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O FILME, SEUS ASPECTOS E SUA ANÁLISE DOCUMENTÁRIA

Contata-se que a partir dos parâmetros teórico-conceituais de análise documentária, faz-se também necessário trabalhar com os aspectos que permeiam as atividades do universo fílmico, pois “No universo audiovisual, a natureza da informação e os suportes exigem procedimentos particularizados de tratamento, não encontrados nas práticas tradicionais.” (CORDEIRO, 1996, p. 2). Não caberá neste estudo relatar sobre a invenção dos filmes, sua evolução – do cinema mudo em preto e branco para o falado e colorido – e nem tampouco sobre o surgimento do meio cinematográfico com os irmãos Lumière. O intuito será levantar as questões atinentes aos elementos que compõem o filme e sua análise7.

Como documento audiovisual ele “[...] reproduz imagens fixas ou móveis, bem como registros sonoros em qualquer suporte, e que exige equipamento apropriado para ser visualizado ou executado [...].” (CAVALCANTI; CUNHA, 2008, p. 133). O que o torna um suporte específico e único – além de trazer ao espectador imagens e som - é o fato como afirma Cordeiro (2000, p. 17), de ser um produto final resultante de um longo processo, o qual estão inseridas atividades de planejamento, roteiro, seleção de atores, diretores e outras funções. Devido a isso, “[...] a linguagem cinematográfica não pode ser reduzida à imagem em movimento e ao som, pois ela inclui o conjunto de planos, ângulos, movimentos de câmera e recursos de montagem que compõem o universo de um filme.” (CORDEIRO, 2010, p. 83). Ainda para a autora, o filme gera uma série de documentos ao longo de sua produção que devem ser analisados junto a ele, facilitando a produção de sentido do indexador.

O filme independente do seu foco, sua destinação e dos documentos produzidos tem o objetivo de nos contar uma história. A maneira de como os fatos irão se desencadear no decorrer do filme ocorre sob três égides do texto literário e que a área do cinema narrativo se apropria: narrativa, narração e diegese. São também conhecidos por “tripartição operacional de Gérard Genette” (VANOYE; GOLIOT-LÉTÉ,

7 Dentro da perspectiva de Vanoye e Goliot-Lété (2012, p. 14), “Analisar um filme ou um fragmento é, antes de mais nada [...] decompô-lo em seus elementos constitutivos.”.

2012, p. 37).

A narrativa é a história que irá ser contada, envolvendo os fatores de imagem, som, música. Além de dar espaço para que a história se construa (VANOYE; GOLIOT- LÉTÉ, 2012, p. 38), a narrativa é “[...] um enunciado que se apresenta como discurso, pois implica, ao mesmo tempo, um enunciador (ou pelo menos um foco de enunciação) e um leitor-espectador.” (VERNET, 2012, p. 107).

Figura 3 – Composição da narrativa

Fonte: Sistematização realizada pela autora baseada em Vanoye; Goliot-Lété, (2012, p. 38)

A narração, por sua vez, está inserida no campo literário como a junção e a relação da enunciação com o enunciador. Isto é, se manifesta dentro da história que ela mesma está de certa forma “contando”. Ou como melhor exemplifica Vernet (2012, p. 109), a narração se caracteriza dessa forma, pois ela “[...] agrupa, ao mesmo tempo, o ato de narrar e a situação na qual o ato se inscreve.”.

Figura 4 – Composição da narração

Fonte: Sistematização realizada pela autora baseada em Vernet (2012, p. 109-110) Imagem Som Música História Narrativa Narração Enunciador Enunciação

Como último elemento da tripartição, a diegese se caracteriza por abarcar tanto a história quanto o mundo criado por ela. Para melhor compreensão, recorro aos filmes da saga Harry Potter, que foram baseados nos livros da autora J.K. Rowling. A diegese dos filmes de Harry Potter é composta pelo mundo mágico em que o personagem se encontra somada a história contada em cada filme em que Harry e seus amigos têm de enfrentar um obstáculo cada vez mais difícil.

Figura 5 – Composição da diegese

Fonte: Sistematização realizada pela autora baseada em Vernet (2012, p. 113-115)

Próximo aspecto dos filmes a ser abordado refere-se à estética do filme e às técnicas utilizadas na área de Cinema e Audiovisual, uma vez que são de suma importância para a análise do indexador. Entender o enquadramento da imagem, os ângulos de filmagem, os recortes do plano, os efeitos sonoros e o processo de montagem irá nortear o indexador acerca das tendências de filmagem, a traçar os estilos dos diretores e ao usuário que procura um filme pelos planos utilizados e/ou pelos efeitos sonoros. E é nesta circunstância que na análise fílmica a descrição e a indexação “andam” juntas, em razão de esses prismas descritivos possuírem um elevado grau de influência na busca do usuário especializado na área de cinema. Relacionados à câmera temos o enquadramento, o ângulo e o plano. O enquadramento da imagem refere-se àquilo que a câmera está “recortando” (CORDEIRO, 2000, p. 28-29). Difere-se do ângulo de filmagem, pois ele foca naquilo que o diretor quer realçar no filme. Já o plano é o trecho do filme sem intervalo de filmagem e ele possui as seguintes classificações que

História Contexto/ ambiente criado ou recriado Imagem Som Música Narrativa Diegese

[...] dependem da parte representada do personagem e do espaço que há acima e abaixo dele: plano detalhe (um detalhe do personagem), grande plano (ombros e cabeça), meio plano (o marco inferior do quadro pode cortar desde a cintura até o peito), plano americano (o marco inferior situa-se na altura dos joelhos do personagem representado), plano de união (apresenta o corpo inteiro sem nenhum espaço, nem abaixo, nem acima), plano de conjunto (o personagem deve apresentar três quartos ou mais da altura da moldura, mas nem sempre deve haver algum espaço), grande plano geral (representa grandes cenários). (MOREIRO GONZÁLEZ; ROBLEDANO ARILLO, 2003, p. 30-31).

O som, de acordo com Aumont (2012, p. 44), foi um elemento introduzido tardiamente no mundo cinematográfico, pois o objetivo do cinema era antes de mais nada reproduzir imagens em movimento. Com a sua inserção, o som foi se tornando “[...] um dos componentes fundamentais para a expressividade do filme [...]” (CORDEIRO, 2000, p. 30) que abrange desde os diálogos entre os personagens até a trilha sonora que ilustra os momentos da narrativa. O som divide-se em som in e som off no que diz respeito às falas dos personagens. Som in é quando o emissor do som está presente no enquadramento da imagem. Som off é o contrário: ocorre quando aparece a imagem, escuta-se algo e não sabe-se de que lugar ele vem. O som off é bem comum em filmes com narrador observador ou o narrador personagem descrevendo algum acontecimento já vivido.

A montagem (edição), por seu turno, é o recurso final na produção de um filme. Nela há a união de todos os planos e sua edição sempre que forem necessárias algumas mudanças ou quando forem diagnosticados alguns erros. É a partir da montagem que a narrativa fílmica adquire sentido, seguindo a cronologia dos fatos de acordo com o roteiro. Essa atividade é supervisionada pelo diretor em que o montador edita, une e modifica os planos através de programas específicos de computador.

Após abordagem da estética do filme, outro fator que auxilia na indexação é a análise dos documentos que são produzidos na elaboração do filme. Relacionado ao conteúdo, tem-se o Argumento, Roteiro e Texto de dublagem. Há os documentos atrelados às etapas de filmagem que são o Storyboard, Análise técnica do roteiro, Cronograma, Plano de preparação, Plano de filmagem, Plano de finalização, Folha de continuidade, Ordem do dia, Boletim de câmera, Boletim de som, Controle de estoque de material, Relação de equipamento, Controle de material de cenografia, figurino, etc, Controle de laboratório, Plano de produção de dublagem, Controle de loops para

dublagem, Mapa de mixagem, Mapa de trucagem e Certificado de Censura. E por último, os documentos associados a divulgação e venda do filme: Sinopse, Press release, Trailer, Cartaz, Cartazete, Foto-Cartaz, Foto de Cena, Outdoor, Display, Contratos de comercialização e o Borderô sobre renda dos filmes.

As definições que seguirão acerca dos documentos estarão embasadas na conceituação feita por Cordeiro (2000, p. 60-75). No que tange ao conteúdo, o

argumento é uma espécie de tese a ser desenvolvida posteriormente pelo roteiro, nele

consta a ideia central do filme e de acordo com o Glossary of filmographic terms da FIAF(2012) caracteriza-se por ser a “descrição da estória de um filme delineando de forma básica suas ações, situações e personagens”; o roteiro, por sua vez, é o texto em que a preocupação é delimitar, descrever as cenas, os acontecimentos e diálogos da narrativa, ou seja,o roteiro “[...] é um texto para ser produzido em formato de filme. Contém todas as cenas, diálogos e ações e geralmente segue um padrão já estabelecido.” (FIAF, 2012); e como último documento relacionado ao conteúdo, o texto

de dublagem é um levantamento daquilo que foi improvisado e que então entrará no

filme.

Acerca dos documentos das etapas de elaboração de um filme, tem-se o storyboard - representação em desenhos das passagens do filme descritas no roteiro; a análise técnica do roteiro cujo objetivo é levantar o que será necessário para a construção das cenas, como figurino, cenário, atores, efeitos especiais e sonoros, entre outros; o cronograma que auxilia no controle do tempo e dos gastos necessários para a filmagem; o plano de preparação que lista as atividades da produção; o plano de

filmagem para planejar o que será filmado e em quais dias; plano de finalização para

determinar as atividades a serem executadas antes da montagem; folha de

continuidade com a finalidade de subsidiar os montadores e os diretores no processo

de montagem, pois ela informa o que aconteceu em cada plano; ordem do dia que delimita as atividades do próximo dia de filmagem; boletim da câmera para designar qual foi o posicionamento da câmera, ângulos e demais técnicas utilizadas na filmagem;

boletim de som se caracteriza de forma semelhante ao boletim da câmera, porém

relacionado aos efeitos sonoros; o controle de estoque de material, relação de

laboratório e controle de loops para dublagem servem, como a denominação indica,

para controlar os respectivos materiais; o plano de produção de dublagem preocupa- se com a ordenação dos diálogos a serem dublados; o mapa de mixagem que lista o som e o mapa de trucagem aponta os efeitos mecânicos ou óticos de cada cena; e o

certificado de censura delimita a faixa etária do filme e legaliza a sua exibição

(Cordeiro, 2000, p. 60-75).

Para fins publicitários, a sinopse é um importante documento por resumir o filme para fins de divulgação. Importante frisar que na sinopse deve-se introduzir a história do filme, não podendo conter seu desfecho de acontecimentos. Ela e as demais características técnicas do filme vêm escritas no press release. O trailer é outro elemento imprescindível na divulgação do filme, sendo um pequeno vídeo com cenas selecionadas para dar aos espectadores um “gostinho” de como será a produção cinematográfica – afinal quantos de nós já não ficamos ansiosos por um filme só de assistir ao trailer? Os cartazes, cartazetes, fotos-cartaz, fotos de cena e outdoors também instigam a curiosidade do espectador ao mostrar imagens sobre os personagens e/ou cenas do filme sendo que algumas bidimensionais. O display é outro artefato que gera curiosidade e atrai atenção do espectador. Ele é algum objeto relacionado ao filme exposto nas ruas, shoppings centers, e até mesmo no pátio dos cinemas. O contrato de comercialização está ligado à venda e o borderô sobre renda dos filmes refere-se ao que foi arrecadado com essa venda (Cordeiro, 2000, p. 60-75).

Além dos elementos destacas até então, na análise fílmica é importante selecionar imagens de ações que representem importantes passagens do filme, observando o plano, os seres, as atividades daquela cena “congelada”, seu tempo e espaço. Essa seleção é subjetiva assim como a própria indexação, pois para cada profissional, imagens diferentes podem ser selecionadas e possuir diferentes graus de relevância. Peter Burke atenta para essa subjetividade em seu capítulo sobre fotografia e retratos (2004, p. 25-41) afirmando que a fotografia, imagem e retratos não podem ser tratadas como fiéis representantes da realidade ou como testemunho histórico, pois o fotógrafo ou o pintor “[...] selecionam que aspectos do mundo real vão representar.” (BURKE, 2004, p. 27).

Isto é, trazendo para o universo fílmico o próprio foco e enquadramento da câmera pode estar ancorado na visão que o diretor quer transmitir para aquela cena. Seu recorte “[...] pode tanto enganar como educar.” (JOLY, 2007, p.19), e desencadear diferentes reações dependendo do contexto. E se realmente o intuito do diretor for criar um filme sob uma lógica que irá ser desconstruída no final, mais atenção ainda deverá ter o analista-indexador no momento de sua seleção.

Uma análise ideal e rica em completude tem a incumbência de responder a seguinte sequência de questionamentos: Quem? Como? O quê? Onde? Quando? (MOREIRO GONZÁLEZ; ROBLEDANO ARILLO, 2003, p. 50). Shatford (1986, p. 43) também utiliza as perguntas “A imagem é de que?” e “ A imagem é sobre o que?” para auxiliar na sua representação – como será abordado a seguir.

Dessa forma, o analista-indexador deve atentar para o fato de que o seu significado pode ser, de acordo com Shatford (1986, p. 42-48), genérico e específico (no caso das fotografias). Ela pode também ser “DE” algo geral e específico e “SOBRE” algo dependendo da visão de seu espectador e de seu contexto. Em sua exemplificação, a autora ilustra o caso da ponte. Para diferenciar, recorre-se ao exemplo de uma imagem com um homem segurando uma arma em campo de batalha - ela possui o sentido genérico de guerra e específico de representar aquele ser humano individual. Essa imagem é “DE” genericamente um homem, “DE” especificamente um homem segurando uma arma no campo de batalha e “SOBRE” guerra, cenário de guerra, o homem na guerra, conflitos da humanidade, entre outros símbolos.

Essas dimensões da imagem trabalhadas por Shatford (1986) estão ancoradas na perspectiva de Panofsky (1979), em que o autor trabalha com três níveis de análise da imagem nas artes plásticas que podem também auxiliar na análise fílmica: pré- iconográfico – visão genérica do que está sendo representado/visto na imagem; iconográfico – visão que une o aspecto levantado no nível anterior somado aos símbolos que a imagem pode possuir e representar; e iconológico – relacionado à subjetividade da visão do espectador, em que uma mesma imagem irá reunir uma gama de significados dependendo do contexto e da bagagem cultural de cada um. Possível a percepção de como Shatford simplificou os estudos de Panofsky e a relação que existe entre o “DE” genérico de Shatford (1986) com o níveis pré-iconográfico de Panofsky

(1979), o “DE” específico com o iconográfico e o “SOBRE” com o nível iconológico. Essa relação também está explicitada no quadro a seguir:

Quadro 5 – Relação entre Shatford (1986) e Panofsky (1979)

Fonte: Smit (1996, p. 32).

Ao levar em consideração os elementos que compõem o filme e os aspectos da imagem descritos anteriormente o analista-indexador tem a possibilidade de utilizar as classes de indexação levantadas por Gil Leiva e Fujita (2012, p. 85-88), como demonstra a figura a seguir. Importante frisar que esse recorte irá mudar dependendo da instituição na qual esse processo está sendo feito:

PANOFSKY Exemplo SHATFORD Exemplo

Nível pré- iconográfico, significado fatual Homem levanta o chapéu DE genérico Ponte Nível iconográfico, significado fatual Sr. Andrade levanta o chapéu

DE específico Ponte das Bandeiras

Nível pré- iconográfico + iconográfico, significado expressivo Ato de cortesia, demonstração de educação, etc.

SOBRE Transporte urbano, São Paulo, Rio Tietê, arquitetura,

Figura 6 – Classes da Indexação

Fonte: Sistematização elaborada pela autora baseada em GIL LEIVA; FUJITA (2012, p. 85-88) Para o universo dos filmes, os itens representados na figura acima mudam e configuram-se de acordo com Cordeiro e Amâncio (2005, p. 92) que em seu artigo sobre análise e representação de filmes as elencam da seguinte forma: Principais agentes, formas de expressão, espaço e tempo da narrativa, como ela se desencadeia (sua estrutura), gênero, referência histórica, temas abordados, sinopse, e informações e documentos referentes ao filme. Collison ([1972]) também traz abordagem quanto aos elementos que devem ser analisados e indexados no filme. A seguir uma comparação entre as abordagens de Cordeiro e Amâncio (2005) e Collison ([1972]), em que é clara a percepção de maior nível de abrangência dos elementos levantados por Cordeiro e Amâncio (2005): INDEXAÇÃO TEMÁTICA Palavras-chave; Descritores temáticos; Cabeçalhos de assunto INDEXAÇÃO DE LUGAR Descritores de lugar; Cabeçalhos de lugar INDEXAÇÃO DE TEMPO Datas; Descritores cronológicos INDEXAÇÃO DE NOMES PRÓPRIOS Nomes próprios de pessoas ou de objetos

Quadro 6 – Comparação entre elementos a serem analisados e indexados

Elementos de Cordeiro e Amâncio (2005)

Elementos de Collison ([1972])

Principais Agentes Elenco; Produtor; Diretor

Formas de expressão - Espaço da Narrativa - Tempo da Narrativa - Estrutura da Narrativa - Gênero - Temas - Sinopse Sinopse

Informações referentes ao filme Lugar e data de publicação; fabricante ou estúdio; Largura; Comprimento;

positivo ou negativo; silencioso; sonoro.

Fonte: Sistematização realizada pela autora baseada em Cordeiro; Amâncio (2005, p. 92); Collison ([1972], p. 114-116).

Alguns desses elementos também são utilizados pelo “FIAF Moving Image Cataloguing Manual” –ferramenta de descrição de filmes criada pela FIAF. Além de dar conta da descrição de título, série, elenco, créditos, entre outros, o manual abarca a descrição das manifestações do filme, como documentos e outros materiais que envolvem desde sua produção até seu lançamento. Outro documento produzido pela FIAF é o “Indexing Rules”. Ele apresenta uma orientação para indexação e resumo de filmes, também levando em conta os documentos produzidos desde o processo de filmagem até o produto final.

Ainda inserido no âmbito dessas questões, há de se levar em conta o espectador/usuário. Está cada vez mais perceptível o fato de haver uma evolução

justamente na preocupação com o espectador. Como prova disso, tem-se o exemplo do estúdio Paramount Pictures – um dos principais estúdios de cinema da atualidade – que realiza uma prévia dos filmes que são produzidos com espectadores selecionados. E dependendo da opinião deles após assistir o filme, o roteiro é modificado e as cenas são regravadas antes do filme ser vendido para os cinemas8.

Nesta perspectiva, contata-se o quão crucial é para o indexador pensar se o modo como ele está interpretando aquele determinado filme está convergindo com a maneira que o espectador/usuário produz sentido na recepção da narrativa. A dificuldade em tornar esses “dois mundos” confluentes é devido a cada pessoa ser única – tanto no sentido científico como romântico da fala -, e como consequência, ter uma interpretação diferente do mesmo material a ser analisado.São fatores sociais, culturais e até psicológicos que influenciam nas duas vertentes.

Assim, da simples ilusão de movimento a toda uma gama complexa de emoções, passando por fenômenos psicológicos, como a atenção ou a memória, o cinema é feito para dirigir-se ao espírito humano, imitando seus mecanismos: falando psicologicamente, o filme não existe nem na película nem na tela, mas somente no espírito que lhe proporciona sua realidade. (MARIE, 2012, p. 225).

Destarte, os conceitos até então levantados foram utilizados na construção do instrumento de pesquisa e aplicados no campo empírico e apresentam-se de suma importância para a indexação de filmes.

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