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Nº DE PEDAGOGOS QUE RESPONDERAM AO QUESTIONÁRIO

3. O PERFIL, A FORMAÇÃO E A TRAJETÓRIA DOS PEDAGOGOS QUE ATUAM NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO PÚBLICO DA SRE-OP.

3.1. O perfil dos pedagogos: quem são os protagonistas da pesquisa?

A amostra foi constituída por quatorze mulheres e um homem, totalizando quinze pedagogos8 que concluíram a graduação em Pedagogia no período entre 1983 e 2010, na vigência do Parecer nº 252/69. Os estudos de Libâneo (2001; 2010; 2011) e de Franco, Libâneo e Pimenta (2007; 2011) que tratam da pedagogia, também caracterizam o pedagogo. Na concepção desses autores, o pedagogo, profissional graduado no curso de Pedagogia, é aquele “[...] que cuida da formação humana em todos os lugares em que essa formação acontece de forma intencional e sistemática”. (FRANCO, LIBÂNEO e PIMENTA, 2007, p. 89). O pedagogo é ainda,

7 Devido à quantidade de dados coletados, optei em trabalhar com as unidades de registro aqui apresentadas, as

quais também foram sugeridas pelos membros da banca de qualificação.

8 Embora a amostra seja constituída por sujeitos do sexo feminino e masculino, ao apresentar os dados, tratarei

[...] o que facilita a transformação da informação em saber por meio de uma prática relacional e da ação do professor na sala de aula, organizando situações

pedagógicas para o aprendiz, ou seja, formas de comunicação que favoreçam a

aprendizagem dos alunos. (FRANCO, LIBÂNEO e PIMENTA, 2011, p. 58)

Em relação ao gênero, constata-se que o Magistério ainda é uma profissão tipicamente feminina. De acordo com Carvalho (1996), no Brasil, desde os anos 20, já existe essa tendência de a mulher ocupar o cargo de professora primária e, nos anos 90, tomando por base o estado de São Paulo, a autora registra que há uma intensificação da presença feminina das séries iniciais para as séries finais do 1º grau, para o 2º grau e os cargos de especialistas. Várias outras pesquisas comprovam a predominância de mulheres no magistério.

O estudo da UNESCO (2004) sobre o perfil do professor brasileiro demonstrou que no Brasil 81,3% dos docentes são mulheres e 18,6% são homens. A pesquisa de Gatti e Barretto (2009) evidencia que os estudantes de licenciatura, na sua maioria, 75,4% são mulheres. As dissertações de mestrado realizadas por Araújo (2010), Luz (2010), Somacal (2010) e Carvalho (2012) que tiveram como sujeitos professores, pedagogos e licenciandos em Pedagogia reafirmam a preponderância do sexo feminino no magistério. Ainda, segundo dados do INEP/MEC (2012), o sexo feminino representa o maior percentual de concluintes de graduação presencial na área de educação em todas as regiões geográficas.

Tabela 4 – Percentual de Concluintes de Graduação Presencial, por

Região Geográfica e Gênero, segundo a Área Geral do Conhecimento – Brasil 2012

Fonte: MEC/Inep. Tabela elaborada pela Deed/Inep

Segundo Louro (1989, p.31), “a mulher foi e é responsável pela educação das crianças”. Isso, associado às transformações econômicas e sociais pelas quais o país passou e que corroboraram para o aumento e a diversificação dos postos de trabalho, à necessidade da população se escolarizar, às características de cada gênero, pode ter contribuído para que as mulheres se ocupassem do Magistério. Louro destaca que, no Brasil, os primeiros educadores

Total F M F M F M F M F M 100% 61,40% 38,60% 61,40% 38,60% 58,70% 41,30% 59,10% 40,90% 61% 39% 19,90% 14,90% 23% 17,40% 26,70% 18,20% 27% 19,20% 27,40% 19,40% 18,90% 8,30% 14,70% 6,30% 10,80% 3,90% 10,90% 4,10% 13% 5,20% 15,50% 5,70% 16,50% 5% 11,70% 3,90% 10,70% 3,40% 12,10% 3,50% 2% 3,80% 1,80% 3,50% 2,80% 7,30% 2,80% 6% 1,80% 2,80% 1,50% 2,80% 1,70% 3,40% 2,50% 4,90% 2% 3,90% 2,10% 4,40% 0,60% 0,50% 1,10% 1,10% 1,90% 1,50% 2,20% 1,50% 1,30% 0,70% 1,10% 1,50% 0,80% 1,00% 0,70% 0,80% 1,40% 2,10% 1,40% 2,10% 1,90% 1,10% 1,70% 0,80% 1,60% 0,90% 0,90% 2,00% 2% 0,90% Área Geral

Ciências Sociais, Negócios e Direito

Educação Saúde e Bem-estar Social

Região Geográfica

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Engenharia, Produção e Construção Ciências, Matemática e Computação Humanidades e Artes Agricultura e Veterinária Serviços Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%

foram os jesuítas, mas o cenário se alterou a partir da Constituição de 1824, quando “se começa a falar no parlamento nacional da conveniência de serem mulheres as educadoras das primeiras letras” (1989, p.33) e tal como apontam Gatti e Barretto ao tratarem da feminização da docência.

Como é sabido, este não é fenômeno recente. Desde a criação das primeiras escolas normais, no final do século XIX, as mulheres começaram a ser recrutadas para o magistério das primeiras letras. A própria escolarização de nível médio da mulher se deu pela expansão dos cursos de formação para o magistério, permeados pela representação do ofício docente como prorrogação das atividades maternas e pela naturalização da escolha feminina pela educação (GATTI; BARRETTO, 2009, p.161-162).

Pimenta, ao tratar da profissão do professor primário, registra que

Tratava-se na verdade de uma ocupação e não propriamente uma profissão, exercida por mulheres (embora não proibida aos homens), oriundas dos segmentos economicamente favorecidos da sociedade e cuja característica marcante era ser uma extensão do lar, do papel de mãe e coerente com o de esposa. Era uma missão digna para as mulheres (1997, p.29).

Para Gatti e Barretto, “as mulheres constituem igualmente a maioria absoluta dos estudantes de Pedagogia” (2009, p.162), conclusão a que também chegam Basílio e Machado (2012) e Braúna (2009), todavia, essa autora pontua em seu estudo que a procura de estudantes do sexo masculino para o curso de Pedagogia tem aumentado a cada ano. Os dados que evidenciam ser o Magistério uma profissão tipicamente feminina, ao mesmo tempo, reforçam que os homens, por serem desprovidos de atributos peculiares ao sexo oposto, não podem se dedicarem ao exercício do Magistério, acabando por afastar, dessa forma, o sexo masculino da docência. Todavia, conforme aponta Rabelo (2010, p.165) no seu estudo desenvolvido em Portugal e no Brasil, “os homens gostam de lidar com crianças e que a maioria escolheu esta profissão por gosto e não porque esta foi a melhor opção possível”.

Apesar de “ser professora” se constituir uma opção para as mulheres, o único sujeito masculino da amostra ingressa no curso de Pedagogia com o desejo de “ser professor”. Desejo que se aproxima da opção das mulheres e influencia a sua escolha, bem como de muitos outros que fazem a opção pela Licenciatura, segundo Gatti e Barretto (2009).

Ao concluírem o curso na vigência do Parecer nº 252/69, os profissionais obtiveram o título de Licenciado em Pedagogia e as habilitações que eram proporcionadas pelo curso. Embora um dos sujeitos tenha concluído o curso no ano de 2010, esse foi habilitado em Supervisão e Orientação Educacional, pois seu ingresso no curso se deu antes de vigorar o novo currículo estabelecido pela Resolução CNE/CP 01/2006.

Todos os entrevistados atuam em escolas públicas de Educação Básica nos municípios de Itabirito, Mariana e Ouro Preto, em Minas Gerais. A amostra não contemplou profissionais dos municípios de Acaiaca e Diogo de Vasconcelos. Dos três sujeitos identificados na rede estadual em Acaiaca, dois não se interessaram em participar e um não possuía vínculo efetivo. Em Diogo de Vasconcelos, dos quatro sujeitos identificados, os três profissionais da rede municipal não se interessaram e o outro que atua na Supervisão Escolar na escola da rede estadual, apesar de possuir cargo efetivo, sua formação é em Normal Superior e não em Pedagogia. A partir desse dado, suspeitei que essa poderia ser a mesma situação dos profissionais que atuavam na rede municipal e, talvez por isso, não tiveram interesse na pesquisa.

Dessa forma, ao iniciar a análise dos dados, entrei novamente em contato com o Secretário de Educação de Diogo de Vasconcelos e constatei que, embora essa Secretaria tenha me informado de que se tratava de pedagogos, os três profissionais que lá atuam na coordenação pedagógica são licenciados em outras áreas com especialização em Supervisão Escolar. Assim, naquela localidade, são os professores efetivos que ocupam o cargo em comissão de coordenador pedagógico. A referida situação e que retrata a realidade de Diogo de Vasconcelos em ambas as redes de ensino é a estabelecida pelo artigo 64 da LDB nº 9394/96 que trata da formação dos profissionais da educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica em nível da pós-graduação.

Dos quinze sujeitos contemplados na amostra, cinco atuam na rede Estadual e dez na rede municipal de ensino, contudo, eles já atuaram em outras redes e órgãos educacionais, conforme pode ser observado no gráfico 5.

Gráfico 5 – Redes de ensino e órgãos em que o pedagogo já atuou

8 7 0 4 3 0 0 5 10 1- Municipal 2- Estadual 3- Federal 4- Particular 5- Secretaria Municipal de Educação 6- Superintendência Regional de Ensino

Nº DE PEDAGOGOS R E D E S D E E N SI N O E O R G Ã O S E M Q U E O P E D A G O G O J Á A T U O U 1- Municipal 2- Estadual 3- Federal 4- Particular 5- Secretaria Municipal de Educação 6- Superintendência Regional de Ensino

A tabela 5 apresenta o nível de ensino em que os profissionais estão atuando; e a tabela 6, aqueles em que já atuaram, evidenciando, assim, a experiência desses pedagogos em outros níveis de ensino.

Tabela 5 – Nível de ensino em que o pedagogo atua

Sujeitos Frequência

Educação Infantil 1

Ensino Fundamental - 1º ao 5º ano 3

Ensino Fundamental - 6º ao 9º ano 2

Ensino Médio 1

Educação Profissional 1

Educação Infantil e Ensino Fundamental - 1º ao 5º ano 2

Educação Infantil e Ensino Fundamental - 1º ao 9º ano 1

Ensino Fundamental - 1º ao 5º ano / 6º ano ao 9º ano 2

Ensino Fundamental - 6º ao 9º ano / Educação de Jovens e Adultos 1

Ensino Fundamental - 1º ao 5º ano / Educação Profissional 1

Total 15

Fonte: Elaboração própria a partir de levantamento realizado com os pedagogos. Tabela 6 – Nível de ensino em que o pedagogo já atuou

Sujeitos Frequência

Educação Infantil 1

Educação Infantil e Ensino Fundamental - 1º ao 5º ano 1

Ensino Fundamental - 1º ao 5º ano 3

Ensino Fundamental - 6º ao 9º ano 1

Educação de Jovens e Adultos 1

Educação Infantil e Ensino Fundamental - 1º ao 5º ano / Educação Profissional 1

Ensino Fundamental - 6º ao 9º ano / Ensino Médio 1

Educação Infantil - Ensino Fundamental 1º ao 9º ano / Ensino Médio / Educação Profissional 1 Educação Infantil - Ensino Fundamental 1º ao 9º ano / Ensino Médio / Educ. Profissional /

Educação de Jovens e Adultos

1 Ensino Fundamental 1º ao 9º ano / Educação Profissional / Educação de Jovens e Adultos 1 Educação Infantil / Ensino Fundamental 1º ao 9º ano / Ensino Médio 2

Nunca atuou em segmento diferente do que atua hoje 1

Total 15

Fonte: Elaboração própria a partir de levantamento realizado com os pedagogos.

Todos eles cursaram Pedagogia, porém, ocupam cargos com nomenclaturas distintas, estabelecidos pelo próprio curso na vigência do Parecer 252/69 ou pela rede de ensino em que atuam: oito são supervisores pedagógicos; dois são orientadores educacionais e cinco pedagogos9. Esses foram os cargos para os quais os profissionais prestaram concurso e foram admitidos, todavia, hoje, três profissionais atuam na função de diretor de escola; um está na coordenação dos supervisores pedagógicos da rede municipal e outro atua em duas funções: supervisor e inspetor.

9 Ainda hoje convivemos com uma multiplicidade de denominações atribuídas aos profissionais em exercício

formados pelo curso de Pedagogia. São diversos os concursos públicos que para a atuação do pedagogo abrem vagas com diferentes especificações: pedagogo, coordenador pedagógico, gestor educacional etc.

A situação desse último profissional pode ser justificada em função da nomenclatura do cargo – pedagogo. Embora se trate de um profissional formado na vigência Parecer nº 252/69, a sua atuação se dá no contexto da Resolução CNE/CP nº 01/2006 segundo a qual o pedagogo assume em um único cargo todas as habilitações propostas para o Especialista de Educação. Todavia, cabe um questionamento sobre a ênfase que se dá ao trabalho dele: está focado no processo pedagógico, no administrativo ou há uma divisão? A questão também pode ser justificada em função da organização estabelecida pela rede de ensino em Minas Gerais, já que o cargo de Inspetor Escolar pertence à rede estadual e a supervisão das instituições de ensino, que pertencem às demais redes, está sob a tutela do estado. Nesse sentido, a instituição onde esse sujeito é lotado buscou uma forma de adequar-se às demandas de sua própria rede, incluindo aí a possibilidade de se ter um profissional “polivalente”, sendo desnecessário contratar outro profissional para desenvolver a segunda função.

A situação aqui encontrada se assemelha à relatada por Somacal (2010), ao realizar um estudo sobre quem é o Professor Pedagogo, nova configuração estabelecida para profissionais das escolas estaduais do Paraná após serem extintas as profissões de Orientadores Educacionais e Supervisores de Ensino. Ao ser admitido como Professor Pedagogo, o profissional assume as duas funções que foram extintas e agora estão vinculadas em um só cargo. Dessa forma, as funções exercidas referem-se à docência, suporte pedagógico, direção, coordenação, assessoramento, supervisão, orientação, planejamento e pesquisa. De acordo com Somacal (2010, p.90), os entrevistados “percebem-se como profissionais, que possuem amplas funções, havendo uma ‘multifuncionalidade’, estas variando entre funções administrativas e pedagógicas”.

O tempo de atuação no cargo em que ingressaram pode ser observado no gráfico 6. Gráfico 6 – Tempo de atuação no cargo ocupado

4 6 5 0 0 0 2 4 6 8 1- Até 5 anos 2- De 10 a 15 anos 3- De 15 a 20 anos 4- De 20 a 25 anos 5- Acima de 25 anos Nº DE PEDAGOGOS T E M PO D E A T U A Ç Ã O N O C A R G O O C U PA D O 1- Até 5 anos 2- De 10 a 15 anos 3- De 15 a 20 anos 4- De 20 a 25 anos 5- Acima de 25 anos

Os entrevistados também possuem experiência nas funções de docente (12); diretor (6); e vice-diretor (1). Quanto à experiência na docência, a L.D.B. nº 9394/96, no seu artigo 67 atesta que “a experiência docente é pré-requisito para o exercício profissional de quaisquer outras funções de magistério, nos termos das normas de cada sistema de ensino”.

Dos participantes da pesquisa, onze possuem habilitação em Magistério de 1º grau, curso que habilitava para atuar na docência de 1ª a 4ª série e um cursou o Magistério de 1º grau, obtendo a habilitação para atuar com Educação Física da 1ª à 6ª série, conforme dispunha o artigo 30 da Lei nº 5692/71. Dentre os onze que obtiveram a habilitação para atuar de 1º a 4ª série, identifiquei na entrevista de um deles que seu curso de Magistério foi realizado na vigência da Lei nº 4024/61, a qual determinava que:

Art. 53. A formação de docentes para o ensino primário far-se-á:

a) em escola normal de grau ginasial no mínimo de quatro séries anuais onde além das disciplinas obrigatórias do curso secundário ginasial será ministrada preparação pedagógica;

b) em escola normal de grau colegial, de três séries anuais, no mínimo, em prosseguimento ao grau ginasial.

Art. 54. As escolas normais, de grau ginasial expedirão o diploma de regente de ensino primário, e, as de grau colegial, o de professor primário. (BRASIL, 1961).

Logo, esse entrevistado obteve o diploma de regente por ter realizado o curso em nível secundário e posteriormente o de professor primário. O relato abaixo ilustra esse entendimento.

O curso normal que fazíamos lá, que era o projeto da Helena Antipoff era para trabalhar na escola rural [...] O Magistério era feito com quatro anos, regime de internato, quarenta horas de atividade por semana. [...] É, era outra estrutura, você fazia, era paralelo, era uma educação que não existe mais, mas você fazia em quatro anos. Você tinha, é, hoje, o que nós chamaríamos de ensino fundamental das séries finais, junto com habilitação para o Magistério (pedagogo 13).

Tal qual apontam os dados de Gatti e Barretto (2009) e Braúna (2009), a pesquisa revela que o perfil dos entrevistados constitui-se de uma maioria que, antes de ingressar no curso de Pedagogia, passou pela experiência do curso de Magistério. Cenário que difere a partir dos anos 2000, segundo Braúna (2009), já que os alunos que ingressam na Pedagogia, em sua maioria, não detêm o curso profissionalizante. Cruz (2011, p.67) concluiu em estudos realizados com pedagogos que o curso de Magistério mantém uma relação muito próxima com o curso de Pedagogia, pois esse “se afirmou no seu início e, também, durante boa parte do seu percurso como uma continuidade natural ao Curso Normal”.

As habilitações que os entrevistados obtiveram no curso de Pedagogia, podem ser visualizadas no gráfico 7. A Supervisão Pedagógica foi a habilitação mais cursada pelos

entrevistados, dado que se aproxima da pesquisa de Somacal (2010) que ao tratar do perfil de seus entrevistados identificou que as habilitações mais cursadas eram Orientação Educacional e Supervisão Escolar.

A segunda habilitação mais cursada pelos entrevistados foi o Magistério das Matérias Pedagógicas, que pode estar relacionado com o entendimento exposto por Valnir Chagas de que todo portador do diploma de Pedagogia, em princípio, é professor do Ensino Normal (BRASIL, 1969).

Gráfico 7 – Habilitações obtidas no curso de Pedagogia

2 7 11 13 9 2 3 - 5 10 15 1- Educação Infantil 2- Séries iniciais (1º ao 5º ano) 3- Magistério das Matérias Pedagógicas 4- Supervisão Pedagógica 5- Orientação Educacional 6- Inspeção Escolar 7- Administração Escolar Nº DE PEDAGOGOS H A B IL IT A Ç Õ E S 1- Educação Infantil 2- Séries iniciais (1º ao 5º ano) 3- Magistério das Matérias Pedagógicas 4- Supervisão Pedagógica 5- Orientação Educacional 6- Inspeção Escolar 7- Administração Escolar

Fonte: Elaboração própria a partir de levantamento realizado com os pedagogos.

Quanto ao locus de conclusão da graduação, constatou-se que cinco pedagogos concluíram seus estudos na instituição privada, seis na instituição de ensino estadual e quatro na instituição federal. Quanto ao tipo de instituição, sete sujeitos concluíram seu curso em Universidades, quatro em Institutos de Educação e os demais em Faculdades isoladas. De acordo com a legislação aplicável à época, a Lei nº 5.540/68, além de ter estabelecido a formação do especialista em nível superior, em seu artigo 30, determina que:

§1º A formação dos profêssores [sic] e especialistas previstos neste artigo realizar- se-á, nas universidades mediante a cooperação das unidades responsáveis pelos estudos incluídos nos currículos dos cursos respectivos. §2º A formação a que se refere êste [sic] artigo poderá concentrar-se em um só estabelecimento isolado ou resultar da cooperação de vários, devendo, na segunda hipótese, obedecer à coordenação que assegure a unidade dos estudos, na forma regimental (BRASIL, 1968).

Atualmente, a organização acadêmica das instituições do ensino superior é regida pelo Decreto nº 2.306 de 19 de agosto de 1997, que estabelece as seguintes classificações: universidades, centros universitários, faculdades integradas, faculdades, institutos superiores

ou escolas superiores, sendo uma das características da Universidade a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

As tabelas a seguir apresentam o quantitativo de instituições existentes no Brasil por categoria administrativa e por organização acadêmica.

Tabela 7 – Evolução do Número de Instituições de Educação Superior, segundo a Categoria Administrativa – Brasil – 2009-2012

Ano Total Federal Categorias Administrativas Estadual Municipal Privada

2009 2314 94 84 67 2069

2010 2378 99 108 71 2100

2011 2365 103 110 71 2081

2012 2416 103 116 85 2112

Fonte: MEC/Inep. Tabela elaborada pela Deed/Inep

Os dados mostram que as instituições de rede pública demonstraram maior crescimento em relação às da rede privada, porém ainda predominam as instituições privadas.

Tabela 8 – Evolução do Número de Instituições de Educação Superior, segundo a Organização Acadêmica – Brasil – 2009-2012

Ano Total Universidade Centro Organização Acadêmica

Universitário Faculdade IF e Cefet

2009 2314 186 127 1966 35

2010 2378 190 126 2025 37

2011 2365 190 131 2004 40

2012 2416 193 139 2044 40

Fonte: MEC/Inep. Tabela elaborada pela Deed/Inep

A tabela 8 mostra que predominam as faculdades, em seguida aparecem as Universidades e os centros universitários. Por último, aparecem os IFs e os Cefets.

Ao discutirem sobre a organização acadêmica do ensino superior, Scheibe e Aguiar (1999) chamam a atenção para a distinção existente entre universidades de pesquisa e universidades de ensino e o lugar onde se desenvolverá a formação docente: o menos oneroso. Segundo as autoras, “estabeleceu-se como locus privilegiado para essa formação o nível mais baixo da hierarquia” (SCHEIBE e AGUIAR, 1999, p.222). Para Diniz-Pereira (1999, p.113), nas instituições de Ensino Superior, “em especial nas particulares e nas faculdades isoladas, é a racionalidade técnica que, igualmente, predomina nos programas de preparação de professores”.

Pimenta (2014) ao tratar da formação oferecida pelos cursos de Pedagogia das instituições de ensino público e privado do estado de São Paulo registra que a maioria é ofertada por instituições privadas onde não há exigência da pesquisa e os cursos são desenvolvidos com a carga horária mínima proposta pela legislação, preocupação também apontada por Leite e Lima (2010). Dessa forma, posso concluir que, certamente, o locus onde o pedagogo concluiu seu curso irá influenciar a sua formação, principalmente no que concerne à questão da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Além disso, os autores referenciados manifestam certa preocupação em relação à qualidade dos cursos ofertados fora das universidades. Na concepção de Libâneo e Pimenta (2011, p.48), o pedagogo deve ser formado nas universidades, “que é o locus da produção social do conhecimento, da circulação da produção cultural em diferentes áreas do saber e do permanente exercício da crítica histórico-social”.

Doze pedagogos possuem Especialização Lato Sensu e um desses, além da Especialização, possui o Mestrado em Pedagogia Profissional. Mesmo já tendo uma Especialização em outra área, um dos sujeitos cursou Pós-Graduação em Supervisão; e outro, em Inspeção e Orientação. A tabela 9 apresenta as áreas cursadas na Pós-Graduação.

Tabela 9 – Área de Especialização

Sujeitos Frequência

Pesquisa em Educação 1

Psicopedagogia 4

Planejamento Educacional 1

Formação de Professores 1

Gestão Escolar e Psicopedagogia 2

Metodologia e Didática 1

Matérias Pedagógicas 1

Pedagogia Empresarial 1

Total 12

Fonte: Elaboração própria a partir de levantamento realizado com os pedagogos.