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A história da fazenda

O MACACO E A OVELHA Aluno

Certo dia, o macaco estava passeando no parque foi quando a ovelha chegou. O macaco todo educado falou:

 Oi tudo bem com você? Você é tão linda, branquinha e tão macia! A ovelha agradeceu e falou:

 E você ao contrário de mim é feio, preto e com o pelo parecendo uma vassora.

O macaco não falou nada, saiu correndo pra casa chorando muito triste e pensando até em se matar. Quando chegou em casa a mãe dele percebeu que ele estava muito mal e foi conversa com ele:

 O que foi meu filho? Por que você esta assim?

E ele falou tudo que tinha acontecido, e sua mãe falou assim:

 Meu filho, não fique assim, essa ovelha vai ter o que ela merece, e você tem que gostar de você como você é e as pessoas têm que aprender a gostar das pessoas como elas são por dentro não por fora.

O macaco e a ovelha estudavam na mesma escola. Quando foi um dia a professora de Português estava falando sobre preconceito racial e a ovelha se tocou no que tinha feito, e foi la no macaco e deu um abraço nele e pediu desculpa e eles ficaram amigos.

Moral: O que importa não é a cor da pele mas sim o caráter.

No texto 27, do aluno 20, presenciamos características marcantes do gênero fábula, começando pelo título “O macaco e a ovelha”. Ao iniciar o texto o aluno confirma o seu entendimento sobre a fábula, texto narrativo, quando utiliza a expressão temporal indefinida, “Certo dia” e situa o acontecimento, “o macaco estava passeando no parque [...]”.

A narrativa segue sua sequência a partir de um diálogo entre o macaco e a ovelha. Essa sequência já começa marcada pela complicação em que a ovelha discrimina o macaco “Você ao contrário de mim é feio, preto e com pelo parecendo uma vassora”. Essa afirmação deixa o macaco muito entristecido, muito mal, momento em que se evidencia o clímax do acontecimento.

O texto se encaminha para um momento de “redução de tensão” quando a mãe do macaco entra na história e com sua sabedoria tenta amenizar a angústia do macaco, “Meu filho, não fique assim. Essa ovelha vai ter o que ela merece, e você tem que gostar de você como você é e as pessoas têm que aprender a gostar das pessoas como elas são por dentro e por fora”. O macaco e a ovelha estudavam na mesma escola. E um “novo estado de

equilíbrio" no texto surge quando um dia a professora de Português aborda o tema “preconceito racial” e a ovelha aprende a lição e pede desculpas ao macaco. A moral da fábula interage com o núcleo temático do texto, e assim constitui uma condição para que haja unidade entre os sentidos do texto e a lição que a moral transmite para o leitor.

Analisando os textos citados, podemos observar que em todos eles aparecem os títulos. Dessa forma, os alunos demonstraram que ao se apropriarem das histórias perceberam que era importante para a construção do enredo, visto que o título desperta certa curiosidade ao leitor estimulando a fazer a leitura por completo.

Em se tratando dos indicadores temporais, verificamos que em todos se fazem presentes, são esses elementos que indicam o tempo em que transcorrem as ações situando-as na narrativa. Com relação ao espaço onde se dão os acontecimentos, em algumas narrativas aparecem de forma explícita e em outras implicitamente, não causando nenhuma alteração na compreensão do enredo.

No que se refere à construção do discurso pudemos encontrar nos textos os indicadores do discurso identificando o diálogo entre os personagens ao empregarem os dois pontos e o travessão.

Com relação ao comportamento dos personagens os alunos demonstraram personificar muito bem os animais e reconheceram, conforme as orientações, que as fábulas como produto da cultura humana, influenciam e são influenciadas pelos valores sociais, políticos, éticos, religiosos, da história da sociedade. Desse modo, eles comprovaram o avanço significativo da aprendizagem sobre o gênero, quando em suas narrativas souberam aplicar bem as atitudes, vícios, virtudes, ações, defeitos, qualidades, esperteza, sabedoria, solidariedade, perdão, bondade etc., enfim, todos esses aspectos inerentes à vida humana.

Um dos pontos desta análise foi observar a estrutura composicional do gênero fábula com o objetivo de visualizar os elementos estruturais do enredo como: situação inicial, complicação, clímax, o desfecho e a moral, levando em consideração o desenvolvimento coerente das ideias, no intuito de identificar se havia progressão no percurso da construção dos sentidos do texto, pois conforme Antunes (2010, p.69) “ocorre que, no texto, tudo precisa estar em convergência; tudo precisa estar encadeado”.

Ao lermos as demais fábulas que compõem o livreto, constatamos que todas elas seguem a estrutura do texto narrativo, de modo que conseguimos identificar o supertópico organizador de cada texto, quando a grande maioria dos alunos conseguiu organizar a sua produção escrita dentro dos critérios que contemplaram a sua faixa etária e o gênero apresentado.

Entendemos, assim, que o enfoque dado a essa categoria do tópico discursivo durante as atividades didáticas, facilitaram a compreensão dos alunos no processo constitutivo dos textos. Desse modo, ressaltamos que o professor assume um papel primordial na relação entre leitor/texto e texto/leitor, pois é ele o mediador; é ele quem instiga que provoca no aluno a vontade de mergulhar no texto, de compreender, de procurar os implícitos do texto.

Também, constatamos que as fábulas constituem um rico instrumento pedagógico que permitem um trabalho articulado com a língua oral e a língua escrita, ampliando, ainda, a reflexão das ações humanas por meio do pensamento e da ação dos personagens criados, além da sua característica específica que é a moral.

Este trabalho configura-se como mais uma proposta de se trabalhar com o gênero fábula, como um artefato para a melhoria da produção escrita dos alunos, no entanto, não deixou de ter sua relevância, uma vez que envolveu os principais autores do processo de ensino e aprendizagem: o professor e o aluno.