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O Curso de Pedagogia da Unidade Acadêmica Especial de Educação da

O currículo do curso de Pedagogia foi elaborado na década de 1980 em regime anual, com habilitação para a docência nas séries iniciais do ensino fundamental e nas disciplinas pedagógicas do antigo curso de Magistério, em nível de segundo grau. Com essa proposta, a UFG suspendeu a formação de pedagogos nas habilitações em Supervisão Escolar, Administração Escolar, Orientação Educacional e Inspeção Escolar (MOURA, 1998).

Segundo Moura (1998),

[...] em Goiás, a partir de 1979, a Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás – FE/UFG e o Departamento de Educação da Universidade Católica de Goiás – EDU/UCG, representados por agrupamentos de seus professores, participaram das discussões nacionais e criaram, no espaço interno, de cada instituição, situações de debates e reflexões sobre a formação de professores especificamente do Pedagogo. Esses debates e reflexões originaram novas propostas curriculares para o curso de Pedagogia. Essas propostas foram formalizadas na FE/UFG, em 1983 [...]. A FE/UFG, já em 1979, período que antecede a formalização do Comitê Pró-Formação do Educador, apresentou uma proposta ao Ministério da Educação (a pedido deste), revelando a necessidade de se formar Pedagogos docentes, suprimindo as habilitações “técnicas”. Foi a primeira no Brasil a reformular o Curso de Pedagogia dando ênfase na docência. Fez opção pela escola pública e traçou parâmetros para a formação de um profissional com compromisso político de transformação da realidade da escola pública. Esses dados dão à FE/UFG, instituição pública, autonomia em relação ao processo de construção do currículo. Sua prática busca o ideal de uma

16 Término do segundo semestre de 2016 previsto para abril de 2017, devido à greve das

escola pública democrática, voltada para o interesse da maioria da população. Na busca desse ideal, a FE/UFG rompeu com a formação dos Pedagogos “técnicos”, consolidada há quatorze anos no Brasil (MOURA, 1998, p. 133).

Ainda de acordo com Moura (1998), a grade curricular do curso de Pedagogia concentrava, no primeiro ano do curso, a área de fundamentos. No segundo, estavam as disciplinas direcionadas para a formação pedagógica na relação conteúdo/método, especificamente para a escola de primeira fase do primeiro grau. No terceiro ano, focava-se na relação indissociável entre teoria e prática, na didática e prática de ensino, na formação pedagógica associada à Arte, e na formação para as séries iniciais da escolarização. E o último ano do curso estava voltado para a formação específica nas disciplinas do magistério do segundo grau.

Em relação ao Estágio Supervisionado, a Resolução nº 207, que fixou o currículo do curso de Pedagogia da UFG em 27 de janeiro de 1984, determinou, em seu art. 9º, que “As práticas de ensino, sob a forma de estágio supervisionado, serão obrigatoriamente acompanhadas pelo mesmo professor que ministrou o conteúdo e a metodologia da área”. No parágrafo único, assinalou que “A obrigatoriedade estabelecida neste artigo aplica-se também aos professores dos conteúdos e metodologias específicas da primeira fase do 1º grau” (UFG, 1984, p. 5).

De acordo com essa Resolução, a disciplina DPE possuía carga horária de 320 horas anuais e sua ementa priorizava a

Elaboração e execução de projetos de atividades de docência junto à Escola de Ensino Fundamental (1ª a 4ª séries), nas áreas de Língua Portuguesa e Alfabetização, Matemática, Ciências, Estudos Sociais e Artes e Recreação, a partir da realidade da Escola. Elaboração de propostas a serem executadas pela Escola (UFG, 1984, p. 16).

Com a extinção do curso de Magistério em nível de segundo grau, prevista a partir da aprovação da LDB de 1996, reforçou-se a necessidade de atualização das áreas e definição das novas habilitações para o curso de Pedagogia.

Nos anos de 2002 e 2003, na Faculdade de Educação da UFG e no Fórum de Licenciatura da mesma universidade, houve momentos de debate, contando com a participação de representantes das diversas unidades da instituição, tendo como objetivo a reforma curricular dos cursos de graduação. Disso resultou um novo currículo para o curso de Pedagogia, que passou a ser configurado em regime semestral. Essa reorganização começou a ser implantada em todas as unidades da instituição.

Com base no Projeto Político Pedagógico (PPP) do curso de Pedagogia (2003), essa nova proposta curricular

[...] está em sintonia com os debates nacionais envolvendo entre outros, a Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (ANFOPE), o Fórum de Diretores das Faculdades/Centros de Educação das Universidades Públicas do País (Forundir), a Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação (Anped), a Associação Nacional de Política e Administração da Educação (Anpae) e, ainda, com a legislação educacional em vigor e as deliberações da UFG, em especial em seu Regulamento Geral dos Cursos de Graduação (PPP, 2003, p. 09-10).

Nesse contexto, os planos de cursos passaram a definir como base a formação docente. Além disso, passou-se a priorizar a escola pública como espaço de investigação, problematização e reconstrução do processo docente educativo e da profissionalização do professor. Os planos destacaram, ainda, a articulação entre as diversas áreas do saber, buscando a compreensão e a superação dos problemas existentes nas escolas de ensino fundamental.

Com a mudança da matriz curricular no ano de 2003, o curso de Pedagogia passou a habilitar para a docência na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental. Nesse contexto, a disciplina DPE, anteriormente responsável pelo Estágio do curso, dividiu-se em duas: Didática e Formação de Professores e Estágio em Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental I, II, III e IV.

4.5. A Disciplina Estágio Supervisionado do Curso de Pedagogia da Unidade