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O primeiro contacto estabelecido com a empresa foi promovido pela D.er Inês Carvalho, colaboradora interna da empresa, apresentou o espaço, a equipa e o tipo de trabalho desenvolvido pela ama design. Seguidamente iniciaram-se os trabalhos através da análise da documentação técnica, disponibilizada pala empresa.

O D.er Pedro Maia, sócio da empresa e tutor deste estágio, apresentou os horários praticados e também alguns trabalhos realizados, sucintamente foram abordados o plano de estágio, e por conseguinte, os possíveis trabalhos a realizar. De modo a completar 280 h, houve necessidade de prolongar o período de estágio pelo facto de a empresa laborar apenas 6 h 30 m por dia. Na verdade, o estágio decorreu durante 299 h, no interesse mútuo (estagiária e empresa).

O primeiro trabalho foi desenvolvido no âmbito do concurso 2011 Public Design

Competition. Em traços gerais, neste concurso pretendia-se a criação de um mobiliário urbano

que pudesse satisfazer as necessidades dos habitantes da cidade de Seoul, Coreia do Sul. No outro trabalho, igualmente relevante, pretendia-se o desenvolvimento de uma cadeira para

Concurso Internacional de Diseño Andreu World, 2011. Os restantes trabalhos foram realizados

em conjunto com os outros estagiários, de forma a dar continuidade aos trabalhos projetados pelos designers da ama design.

Nas secções seguintes procede-se à descrição dos projetos desenvolvidos, começando pelos dois trabalhos mais relevantes passando ainda por vários outros trabalhos com participação mais reduzida.

2.2 2011 Public Design Competition

Durante a procura de concursos no âmbito do design foi selecionado o 2011 Public Design

Competition que, após leitura do regulamento aplicável (anexo 9, pág. 68), foi considerado um

projeto aliciante e do interesse da empresa. O trabalho consistia no desenvolvimento de mobiliário urbano, destinado aos habitantes da cidade de Seoul na Coreia do Sul.

O método de trabalho seguido resultou da combinação entre a metodologia usada na empresa e a metodologia ministrada durante a formação académica.

Após a identificação da necessidade, definida no regulamento do concurso, iniciou-se uma pesquisa sobre a cidade de Seoul (anexo 10, pág. 72) tendo como finalidade conhecer as características da cidade, dos habitantes, ter uma ideia dos seus costumes, tradições, ideais, do seu ritmo de vida e objetivos.

Seguidamente procedeu-se à análise das soluções existentes (análise diacrónica), referentes aos projetos realizados nos anos anteriores no âmbito do mesmo concurso (anexo 11, pág. 77). Posteriormente foram analisadas as soluções em desenvolvimento (análise sincrónica), presentes no mercado e com características idênticas às necessidades que definem este concurso (anexo 12, pág. 81).

Após a definição do problema, que resultou da identificação da necessidade, começou-se por examinar as pesquisas realizadas anteriormente e desenvolver alguns estudos que conduzissem a possíveis soluções, sempre tendo em conta um conceito4 que fundamentasse e validasse a ideia inicial. A empresa ama design considera este aspeto como um ponto importante no desenvolvimento de qualquer trabalho, o conceito desencadeia novas ideias e um caminho a seguir, definindo e caracterizando assim o projeto.

A primeira solução foi apresentada à equipa da ama design durante o briefing, esta tinha como conceito base, a bandeira da Coreia do Sul (anexo 13, pág. 82). Na fig.4 é ilustrado um dos esboços representativos desta solução (restantes esboços no anexo 14, pág.83). O banco foi desenhado de modo a incluir semelhanças com a simbologia presente na bandeira da Coreia do

4 Ideia de uma filosofia ou imagem mental que corresponde a uma entidade distinta ou classe de entidades, ou às suas

características essenciais, ou determina a aplicação de um termo (especialmente um predicado), e, portanto, desempenha um papel no uso da razão ou da linguagem. Fonte: http://oxforddictionaries.com/definition/concept

sul. Como se pode verificar, existe uma combinação entre o símbolo ”Ying Yang” e as diferentes conjugações das barras, tentando de uma forma simples dar a ideia de posição e equilíbrio. Este equipamento reflete um “carácter” versátil, podendo ser colocado em várias posições.

Depois de ter reunido todas as informações referentes à solução apresentada, a equipa da empresa analisou a solução de uma forma clara e objetiva tendo referido que o conceito usado na criação desta solução não seria o mais indicado. O conceito usado não fazia grande sentido por ser muito rebuscado, pouco original e criativo, esta solução não se adequava de todo aquilo que o concurso pretendia.

Seguidamente realizou-se um brainstorming para tentar relançar o projeto procurando outros conceitos, ideias inovadoras e criativas. Foram apresentadas novas ideias, tendo em conta a pesquisa realizada sobre Seoul que apontava para a apetência dos seus habitantes na utilização da internet e as redes sociais. Foram encontrados outros aspetos que caracterizam os sulcoreanos, tal como o chá (anexo 15, pág.84), que conjugados com os conceitos anteriores poderiam formar

uma boa solução. Para uma melhor conjugação das ideias, atrás descritas, realizou-se um mapa mental, (anexo 16, pág. 86) promovendo a estruturação da informação recolhida com o objetivo de alcançar novas soluções.

A fig.5 ilustra o resumo da leitura do mapa mental, onde se destacam conceitos importantes, como as redes sociais (tipo facebook), consumo de chás (tradições), as hortas comunitárias (plantação da Camélia Sinensis) e a interação entre indivíduos. Nesta imagem também está ilustrado um esboço inicial de uma solução, resultado da ligação entre os conceitos descritos anteriormente.

Contudo, a ideia apresentada não estava definida, surgiam algumas dúvidas, uma delas era como tornar um banco numa rede social, para que houvesse uma interação e comunicação entre os indivíduos que aderissem a esta ideia. Tendo esta consciência elaborou-se um segundo mapa mental (anexo 17, pág.87) onde foi reestruturada toda a informação e adicionados novos pontos para se encontrar novas ideias, de forma a obter uma solução.

Após a leitura deste mapa mental realizaram-se novos esboços para estudar novas soluções de modo a fazer a ligação de vários vasos na estrutura base, de forma a criar a rede.

Na fig. 6 é apresentado o estudo de uma solução, neste caso, uma peça que facilitasse a união dos vasos entre eles e entre a estrutura base de modo a possibilitar várias disposições, formando assim uma rede. A partir desta ideia houve uma procura constante de novas soluções.

Para ficar definido o conceito final, de modo a fundamentar este projeto, era necessário encontrar a solução para a ligação dos vasos, para que desta forma se obtivesse a “rede social” pretendida para haver interação. Foram elaboradosvários esboços na tentativa de solucionar esse problema (anexo 18, pág.88). Nas figuras que se seguem é visível que se procurou desenvolver a ideia anterior, tentando criar novas formas dos vasos de modo a facilitar a ligação ou o encaixe entre eles e a estrutura base.A fig.7 ilustra a procura de um novo encaixe que facilitasse a ligação dos vasos, experimentou-se um encaixe tipo puzzle, cavilhas laterais, bem como esboçar novas formas para os vasos de modo a que estes se abraçassem.

Afig. 8 ilustra o estudo relativo ao encaixe tipo suporte para pratos decorativos, neste caso os vaso teriam de ser diferentes uns dos outros na medida em que uns tinham que ter um encaixe “fémea” e outros encaixes “macho” para se poderem prender uns aos outros.

Fig. 7- Esboço de possíveis ligações para os vasos.

Dando continuidade à ideia anterior, foram realizados alguns estudos, uma opção seria colocar o encaixe na base dos vasos, como se pode verificar na fig. 9. A seguinte questão prendia-se com a distribuição dos encaixes de forma obter uma rede entre os vasos, contudo, não seria possível manter todos os vasos iguais, porque teria que haver encaixes “machos” e “fêmeas”.

Reuniu-se a equipa responsável pelo projeto para se fazer um ponto da situação, analisou- se o caminho percorrido e as possíveis soluções estudadas até então, com base nessas soluções e toda a informação presente nos mapas mentais, optou-se por desenvolver a ideia de criar uma peça para fazer a ligação dos vasos.

Todo este processo desencadeou algumas alterações na solução apresentada na fig. 5 e despontou para o desenvolvimento de uma nova solução, ilustrada na fig. 10 (anexo 19, pág. 90). Como se pode verificar o equipamento sofreu alterações a nível estrutural e na forma de ligar os vasos entre si e à estrutura. Todas as alterações foram efetuadas com o objetivo de atingir o desempenho necessário à satisfação das necessidades do projeto. De modo a valorizar o equipamento, este conta com requisitos técnicos, ergonómicos e estéticos. O banco passou a ter

dois cilindros que servem de suporte para a estrutura do banco, bem como de suporte para os vasos. Estes cilindros estão ligados entre eles através de uma segunda peça que ajuda a dispor os outros cilindros de modo a obter uma rede entre eles. Os vasos onde as plantas, camélias sinensis serão plantadas, estão colocados dentro dos cilindros e estes, terão dimensões diferentes de modo a atingir o maior número de indivíduos.

Após ter-se encontrado a solução para a ligação dos vasos validou-se o conceito das redes sociais analógicas, deste modo conseguiu-se conjugar os conceitos escolhidos para fundamentar este projeto.

Na fig. 11, de uma forma simples, é ilustrado um esboço do conceito que define o projeto, apresentando os passos que caracterizam esta ideia.

Sinensis é um sistema de bancos e vasos, este inicia-se com um banco e dois vasos, a

pessoa que adere ao conceito pede o seu vaso numa câmara municipal ou freguesia local, posteriormente a pessoa aperta o vaso no sistema restante e procede à plantação e tratamento da camélia sinensis. A cada um destes utilizadores é atribuído um código para este identificar o seu vaso e ser identificado pelos restantes membros da rede.

O objetivo é tirar as pessoas de casa e fazer com que adquiram hábitos saudáveis e passem a interagir mais umas com as outras de modo a combater a rotina e o stress do dia-a-dia.

A camélia sinensis fornece, após fermentação das folhas, uma bebida muito apreciada pelos sulcoreanos. Deste modo simples também se promove o chá fazendo com que esse hábito permaneça aceso na cultura coreana. Com a globalização as culturas e os hábitos de consumo têm vindo a alterar-se, então, de uma forma simples, faz-se a junção de três aspetos que juntos se valorizam mutuamente e trazem uma melhoria de vida palpável.

Após o processo criativo passou-se para o desenvolvimento de um modelo virtual, tridimensional, da solução encontrada. O desenvolvimento deste modelo permite a familiarização com a solução encontrada e a identificação prematura de problemas otimizando o processo projetual. A modelação virtual foi realizada com a ferramenta de CAD “Autodesk Inventor”.

Ao longo da modelação trabalhou-se o equipamento a projetar de modo a cumprir requisitos técnicos como estabilidade e resistência, foram também tidos em conta requisitos ergonómicos de modo a definir as dimensões do equipamento (anexo 20, pág.91), adaptando-as à população, segundo Jacob Krauel 2007 e Neufert 2008. Posteriormente trabalhou-se os requisitos estéticos, como a forma, cor, material e acabamentos.

Na fig. 12 apresenta-se um estudo realizado para atingir a forma pretendida (anexo 21, pág.93).

Concluídos os estudos de modelação virtual foram apresentadas as diferentes soluções encontradas aos responsáveis pelo projeto. Após analisar as possíveis soluções optou-se pela mais simples que demonstrava um equilíbrio na conjugação das cores, material, forma e diferentes componentes. Na imagem que se segue (fig.13) apresenta-se a solução final.

Um dos requisitos que pedia o regulamento do concurso era a elaboração de um painel em formato A1, que apresentasse o conceito, a forma do equipamento e qualquer informação complementar relevante, como o desenho técnico do equipamento.

Após a redefinição do projeto feita durante a modelação, procedeu-se à realização do desenho técnico.

Na fig.14 apresenta-se um desenho técnico do equipamento (anexo 22, pág.94 e anexo 23, pág. 96), com as dimensões, em mm, mais relevantes do mesmo.

Depois da elaboração dos desenhos técnicos procedeu-se à montagem de vários equipamentos de modo a exemplificar o conceito e a ideia do projeto, posteriormente realizaram- se alguns renders (anexo 24, pág. 98).

Fig. 14- Adaptação do desenho técnico do equipamento.

Vista inferior

Vista superior

Vista frontal Vista da esquerda

Nas figuras que se seguem apresenta-se um render do equipamento e de um exemplo do conjunto, respetivamente (fig.15 e 16).

Fig. 16- Exemplo de um conjunto do equipamento. Fig. 15- Render do equipamento.

Posteriormente foram selecionados os melhores renders para seguidamente serem trabalhados usando o Photoshop (anexo 25, pág. 99).

Procedeu-se à construção do painel, introduzindo a definição do conceito, o esboço referente ao conceito, duas imagens, uma do equipamento e outra de um conjunto e, para complementar, um desenho técnico do equipamento com as dimensões mais relevantes (anexo 26, pág.100).

No final foi redigida a memória descritiva do projeto, documento necessário para acompanhar o painel e a ficha de candidatura ao concurso.

Contudo a proposta enviada para o concurso não foi validada, primeiro porque foi enviada sessenta minutos depois da hora estipulada no regulamento do concurso, segundo porque o painel enviado sobre o projeto continha identificação, logo este foi automaticamente desqualificado.

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