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CAPÍTULO IV O COMPUTADOR COMO MEIO FACILITADOR PARA INCLUSÃO

4.2 O computador auxiliando a inclusão dos alunos portadores de

Diante das propostas pedagógicas instrucionistas e construcionistas qual tem mais chance de auxiliar a inclusão dos alunos portadores de necessidades educativas especiais na educação Comum ? Certamente a que permite o aluno deficiente expressar as suas idéias de desenvolver tarefas. No entanto, a abordagem instrucionista sobrepõe como padrão de utilização do computador na educação especial. Isso acontece por vários motivos:

• 1° aspecto: a maioria dos sistemas de educação especial não tem como objetivo na maioria das vezes a inclusão do aluno portador de necessidade educativa especial, mas sim, a segregação e a constante perpetuação da dependência do aluno portador de qualquer deficiência. Assim, como tudo o que é realizado nessas instituições, o instrucionismo fortalece essa dependência;

• 2° aspecto: as instituições adotam como pressuposto a idéia de que o aluno portador de necessidade educativa especial, na sua maioria.

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tem baixa capacidade mental e, portanto, as atividades devem ser condizentes com esse nível.

“Assim, a pedagogia adotada enfatiza a repetição de atividades pouco complexas, “higienizadas” como método de ensino. Instrucionismo, de certa forma, viabiliza essa abordagem uma vez que os softwares educacionais podem ser facilmente simplificados apresentando recursos multimídia, com cores, animação, som e podem ser utilizados indefinidamente pelos deficientes . Na verdade, esses softwares passam a ser usados como “babá” dos alunos portadoras de deficiências: eles ficam horas repetindo a mesma atividade, o computador não se cansa e a professora pode, com isso, dar conta de atuar junto a um maior número de alunos na sala de aula.’’ FERRAZ (1991).

• 3° aspecto: por meio do instrucionismo o computador pode ser implantado na educação sem que haja nenhuma alteração de ordem pedagógica ou mesmo de formação de professores. Tudo permanece como está o computador passa a ser mais um recurso do processo de transmissão da informação para os alunos portadores de necessidades educativas especiais.

O resultado dessa abordagem é o aluno portador de deficiência passivo, dependente de uma sistema educacional protecionista e segregador. Esse

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aluno jamais desenvolverá habilidades que possam viabilizar a sua inclusão na escola regular.

Por outro lado, o construcionismo requer mudanças de ordem administrativa e pedagógica. Do ponto de vista administrativo o construcionismo exige mudanças do sistema educacional, como a alteração do papel atribuído ao erro - não mais para ser punido, mas para ser depurado - a não fragmentação das disciplinas, a promoção da autonomia do professor e dos alunos portadores de necessidades educativas especiais, e a flexibilização de um sistema educacional rígido centralizador e controlador. Do ponto de vista pedagógico o ciclo descrever - executar - refletir - depurar - escrever não acontece colocando-se simplesmente o aluno deficiente frente ao computador. A interação do aluno portador de necessidade educativa especial e o computador precisa ser mediado por um professor que tenha conhecimento do significado do processo de aprendizado através da construção do conhecimento, que conheça e entenda profundamente o conteúdo que está sendo trabalho pelo portador de deficiência e que entenda sobre o potencial do computador. Esses conhecimentos devem ser utilizados pelo professor para saber compreender as idéias dos alunos deficientes, para intervir apropriadamente na situação de aprendizagem de modo a contribuir no processo de construção de conhecimento por parte dos alunos deficientes.

“0 aluno portador de necessidades educativas especiais por sua vez

deve assumir a responsabilidade de sua formação. Ele é a construtor do conhecimento e o professor é o facilitador desse processo. O indivíduo deficiente deixa de ser o sujeito passivo que recebe informação e o professor deixa de ser o controlador do quanto, do

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quando e do como o aluno portador de necessidade educativa especial aprende”. NOVAES (1996).

Portanto, as mudanças de ordem pedagógica e administrativas que o construcionismo acarreta são enormes e difíceis de serem enfrentadas com vigor que elas exigem. Entretanto, se isso for conseguido, os resultados serão positivos para todos:

• 1° aspecto: deixa de existir a diferença entre educação regular e educação especial. A escola passa a ser vista como um ambiente de construção de conhecimento em que cada aluno portador de deficiência, das mais talentosas até as mais comprometidas sensório e intelectualmente estão desenvolvendo as suas potencialidades ;

• 2° aspecto: desaparece a discriminação de idade ou de capacidade. Todos estão aprendendo juntos tanto os conteúdos instrucionais quanto os sociais;

3° aspecto; o computador passa a ser uma ferramenta que é apropriada de acordo com as necessidades educativas de cada aluno deficiente.

"Ele se torna caderno ou livro eletrônicos para cada aluno portador de deficiência a ponte entre o concreto e o abstrato para o deficiente (...)

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integração, o objeto desafiador e o recurso com o qual o aluno portador de necessidade educativa especial ascender na vida”.

BARRELLA, VALENTE & GAGLIARDI (1991),

• 4° aspecto; sendo “o computador uma ferramenta com o aluno portador de necessidade educativa especial resolve os seus problemas: escreve, desenha, etc., essas atividades passam a ser importante fonte de diagnóstico da capacidade mental de cada aluno deficiente”. GUERREIRO (1991); VALENTE (1991). 0 professor pode identificar o conhecimento usado no desenvolvimento dessas atividades escolares e com isso auxiliar os alunos portadores de necessidades educativas especiais a depurar ou incrementar esse conhecimento.

Assim, a presença do computador através do construcionismo requer mudanças do processo educacional e essas são fundamentais para que a inclusão do aluno portador de necessidade educativa especial seja uma realidade ao invés de um sonho impossível de ser atingido.

0 capítulo seguinte se caracterizará pelos aspectos formativo e preparatório do professor - na área de informática - como um componente fundamental para a utilização pedagógica do computador no ambiente escolar, tendo em vista, uma perspectiva crítica e reflexiva quanto ao avanço tecnológico e a suas implicações no setor educacional.

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