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Capítulo 2. – Fundamentos práticos

1. A prática do estágio pedagógico

1.1. O contexto: a escola e as turmas

A escola onde realizei o estágio é a Escola Secundária Eça de Queirós (ESEQ), antigo Liceu Nacional da Póvoa de Varzim. Possui contrato de autonomia celebrado com o Ministério da Educação desde setembro de 2007.Quando me apresentei na escola fui muito bem recebida por todos os seus elementos que manifestaram, desde logo, toda a sua disponibilidade em ajudar-me em tudo o que poderia necessitar ao longo do ano letivo.

A ESEQ foi fundada em 1904. No entanto, sofreu remodelações, oferecendo atualmente melhores condições a toda a comunidade escolar e instalações adequadas às exigências do processo de EA atuais. As salas de aula estão equipadas com computadores com ligação à internet, projetor multimédia e em algumas delas disponibilizam quadros interativos. Tanto os professores como os alunos dispõem de boas condições para trabalhar: sala de trabalho e de estudo que dispõem de material informático cada vez mais necessário para a planificação de aulas e uma biblioteca muito frequentada pelos alunos.

Nesta escola, trabalha uma centena de professores, quarenta e três elementos não docentes e duas técnicas superiores: uma psicóloga e uma assistente social.

Neste ano letivo, os alunos foram distribuídos por duas turmas de sétimo ano, uma de oitavo, uma de nono, catorze turmas de décimo ano, dezasseis turmas de décimo primeiro e doze turmas de décimo segundo ano. Este estabelecimento de ensino oferece cursos científico-humanísticos, nomeadamente ciências e tecnologias, ciências económicas, línguas e humanidades e artes visuais. Disponibiliza ainda o curso profissional de técnico de multimédia. A maior parte dos alunos que frequenta a escola procura os cursos científico- humanísticos e tem como objetivo o prosseguimento de estudos a nível superior. Por fim, é de salientar que nesta escola existia apenas um núcleo de estágio: espanhol que era constituído por três estagiários, eu incluída, e pela orientadora de estágio Dra. Maria das Dores Silva.

Ao longo do ano, fui-me apercebendo na grande preocupação da escola em garantir um patamar elevado de realização pessoal e o sucesso escolar dos seus alunos quer pelo apoio

constante dos professores quer pelo envolvimento da direção nos vários projetos apresentados, desenvolvendo simultaneamente as vertentes de participação cívica e dinâmica cultural bem como de intervenção no meio. Aos alunos era-lhes incutida a necessidade de rigor, esforço e responsabilidade em harmonia com a tolerância e o respeito com vista ao seu desenvolvimento integral enquanto cidadão de uma sociedade.

Quanto às turmas às quais os meus colegas e eu lecionamos, estas foram atribuídas pela orientadora. O meu trabalho foi desenvolvido em duas turmas do ensino secundário: 10º D e 11ºM. Tendo por base os planos de turma e dado mais específicos disponibilizados pela orientadora, foi possível obter informações pertinentes que caracterizassem de forma mais pormenorizada cada um dos alunos e a turma em geral. De ressalvar que este conhecimento foi de extrema relevância para que fosse possível implementar as estratégias adequadas a cada uma das turmas e conseguir uma aprendizagem efetiva dos conteúdos programáticos estipulados pelos documentos orientadores e Departamento de Línguas Estrangeiras (DLE) da escola.

A turma D do 10º ano era constituída por vinte e cinco alunos, dezanove raparigas e seis rapazes, todos de nacionalidade portuguesa. A média de idades rondava os quinze anos. Era uma turma do curso científico-humanístico de ciências e tecnologias, cujos alunos demonstravam, na sua maioria, grande motivação, empenho, responsabilidade e cooperação, não havendo qualquer problema de foro disciplinar. A quase totalidade dos alunos manifestava, assim, um excelente comportamento em sala de aula, correspondendo de forma muito positiva às propostas do professor. Revelavam um bom ritmo de aprendizagem e boas capacidades na aquisição da nova LE. Eram alunos interessados, embora por vezes manifestassem alguma timidez na hora de participar oralmente nas tarefas, pelo que foi necessário planificar atividades que fossem suscetíveis de lhes despertar o máximo de atenção e a vontade de intervir.

Quanto à turma M do 11º ano era constituída por vinte alunos, dezasseis raparigas e quatro rapazes, todos também de nacionalidade portuguesa e frequentadores do curso científico- humanístico de línguas e humanidades. A média de idades rondava os dezasseis anos. Esta turma apresentava características bem distintas da turma do 10º ano. Apesar de manifestarem

espírito de grupo e interajuda, eram alunos bastante mais agitados e com algumas dificuldades de concentração. Face a estas características, foi, desde logo, importante delinear estratégias que motivassem os discentes e que mantivessem a sua atenção e concentração durante o processo de aprendizagem da língua. Pelo seu carácter motivador, os recursos audiovisuais e as atividades lúdicas foram aquelas que mais constaram na planificação das aulas para esta turma e que se revelaram bastante positivas e benéficas uma vez que os discentes resolveram as tarefas propostas com maior empenho e interesse.

Após tomar conhecimento das turmas com as quais iria trabalhar e os documentos orientadores da disciplina de espanhol e das planificações a longo e médio prazo emanados pelo DLE, tivemos a preocupação de nos informar sobre os manuais adotados para proceder à sua aquisição. Embora tenhamos consciência de que a planificação das aulas não se esgota de todo no manual, é importante ressalvar que este material didático pode ser visto como um apoio, como uma base para o posterior desenvolvimento das estratégias e atividades a implementar com os discentes. Vejamos, portanto de seguida, em que medida os manuais adotados pela escola exploram o tratamento dos falsos amigos, podendo constituir-se ou não como uma grande ajuda na sua abordagem em sala de aula.