• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO IV – EXPERIÊNCIAS DOCENTES E O SONHO DE

4.4 O CONTEXTO DA IMPLEMENTAÇÃO DO CURSO DE PEDAGOGIA

A oferta do PARFOR em âmbito nacional cobre vários municípios de 21 Estados da Federação, por meio de 76 instituições públicas de educação superior, das quais 48 federais e 28 estaduais, contando também com a colaboração de 14 universidades comunitárias, com a coordenação da CAPES que a partir do Decreto n. 6.755/2009,

passa a ser responsável pela Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica e fomento a programas de formação inicial e continuada (BRASIL, 2009).

Até 2012 o PARFOR havia implantado 1920 turmas de licenciaturas, sendo que no ano mencionado havia 54.000 professores da Educação Básica frequentando cursos em turmas especiais em 397 municípios brasileiros11. Nesse contexto, a Bahia está entre os Estados que aderiram ao PARFOR, como política de formação de professores da Educação Básica, cuja execução de cursos ocorreu logo na sua primeira etapa, que constou na oferta, no planejamento, de mais de 330 mil vagas para as licenciaturas presenciais e à distância, com inicio a partir do segundo semestre de 2009. Estes números incluem a oferta de cursos à distância através da UAB e outras iniciativas de formação continuada.

No caso do PARFOR-presencial na Bahia são nove as IES participantes e na oferta de cursos do PARFOR a distância são dez, incluindo instituições interestaduais, como a Universidade do Vale do São Francisco (UNIVASF), por exemplo.

Veja, a seguir, o número de docentes que atuam na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental que, segundo o PARFOR, deveriam ser atendidos na Bahia, durante a execução da primeira etapa dessa política, conforme informações fornecidas pela CAPES.

11

Disponível em: http://www.capes.gov.br/educacao-basica/parfor . Acesso em: 29 out. 2013.

Tabela 6 – Previsão de docentes na Bahia a serem beneficiados no Curso de Pedagogia do PARFOR Instituição Curso Presencial Curso à Distancia Total

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB

320 360 680

Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS

270 80 350

Universidade Estadual da Bahia – UNEB 6800 1260 8060

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB

- - -

Universidade Federal da Bahia – UFBA 150 - 150

Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC

200 480 680

TOTAL 7740 2180 9920

Fonte: Plano Nacional de Formação de Professores/documento – Elaboração: própria autora.

Como se pode observar, o público-alvo da primeira etapa da política nacional de formação de professores para a educação infantil e anos iniciais da Educação Básica na Bahia corresponde ao universo de 9.920 docentes. Desse total, 7.740 deveriam ser atendidos na modalidade de curso presencial, de acordo com a previsão, dentre os quais 150 deveriam ingressar no curso de Pedagogia da UFBA, lócus da investigação. Estes dados precisam ser atualizados para que se possa saber exatamente qual o número de atendidos pelo PARFOR no Estado e na UFBA, nosso interesse particular. No entanto, no momento da redação desta tese, posso dizer que na Bahia o PARFOR-presencial tem a previsão de ofertar 2.621 vagas para os cursos de licenciaturas, atendendo 99 municípios dos 417 existentes, conforme dados fornecidos pelo Instituto Anísio Teixeira da Secretaria de Educação do Estado – IAT.

No caso específico do curso de Pedagogia na UFBA, só para dar uma dimensão dos ajuste entre o planejado e o que ocorre na realidade, até o momento foram formadas 37 professoras-estudantes, as que participaram deste estudo. Também há uma segunda turma em andamento, com 53 alunas, com previsão de formatura para o meado deste

ano de 2014. Ou seja, a UFBA não atingirá o público inicialmente projetado de 150 professores.

É importante registrar também que o PARFOR-Presencial é devedor do conhecimento e da experiência acumulados na realização de programas de formação específicos mantidos por universidades baianas. Neste contexto, citarei alguns exemplos de iniciativas voltadas para titular os professores na Bahia:

 o Programa de Habilitação de Professores em diversas Licenciaturas da Rede Estadual da Bahia, desenvolvido pelo Instituto Anísio Teixeira (IAT) em parceria com a Pró-Reitoria de Graduação da UFBA (PROLE), anterior a implementação do PARFOR;

 o Programa UNEB-2000, desenvolvido pela Universidade Estadual da Bahia em parceria com as secretarias municipais de educação, que habilitou em Pedagogia professores de nível médio em diversos municípios no interior do Estado, que depois foi substituído pelo PARFOR nessa Instituição;

 o vestibular especial para o Instituto de Educação da Universidade Jorge Amado, uma instituição privada situada em Salvador, que habilitou no curso Normal Superior professores da educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental, em parceria com a Secretaria de Educação do Município de Salvador, também anterior ao PARFOR;

 o Projeto Irecê desenvolvido através de uma inédita parceria com a Secretaria de Educação do Município de Irecê, situado no interior do Estado, em que a Faculdade de Educação da UFBA contribuiu para a titulação de diversos professores do já referido município e está em andamento, desde o inicio do primeiro semestre de 2013, um mestrado profissional;

 O projeto Salvador e o Projeto Tapiramutá desenvolvido também pela Faculdade de Educação da UFBA e, nos moldes parecidos com o Projeto Irecê, habilitou professores da rede municipal de Salvador e está em andamento a formação dos professores municipais de Tapiramutá, situado também no interior da Bahia.

Com estas experiências, entre outras que não foram citadas, mas que estão sendo acumuladas pelas universidades estaduais baianas, as IES públicas iniciaram a sua participação na implementação do PARFOR que, como já se sabe, é destinado aos professores no exercício do magistério nas escolas públicas estaduais e municipais sem formação adequada, oferecendo cursos superiores presenciais e à distância.

Assim, foi no bojo da expansão do ensino superior e da participação da implementação do PARFOR, que ocorreu a luta e a conquista posterior das professoras-estudantes no sentido de terem direito à uma formação mais condizente com suas reais necessidades. A seguir, apresento como ocorreu esse processo no interior da UFBA.

CAPÍTULO V – A CONQUISTA DO DIPLOMA DE PEDAGOGIA

Documentos relacionados