogos os articulam.

Vale ainda comentar, que este segundo capítulo, de certa forma, continuará operando em acordo com esta orientação. Isto é, ela se voltará para a articulação pragmática destes temas entre os ufólogos, atendendo a indicação de Mol (2003) e de Law (2013) segundo a qual um boa praxiografia deve se ater às diferentes "coreografias dos objetos" (Mol,2002), isto é à sua performance na prática.

No caso que elegi para abrir este capítulo, o objeto não é um artefato extraterrestre. É antes uma imagem, um “artefato ufológico” no corpo da qual atravessou um caso de “disputa” entre ufólogos acerca da legalidade do seu uso fora do contexto para o qual fora montada.

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Acusações de plágio

Pouco antes da segunda edição do II Fórum Mundial dos Contatados, que ocorreu em Curitiba segundo um formato similar ao evento de mesmo nome no ano anterior, foi divulgada na mailing list da Revista UFO um e-mail com o seguinte título: “Plagiaram o Fórum Mundial de

Contatados”. Tratava-se de uma mensagem escrita por Ademar Gevaerd endereçada aos membros da lista, na qual informava-nos em tom de protesto, que um grupo ufológico do estado de São Paulo, intitulado GEONI – Grupo de Estudos de Objetos Não Identificados, havia plagiado uma imagem produzida pela equipe UFO.

Gevaerd comentou que antes já havia negociado com GEONI a mudança de um evento ufológico que realizariam, uma vez que a sua data coincidia com a o II Fórum Mundial de Contatados. Contudo, reportou que ao acessar posteriormente a página do grupo em uma rede social, viu a imagem que usara na produção do evento de Florianópolis estava sendo empregada para divulgar o evento do GEONI. O plágio, nos seus termos, se estendia também sobre o slogan que produzira: “A história de quem esteve frente a frente com eles”.

E não apenas isso, o tal “posto avançado” do GEONI, tendo no comando a [Maria Clara], a que se diz contatada, também está usando o nosso slogan “A história de quem esteve frente a frente com eles”, que eu criei para ser referência de nosso Fórum Mundial de Contatados. (Mensagem enviada por Ademar Gevaerd à lista da Revista UFO – 27 de Abril de 2014)

Ao que tudo indica, quem teria feito uso da imagem na rede social fora uma pesquisadora de nome Maria Clara (pseudônimo) . Foi ela quem, de acordo com Gevaerd, respondeu ao seu e- mail sugerindo que ele não fizesse nada sobre o caso, pois estava em um “campo minado”. Foi ela quem, segundo o seu relato, o ameaçou “com um advogado”, caso “publicasse uma nota de repúdio.”

A mensagem gerou uma movimentação instantânea na lista. Duas repostas usaram a expressão “Cara de Pau”. A terceira questionou o fato de Maria Clara ter formulado a sua “ameaça” com o argumento de que chamaria um advogado. Mas a quarta resposta, enviada por um membro ativo da Equipe UFO – grupo de consultores da Revista UFO – sugeria a exclusão dos associados ao GEONI de “qualquer vínculo com a UFO”, caso nenhuma atitude fosse tomada.

Acredito que o autor da mensagem, ao mencionar a expressão exclusão, se referia ao desligamento dos membros deste grupo das atividades centrais da ufologia no Brasil, uma vez que, como venho mostrando, a rede mais capilarizada de ufólogos, é aquela que se forma em torno da Revista UFO.

Se nesta mensagem figura uma sugestão de exclusão formal, naquela que citei anteriormente, já havia um indício de que este caminho seria tomado. Gevaerd, ao se referir a Maria Clara (pseudônimo), se valeu da expressão “a que se diz contatada”. Neste trecho não apenas foi atacado o plágio, como a própria relação com o fenômeno UFO foi questionada.

O mesmo se repetiu em uma mensagem enviada posteriormente por outro membro da lista:

Lamentável...o Grupo GEONI que sempre se destacou pela sua seriedade...com o saudoso Marcão, o Osmar, o Dino Nascimento, o Alexandre Ito...agora ficar dando espaço pra essa falsa contatada...que diz ter filhos ets que pilotam Disco Voador....como diria o grande Claudeir....(SIC)!!!! (Mensagem enviada por Milton César (pseudônimo) à lista da Revista UFO – 27 de abril de 2014) Já outro assinante da lista admoestava os demais a não se preocupassem com estas ações de plágio, qualificando os seus autores como “tralhas”, e mencionando que estes eventos organizados desta forma “não vão pra frente nunca”.

[...] Isso não passa de produto do Paraguai, barato e ruim, além do mais o público que vai nisso aí não vai fazer a menor falta.” (Mensagem enviada por Maria Abreu (pseudônimo) à lista da Revista UFO – 27 de abril de 2014) No dia seguinte, portanto, 28 de abril de 2014, Ademar Gevaerd enviou um novo correio, no qual dizia perceber a participação ativa dos outros integrantes do GEONI no uso não autorizado da imagem, uma vez que a ufóloga Maria Clara (pseudônimo) não teria condições de acessar o site do grupo e fazer edições. Nas mensagens seguintes também estendeu a responsabilidade pelo plágio aos outros membros do grupo paulista. Mas ao fazê-lo, de algum modo, nos ensinava sobre o funcionamento da própria Equipe UFO:

Enfim, o GEONI são as pessoas que o fazem, como a UFO são as pessoas que a fazem. Se um membro da Equipe UFO pisar tão vergonhosamente na bola como a Maria Clara (pseudônimo) fez com o Geoni, a UFO tem que se responsabilizar. Ou tomar as providências no sentido de resolver o problema. (Mensagem enviada por Ademar Gevaerd à lista da Revista UFO – 28 de abril de 2014)

Em outra mensagem, enviada por um dos conselheiros da Revista UFO, o autor pede aos demais que considerem o caso de plágio como a ação de um dos membros do GEONI e não como algo cuja responsabilidade estava ligada aos demais. No mesmo texto, Ricardo Varela, ao se endereçar a Ademar Gevaerd , usa a expressão “Chefe”, o que no contexto do presente debate no qual se avaliava a possibilidade de afastamento de ufólogos dos circuitos da Revista, era indicativo de alguma coisa.

Em 30 de abril de 2014 as acusações ao Grupo Ufológico GEONI acerca do uso indevido de imagem recebeu uma resposta. Um dos membros, Alexandre Minoru Ito, enviou à lista um e- mail intitulado “Carta aberta à comunidade ufológica brasileira” no qual explicava que a utilização da imagem produzida para o Fórum Mundial de Contatados fora uma iniciativa de Maria Clara (pseudônimo). Na carta, Ito isentou a si e aos demais membros da responsabilidade pela gerência do sítio na internet onde a divulgação do evento em disputa fora postada, e comunicou aos assinantes da mailing list que Maria Clara (pseudônimo) fora excluída do grupo GEONI.

Contudo, Ito mostrou-se insatisfeito com o que chamou de “condenação pública” do grupo do qual faz parte. Abaixo reproduzo alguns trechos significativos da carta:

Fomos rotulados, basicamente, como sendo um bando de picaretas (não necessariamente com estas palavras, mas com a dedução e sugestão óbvias) enquanto a Maria Clara (pseudônimo) "desapareceu" do planeta (nenhum celular era atendido, nenhuma mensagem era respondida). Essa confusão toda, causada pela Maria Clara e depois inflada pela condenação pública, custou a mim (que corro o dia inteiro administrando sistemas em uma editora britânica e uma empresa de Tecnologia) e ao Osmar (que tem diabetes) dois dias de profundo estresse. [...] ( Trecho da carta enviada por Alexandre Minoru Ito à lista da Revista UFO – 30 de abril de 2014)

Após os esclarecimentos prestados por Ito, outro membro da lista, Toni Inajar – consultor da Revista UFO e analista de imagens da publicação - apaziguou os ânimos, entendendo que a questão estava encerrada. No entanto, Ademar Gevaerd não aparentava estar satisfeito com carta pública dirigida à “Comunidade Ufológica Brasileira”, que isentava a participação dos outros membros do GEONI da participação do plágio. Em nova mensagem, respondendo a um correio privado de Ito, ele pontuou: “Se vocês deram o cargo a ela, é porque confiam nela e assinam embaixo do que ela faz.” E na seguinte, reforçou a impressão de que a atitude de plágio foi tomada pelo grupo, citando uma postagem na página que o GEONI mantém em uma rede social na internet, na qual outro membro do grupo tecia o seguinte comentário.

"EVENTO DO GEONI ATENÇÃO TODOS ACABOU O MONOPOLIO DIA 9 E 10 DE AGOSTO DE 2014 CABO FRIO VENHAM CONHECER A MARIA CLARA (PSEUDÔNIMO) EU E O GRUPO GEONI É SO ALEGRIA SINCERIDADE FAMILIA NÃO NOS APEGAMOS EM FAMA DINHEIRO SOMENTE A AMIZADE POVÃO"

Ora, de que monopólio ele está falando? E o que ele insinua irresponsavelmente quando se refere a “apegar-se a fama e dinheiro”. O Osmar pisou na bola aqui. Mais uma vez. (Mensagem enviada por Ademar Gevaerd à lista da Revista UFO em 27 de abril 2014) 74

Neste último trecho o que se passa é um movimento de Osmar no sentido de expor o que entende como sendo um monopólio da Revista UFO sobre os assuntos ufológicos no Brasil. Ademais, no trecho citado, Osmar chama atenção para o fato do evento que o seu grupo organiza estar desconectado do desejo de fama e dinheiro – os quais, indiretamente, imputa a Ademar Gevaerd. Na próxima mensagem enviada por Ito, ao esclarecer que a imagem havia sido removida da página do GEONI do Facebook, o ufólogo se valeu da expressão “ordem”, ao se referir ao comunicado de Gevaerd lhe pedindo para retirar a imagem. Trata-se então de um reforço do primeiro ataque, no qual não apenas se comenta que há um monopólio da publicação

                                                                                                               

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da qual Gevaerd é o Editor Responsável, como se sugere que as suas decisões assumiram um caráter autocrático.

Finalmente, após reclames dos dois lados, a imagem foi removida de todos os meios de divulgação que o grupo GEONI mantém na internet. Nos termos de Gevaerd, trava-se já de uma página virada. Mas, apesar do veredito, ele completou a sua mensagem com um pequeno desabafo, o qual, se por uma lado, reiterava que vem desempenhando um trabalho sério na ufologia há mais de quarenta anos, por outro, se valia da noção de normalidade para fazer um diagnóstico sobre a área.

Acerca do conteúdo da mensagem, o que se passou foi a mobilização da ideia de normalidade, uma categoria presente nas críticas de não ufólogos especialmente aos contatados, ser articulada nos feixes de relações políticas endógenas à ufologia. Refiro-me à observação de Gevaerd no trecho abaixo citado, na qual o ufólogo, ao discorrer sobre o estado da arte da ufologia, observa que poucos eram aqueles que poderia considerar como normais.

Reproduzo um trecho desta mensagem enviada à lista:

Fico pensando no seguinte ao analisar situações assim:

O mundo e a vida cotidiana são coisas complexas e os seres humanos, muito mais. Todos com suas cabeças, suas neuras, seus problemas, seus complexos, seus egos etc. Isso em si já é uma babel. Agora, a Ufologia é uma AMOSTRA CONCENTRADA deste mundo e desta vida cotidiana, com seres humanos ainda mais complexos. E todos os problemas da linha de cima potencializados são ao extremo. Ou seja, Ufologia é o suprassumo de uma babel, é uma babel vezes 10, onde os problemas mais graves dos seres humanos que a integram se manifestam de maneira mais gritante. Ninguém conhece mais a Ufologia Brasileira do que eu, que milito há 40 anos nela e há 30 à frente da UFO. Pois

isso me dá uma capacidade de análise razoável das coisas. O suficiente para dizer que conheço no máximo uns 20 ufólogos em toda a Comunidade Ufológica Brasileira que posso dizer “são normais75”. O resto... (Mensagem enviada por Ademar Gevaerd à lista da Revista UFO em 29 de abril 2014)

Vale observar, entretanto, que o emprego do qualificativo “normal” nesta mensagem funciona de modo diferente da sua articulação por pessoas que desejam colocar o saber ufológico

                                                                                                               

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em questão. Refiro-me aqui ao fato de que a crítica correntemente articulada nos termos “nem todos os ufólogos são normais”, se proferida por alguém que não esteja comprometido com a ufologia, ressoa de modo diferente da observação de Gevaerd. Sobre a primeira poder-se-ia dizer que se orienta para desclassificar todo o coletivo de ufólogos. A segunda, enunciada de modo diferente pelo principal nome da ufologia brasileira e, fundamentalmente, no “interior” dos canais dos quais os ufólogos se valem para se comunicarem, funciona como um marcação de fronteiras entre a Revista UFO e os outros coletivos.

No caso em tela o uso desta noção neste feixe particular de relações que atravessa a imagem utilizada na divulgação do I Fórum Mundial de contatados – e tomada pelo grupo GEONI sem prévia autorização – parece funcionar de modo a evocar por via indireta a possibilidade da contatada Maria Clara (pseudônimo) – sobre quem pesava a acusação da cópia da imagem – pertencer a este conjunto que se estende para além dos vinte ufólogos a quem se reputou normalidade.

Este último movimento, matizado no desabafo contido na carta, vejo-o como pertencendo ao mesmo espectro de acusações que vigoraram durante os poucos dias da polêmica. É absolutamente óbvio que Gevaerd conhece muito mais que 20 ufólogos ditos “normais”. Mas em alguma medida a articulação desta última categoria naquele momento de contenda – ainda que fosse na mensagem que a punha a termo – se fazia de modo homólogo ao questionamento se Maria Clara (pseudônimo) era, de fato, uma contatada. Isto é, estes dois movimentos de alguma forma visavam fazer frente ao emprego de termos pelos membros ou simpatizantes do GEONI – “monopólio”, “ordem”, “exclusão” – que de uma ou outra forma questionavam a maior força de Gevaerd na ufologia.

Vale observar que, de certa feita, a imagem plagiada, assim como o slogan do evento, colocam-se aqui menos na posição de um instância que permitiria ao pesquisador registrar interpretações sobre os ufólogos. De modo alternativo, os referidos elementos sobre os quais recai a acusação de plágio e os debates que a ela se seguem, agem como dispositivos que incentivam os ufólogos a falar. Isto é, não é por outra rota senão pela atenção aos movimentos encetados no calor do debate, que se tornar possível descrever a atualização das diferenças que jazem na ufologia.

Notas sobre as diferenças entre os congressos

Durante o período no qual estive envolvido no trabalho de campo, participei de sete congressos ufológicos.76 Nem todos, no entanto, assumiram a mesma feição que o I Fórum Mundial de Contatos. Ainda que a maioria destes tenha passado pela organização da Equipe UFO, direta ou indiretamente, havia certa variação no número de inscritos, nas nacionalidades dos palestrantes, nos temas endereçados e, sobretudo, da estrutura física à disposição dos diferentes eventos.

Via de regra os grupos ufológicos no Brasil costumam organizar congressos, simpósios e palestras, contando com um número de participantes reduzido e normalmente valendo-se de pequena quantidade de pessoas que ministram palestras. Estes congressos, diferentemente de outros, têm um aspecto local e reúnem pessoas que via de regra se conhecem, o que nem sempre parece ocorrer nas conferências com grande público.

Nos congressos com aspectos locais, as inscrições são mais baratas77, as salas de conferências são mais simples e, habitualmente, são convidados palestrantes residentes das proximidades, dado o fato de que o convite de outros – residentes em cidades distantes –                                                                                                                

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Um deles se configurou como um simpósio acadêmico sobre o qual discorrerei na conclusão.

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implicaria na necessidade de fornecer ao convidado meios para se deslocar e para se acomodar – estes nem sempre possíveis no bojo dos grupos ufológicos.

Outro modo de se evitar com que o congresso se torne muito dispendioso, consiste em se valer de alguns dos membros do grupo ufológico local como palestrantes. Tal estratégia, além de reduzir os custos, também funciona como um processo de recompensa para o sujeito escolhido, considerando que, uma das medidas do prestígio e da capacidade de pesquisa de um ufólogo, também é o número de palestras que já ministrou. Ao longo da pesquisa pude notar que certos ufólogos, à medida que ganhavam espaço na Equipe UFO – a rede de colaboradores formada em torno da Revista UFO – passavam a tomar parte nos eventos na qualidade de palestrantes.

No que concerne à capacidade de atração de participantes dos congressos realizados em nível local, vale mencionar que esta é infinitamente menor quando comparada aos congressos organizados pela Revista UFO. Ainda que a Revista faça, de modo recorrente, a divulgação dos pequenos eventos no website que mantém na internet – em uma seção reservada especificamente para eventos desta natureza – , os organizadores dos eventos menores não dispõem ou não se empenham tão fortemente nas estratégias de arregimentação de participantes utilizadas pela Revista UFO – os quais foram tema de extensa descrição no primeiro capítulo.

Vale ainda ser anotado que, nos últimos anos, a Revista UFO vem dando apoio à realização de alguns destes eventos com características locais, seja pela consultoria na organização – isto é, o processo de escolha dos palestrantes, de produção do material gráfico e de divulgação - ,seja pelo envio de alguns de seus membros que aí ocupam a posição de

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