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Segundo Okuma (2012) poucos são os estudos relacionados a atividades físicas/psicológicas na população idosa. Autores como Berger e Mclnman apud (idem, 2012) analisam esta questão e consideram que a prática e o gosto da atividade física na terceira idade está ligado à personalidade do idoso, da sua rotina diária de vida, que como é fruto de uma personalidade é algo estável e com poucas possibilidades de se modificar em decorrência da atividade física.

Outros autores, como Gallchue e Ozmun apud Okuma (2012) observaram que vários aspectos do domínio motor influenciam os estados psicológicos e as características sociais do indivíduo adulto e idoso. Para tanto, eles acreditam que o nível de aptidão física afeta as condições psíquicas e sociais, assim como fatores como baixo conceito e rede social pobre, por exemplo, influenciam a perspectiva de ter um estilo de vida fisicamente ativo.

4.3.1. Psicológico

atividade física na terceira idade é muito importante, pois traz muitos benefícios, não só a nível físico, mas também a nível psicológico, pois, segundo Jorge Elói os benefícios psicológicos, são muito importantes para a manutenção da saúde mental.

Ainda segundo o autor referido no parágrafo anterior, o corpo e a mente formam um único conjunto, sem clivagens, influenciando-se mutuamente, de forma direta e clara. A mente influencia o corpo, é evidente que qualquer doença, transtorno mental, ou até mesmo o estado de humor, tem consequências a nível físico, pois, não é difícil perceber quando estamos tristes ou angustiados, o nosso corpo tem menos resistência e reage mais lentamente do que quando estamos bem conosco próprios e com os outros.

Jorge Elói descreve alguns benefícios psicológicos:

Melhora a inteligência emocional – As pessoas que praticam atividade, têm melhor capacidade de lidar com as emoções, melhor autocontrole, são menos irritáveis e não sofrem tanto de ansiedade. Esta melhora emocional, está diretamente ligada sobre a socialização, fazendo com que as pessoas que praticam atividade física sejam mais sociais.

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Mantém a saúde mental – A atividade física diminui o risco de abuso de substâncias, diminui o risco de depressão. Além de reduzir o risco de doenças mentais, reduzem o uso de remédios, especificamente os sedentários, que consomem mais de 34% de remédios, do que as pessoas que praticam atividade física. Nos idosos diminui em 73% o risco de Alzheimer.

Melhora o rendimento – atualmente sabe-se que a atividade física tem benefícios diretos sobre capacidades cognitivas, melhorando a capacidade de raciocínio, memória, percepção, atenção. Além de melhorar a autoestima, auto eficácia e autoconfiança, necessárias para enfrentar obstáculos e não só.

Segundo um estudo ” como a atividade física intervém na melhoria das atividades da vida diária na terceira idade”, na terceira idade, o equilíbrio psicológico, torna-se mais difícil, pois a longa história da vida acentua as diferenças entre indivíduos, quer pela aquisição de um sistema de reivindicações e desejos pessoais, quer pela fixação de estratégias de comportamentos. Com o passar dos anos, vão havendo alterações nos indivíduos, o entusiasmo é menor, a motivação tende a diminuir e são necessários, aos idosos, estímulos bem maiores para fazê-los empreender uma nova ação. Daí o uso da atividade física como forma de expressão corporal ser muito importante, pois proporciona um funcionamento normal do organismo, o que contribui para a autonomia.

Os idosos, assim como os de outras faixas etárias, experimentam alterações positivas no estado de ânimo, na autoestima, na eficácia, obtendo recursos pessoais para enfrentar as situações de stress e de desafio do quotidiano. (Miranda & Godeli, 2003).

A atividade física, faz com que as pessoas se sintam melhor, melhorando o humor e a ansiedade. Também ajuda as pessoas a sentirem-se melhor, acerca de si mesmo, através da melhoria de auto percepções corporais, e como já referido anteriormente melhora a auto estima, principalmente a pessoas que têm baixa autoestima.

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A ginástica para a terceira idade, traz benefícios para a saúde, como, o aumento da densidade óssea, fortalecimento dos músculos, aumento da resistência, melhora dos reflexos, redução das dores no corpo, ajuda no controle de diabetes, artrite, artrose, problemas cardíacos, pois, os idosos com pouca força muscular apresentam um aumento acentuado na frequência cardíaca e pressão arterial. Outro grande benefício da ginástica para a terceira idade é a diminuição dos índices de depressão, pois com a ginástica em grupo, o idoso passa a relacionar-se com outras pessoas. De realçar também que a ginástica é um forte instrumento, na manutenção e na melhoria da memória, pois durante a realização de exercícios estão a trabalhar diretamente a concentração, atenção e o raciocínio.

Segundo Carvalho, Maia e Rocha (2003) a atividade física é um perfeito meio de produção e prevenção da saúde dos idosos, através dos seus inúmeros benefícios.

Segundo Balsamo e Simão (2005), o envelhecimento determina modificações estruturais que levam à diminuição da reserva funcional, limitando a performance durante a atividade física, bem como reduzindo a capacidade de tolerância em várias situações de grande procura, principalmente nas doenças cardiovasculares. Ou seja, com o envelhecimento, existem várias alterações fisiológicas, que ocorrem no organismo de uma pessoa, como o surgimento de doenças crónicas, degenerativas, entre outros problemas. Segundo Ramos (1999) o treino físico pode imediatamente produzir uma profunda melhora das funções essenciais para a aptidão física do idoso, pois quanto mais ativa é uma pessoa, menos limitações físicas ela tem, melhorando também a qualidade de vida do idoso.

A manutenção da massa magra, torna o idoso apto a realizar tarefas diárias, que exigem mais intensidade de força, tais como, subir escadas, carregar objetos, sentar e levantar de alturas relativamente baixas. Todas essas tarefas são muito mais comuns para o idoso, do que correr ou nadar longas distâncias. Também ajuda ao desenvolvimento da autoestima aumentando a vaidade e a vontade de viver.

Segundo GEIS (2003), a diminuição dos movimentos articulares, sobretudo, nos joelhos e nos quadris, levará a um caminhar instável e, portanto, a um maior risco de queda”.

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Segundo Zawadski e Vagatti (2007), o exercício físico é de fundamental importância para esta população idosa, uma vez que possibilita a retomada da independência física, além de facilitar as relações entre os participantes.

4.3.2. Saúde do coração

 Sistema Cardiovascula

O sistema cardiovascular tem como principais funções a liberação de oxigênio (O2) para os tecidos, a remoção de gás carbônico (CO2), e o transporte de hormônios, glicose O2 e CO2.

O sistema é composto pelo coração, vasos sanguíneos e pelo sangue.

 Coração

O coração é uma estrutura composta por dois átrios, que são câmaras receptoras de sangue e dois ventrículos, que são câmaras ejetoras de sangue. O coração é a principal “bomba”

que faz com que o sangue circule pelo sistema vascular.

O músculo cardíaco tem a capacidade única de gerar seu próprio estímulo elétrico (auto condução). Esse sistema possui quatro componentes que funcionam em conjunto através do estímulo de chegada de sangue ao átrio direito, são eles: nodo sinoatrial, conhecido como o marca-passo do coração; nodo atrioventricular; feixe de Hiss; e fibras de Purkinge.

 Terminologia da função cardíaca

- Ciclo cardíaco: eventos que ocorrem entre dois batimentos cardíacos consecutivos, sístole e diástole.

- Volume de ejeção: volume de sangue bombeado pelo ventrículo esquerdo em sístole. O volume de ejeção é igual a diferença entre o volume diastólico final e o volume sistólico final.

- Fração de ejeção: Proporção de sangue bombeado para fora do ventrículo esquerdo a cada batimento. É a razão entre o volume de ejeção e o volume diastólico final.

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- Débito cardíaco: É o volume total de sangue bombeado pelo ventrículo esquerdo por minuto, ou simplesmente o produto entre a frequência cardíaca e o volume de ejeção.

 Pressão Arterial

A pressão sanguínea é a pressão exercida pelo sangue sobre as paredes dos vasos sanguíneos, e usualmente nos referimos à pressão exercida sobre as

artérias e por isso chamamos de pressão arterial (PA). A PA é apresentada em dois valores, um mais alto, que é a pressão sistólica (PAS) durante a fase de contração do coração, e um mais baixo, que é a pressão diastólica (PAD) durante a fase de relaxamento do coração.

As alterações nos valores de PA podem se dar por alterações nos vasos,

uma constrição vascular aumenta os valores de PA e uma dilatação vascular resulta em menores valores para a PA.

 Resposta cardiovascular ao exercício

Tendo revisado as estruturas e fisiologia do sistema cardiovascular podemos agora pensar sobre como ele responde em situações de maior demanda, como o exercício. Quando iniciamos uma atividade física a necessidade dos tecidos por O2 aumenta, especialmente nos músculos ativos.

Dessa forma, assim como uma maior necessidade de nutrientes a produção de detritos metabólicos também é aumentada exigindo mais do sistema circulatório. Para suprir as demandas aumentadas do corpo o sistema cardiovascular sofrerá uma séria de alterações que envolvem, via de regra, o aumento de: frequência cardíaca; volume de ejeção; débito cardíaco;

fluxo sanguíneo; pressão arterial e o sangue.

Vamos falar mais profundamente da frequência cardíaca que é um parâmetro que pode ser utilizado para a prescrição do exercício.

 Frequência Cardíaca:

A frequência cardíaca (FC) reflete a quantidade de trabalho que o coração deve realizar para satisfazer as demandas aumentadas do corpo durante uma atividade. A frequência cardíaca em repouso é, em média, entre 60 a 80 batimentos por minutos. Ela é influenciada pela idade e

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tende a diminuir ao longo dos anos, além disso, em atletas ela tende a ser mais baixa quando comparado a sujeitos destreinados.

É importante ressaltar que não se deve utilizar a FC pré-exercício como parâmetro para a FC de repouso. Imediatamente antes ao início de uma atividade física temos uma ação antecipatória que faz com que os valores de FC se eleve. Falando sobre a FC durante o exercício, quando se inicia uma atividade a FC tende a aumentar de forma direta ao aumento da intensidade até que se chegue próximo ao valor referente à exaustão, nesse ponto a FC tende a se estabilizar.

Dessa forma, quando a FC deixa de aumentar com o aumento da intensidade é um indicador que o seu aluno está próximo ao seu máximo esforço. Esse valor de FC máxima é bastante confiável para a prescrição de treinamento e pode ser estimado através de algumas equações.

Normalmente se subtrai a idade do valor 220, e se tem uma estimativa do valor máximo.

Mas fique atento, essa estimativa deixa de ser confiável de acordo com o nível de condicionamento do seu aluno. Para a prescrição da frequência cardíaca alvo de treino eu indico o método indireto que é:

FC treino = (Fcmáx – Fcrepouso)x %treino + FCrepouso Onde:

Fc treino é a frequência cardíaca que você deverá respeitar para o percentual de Fc máxima escolhido.

Fc repouso é a frequência cardíaca medida em repouso, logo após acordar ou em um momento de relaxamento.

% treino é a faixa percentual da frequência cardíaca máxima que você quer utilizar no treino.

4.3.3. Recurso terapêutico

O processo de envelhecimento é caracterizado por mudanças fisiológicas, psicológicas e sociológicas, identificado como um conjunto de alterações estruturais e funcionais do organismo decorrente do aumento da idade. Essas transformações influenciam o desempenho da capacidade funcional, habilidades motoras, inibindo as adaptações do meio no qual os idosos vivem (Candeloro & Caromano, 2007).

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Esse aumento do número de idosos no Brasil tem causado na saúde pública um expressivo impacto, devido ao crescente aumento da demanda nos serviços de saúde (LimaCosta & Veras, 2003). A prevalência de doenças crônicas não transmissíveis é expressiva entre os idosos, acarretando importantes demandas ao sistema de saúde e interferindo na qualidade de vida dessa população (Miyata et al., 2005).

Dentre as doenças crônicas de maior prevalência na população idosa, destaca-se a hipertensão arterial sistêmica (HAS) que, além de ser um dos principais problemas de saúde no Brasil, eleva o custo médico-social, especialmente pelas complicações decorrentes das doenças cerebrovasculares, arterial coronariana, vascular de extremidades, insuficiência cardíaca e insuficiência renal crônica (Mion et al.,2002).

Diversos fatores estão ligados ao desenvolvimento da hipertensão como a obesidade, o sedentarismo, a inatividade física e os hábitos alimentares inadequados, fatores esses que estão no topo dos principais fatores de risco que sensibilizam o organismo a desenvolver essa doença (BRASIL, 2006).

Intervenções não farmacológicas, como os programas de atividade física, proporcionam a prática regular de exercícios físicos, considerados uma

estratégia preventiva primária, tendo efeitos benéficos diretos e indiretos para prevenir e retardar as perdas funcionais do envelhecimento, reduzindo o risco de enfermidades e transtornos frequentes na terceira idade, tais como as coronariopatias, a hipertensão, o diabetes, a osteoporose, a desnutrição, a ansiedade, a depressão e a insônia (Polidori et al., 2000).

A Dança sênior também é um recurso terapêutico para os idosos hígidos, de acordo com Cassiano e tal. (2009) A DS é uma atividade grupal que envolve música e atividade física, trabalhando o corpo por meio de coreografias criadas com músicas instrumentais e movimentos ritmados. Objetiva a estimulação cognitiva e sensóriomotora, favorecendo a autoestima e a integração do grupo.

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De acordo com Okuma (2009 p. 53) a prática da atividade física pode evitar diversos tipos de comorbidades e aumenta ou mantém a aptidão física da população idosa diminuindo a mortalidade entre essa população.

De acordo com Corazza (2009 p. 33) “os objetivos de um programa de exercícios devem estar diretamente relacionados com as modificações mais importantes, as quais são decorrentes do processo de envelhecimento”. Para a autora as principais atividades direcionadas ao idoso são: Ginástica localizada integrativa; Ginástica na cadeira; Dançaterapia; Hidroginástica, hidrodança e hidrorrecreação; Natação; Caminhadas; Dança de salão; Jogos recreativos;Yoga.

Dessa forma, acredita-se que a atividade física seja uma das intervenções mais eficientes quanto à melhora da qualidade de vida dos idosos, promovendo a independência e autonomia nas atividades do cotidiano. Nesse sentido, este estudo tem como objetivo analisar os discursos de idosos hipertensos quanto à efetividade de um programa de atividade física.

ATIVIDADE

1. Faça uma pesquisa em equipe de 04 componentes sobre as diversas atividades terapêuticas desenvolvidas para os idosos em uma instituição de livre escolha.

2. Logo após faça um relatório científico com citações de vários autores que debatem o tema (mínimo de laudas 05).

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NOTA DE AULA 4 - 4.4 INTERVENÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO

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