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O Movimento Acadêmico na Extensão Universitária

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2 EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: CONSTRUÇÃO HISTÓRICA

2.2 Os Principais Movimentos Históricos da Extensão Universitária

2.2.3 O Movimento Acadêmico na Extensão Universitária

Após quase uma década de ausência de registros significativos na área da extensão, entre os anos de 1980 e 1990, os diálogos entre as universidades e o MEC foram sendo retomados no sentido de valorização e normatização da extensão universitária.

De acordo com Calderón, Pessanha e Soares (2007), no setor privado, algumas iniciativas do governo de Fernando Henrique Cardoso contribuíram para que as IES particulares se articulassem de forma mais efetiva em especial por meio dos programas Alfabetização e Universidade Solidária que possuíam a chancela do Ministério da Educação.

Por meio do Conselho da Comunidade Solidária e com o apoio de organizações não-governamentais (ONGs) cinco programas foram criados com o objetivo de unir esforços públicos, privados e da sociedade civil como contribuição aos grandes problemas sociais do país. Os cinco programas foram: Alfabetização Solidária, Universidade Solidária, Voluntários, Capacitação Solidária e Artesanato Solidário.

No setor público, em 1994, representantes do MEC e do Fórum de Pró- Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras elaboram um Programa de Fomento à Extensão Universitária. Este programa apresentava uma proposta de organização estrutural, especialmente para fins de financiamentos dos programas e projetos de extensão, por meio do Plano Nacional de Extensão publicado em 2000.

Em 2000, com a edição do Plano Nacional de Extensão Universitária, a extensão assume uma dimensão de promoção social mais intensa no momento em que declara a participação fundamental da universidade como promotora de transformação social.

Neste diálogo entre o MEC e o Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras, outros atores foram incorporados à discussão. É o caso do Fórum Nacional de Extensão e Ação Comunitária das

Universidades e IES Comunitárias - FOREXT, criado no final da década de 1990, e o Fórum de Extensão das IES Particulares - FOREXP, criado em 2003. Ainda em 2003, o governo lançou o Programa de Extensão Universitária (PROEXT), com o objetivo de “apoiar as instituições públicas de ensino superior no desenvolvimento de programas ou projetos de extensão que contribuam para a implementação de políticas públicas”, com foco na inclusão social. (BRASIL, 2003)

Em 2007 foi realizada uma parceria entre o Ministério da Educação e o Ministério da Cultura que promoveram o Programa de Extensão Universitária – PROEX Cultura, como política de incentivo e fomento à Extensão Universitária. Este programa viabilizou projetos que envolveram estudantes universitários e agentes externos à universidade. Inicialmente os editais permitiam apenas a participação de universidades públicas. Os temas contemplados nos primeiros editais foram: Memória Social e Patrimônio; Inclusão e Sustentabilidade Econômica; Leitura e Cidadania; Inovação de Linguagem; Produção de Conteúdo Audiovisual e Linguagens Alternativas. (BRASIL, 2007)

Em 2011 na ocasião do 5º Congresso Nacional de Extensão Universitária realizado em Porto Alegre em novembro de 2011 uma mobilização entre estes três fóruns é realizada. Estes seguem no sentido de apresentar suas demandas e ampliar o diálogo com o MEC sobre conceitos, práticas, avaliação e financiamento da extensão universitária brasileira.

O evento contou com a participação do secretário de educação superior do Ministério da Educação, Luiz Cláudio Costa que reafirmou o lançamento de um Plano Nacional de Extensão que permitirá a institucionalização das ações de extensão desenvolvidas pelas unidades de ensino superior brasileiras. (BRASIL, 2011)

Uma segunda ação conjunta dos três fóruns com o apoio da (FAPEMIG) Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais, foi a realização de um Curso de Especialização em Extensão Universitária, lato sensu, pioneiro no Brasil que objetiva contribuir para o aperfeiçoamento da gestão e do

desenvolvimento da extensão universitária brasileira. A primeira turma iniciou em julho de 2012 e a conclusão é prevista para abril de 2013. Com carga horária de trezentos e sessenta horas, os participantes (docentes, discentes ou técnicos) cumprem um programa que aborda fundamentos nos campos teórico- conceitual, metodológico, da avaliação e da gestão acadêmica e política da extensão universitária.

As palavras do reitor da Universidad Nacional Del Litoral na apresentação dos Anais do XI Congreso Iberoamericano de Extensión Universitaria ocorrido em novembro de 2011, na Argentina, confirmam esta direção:

La integración de la docência con la extensión, con el objetivo central de la formación de profesionales altamente capacitados em sus respectivas disciplinas y, a su vez, ciudadanos críticos y comprometidos socialmente. La integración de la extensión con la investigación como una estrategia que se fundamenta a partir de una visión crítica en el campo de la relación Ciencia, Tecnología, Sociedad e Innovación (CTS+I), que propone el desarrollo de políticas científicas que sean acordadas con el estado y la sociedad, impulsa la generación de líneas de investigatión socialmente acordadas en las que los diversos actores sociales y productivos participen no sólo en la construcción de las agendas para la investigatión sino también em los propios procesos de creación de conocimientos y en la evaluación social de los mismos. (ALBOR CANTARD, 2011 p.11)

Uma das grandes possibilidades proporcionadas pela extensão é o ensino voltado à formação cidadã do discente, a partir de sua interação com os problemas sociais, econômicos e financeiros que circundam os muros da universidade. Além disso, a abertura da universidade na construção de saberes a partir de uma relação dialógica com a sociedade permite que a teoria seja pensada em favor de problemas reais e contribui ao renovar o conhecimento produzido intramuros.

3 OS CAMINHOS DA EDUCAÇÃO NA REGIÃO DO GRANDE ABC

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