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Notícias sobre o Monsenhor Vieira

Paraíba comemora em outubro centenário de Monsenhor Vieira

A Paraíba comemora no próximo dia 3 de outubro o centenário de nascimento de Monsenhor Manuel Vieira, paraibano e sertanejo que durante seus 87 anos de vida teve atuação decisiva no Estado em áreas como educação, política e direitos humanos. Organizado por ex-alunos do Monsenhor, por familiares e por diversas entidades e instituições, o evento será dividido em uma solenidade religiosa e um segundo momento político-intelectual.

Às 17h do dia 3, portanto, o Arcebispo Metropolitano de João Pessoa, Dom Aldo di Cillo Pagotto, celebra na Igreja de São Francisco, no Centro Histórico de João Pessoa, uma missa em memória de Monsenhor Vieira e em celebração às comemorações de seu centenário.

Pouco depois, às 19h, a solenidade será no Campus do Unipê em Água Fria, onde será iniciada a programação intelectual do dia.

Inicialmente, acontece o lançamento de um livro que retrata, segundo palavras do autor, “o período em que o monsenhor desenvolveu seu principal projeto de vida: ser educador”. Trata-se de “Um apóstolo da Educação no Nordeste – O Monsenhor Vieira e o Ginásio Diocesano de Patos”, livro de autoria do escritor, jornalista e editor Evandro Nóbrega, que explica como o Monsenhor Vieira transformou um “precário” educandário ginasial de Patos em uma das principais escolas do Estado da Paraíba, tendo formado grandes nomes do cenário político, cultural e intelectual da Paraíba. Seguindo a programação noturna do dia 3 de outubro, haverá o lançamento do selo comemorativo ao centenário de Monsenhor Vieira, e a outorga “in memorian” de algumas importantes medalhas.

A Assembléia Legislativa da Paraíba, por exemplo, concede na oportunidade a mais alta comenda da Casa, a “Medalha Epitácio Pessoa”. O Unipê por sua vez outorga o título de “Professor Honoris-causa”, enquanto que a Fundação Casa de José Américo

e o Instituto Histórico e Geográfico Paraibano concedem respectivamente as medalhas “Ministro José Américo” e “Irineu Pinto”.

A noite termina com alguns discursos, sendo que a deputada estadual Francisca Motta (PMDB) fala em nome da Assembléia Legislativa, o deputado federal Marcondes Gadelha (PSB) fala em nome da Câmara dos Deputados e pelos ex-alunos de Monsenhor Vieira, e o Médico Francisco Eustácio Fernandes Vieira, pela família do homenageado.

Biografia – Manuel Vieira nasceu em 27 de fevereiro de 1907, no que hoje é o município de Uiraúna, mas que na época ainda era apenas a Vila de Belém, um longínquo distrito de São João do Rio do Peixe.

Estuda em Cajazeiras no Colégio Diocesano Padre Rolim, e em 1921 vai à João Pessoa (ainda chamada de Paraíba) para fazer o seminário, e em 19 de outubro de 1930, depois de se formar em Teologia e Filosofia, ordena-se sacerdote.

No mesmo mês inicia seus trabalhos como padre, e em dezembro é convidado para assumir a direção espiritual do Colégio Padre Rolim. É neste mesmo ano que ele se torna um dos principais incentivadores para a construção do Açude de Boqueirão, que teve grande importância para o desenvolvimento do Estado. A ascensão é rápida e em 1932 o Padre Vieira é convidado para ser o diretor geral do Colégio (quando leciona pela primeira vez) e no ano seguinte vira Vigário Geral de Cajazeiras.

Depois de rápida passagem por Princesa Isabel, Padre Vieira volta à Cajazeiras e inicia uma série de construções de igrejas e melhorias públicas a partir de “esmolas” que pedia para a população. Sua fama de empreendedor cresce pelo Estado e em 1942 é designado para o cargo de diretor do Ginásio Diocesano de Patos.

É em Patos que ele constrói de fato sua reputação de educador, e monta um dos mais respeitados quadros de professores do Estado. Referência na educação ginasial no interior da Paraíba, o colégio vive seus tempos áureos nestes anos, e entre seus alunos sairiam pessoas que futuramente ganhariam fama e destaque em diversas áreas.

Continua à frente do Colégio até 1966, quando já na condição de monsenhor se afasta da direção do Colégio para assumir a Secretaria da Educação e Cultura do

Governo João Agripino. E na condição de religioso, nega por diversas vezes convite para ser candidato a cargos públicos.

Nega, por exemplo, a ser candidato a deputado estadual em 1945 e lança seu ex- professor de História no Colégio Diocesano, José Cavalcanti, para ser candidato em seu lugar (este viria a ser nos anos seguintes uma das maiores lideranças patoenses, sendo prefeito entre 1963 e 1969).

É convidado para ser diretor do Serviço de Apoio ao Menor do Governo Federal em 1956, e em 19691 é convidado para ser candidato a vice-governador na chapa de João Agripino, mas nega as duas propostas. Apenas em 1967 aceita ser candidato e é eleito deputado federal pela Paraíba, mas devido a problemas de visão provocada pela catarata ele renuncia ao cargo em 24 de novembro de 1970. Antes disto, porém, já tinha negado um outro convite para ser candidato ao Senado Federal.

Monsenhor Vieira deixa a política 1970, para nunca mais ocupar um cargo eletivo, mas aceita o convite para dirigir a Assistência Religiosa do Sistema Prisional Paraibano e depois para ser diretor geral do Sistema Carcerário Paraibano. No cargo ele realiza intenso trabalho de humanização entre os presos, e permanece na função até sua morte, em 5 de outubro de 1994, vítima de um acidente de carro.

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