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O Corpo profissional e discente

No documento UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ (páginas 91-95)

4.1 O CMEI “ALFA”

4.1.1 O Corpo profissional e discente

1987, na mesma estrutura física, inicia-se o Centro de Atendimento Infantil – CAI, em parceria com a Legião Brasileira de Assistência (LBA) para 65 crianças, com atendimento para crianças de três a seis anos na modalidade de atendimento creche, vinculado a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social da regional do Portão (CURITIBA, 2005a).

Em 1991, subordinado à Secretaria Municipal da Criança, o espaço físico foi ampliado pra atender 120 crianças de três a seis anos. Em 2003, passando então para a Secretaria Municipal da Educação, reestruturou-se a sua documentação, passando a denominar-se CMEI – Centro Municipal de Educação Infantil. Sua primeira proposta pedagógica foi aprovada em 20/12/2005, com o parecer no 0237/2005; e seu Estatuto pelo parecer no 114/2007 pelo Departamento da Educação Infantil. No dia 27/02/2009 com a resolução no 07/2009 autorizou-se o funcionamento na modalidade de Creche e Pré – Escola, renovando-se a mesma em 2011. Aos poucos o CMEI foi perdendo o caráter de atendimento assistencial, passando a realizar práticas educativas considerando o binômio cuidar e educar (CURITIBA, 2016f).

Atualmente o CMEI presta atendimento16 de segunda à sexta feira das sete horas às dezoito horas, atende turmas de berçário, maternal e pré-escola. É um estabelecimento oficial de Educação Infantil, ―desenvolve ações de educação e cuidado, contribuindo para o desenvolvimento integral das crianças de 3 meses a 5 anos. Oferece atividades educativas como: brincadeiras, jogos, trabalhos com movimentos, artes, oralidade, literatura, entre outras; e ações de cuidado como:

alimentação adequada às crianças, segurança e higiene‖ (CURITIBA, 2018).

Encontrou-se na instituição alguns documentos históricos17, entre eles, Proposta Pedagógica (2005); Regimento Interno (2005); Regimento Interno (2012);

Regimento Interno (2016) e Projeto Político Pedagógico (2016), que serão analisados adiante.

4.1.1 O Corpo profissional e discente

16 Este horário de atendimento ainda é o mesmo conforme consta no Regimento Interno de 2005, atendendo crianças do berçário ao pré II.

17 Dia 06/03/2018 o CMEI foi atingido por uma enchente, o que fez com que se perdessem muitos dos documentos guardados de anos anteriores. Por isso a abordagem desta dissertação será feita a partir daquilo que conseguiram salvar na época e que for preservado, constituindo o acervo da instituição.

Para o levantamento de mais informações usou-se, além da pesquisa documental, o recurso da entrevista realizada com cinco professoras do CMEI, possuindo em média, idade entre 27 a 43 anos, todas efetivas na Rede Municipal de Ensino. Com experiência de 10 a 16 anos na primeira infância, porém somente uma com 12 anos de experiência na instituição pesquisada. Duas delas, atualmente trabalham diariamente no horário da permanência,18 as demais lecionam no maternal I e no pré I, as mesmas salas onde aconteceu a observação. Conforme segue no quadro 2.

Quadro 2 – Perfil das professoras e turmas

Prof. Idade Estado civil

Turma Idade das crianças

Tempo de experiência na EI em tempo integral

Experiência no atual CMEI

A 27 Solteira Pré I ¾ 10 3

B 43 Casada Maternal I 2 13 2

C 35 Casada Permanência Todas 13 12

D 40 Divorciada .

Permanência .

Todas 16 9

E 35 Casada Pré I ¾ 12 2

Fonte: Entrevistas, quadro organizado pela pesquisadora (2018).

O CMEI conta com um total de trinta funcionários, entre eles, dezenove professoras, uma diretora, uma secretária de apoio pedagógico, uma secretária de apoio administrativo, uma pedagoga (manhã), duas estagiárias, três funcionárias da limpeza (terceirizadas) e duas funcionárias da cozinha (terceirizadas). Atende um total de 123 crianças distribuídas como se apresenta no quadro 3:

18 Substituem os professores no dia em que realizam permanência para fazer planejamento ou cursos de aperfeiçoamento.

Quadro 3 – Número de crianças, professoras e turmas (2005-2018)

Fonte: PPP (2016) do CMEI – quadro organizado pela pesquisadora (2018).

Percebe-se pelos dados que não houve grandes diferenças no atendimento de crianças no período analisado: seu número permaneceu quase inalterado reduzindo a quantidade de crianças em uma ou duas nas turmas de maternal I e pré I, reduzindo um pouco mais (seis crianças) no maternal II; aumentando uma criança no berçário e permanecendo o mesmo número no pré II.

Quanto aos professores não houve alterações significativas, destacando-se apenas a entrada de uma estagiária em 2018, enquanto não se vê mais a figura do educador. Para este, ao contrário dos professores contratados pela Prefeitura de Curitiba, que devem possuir curso superior na área de educação, exigia-se apenas o magistério ao nível de Ensino Médio.

Conforme o Projeto Político Pedagógico da instituição, as crianças atendidas possuem pouco acesso a conteúdos culturais, acessam basicamente televisão, frequentam algumas vezes parques e praças. As famílias provêm de diferentes níveis sociais, em sua maioria possuem apenas o Ensino Fundamental, 4% delas tem formação superior. A renda média é de três salários mínimos, a maioria atua na área do comércio e 40% das famílias moram em área de invasão. Assim, mesmo com ações conjuntas com a Unidade de Saúde do bairro, para diagnósticos prévios e precisos das crianças em vulnerabilidade social, desenvolvendo campanhas de

CURSO TURMA E IDADE QUANT.

CRIANÇAS 2018

QUANT.

CRIANÇAS 2005

NO PROF. 2018 NO PROF.

2005

CRECHE BERÇARIO (1ano) 19 18 3 3

MATERNAL I (2 anos) 22 23 3 2

MATERNAL II (3 anos) 20 26 2 2

PRÉ – ESCOLA

PRÉ I (4 anos) 30 32 2 professoras

de EI; 1 docência I (manhã) e 1 estagiária (manhã)

1 educador 2 prof.

PRÉ II (5 anos) 32 32 2 2 educadores

1 prof.

conscientização e prevenção, os pais ainda esperam da instituição mais atitudes assistencialistas (CURITIBA, 2016f).

Quanto à escolha para atuar na profissão, conforme se observa no quadro 4, obteve-se como resposta desde a paixão ou gosto pela profissão e por crianças, até como sendo a única opção daquele momento na vida do entrevistado. Todas as professoras possuem habilitação em Pedagogia, somente três possuíam o curso de magistério ao nível do Ensino Médio, antes de cursar o ensino superior e apenas duas (das cinco entrevistadas) possuem pós-graduação. A falta de tempo é a alegação dada para a não complementação de estudos. No entanto, a formação continuada deveria acontecer todas as semanas com a orientação da coordenação pedagógica no horário da permanência de cada professor, por questões diversas nem sempre esta é possível. Ao longo do ano a Secretaria Municipal de Educação oferece cursos que abordam temas diversos, porém no momento os temas ofertados são sobre direitos humanos e ideologia de gêneros. Para a professora D (2018), ―as formações nos últimos anos foram reduzidas‖.

Nenhuma das entrevistadas ocupa outra função na Rede Municipal de Ensino, sendo que todas trabalham em tempo integral, ou seja, oito horas diárias.

Porém a entrevistada B já atuou em um CMEI onde as crianças permanecem quatro horas diárias.

Quadro 4 – Formação das professoras

Professora Porque escolheu atuar na EI? Qual sua formação?

A Quando fez o concurso tinha somente magistério e era onde poderia atuar.

Magistério, Pedagogia e Pós em Psicopedagogia.

B Gosto de trabalhar com criança. Magistério, Pedagogia e Pós em Psicopedagogia.

C Gosto de trabalhar com criança. Pedagogia.

D Queria atuar na área de educação, e naquele momento precisava trabalhar.

Pedagogia.

E Paixão pela EI, comecei a lecionar religião com 17 anos e decidi seguir o caminho.

Magistério e Pedagogia.

Fonte: Entrevistas, quadro organizado pela pesquisadora (2018).

Considera-se que as educadoras deveriam se sentir diante de um desafio - o que e como trabalhar com a educação infantil em tempo integral conforme as necessidades da criança – procurando realizar uma formação continuada que pudesse contribuir para a reflexão sobre essas questões. Esta formação com base em fundamentação teórica sobre formação integral, discutindo as múltiplas dimensões que devem ser trabalhadas com cada criança seria um bom começo, porém essa iniciativa além de não ocorrer na instituição, aproveitando-se as horas de permanência também não encontra respaldo na Secretaria Municipal da Educação que deveria realizar um projeto de formação consistente para isso.

Em sua tese Branco (2009,) supõe que um professor para efetivar a educação integral, um fragmento pouco explorado na academia e nas práticas internas da escola, necessita ter formação continuada advinda dos sistemas educacionais, e de uma reestruturação interna das escolas que auxilie na procura e compreensão de conhecimentos não edificados, mediante a reflexão coletiva sobre saberes, práticas, ação e construção da autonomia e diálogo profissional.

No documento UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ (páginas 91-95)