• Nenhum resultado encontrado

4 O LINDA E D ESTRUIÇÃO: A INVASÃO HOLANDESA

Olinda Holanda Teus verdes olhos (estandartes do céu, do mal, Do mar de Olinda) Sacodes ferina a sina — secreto sobrado de minha solidão Transvestes o amor da cor Do mistério sem fim do canavial.

Romildo Gouveia Pinto2

A invasão de Olinda é tida como castigo divino e tem uma explica- ção baseada nas narrativas que circularam por séculos, como relatos míticos e com conotação religiosa, para explicar a ocorrência da invasão dos holandeses. Ela deveria ser entendida como punição. Lembramos a intensa religiosidade e a fé católica, que faziam parte da cultura portu- guesa trazida na colonização do Brasil.

O cronista português Frei Manuel Calado nasceu em Vila Viçosa, em 1607. Veio para o Brasil como pregador apostólico e aqui viveu cerca de 30 anos e lutou contra os holandeses durante a invasão de Pernambuco. Em sua versão sobre esses fatos, explica que Frei Antonio Rosado, da Ordem do Patriarca São Domingos, visitador do Santo Ofício, pronunciou, no púlpito, o sermão que prenunciava: “[...] de Olinda a Olanda não há aí mais que a mudança de um i em a, e esta vila de Olinda se há-de mudar em Olanda, e há-de ser abrasada por os holandeses antes de muitos dias; porque, pois, falta a justiça da terra, há-de acudir a do céu.”3

A descrição de Olinda feita por Frei Manuel Calado4 evidencia o

fausto, o luxo e a riqueza da vila no período anterior à invasão:

Quem se houvesse achado na vila de Olinda, cabeça da grande capi- tania de Pernambuco, e das demais da parte do Norte, antes que os Holandeses a ocupassem, e a tornasse a ver depois que nela entraram os Holandeses, e a renderam, sem muito parafusar, em breve alcan- çaria, que havia sobre ela caído a vara da divina justiça; a instância dos pecados em que estava enlodada. Era aquela república antes da chegada dos Holandeses a mais deliciosa, próspera, abundante, e não sei se me adiantarei muito se disser a mais rica de quantas ultramarinhas o Reino de Portugal tem debaixo de sua coroa e cetro. O ouro e a prata era sem número, e quase não se estimava: o açúcar tanto que não havia embarcações para o carregar, que com entrarem cada dia, e saírem de seu porto grandes frotas de naus, navios, e caravelas [...] O fausto, e aparato das casas era excessivo, porque por mui pobre, e miserável se tinha o que não tinha seu serviço de prata.

Se os detalhes desta riqueza é mito ou lenda, o importante é que Olinda mostrava-se como uma das mais prósperas vilas e era o centro de toda a vida financeira, política e religiosa da região, sendo, inclusive, a sede da Capitania de Pernambuco, onde residiam as famílias mais endinheiradas. Assim repetia o fausto que existia em Lisboa, cujos cos- tumes foram trazidos para a nova terra. Para isso, a produção do açúcar era indispensável, como podemos constatar nas descrições a seguir:

Olinda era a primeira em tudo, sobretudo em riqueza, tanto que se falava até em fechaduras de prata usadas nas portas, pelo menos de suas principais residências, talvez mais um exagero de sua notória vai- dade. Mas se não era tanto era quanto, pois as baixelas ou serviços de mesa desse metal foram notadas e registradas em cartas dos jesuítas.5

Era, portanto, intenso o tráfego de navios entre Portugal e a Colô- nia, tanto levando a produção das riquezas naturais como trazendo o que a população precisava, inclusive artigos de luxo: “[...] com o contí- nuo aumento da produção e constante estimação do açúcar, a riqueza de Pernambuco crescia palpavelmente nos começos do século XVII e

com ela o luxo dos moradores e a distenção moral.”6

Estas informações sobre a riqueza e o estilo de vida da população de Olinda são importantes, por evidenciar sua maneira de ser, sua men- talidade, seu “orgulho” e a “vaidade” por sua terra, ressaltados no capí- tulo anterior. Para os olindenses, os relatos sobre esta história antiga de sua cidade permaneceram na memória e no imaginário da população; são traços identitários que circulam entre as gerações.

Destacam-se também nos relatos as representações da cidade de Olinda em seu período colonial e, principalmente, a influência e as marcas que os portugueses colonizadores e os holandeses invasores dei- xaram e como isso foi transmitido pelas gerações. Apresentamos inicial- mente as representações sociais trazidas por Alexandre Alves Dias, em seu depoimento sobre a história de Olinda, no qual fala dos ciclos de apogeu e declínio da cidade:

Olinda sempre teve os seus momentos de ápice e de baixa, que vai começar com a ocupação holandesa, por que até então Olinda vinha subindo a ladeira aí dá uma quedinha, depois ela volta. Tem uma Olinda que é a história. Mesmo a gente não sabendo da importância que esta cidade tem, pois já foi capital da Capitania de Pernambuco, da Província de Pernambuco, e quando ela vai perdendo a importância para Recife é a partir do momento da invasão holan- desa. Tem um outro lado que é intrinsecamente ligado à história dela que é: Por que ela existe? Por que ela é enladeirada? Por que ela tem bicas? Por que tem carnaval? Por que tem procissões? Tudo, mesmo que você não saiba do porque, mas tudo isso faz parte do seu dia a dia, da sua história.

Interessante observar que nos ciclos descritos pelo depoente há uma importância atribuída ao período da invasão holandesa, que marca o início de uma nova fase para Olinda. Com a palavra, ainda Alexandre Alves Dias:

Como Olinda passa por altos e baixos, ela tem estes ciclos, apesar deles estarem cada vez mais próximos. Eu acho que está se aproximando um novo ciclo, eu não sei quem é ou o que é que vai estimular. Apesar de como historiador ainda me atrever a fazer algumas previsões, eu não me detive nesse assunto com pro- fundidade. Alguma coisa vai acontecer, espero que não seja um desastre tão grande, que faça brecar esse processo. Está chegando a hora da mudança, e essa curva está cada vez mais próxima. Antes do período holandês, ela tem aquela subida bem grande depois tem aquela queda, depois começa de novo a subir, quando voltam para a cidade os senhores de engenhos, Olinda continua lutan- do para que o centro administrativo volte para cá.

Para ressaltar mais a ideia trazida pelos olindenses sobre a história de sua cidade, é importante o relato de outro depoente, que coincide com as informações passadas por Alexandre Alves Dias. São também marcados os períodos de crescimento e poder e os tempos de ostracismo

e declínio que a cidade de Olinda vivenciou ao longo de sua história,

como destaca André Renato Pina Moreira:7

A cidade viveu várias fases, Olinda tem um histórico porque ela foi construída em 1535, cresceu e se desenvolveu com a produção do açúcar principalmente, e virou uma cidade próspera. A capitania de Pernambuco era a mais próspera, até a invasão holandesa, quando a cidade foi destruída e os holandeses se estabelece- ram no Recife e construíram uma nova cidade. Por isso essa proximidade, essa coisa sui generis, até no Brasil, de você ter duas cidades assim muito próximas. Olinda, a cidade mãe, e o Recife está ali bem próximo, a seis quilômetros de Olinda. Muita gente não entende isso, exatamente porque o Recife nasceu do porto de Olinda. Então, a partir daí, Olinda começou a ter a briga de poder com o Recife até que, pulando um bocado da história, em 1827, Olinda perdeu a condição de capital, perdeu o poder político e a partir daí Olinda passou a ser uma cidade eclesiástica e uma cidade de escolas, e a burguesia foi toda morar em Recife.

O depoimento de Adilson de Almeida Vasconcelos revela como foram transmitidas, em sua infância, as informações sobre esta história e como apreendeu e o que lhe ficou na memória como representação sobre a história de Olinda:

A história de Olinda foi-me passada no curso primário no Grupo Escolar Duarte Coelho, onde as professoras Dona Ivone, Dona Ercília, Dona Natália, Dona Maria do Carmo Cardoso se esforçavam para passar aos alunos o programa oficial. Elas ensinaram que o Brasil foi inicialmente governado pelos donatários das capitanias hereditárias, e o donatário de Pernambuco foi Duarte Coelho Pereira. Mas não me ensinaram o que significava “capitania”, nem ”hereditário”, muito menos “donatário”. Ensinaram também que Olinda era muito rica de- vido ao açúcar que produzia.

Hoje ainda está fortemente gravado na memória dos olindenses o período de ocupação holandesa, como demonstrado pelos depoimentos

que apresentamos. Esta história antiga é pregnante nas rememorações dos olindenses e em suas representações sobre a cidade de Olinda, consequentemente, em seus traços identificatórios.

Os portugueses e os holandeses estão fortemente presentes nas re- presentações da memória e nos relatos dos olindenses até hoje. Vamos fazer um percurso pela História, para situar a relação e a importância do colonizador português e do invasor holandês nos aspectos culturais, reli- giosos, artísticos e arquitetônicos trazidos pelos depoentes e que marca- ram fortemente a memória dos olindenses em relação à história da cida- de de Olinda. Consequentemente, trazemos a representação construída por seus moradores nos dias atuais sobre sua cidade e transmitida pelas sucessivas gerações. Importante também é perceber o que a cidade guar- dou da presença dos portugueses e dos holandeses na região.

Para entendermos estes depoimentos orais, baseados na memória, inclusive a descrição do ex-guia-mirim apresentada no primeiro capí- tulo, e que ainda hoje é falada aos turistas que visitam Olinda, temos que voltar no tempo e trazer a história da fundação da cidade e sua importância no cenário da própria história do país.

Na documentação histórica consultada sobre a invasão, pudemos perceber a opulência de Olinda e sua posterior destruição. Nas palavras

do cronista português Diogo Lopes Santiago,8 que vivia em Pernambuco

na época e foi testemunha ocular das guerras contra os holandeses: Olinda, cabeça da capitania de Pernambuco, nobre em moradores, fa- mosa em templos e edifícios, próspera e rica dos bens da fortuna, ventu- rosa em seus sucessos, opulenta com os navios que a seus portos de tantas províncias concorriam, porém afiada e contaminada com peca- dos, de senhora que era, veio a ser cativa e escrava de hereges holandeses, que a puseram em mísero estado, destruindo e pondo por terra e final- mente queimando seus templos e soberbos edifícios, sem escapar do incêndio mais que uma só casa como testemunha do divino castigo. O que a historiografia nos traz sobre a economia da colônia e o papel que a vila de Olinda desempenhava neste contexto, e qual sua relação

com a produção do açúcar? Foi Duarte Coelho quem também implan- tou em suas terras os primeiros engenhos de açúcar que começaram a produzir a partir de 1542. Isto foi determinante para todo o início do ciclo de riqueza e o apogeu que teve sua capitania, sendo o primeiro en- genho denominado Salvador, de propriedade do próprio donatário e si- tuado cerca de uma légua da Vila, nas várzeas do rio Beberibe.9

Iniciou-se assim o que veio a ser a principal fonte de riqueza da capitania e principal produção agrícola da região, que se mantém em destaque até nossos dias.10

O fato de a Capitania de Pernambuco ter sido uma das que mais prosperou, trouxe também consequências muito sérias para os coloni- zadores e, principalmente, para a população de Olinda, que era o centro de todo esse movimento, porque gerou muita cobiça. Nesta época, desbancando o pau-brasil, a cana-de-açúcar firmou-se como sua mais importante riqueza, porque era um produto muito valorizado na Euro- pa, trazendo divisas importantes para a Coroa portuguesa. Interessava a Portugal sua manutenção e investimentos, para que os engenhos em

Pernambuco fossem produtivos e o comércio de açúcar intensificado.11

Era grande a riqueza de Olinda, confirmada pela exuberância de suas igrejas, conventos, prédios e monumentos construídos com o me- lhor que poderia ser trazido de Portugal, em termos materiais e artísti- cos, e pelo grande número de residências ali edificadas. Além de templos, monumentos e de seu casario, nessa época, funcionavam em Pernambuco muitos engenhos, e seu número totalizava mais da meta- de do existente em todo o território brasileiro, como nos mostra o his-

toriador José Antonio Gonsalves de Mello:12

O principal negócio de todo o Brasil consiste na cultura da terra e no estabelecimento dos engenhos. É notório que no ano de 1623 havia, entre o Rio São Francisco e o Rio Grande, nas Capitanias de Pernambuco e Paraíba, 137 engenhos moentes, os quais tinham pro- duzido naquele tempo, somente para o dízimo, 70.000 arrobas de açú- car, sendo que 20 arrobas contam-se por uma caixa, no total, portanto,

de 3.500 caixas de açúcar, as quais avaliadas em 300 florins cada caixa monta a 1.050.000 florins.

Entre os portugueses colonizadores e os nascidos no Brasil, a po- pulação de Olinda constava de nobres, funcionários, militares, religio-

sos, degredados13 e índios, e se ampliou com a chegada dos africanos

escravos. “Em 1583, existiam nas lavouras de cana e engenhos de açú- car cerca de 3000 africanos.”14 Isso já revelava uma presença marcante

dos escravos e o intenso tráfico estabelecido, o que se traduziu pela dependência de toda a manufatura do açúcar da mão de obra escrava, fato que perdurou por muitos anos no Brasil. A divisão da sociedade em senhores livres e escravos refletiu-se no modo de vida das vilas e cidades brasileiras e também nas construções erguidas tanto nas áreas urbanas como nas áreas rurais, com a presença das casas grandes e sen- zalas, como vimos no capítulo anterior, além dos aspectos já citados.

Sobre os degredados, a historiadora Janaína Amado15 nos diz: “[...]

o degredo tornava-se um excelente meio para cumprir ao mesmo tem- po duas importantes tarefas: livrar o reino das pessoas indesejáveis, con- sideradas agentes de desestabilização social, e reutilizar essas mesmas pessoas para reforçar o poder luso sobre os espaços coloniais.”

Importante destacar aqui também a visão do próprio donatário Duarte Coelho sobre a presença dos portugueses que chegavam à colô- nia, e sua posição frente à Coroa, em relação aos degredados, conforme cita Janaína Amado:16 “[...] são piores aqui do que a peste, peço a Vossa

Alteza, pelo amor de Deus, que tal peçonha não me mande, porque é mais destruir o serviço de Deus e seu e o meu e de quantos estão comi- go.” Destacamos também a visão dos colonos europeus, em relação aos indígenas, primeiros habitantes da região. Eram tidos como selvagens canibais. Eis como eram vistos os índios, na descrição do historiador

alemão Hermann Wätjen:17

É gente forte, de pele trigueira e cabelos longos e pretos. Homem e mulheres andam despidos. Quando vão para a guerra, os homens se

enfeitam com penas de papagaio e de corvo. Como os animais nos campos, assim passam os seus dias. Os Tarairyouw são criaturas in- teiramente ignorantes. Comem os seus mortos.

Em relação aos negros escravos, eram colocados em condição de objetos e tratados como “peças” e mercadorias, comercializados e muito valorizados, disputados pelos países como bens e mão de obra indis- pensável ao progresso das colônias.

Podia ser vendido como gado, trocado, alugado e empenhado; não podia pleitear em juízo, nem adquirir bens, nem contrair legítimas núpcias, não possuía família reconhecida perante a lei, nem mesmo tinha governo de seus próprios filhos [...] a fuga de escravos que se iam juntar aos negros que viviam como selvagens nas matas (quilombolas).18

Acompanhando o historiador pernambucano Evaldo Mello,19 des-

tacamos a importância dos aspectos psicológicos e identitários dos primeiros colonos do Nordeste do Brasil e de seus descendentes, os luso-brasileiros, como era a visão dos colonizadores europeus, altamen-

te discriminatória sobre os “mazombos”,20 pela importância deles no

período de ocupação holandesa e sua posterior expulsão: “A concepção dominante no Brasil como na América espanhola, segundo a qual o natural da terra, por efeito do clima ou de outros fatores mesológicos, possuiria reduzida capacidade intelectual e moral, acusação que nas Índias de Castela deu origem à farta literatura.”

Toda a riqueza produzida pelo açúcar na colônia foi o estopim para que se desencadeasse ferrenha disputa que resultou numa sangrenta guerra entre os países europeus. A cobiça por suas riquezas naturais e o domínio das novas terras descobertas são fatos que os olindenses tra- zem gravados na memória e são transmitidos pelas sucessivas gerações até hoje, como nos mostraram os depoimentos citados.

INVASÃO HOLANDESA

Vamos voltar no tempo, fazendo uma visita à Olinda colonial, pois é importante saber como era a vida no tempo da chegada dos holande- ses e o que eles encontraram já estabelecido. Não podemos esquecer que já havia se passado um século desde a chegada dos portugueses à região, como vimos. Este foi um período de sofrimentos, batalhas e mortes e deixou marcas indeléveis na memória e no imaginário dos olindenses, reveladas em seus ditos e na tradição oral que perpassam as gerações e são expostos nos depoimentos e narrativas que veiculam a história contada da cidade de Olinda até hoje.

Podemos ressaltar que a pregnância dos fatos marcados na memó- ria dos olindenses, sobre a invasão e o período de ocupação da cidade e sua posterior destruição com um incêndio, constituiu-se como se fosse um fato traumático e uma possível ferida narcísica21 para o orgulho do

olindense, fato de difícil elaboração psíquica.22 Manifesta-se na memória

dos olindenses e são percebidas pelo intenso teor afetivo nas narrativas dos depoentes, ao descreverem esses acontecimentos.

Podemos imaginar como foi difícil para os habitantes da época, que teve de abandonar sua cidade e seu modo de vida e enfrentar um período prolongado de guerra, com muita destruição e morte, elaborar o luto pelas terríveis perdas subjetivas vivenciadas. Por luto, devemos

entender o mecanismo psíquico explicado por Sigmund Freud23 em

seu importante texto Luto e Melancolia, ao qual recorremos frente às perdas, e o tempo necessário para o desinvestimento amoroso e libidinal em relação ao objeto perdido e aos novos investimentos e escolhas de objetos substitutivos.

Em Olinda, as perdas significaram referências muito importantes para as pessoas que lá viviam — seu lugar, sua casa da infância, sua cidade, seu mundo. Tudo transformado em cinzas! Foi um luto terrível, em função de seu aspecto traumático, que retorna nas representações e reminiscências, nos relatos dos moradores atuais da cidade. Essas

perdas vividas pelos antigos moradores são transmitidas às sucessivas gerações de olindenses, que a cultuam como parte não apenas da histó- ria de sua cidade, mas como parte de uma história que fosse vivida por toda a sua população.

As lembranças da invasão holandesa foram as que mais ficaram registradas na memória dos olindenses entrevistados. Por trauma

Sigmund Freud,24 apresenta sua ideia a respeito desse termo:

Realmente, o termo “traumático” não tem outro sentido senão um sentido econômico. Aplicamo-lo a uma experiência que, em curto período de tempo, aporta à mente um acréscimo de estímulo exces- sivamente poderoso para ser manejado ou elaborado de maneira nor- mal, e isto só pode resultar em perturbações permanentes da forma em que essa energia opera e a incapacidade de lidar com uma expe- riência cujo tom afetivo fosse excessivamente intenso.

Esse é um dos mais importantes períodos da história de Olinda, não apenas por ser um de seus momentos de maior declínio, mas por ser o pior deles, quando a cidade foi invadida e totalmente destruída.

Passamos às rememorações de Ronaldo Guimarães de Almeida Filho sobre Olinda, pelo destaque dado à invasão holandesa:

Guardo na memória sobre a história de Olinda tanta coisa, os holandeses, a invasão holandesa é uma coisa marcante para todo mundo que mora nesta cidade por que fascina. A história de Mauricio de Nassau, as construções que

Documentos relacionados