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3. TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO

3.2. MUDANÇAS NOS PAPÉIS

3.2.2. Novo Papel do Aluno

O aluno deve ser estimulado para estudar e pesquisar de modo autônomo. Deve ser incentivado a fortalecer o aprendizado colaborativo, a dinamizar a comunicação e a troca de informação entre demais participantes do curso e, ainda, como forma de consolidar a aprendizagem, deve ser estimulado a participar de atividades individuais ou em grupo.

As habilidades dos alunos poderão ser testadas pela apresentação de projetos, elaboração de trabalhos de conclusão, participação em jogos de empresas, simulações e outros. A avaliação poderá ser feita utilizando-se as mídias disponíveis no curso como a videoconferência, a Internet ou as mídias tradicionais, seguindo critérios estabelecidos pelos professores responsáveis por cada uma das disciplinas.

Este novo aluno e este novo professor ainda não existem. Precisam ser criados e, depois de criados, aperfeiçoados continuamente nesta nova área de prática educativa. (AZEVEDO, 2002).

Diversas questões devem ser respondidas para que de fato estes novos papéis possam ser assumidos e praticados tanto por professores, como pelos alunos, e entre elas pode-se destacar:

ü Quais são as teorias e tecnologias de informação e comunicação disponíveis para modificar a realidade educacional?

ü Que tipo de treinamento tecnológico é requerido dos participantes neste novo modelo pedagógico?

ü Quais os benefícios ou prejuízos decorrentes da adoção de uma ou de outra tecnologia?

A proposta da reunião da Unesco (2002) em Paris sob forma de uma Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI resultou em dois relatórios. O primeiro foi de Jacques Delors (1996) que nos ensina que o processo educacional tem quatro pilares básicos: Aprender a Conhecer (ou Aprender a Aprender), Aprender a Fazer, Aprender a Viver Juntos e Aprender a Ser. O segundo foi o de Edgar Morin (2000), que aponta os sete saberes necessários à educação do futuro, a saber:

Ø A natureza do conhecimento humano: preparar o indivíduo para o risco do permanente erro e da ilusão;

Ø O conhecimento pertinente: superar a fragmentação e desenvolver aptidões individuais;

Ø A condição humana: por em evidencia o elo indissolúvel; Ø O destino comum dos homens no planeta;

Ø O caráter da aventura humano: aprender a navegar entre ilhas de certeza, enfrentando o imprevisto e o inesperado;

Ø O essencial nas relações humanas: desenvolver a compreensão mútua; Ø A ética da democracia e da cidadania: desenvolver a autonomia individual.

Associando a proposta de Delors (1996) com a de Morin (2000), que afirma existir a necessidade de desenvolver os sete saberes seguintes: Cegueira Paradigmática, Conhecimento Pertinente, Ensino da Condição Humana, Ensino das Incertezas, Identidade Terrena, Ensino da Compreensão Humana e a Ética do Gênero Humano, chega-se ao quadro 5, que apresenta de forma resumida a associação destas duas propostas, chamadas de Propostas para a Escola do Futuro.

Quadro 5: Propostas para a Escola do Futuro

DELORS ESCOLA DO

FUTURO

MORIN

Aprender a Aprender: adquirir os instrumentos da compreensão

Biodiversidade Cegueira Paradigmática Ensino das Incertezas Aprender a Fazer: para poder agir sobre o meio

envolvente

Tecnologia Conhecimento Pertinente Aprender a Viver Juntos: fim de participar e

cooperar com os outros em todas as atividades humanas

Desenvolvimento Sustentável

Identidade Terrena

Ensino da Condição Humana Aprender a Ser: via essencial que integra os três

precedentes

Ética Ensino da Compreensão Humana

Ética do Gênero Humano

Aprender a Sentir Humanização Ética do Gênero Humano

Ensino da Condição Humana

Fonte: baseado em FIALHO (2002)

Segundo Morin (2000) “... para que o conhecimento seja pertinente, a educação deve levar em conta o contexto, o global, o multidimensional e o complexo, com isso estará possibilitando a promoção da inteligência geral. Propõe a reforma do pensamento por meio da transdisciplinaridade, isto é, que se rompa com a forma fragmentada, compartimentada e disciplinar do conhecimento”.

Seguindo os preceitos a que se propõe, o ensino deverá desenvolver seus conteúdos de forma contextualizada e tendo como pilar de sustentação a questão da ética, da biodiversidade, do desenvolvimento sustentável, da tecnologia e da humanização (FIALHO, 2001).

Esta visão da prática docente e discente nos obriga a perceber nos temas de estudo, nos processos de trabalho, na estrutura de apoio pedagógico e nos materiais usados para aprender, algumas dimensões importantes (FIORENTINI, 2002):

Ø saber (enquanto conhecimento dos fatos, conceitos, teorias, princípios, fundamentos, nomenclaturas, personagens, etc.);

Ø saber fazer (como nível procedimental relativo ao conhecimento e ao domínio de habilidades);

Ø ser (como ação propriamente dita, que inclui atitudes, valores, acepções); Ø saber ser (que se configura como nível de práxis);

Ø saber fazer junto (que se organiza em termos das interações cooperativas e colaborativas com outros atores sociais).

A mediação pedagógica, ou seja, os modos e meios de produção e disponibilização dos materiais exercem uma influência direta sobre a aprendizagem do aluno e sobre os modos de agir e participar dos estudantes. A figura 4 apresenta os recursos disponíveis que podem encorajar o uso de múltiplos enfoques, que podem ser aplicados no desenho instrucional de um curso ou programa.

Figura 4: Recursos para encorajar múltiplos enfoques para o aprendizado

Fonte: baseado em MAIER e WARREN (2000)

Resumidamente, pode-se dizer que a escola tradicional não desenvolve a dimensão do aprender a aprender, e esta é uma dimensão da Nova Escola, que se caracteriza por não temer a inovação. A Nova Escola, munida das novas práticas educacionais desafia as estruturas rígidas e obsoletas das escolas tradicionais, e propicia uma nova luz no que se refere à pratica docente, ao uso das novas tecnologias e na conduta do aluno.

Segundo Jonassen (1999), um projeto educacional coerente com esta Nova Escola, deve incluir comportamentos essenciais, tanto para alunos como para professores, para que uma aprendizagem significativa seja de fato aplicada.

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