• Nenhum resultado encontrado

A segunda parte do livro integra os contributos do Agrupa- mento de Escolas Abel Varzim, do Agrupamento de Escolas Monsenhor Miguel de Oliveira, do Agrupamento de Escolas Lima de Freitas, Setúbal e do Agrupamento Vertical de Escolas de Grândola e a encerrar uma espécie de balanço de feição impressionista que os três anos de contacto e acompanhamento de proximidade às escolas têm proporcionado.

“O Projeto Mais Sucesso Escolar – Turma Mais no Agrupa- mento de Escolas Abel Varzim – Relato de uma experiência de trabalho colaborativo” foi o título escolhido pelas autoras, Maria

Esperança Campos, Paulo Lisboa e Maria da Conceição Silva,

deixando-nos um breve historial da implementação do projeto na escola e algumas refl exões em torno do trabalho colaborativo que a experiência tem sugerido. Descrevem-nos um quotidiano escolar onde a “apreensão”, pela distância em relação às metas desejadas em particular num ano terminal de ciclo e de avalia- ções externas, se entrecruza com a “esperança” de que se possa assistir a uma redução substancial do número de níveis inferiores a três dos primeiro e segundo períodos para o terceiro período. Na convicção de que o PMSE-TM trouxe mais-valias irreversíveis para o futuro sublinham a importância da formação de equipas educativas que reforcem o trabalho colaborativo e que façam da análise e resolução dos problemas dos alunos o principal foco da sua ação.

O segundo contributo “Boas práticas educativas – A utiliza- ção do Moodle no Agrupamento de Escolas Monsenhor Miguel de Oliveira” é assinado por Isilda Lemos. A utilização da plata- forma Moodle no desenvolvimento de atividades específi cas da

TurmaMais teve como principal objetivo fomentar o trabalho colaborativo entre professores, entre alunos e entre professo- res e alunos, conduzindo à criação de uma área com dois blocos (zona comum e zona disciplinar), na plataforma da Escola, desti- nada ao projeto TurmaMais.

Dina Fernandes, Ofélia Baptista e Sandra Figueira assinam

“AprenderMais com a TurmaMais no Agrupamento de Escolas Lima de Freitas – Setúbal” e deixam-nos um retrato do percurso trilhado ao longo destes três anos. O funcionamento da coorde- nação no Projeto TurmaMais e o seu alargamento progressivo são dois dos tópicos a que se dá particular destaque. Sentido como algo de novo estava a acontecer o projeto TurmaMais entrava nas conversas de todos mas era visto como “um mundo à parte”, sobretudo entre os docentes que não estavam envol- vidos no mesmo. O alargamento progressivo trouxe constrangi- mentos devido ao insufi ciente número de horas disponibilizado para a sua implementação mas ampliou os mecanismos de comu- nicação entre os diretores de turma e os encarregados de educa- ção. As metodologias de trabalho adotadas foram surtindo efei- tos positivos e sentiu-se necessidade de alargá-las à escola. A centralidade projeto TurmaMais na escola está bem evidencia- da no facto de a coordenadora ter passado a integrar em 2011/12 o Conselho Pedagógico do Agrupamento estabelecendo a ponte entre o projeto, os departamentos curriculares e as estruturas pedagógicas. O reconhecimento de tais procedimentos como “boas práticas” (formas de atuação experimentadas, melhora- das e avaliadas pelos docentes envolvidos na TurmaMais), corro- borados por testemunhos de alunos, encarregados de educação e professores do Agrupamento, levou ao seu alargamento aos 2.º e 3.º ciclos.

O quarto contributo “Mais olhares sobre a Turma Mais no Agrupamento Vertical de Escolas de Grândola” é assinado por

José Manuel Abreu. Numa breve refl exão explora o sentido da

importância da criação nos alunos do sentimento de pertença ao grupo/ano e a promoção de uma maior socialização e de equi- dade e justiça no acesso e participação nas aprendizagens. Nas palavras do autor “Oriundos de freguesias com características

Nota introdutória 107

muito diferenciadas os alunos criam fortes laços nos locais de origem que se mantêm no grupo turma, o que contribui para a existência de um certo imobilismo social e cultural. A circulação dos alunos pelos diferentes grupos, ao longo destes três anos, permitiu a criação de um sentimento de pertença a uma entidade maior, o grupo/ano e, consequentemente, um maior conhecimen- to das vivências do outro, o que se tem revelado uma importan- te mais-valia em termos sociais, quer ao nível comportamental, com a diminuição dos confl itos, quer promovendo a criação de laços até então inexistentes e aprofundando o conhecimento de outras realidades”.

Em jeito de encerramento, uma conversa de fi m de tarde, a três, com Teodolinda Cruz, José Fateixa e José Verdasca, e que em certa medida constitui uma síntese dos contributos anteriores mas também de outras racionalidades e dinâmicas perceciona- das nos contactos continuados com as muitas dezenas de esco- las e comunidades escolares de norte a sul do país nas diversas fases e períodos de desenvolvimento do projeto. Um conheci- mento amadurecido no contacto direto com as escolas e muito focado na produção de soluções para problemas e difi culdades, resultado em certa medida “de uma certa ‘caminhada cultural escolar’ que está um pouco por aí, deixando marcas de entusias- mo e trabalho, outras vezes de desalento e dúvida, numa diversi- dade de intensidades e vivências feita de muitos nomes e rostos que vivem e fazem acontecer nas escolas a essência da ação peda- gógica, desafi ando racionalidades e lógicas instaladas e ousando lançar (novos) caminhos de resposta aos muitos e complexos problemas que a escola de hoje enfrenta”.

José L. C. Verdasca

O Projeto Mais Sucesso Escolar – Turma Mais no Agrupamento de Escolas Abel Varzim 109

Breve historial da implementação do projeto na