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Durante a elaboração deste relatório teve-se a preocupação de utilizar o capital de conhecimento adquirido pela atividade profissional exercida, nomeadamente o relacionamento diário com o tecido empresarial da região, para apresentar uma imagem das empresas e empresários da região Norte.

Na década analisada, de 2004 a 2012, notou-se claramente haver um ciclo de crescimento e outro de regressão, podendo até aplicar-se uma análise schumpeteriana, “…mudanças espontâneas e descontínuas no canal do fluxo circular e perturbações do centro do equilíbrio

aparecem na esfera da vida industrial e comercial…”(Schumpeter, 1939). As empresas desta

região, em geral, acompanharam o ciclo económico do país em que estão inseridas.

Mesmo considerando que o período de tempo analisado é, efetivamente, curto, podemos assistir a uma recessão após algum tempo de crescimento. Para complementar, seria interessante verificar se esta destruição de empresas, empregos e produção, se vão transformar numa destruição/criativa, e permitir um novo ciclo de crescimento, ou se, pelo contrário, ficaremos numa situação irremediável em que não voltaremos a ter índices iguais aos dos tempos de prosperidade.

É nossa opinião que esta última situação pode vir a suceder, principalmente nas regiões do interior. Durante este relatório não fizemos a divisão interior/litoral, porque não era esse o objetivo, contudo ela existe e destaca-se mais durante este ciclo de recessão.

De sublinhar que, de 2005 a 2008, as empresas cresciam em número, produção e emprego, mas não se notava o acompanhamento em termos de gestão e ganhos de competitividade. A maioria dos empresários não conseguia dizer quanto lucro ou rendibilidade a sua empresa dava. Os elementos contabilísticos não ajudavam muito nesta questão durante este período, pois apenas serviam para apuramento de impostos. Na atividade bancária o parecer comercial sobrepunha-se ao parecer da análise de crédito.

A partir de 2009, essa tendência inverteu-se. As contas começaram a ser mais rigorosas e o Estado tomou mais medidas fiscalizadoras. Apesar da recessão, neste aspeto, muita coisa melhorou nestes últimos três anos. Referimo-nos ao combate à contabilidade paralela e à necessidade que as empresas reconheceram de terem métodos de gestão eficazes. Em

relação às políticas, económicas e fiscais, seguidas e como atrofiam, ou não, as empresas, é uma questão para outra abordagem.

Em suma, devido a razões económicas e financeiras, principalmente do país, mas também da conjuntura internacional, o tecido empresarial português encontra-se com grandes dificuldades e com baixas perspetivas.

O litoral tem alguns setores que através da produção para a exportação encontram uma saída para regressar ao crescimento.

Mas, se verificarmos a realidade mais próxima, a do interior, temos alguma dificuldade em encontrar unidades produtivas que possam alterar esse fato. Provavelmente é necessário voltar a verificar o que esta região tem para oferecer que as outras não têm. Há vários estudos que podem servir de apoio.

Na nossa perspetiva terá de haver maior vontade política. Talvez a descentralização das decisões políticas ou outra forma desta região ganhar mais força, permitiria optar pelos melhores caminhos (estratégias). A política económica de um país não pode desprezar, coomo se tem verificado, as empresas; elas são empregadoras, produtoras e dinamizadoras, um dos principais agentes da economia. São contrário, a região e o país ficam mais pobres. São necessárias medidas para colmatar os números referidos ao longo deste trabalho. Vendo por outra perspetiva, os Portugueses podem questionar, para onde foi transferido todo o nosso esforço, a carga de impostos a que foram sujeitos durante estes últimos anos?

Esta região tem condições únicas, é uma região rural, se forem criadas as devidas condições, para que as populações regressem das grandes cidades (Cristóvão e Tibério, 1993). Na verdade, a busca do rural como local de descanso dos urbanos acentuou-se nas últimas décadas.

Neste sentido, defenderíamos a aposta na viticultura, no turismo alternativo, em produção agrícola de qualidade. Estes podem ser os motores da região para o seu crescimento e desenvolvimento futuro.

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