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O embalo da oficina pedagógica: movimento do saber inclusivo

pode ajudar no desenvolvimento de ensino aprendizagem, através da socialização e aquisição dos conhecimentos geográficos. Possibilita entender os conteúdos e conceitos geográficos, como permite construir conhecimentos, com ênfase na ação, sem perder de vista, a sua base teórica. Nesta perspectiva, Vieira e Volquind (2002, p.03), conceituam como sendo “um tempo e um espaço para aprendizagem; um processo ativo de transformação recíproca entre sujeito e objeto; um caminho com alternativas, com equilibrações que nos aproximam progressivamente do objeto a conhecer”. Essa ideia nos esclarece e reforça que oficina pedagógica é um movimento carregado de situações concretas e de significados, baseado no sentir, pensar e agir a partir do contato com os objetos pedagógicos. No entanto, o processo metodológico de uma oficina ocorre apropriações, construções e

produções de conhecimentos teóricos e práticos de forma reflexiva e ativa.

A palavra “oficina”, deriva do latim seu significado, figurativamente, “escola” (FARIA, 1962), as oficinas pedagógicas que supõem um contexto pedagógico ao mesmo tempo são estáveis e dinâmicas, porque uma oficina oferece condições de se trabalhar, possibilitando a construção na vivência de conexão de conhecimentos, habilidades, atitudes, competências e valores.

A organização de uma oficina implica num esforço pedagógico pessoal e coletivo, com a racionalidade e objetividade própria da pedagogia associada à abordagem da dimensão afetiva e emocional do indivíduo, de modo a permitir a desconstrução do preconceito e tabus e a reconstrução dos valores, crenças, hábitos sociais historicamente construídos. Conforme ilustra Ander -Egg (1991 p. 27), “uma oficina é uma prática iluminada pela teoria, com a qual adquire a capacidade de aplicar conhecimentos teóricos e de dar às ações uma perspectiva e significação que transcende enquanto ato concreto”. Entretanto, a oficina possibilita a experimentação de novos conhecimentos, relacionamentos e problematização como o universo social, cultural e político.

As oficinas também trazem como característica, a abertura de espaços de aprendizado que buscam o diálogo entre os participantes. Embora, neste espaço surge um novo tipo de comunicação entre o educador e educando, que implica por meio das etapas, regras, e dificuldades que fazem parte do processo. Sobretudo, o que define sua estrutura é uma equipe de trabalho, onde cada um contribui com suas experiências e conhecimentos. E o professor é o dirigente, mas também aprendiz, cabe a ele diagnosticar o que cada participante sabe e promover o ir além do imediato. (VIEIRA et al, 2002.)

Neste sentido as autoras Vieira e Volquind (2002, p. 36), destacam que “a oficina não é somente um lugar para aprender fazendo, mas, sobretudo, para desenvolver o pensar, o sentir, o intercâmbio de ideias, a problematização, o jogo, a investigação, a descoberta e a cooperação”. Neste prisma, entendemos que a oficina pedagógica é o espaço de construção e reconstrução dos conhecimentos em suas múltiplas possibilidades de aprendizagem. Sobretudo, ela traz consigo várias metodologias e estratégias de trabalho, e assim, tornando uma importante proposta de ensinar e aprender de maneira dinâmica, eficaz, e facilitadora para o aprendizado.

Deste modo, a oficina neste processo assume a finalidade em articular os conceitos envolvidos bem como os pressupostos e as noções com ações concretas vivenciadas pelo sujeito participante e aprendiz, como também vivenciar e executar atividades em equipes, ou seja, apropriação ou construção de forma coletiva de saberes. (PAVIANI; FONTANA, 2009)

Contudo, a oficina pedagógica é muito importante para o processo de ensino aprendizagem, pois além de transmitir conhecimento torna o aprender interessante e prazeroso. Pois através da oficina pode- se envolver com o mundo de representações e da criatividade fazendo com que o estudante se envolva e aprenda a gostar de Geografia. Para tal, torna-se um forte recurso pedagógico onde os educandos aprendem atividades concretas a conviver e trabalhar em grupo, aceitando as diferenças existentes entre todos e, ajudando nas limitações dos outros. (TORRES, 2002). Sendo assim, a oficina pode estabelecer uma independência das ações educacionais em relação aos modelos que priorizam mais uma área do saber do que outra, ou seja, oportuniza estratégias de resistência à qualificação ou desqualificação de saberes pelas agências oficiais de ensino.

A proposta da oficina pedagógica que elaboramos possibilitou estabelecer as relações entre os conteúdos de espaço Urbano e Rural com os conceitos principais da Ciência geográfica, permitindo a partir da leitura do espaço vivido do estudante entender, refletir e a pensar em ações que caminham na direção do aprendizado. Para a elaboração da Oficina Pedagógica foram utilizados recursos acessíveis, de fácil adaptação e com baixo valor, com intuito maior de encontrar caminhos que auxiliem no ensino de Geografia. Para, além disso, esse material pedagógico foi construído e pensado em oferecer para os professores de Geografia um recurso que possibilite adaptar diferentes conteúdos da ciência geográfica, e de certo modo, tornar aulas de Geografia mais ricas, prazerosas, satisfatórias, como também, superar barreiras de ensino e aprendizagem presente no processo educativo.

Ao pesquisar, sistematizamos e conhecemos os referenciais que nos concederam todos os conhecimentos correlacionados ao universo da aprendizagem e da oficina pedagógica, acreditamos que esse recurso pedagógico, facilita para o professor de Geografia trabalhar com diversos conteúdos e conceitos da ciência geográfica. É possível o professor usar a mesma metodologia da Oficina Trilha Geográfica e adaptar em suas etapas situações que remetam às diferentes temáticas trabalhadas em sala de aula, e assim, fazendo com que dê sentido e

significados para aula de Geografia em consonância com a realidade que os estudantes estão inseridos.